Quais são os sentimentos de Jesus?

�Tende em v�s os mesmos sentimentos de Jesus Cristo�
2003-04-10 20:50:08

Catequese do 5� Domingo da Quaresma S� Patriarcal, 6 de Abril de 2003
Uma espiritualidade sacerdotal.

1. A qualidade sacerdotal de todo o Povo de Deus e o minist�rio apost�lico s�o, na Igreja, fruto da sua identifica��o com Cristo e total participa��o no Seu ser e miss�o. Da� que esta qualidade sacerdotal inspire toda �vida crist�, na caminhada de fidelidade da Igreja e de cada crist�o. Numa arreigada tradi��o espiritual, que bem conhecemos, a fidelidade crist� foi apresentada como uma �imita��o de Jesus Cristo�. Com esta linguagem exprime-se a vis�o neo-testament�ria da vida crist� concebida como seguimento de Jesus Cristo, no disc�pulado, na certeza de que toda a nossa viv�ncia da vida nova segundo o Esp�rito, brota da nossa identifica��o e uni�o com Cristo, de que a Eucaristia � a express�o principal e decisiva.

Esta uni�o a Cristo, de onde brota a possibilidade e a exig�ncia da caridade, faz com que toda a vida crist� seja profundamente sacerdotal, quer para todo o Povo de Deus que encontra em cada express�o da caridade uma �h�stia espiritual�, quer para os sacerdotes, cujo minist�rio � uma exig�ncia acrescida de identifica��o com Cristo. � isto que Paulo aconselha aos Filipenses ao escrever-lhes: �Tende entre v�s, os mesmos sentimentos que foram os de Jesus Cristo� (Fil. 2,5).

Discernimento da autenticidade do minist�rio.

2. Este � um dos �sentimentos� de Jesus Cristo que se transforma, para n�s, numa exig�ncia cont�nua de autenticidade e de radicalidade. Desde o in�cio da Sua vida p�blica se torna claro que a miss�o de Jesus � messi�nica. Isso � claramente expresso por Pedro no di�logo que Jesus tem com os disc�pulos em Cesareia de Filipe: �Tu �s o Cristo, o Filho do Deus vivo� (Mt. 16,16). Mas torna-se igualmente claro que Jesus recusa a ideia messi�nica corrente, de um Messias pol�tico e triunfal, cuja miss�o se esgotava na altera��o das circunst�ncias presentes de Israel e que faz um discernimento l�cido e corajoso, a partir da Sagrada Escritura, de interpretar a sua miss�o messi�nica como realizando a miss�o do Servo sofredor, que d� a vida como resgate por uma multid�o, anunciado pelo Profeta Isa�as (cf. Is. 53).

Parece ser j� esse o sentido das tenta��es de Jesus no deserto, referidas pelos tr�s evangelistas sin�pticos: �Quando analisamos as propostas do dem�nio, vemos claramente que n�o se trata de vulgares incita��es � gulodice, � v� gl�ria ou � ambi��o. Em rela��o estreita com a miss�o de Jesus, aparecem-nos como uma esp�cie de inqu�rito sobre a maneira de Jesus conceber a Sua miss�o messi�nica e o que o dem�nio pretende n�o � tanto levar Jesus a pecar contra este ou aquele preceito divino, mas desvi�-lo desse messianismo humilde do Servo de Yahw�[1]. � tamb�m dessa perspectiva do Messias sofredor que Pedro pretende desviar Jesus, na primeira vez que Jesus fala da Sua morte aos seus disc�pulos (cf. Mt. 16,21-23).

Esse � o primeiro sentimento de Jesus que Paulo selecciona na Carta aos Filipenses: �Ele, de condi��o divina, n�o defendeu ciosamente o posto que O igualava a Deus. Mas rebaixou-se a Si mesmo, tomando a condi��o de escravo e tornando-Se semelhante aos homens. Comportando-se como um homem, humilhou-Se ainda mais, obedecendo at� � morte e morte na Cruz� (Fil. 2,6-8). Paulo refere a dupla concretiza��o deste �abaixamento� do Filho de Deus: o ter-se feito homem, e o ter aceite ser condenado � morte numa Cruz.

