Quais são as ações de recuperação ambiental de saúde e socioeconômica que estão sendo realizadas após o rompimento das barragens?

Os compromitentes do Acordo Judicial de Reparação - Governo de Minas, Ministério Público de Minas Gerais, Ministério Público Federal e Defensoria Pública de Minas - selecionaram, nessa terça-feira (22/2), os projetos para reparação socioeconômica em oito municípios atingidos pelo rompimento das barragens da Vale em Brumadinho, ocorrido em 2019. As iniciativas foram definidas após a Consulta Popular e fazem parte dos Anexos I.3 e I.4 do Acordo.  

O Acordo prevê que o detalhamento que será feito pela Vale contemple: elaboração do planejamento, com apresentação do escopo, do cronograma, dos custos estimados, dos riscos previstos, dos resultados esperados, dos indicadores, das metas e dos marcos de entrega. A empresa terá 90 dias para apresentar aos compromitentes o material, podendo haver prorrogação caso haja fundamento, conforme o termo judicial. Após o detalhamento e nova análise dos compromitentes, o material seguirá para a auditoria socioeconômica da Fundação Getúlio Vargas (FGV) que avaliará se o desenho do projeto está adequado e se os custos e os prazos estão compatíveis com os parâmetros usuais de mercado. A partir da manifestação favorável da auditoria, poderão ser dadas as ordens de início, caso os projetos sejam considerados viáveis do ponto de vista técnico e financeiro. 

No Anexo I.3 do Acordo (25 municípios atingidos), estão previstos R$ 2,5 bilhões para execução de projetos socioeconômicos, sendo que os montantes específicos para cada um dos 25 municípios foram divididos conforme critérios constantes no Acordo Judicial. No Anexo I.4 (Brumadinho), por sua vez, estão previstos R$ 1,5 bilhão para projetos socioeconômicos no município onde ocorreu o rompimento. 

O Acordo Judicial visa reparar os danos decorrentes do rompimento das barragens da Vale S.A. em Brumadinho, que tirou a vida de 272 pessoas e gerou uma série de impactos sociais, ambientais e econômicos na bacia do Rio Paraopeba e em todo o Estado de Minas Gerais. 

No âmbito dos anexos I.3 e I.4, estão previstas ainda as definições dos projetos denominados “Projetos Regionais”, que são iniciativas priorizadas em mais de um município, cuja execução em conjunto garantirá uma melhor viabilidade de execução; e projetos que atendam a prioridades específicas de povos e comunidades tradicionais (PCTs) do território atingido, a serem definidos observando-se as garantias legais existentes para estas populações. 

O Acordo Judicial tem como prioridade a reparação da região atingida, sendo respeitada a premissa de participação das comunidades atingidas na definição das ações, inclusive mediante a realização de consulta popular e escuta das prefeituras.  O termo prevê para os municípios atingidos, além dos anexos I.3 e I.4 de reparação socioeconômica, com R$ 4 bilhões: Projetos para as comunidades atingidas, R$ 3 bilhões (anexo I.1); Programa de Transferência de Renda à população atingida, com R$ 4,4 bilhões (anexo I.2); recuperação ambiental sem teto de gastos, com valor inicial de R$ 5 bilhões (anexo II.1); compensação ambiental que inclui obras de saneamento básico com valor de R$ 1,55 bilhão (anexo II.2); segurança hídrica da Região Metropolitana de BH, com R$ 2,05 bilhões (anexo 2.III); entre outras. 

