Quais são os principais tipos de teste de paternidade?

Em um equipamento que lembra uma impressora, partículas do corpo humano são submetidas a análises de composição genética todos os dias, em laboratórios públicos e privados. O objetivo: responder com 99,99% de precisão se uma determinada pessoa é o pai daquela criança, por meio dos testes de paternidade.

Disponíveis em larga escala desde os anos 1990, os testes de paternidade põem fim a dúvidas que, antes, poderiam nunca ser respondidas. Hoje, esses testes podem ser contratados pela internet, comkits enviados pelos Correios, ou nos institutos de medicina legal dos estados, quando a dúvida sobre a paternidade vira caso de justiça.

Só no estado de São Paulo, oo Imesc (Instituto de Medicina Social e Criminologia de São Paulo), são realizados cerca de 10 mil exames desse tipo por mês.

“A maioria dos casos que atendemos envolve crianças, recém-nascidos”, conta Euclides Matheucci Júnior, diretor científico de um laboratório privado que realiza exames de paternidade há mais de 20 anos.

Ele explica que, apesar dos avanços da genética e da taxa de confiança de quase 100%, há uma situação em que os testes ainda não são precisos: no caso de dúvida entre dois prováveis pais gêmeos.

“Na teoria sabemos que há pequenas diferenças entre o genoma de um e do outro, mas na prática é impossível diferenciar”, diz o geneticista Aguinaldo Luiz Simões, professor da Faculdade de Medicina da USP (Universidade de São Paulo), em Ribeirão Preto.

Como funcionam

Quais são os principais tipos de teste de paternidade?

O bioquímico Matheucci mostra o sequenciador, aparelho que analisa até 96 amostras de material genético em teste de paternidade

Imagem: Stefhanie Piovezan/Colaboração para o UOL

De maneira simplificada, o teste de paternidade é uma ferramenta para ler o “código de barras” que todos nós trazemos em nossas células. O exame parte do princípio de que esse código – isto é, o DNA – é único de pessoa para pessoa e é transmitido para os filhos.

Para que os cientistas tenham acesso a esse código, criança, mãe e possíveis pais precisam fornecer material biológico para análise. Podem ser amostras de sangue ou até material extraído pela fricção entre cotonetes e a parte interna da bochecha, em um processo de coleta com “swabs” (cotonetes) que não precisa, necessariamente, ser realizado em laboratório.

A análise do material pode ser realizada usando duas técnicas – uma mais manual e outra mais automatizada.

Na primeira, as amostras do material genético são dispostas sobre uma bandeja com gel. Gera-se uma corrente elétrica e os fragmentos do DNA se movimentam, de maneira que os pedaços mais “pesados” do código fiquem para trás. São esses pedaços mais pesados que contêm mais estruturas repetidas, o que permite ao geneticista comparar um código com outro.

A outra técnica segue o mesmo princípio, mas é realizada de maneira automatizada, pelos sequenciadores.

O material genético é marcado com substâncias fluorescentes, se movimenta em tubos individuais e, ao fim, uma câmera capta as diferentes cores de cada trecho.

“Os dois métodos são confiáveis. Há quem diga que a forma automatizada eliminaria possíveis erros de quem faz a análise, mas a máquina teve de ser calibrada para realizar os testes, então também houve ação humana”, opina Simões.

Para garantir que a análise seja confiável, é preciso analisar diversos trechos do código do DNA. “Uma região do código só é pouco, pode ser que outra pessoa tenha a mesma combinação”, explica Flavio Henrique da Silva, professor de genética molecular na Ufscar (Universidade Federal de São Carlos).

Testes sem regulamentação específica

No laboratório visitado pela reportagem, por exemplo, usam-se 17 regiões do código genético para as análises de paternidade. Mas o número – e até a escolha de quais trechos analisar - pode variar. “Não existe uma legislação, o que existe é um compromisso ético entre os laboratórios”, diz Matheucci.

O setor cresceu e, sem a regulamentação, muitos laboratórios seguem os padrões norte-americanos. “São aceitos testes em que a probabilidade de paternidade é de pelo menos 99,99%”, completa Matheucci.

O professor Simões, da USP de Ribeirão Preto, conta que muitas vezes as pessoas não aceitam o resultado e querem repetir. Nesses casos, a sugestão é procurar outro laboratório para uma segunda investigação.