Este tema do abaixamento (Kenose) de Cristo, tornou-se no centro de toda a imita��o de Cristo e na chave de todo o discernimento aut�ntico da vida crist� e, com maioria de raz�o, do sentido da dimens�o sacerdotal da Igreja e do sacerd�cio como sacramento de reden��o. Este � um tema de actualidade na Igreja de hoje: definir a especificidade do minist�rio sacerdotal. Esse discernimento n�o pode ser feito sem o relacionar com a dimens�o sacerdotal de todo o Povo de Deus e sem o confrontar com esta humildade do Servo, que n�o busca honras ou benef�cios humanos, nem defende estatutos sociais, mas que se identifica com o Mestre neste �dar a vida� � e dar a vida n�o � s� morrer � pela reden��o do nosso mundo.

S�o Paulo, na segunda Carta aos Cor�ntios tem deste discernimento uma ideia clara. A dimens�o de oferta redentora da vida, tornada poss�vel pela novidade pascal e pela ac��o do Esp�rito Santo, � exig�ncia e dom dos sacerdotes e do Povo sacerdotal: �Se algu�m est� em Cristo, � uma cria��o nova; o ser antigo desapareceu e um novo ser surgiu. E tudo isto vem de Deus, que nos reconciliou com Ele, por Cristo, e nos confiou o minist�rio da reconcilia��o� somos embaixadores de Cristo. � como se Deus exortasse atrav�s de n�s� (2Cor. 5,17-21).

A obedi�ncia filial.

3. Esta identifica��o corajosa com a miss�o do Servo de Yahw�, Jesus f�-la por obedi�ncia filial a Deus Seu Pai, o que sup�e um discernimento do que � a vontade de Deus numa circunst�ncia concreta. No C�ntico de Isa�as 53 aparece-nos, pela primeira vez, com clareza, que o sacrif�cio do justo em vez dos pecadores, pode ser o des�gnio de Deus. Para Jesus isso torna-se claro, e trata-se, seguindo essa via, de obedecer � vontade do Pai. �Pai, se � poss�vel, faz com que esta ta�a passe longe de Mim. No entanto, que n�o se fa�a como Eu quero, mas como Tu queres� (Mt. 26,39).

Esta obedi�ncia do Filho � um dos sentimentos que Paulo sublinha no abaixamento de Jesus Cristo: �humilhou-Se ainda mais, obedecendo at� � morte� (Fil. 2,8). Esta obedi�ncia ao Pai, express�o do Seu amor filial, � a linha de for�a de todo o comportamento de Jesus: apresentando-se como modelo �queles que h�o-de acreditar n�Ele, �vir a Ele�, Jesus diz: �Porque Eu desci do C�u para fazer, n�o a minha vontade, mas a vontade d�Aquele que me enviou� (Jo. 6,38).

A obedi�ncia de Cristo � express�o encarnada da Sua miss�o redentora, pois evoca toda a longa e triste hist�ria da infidelidade e da desobedi�ncia de Israel. S�o Paulo � muito claro, a este respeito, na Carta aos Romanos. Depois de ter dito que Israel continua prisioneiro da Sua desobedi�ncia (cf. Rom. 3,10 e 11,32), afirma: �assim como a falta de um s� arrastou todos os homens para a condena��o, assim a obra de justi�a de um s� proporciona a todos a justifica��o que d� a vida. Com efeito, como pela desobedi�ncia de um s� homem, a multid�o se tornou pecadora, assim pela obedi�ncia de um s� a multid�o recuperar� a justi�a� (Rom. 5,18-19). A Carta aos Hebreus sublinha a import�ncia que tem a sua situa��o de Filho na qualidade desta obedi�ncia e como ela se torna modelo para a nossa obedi�ncia, n�s que fomos elevados � qualidade de filhos: �Sendo Filho, aprendeu, no que sofreu, a obedi�ncia. Depois de ter sido tornado perfeito, tornou-se para todos aqueles que lhe obedecem, princ�pio de salva��o eterna� (Heb. 5,8-9).