Abaeté: 

1. Melhoria das estradas rurais;

2. Compra de equipamentos e maquinários para realização de exames médicos; 

3. Profissionalização da Juventude: qualificação técnica em Turismo, Pesca e Psicultura;

Betim

1. Ampliação do Hospital Público Regional de Betim;

2. Construção de Unidade de Pronto Atendimento (UPA);

3. Construção do Viaduto Rodoferroviário Vianópolis. 

Biquinhas

1. Aquisição de veículos para fortalecimento das políticas públicas de saúde e saneamento;

2. Aquisição de equipamentos para exames de imagem (mamógrafo, raio-x, entre outros);

3. Aquisição de veículo para transporte escolar e melhorias na infraestrutura da rede de ensino municipal. 

Esmeraldas

1. Recapeamento de pavimentação asfáltica de bairros e calçamento de vias locais; 

2. Gestão de resíduos sólidos;

3. Compra de equipamentos para melhoria das atividades da Secretaria de Agricultura, Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável.  

Florestal

1. Construção, ampliação, reforma dos prédios do setor da saúde; 

2. Construção da estrutura de drenagem e manejo das águas da chuva;

3. Reforma e limpeza da barragem do Complexo Turístico Sinval Ribeiro de Oliveira.

Mário Campos

1. Melhoria das vias públicas urbanas e rurais e estradas de acesso às comunidades, e restauração de bairros urbanos e rurais e seus entornos.

2. Construção, reforma e manutenção UPAS, UBS e ampliação e manutenção de unidades de saúde atendimento especializado, serviços de diagnóstico e tratamento ambulatorial.

3. Fortalecimento da produção de frutas e hortaliças: insumos, assistência técnica e equipamento.
 

Pará de Minas

1. Pavimentação asfáltica em vias diversas;

2. Troca do parque luminotécnico do município;

3. Reforma e ampliação do Hospital Padre Libério. 

São José da Varginha

1. Construção de Centro de Referência em Assistência Social (Cras);

2. Construção de pontes e melhorias em vias públicas urbanas e rurais;

3. Reforma e ampliação das escolas e creches municipais. 

25º projeto 

Melhoria da rede de esgoto e construção de banheiros públicos na Comunidade Shopping da Minhoca, localizada em Caetanópolis.  

O projeto aprovado especificamente para a comunidade Shopping da Minhoca, em Caetanópolis, trata-se de um caso excepcional, análogo à priorização da comunidade no processo de cadastro que está sendo realizado no âmbito do Programa de Transferência de Renda (PTR), em função das vulnerabilidades dessa comunidade, que vem sendo acompanhada de perto pelas Instituições de Justiça. 

Quais providências foram tomadas para conter os prejuízos ambientais e socioeconômicos do Rio Doce?

Por meio do Decreto Estadual nº 3.896-R/2015, publicado em 16 de novembro de 2015, foi criado o Comitê Gestor da Crise Ambiental na Bacia do Rio Doce (CGCA/Rio Doce), reunindo entes do poder executivo para gerenciar e monitorar as medidas emergenciais para o melhor enfrentamento do desastre.

O que foi feito ou está sendo feito para minimizar os impactos ambientais causados pela tragédia de Mariana?

Para minimizar os impactos ocorridos, sugere-se o reflorestamento das áreas que tiveram a vegetação suprimida, o apoio institucional aos cidadãos das áreas diretamente afetadas pelo desastre, o incentivo ás atividades econômicas locais, com a busca de alternativas às atividades comprometidas pelo desastre, elaboração ...

O que pode ser feito para recuperar a área de Brumadinho?

Lançado pela Vale em janeiro de 2020, o projeto Marco Zero tem como objetivo reabilitar trecho do ribeirão Ferro-Carvão, o mais afetado pelo rompimento da barragem em Brumadinho, e restaurar a vegetação com plantas nativas da região, além de contribuir com a recuperação do rio Paraopeba.

Quais foram os impactos ambientais causados pelo rompimento da barragem em Brumadinho?

→ Impactos ambientais.
Em virtude da grande quantidade de rejeitos e da velocidade em que foram liberados, a lama destruiu grande parte da vegetação local e causou a morte de diversas espécies de animais. ... .
Os rejeitos da mineração atingiram ainda o rio Paraopeba, que é um dos afluentes do rio São Francisco..