O teste de paternidade é um tipo de teste de DNA que tem como objetivo verificar o grau de parentesco entre a pessoa e o seu suposto pai. Esse teste pode ser feito durante a gravidez ou após o nascimento por meio da análise do sangue, saliva ou fios de cabelo da mãe, filho e do suposto pai.

Os principais tipos de teste de paternidade são:

  • Teste de paternidade pré-natal: pode ser realizado a partir da 8ª semana de gestação através de uma pequena amostra de sangue da mãe, pois o DNA fetal já pode ser detectado no sangue materno, e comparação com material genético do suposto pai;
  • Teste de paternidade por amniocentese: pode ser realizado entre a 14ª e 28ª de gestação através da coleta do líquido amniótico que envolve o feto e comparação com material genético do suposto pai;
  • Teste de paternidade por cordocentese: pode ser realizado a partir da 29ª semana de gestação através da coleta da amostra de sangue do feto através do cordão umbilical e comparação com material genético do suposto pai;
  • Teste de paternidade por vilo corial: pode ser realizado entre a 11ª a 13ª semana de gestação através da coleta de fragmentos da placenta e comparação com material genético do suposto pai.

O material genético do suposto pai pode ser sangue, saliva ou fio de cabelo, no entanto alguns laboratórios recomendam que sejam coletados 10 fios de cabelo retirados da raiz. No caso de falecimento do suposto pai, pode ser realizado o teste de paternidade utilizando amostras de sangue da mãe ou do pai do falecido.

Recolha de Saliva para realização de Teste de Paternidade

Recolha de Saliva para realização de Teste de Paternidade

Como é feito o teste de paternidade

O teste de paternidade é feito a partir da análise da amostra enviada para o laboratório, onde são realizados testes moleculares que indicam o grau de parentesco entre as pessoas que se submeteram ao exame a partir da comparação do DNA. Saiba mais sobre o exame de DNA.

O resultado do teste de paternidade é liberado entre 2 e 3 semanas, dependendo do laboratório em que é realizado, e é 99,9% confiável.

Exame de DNA ainda na gravidez

O exame de DNA ainda na gravidez pode ser feito a partir da 8ª semana de gestação por meio da coleta do sangue da mãe, já que nesse período o DNA fetal já pode ser encontrado circulante no sangue materno. No entanto, quando o exame de DNA só identifica o DNA materno, pode ser necessária nova coleta ou esperar algumas semanas para que se possa coletar outro material.

Normalmente na 12ª semana de gestação, pode haver a coleta de DNA por meio da biópsia da vilosidade coriônica, em que é recolhida uma amostra de parte da placenta que contém células do feto, sendo levada para análise no laboratório e comparação com o material genético do suposto pai. Por volta da 16ª semana de gestação pode-se fazer a coleta do líquido amniótico e por volta da 20ª semana, sangue do cordão umbilical.

Qualquer que seja o método utilizado para coleta do material genético fetal, o DNA é comparado com o DNA do pai para que seja avaliado o grau de parentesco.

Onde fazer o teste de paternidade

O teste de paternidade pode ser realizado de forma autônoma ou por meio de um pedido judicial em laboratórios especializados. Alguns laboratórios que fazem o teste de paternidade no Brasil são:

  • Genomic - engenharia molecular - Telefone: (11) 3288-1188;
  • Centro de genomas - Telefone: 0800 771 1137 ou (11) 50799593.

É importante informar na hora do exame se alguma das pessoas foi submetida a transfusão de sangue ou de medula 6 meses antes da realização do teste, pois nesses casos o resultado pode ser duvidoso, sendo mais indicado realizar o teste de paternidade por meio da coleta da saliva.

Qual o melhor teste de paternidade?

O teste de DNA é um exame é considerado a prova de paternidade mais contundente.

Qual o nome do teste de paternidade?

O teste de DNA para paternidade tem a finalidade de descobrir se há, ou não, o vínculo genético entre duas pessoas. É um exame simples, onde é feita uma análise comparativa de ambos os DNAs.

Qual das seguintes técnicas é utilizada na determinação de paternidade?

O teste de DNA, chamado de DNA figerprint ou impressão digital genética, fornece um grau de confiabilidade bastante alto, ultrapassando 99,9% de certeza em seu resultado. Devido a isso, esse teste é muito empregado na determinação de paternidade e na resolução de crimes.