A obedi�ncia enquanto prioridade absoluta dada � vontade de Deus e ao seu des�gnio � o principal desafio posto � nossa liberdade e componente decisiva da fidelidade a Jesus Cristo. A aprendizagem da obedi�ncia faz-se ao ritmo do discernimento cont�nuo do des�gnio de Deus, o que s� � poss�vel, seguindo Jesus Cristo.

Dar a vida pelas ovelhas.

4. Um outro sentimento perene de Jesus Cristo, que inspira necessariamente a espiritualidade sacerdotal � o desejo de dar e comunicar a vida. �Eu vim para que as ovelhas tenham a vida e a tenham em abund�ncia. Eu sou o bom pastor e o bom pastor d� a vida pelas suas ovelhas� (Jo. 10.10-11). Neste testemunho que Jesus nos d� dos seus mais profundos sentimentos, h� dois aspectos complementares: a disposi��o de dar a Sua vida pelas ovelhas, prova m�xima de amor e de solicitude pastoral, e que Ele concretizar� na Sua morte; e o desejo ardente de comunicar aos outros a vida que n�Ele est� em plenitude, porque a recebe continuamente do Pai. Ele sabe que a vida que pode comunicar � a vida eterna, uma vida que n�o morre (cf. Jo. 19,16). Comunicar esta vida ser� a vit�ria sobre o pecado, express�o dram�tica da aus�ncia de vida.

Esta radicalidade pastoral de Jesus Cristo concretiza o mais profundo desejo de quem ama: comunicar a vida e fazer viver. Este � o dinamismo devorador do minist�rio sacerdotal, que resume o sentido da vida do pr�prio sacerdote: comunicar a vida, fazer viver. E a vida que comunicamos n�o � a nossa, n�o tem em n�s a sua fonte; � a vida de Cristo ressuscitado, atrav�s da for�a criadora do Esp�rito e que n�s comunicamos pelo nosso minist�rio. A vida que damos � a mesma que precisamos de receber. Um sacerdote que vive em Cristo, ao comunicar a vida, alia a efic�cia sacramental do minist�rio � for�a do testemunho.

Comunicar a vida � tamb�m a fonte da nossa alegria. Nada nos faz participar tanto no j�bilo da P�scoa como partilhar com os outros essa passagem da morte � vida, esse ver as pessoas deixarem-se invadir pela vida. Comunicar a vida �, na vida de um sacerdote, uma paix�o de amor.

A fidelidade � Igreja.

5. Este desejo de comunicar a vida de Cristo marca o ritmo da fidelidade do sacerdote ao Povo de Deus, que Cristo ama com amor esponsal. O texto do Apocalipse nas mensagens aos �anjos� das Igrejas, em que todos os comentadores reconhecem os pastores dessas Igrejas, mostra com uma veem�ncia extraordin�ria que �as comunidades crist�s valem, em grande parte, o que valerem os seus pastores�[2]. A� se sublinha, na vida dos pastores, a import�ncia primordial da caridade (cf. Apc. 2,16), que exige uma fidelidade at� � morte, testemunho que nos � dado pelo �anjo� da Igreja de Esmirna (cf. Apc. 2,8-11).

O sacerdote s� existe por causa da Igreja, porque Cristo ama a Igreja e quis fazer dele express�o sacramental desse amor. A fidelidade do sacerdote n�o �, apenas, uma atitude pessoal; � a participa��o na fidelidade amorosa de Cristo � sua Igreja. E esta fidelidade de Jesus Cristo � o seu �sentimento� que resume, depois da P�scoa, toda a Sua pessoa e miss�o; a fidelidade ao amor faz a ponte entre o tempo e a eternidade.

� JOS�, Cardeal-Patriarca

Notas:
[1] A. FEUILLET, �Le sacerdoce du Christ et de ses ministres�, p. 187

[2] Ibidem, p. 195

Quais sentimentos Jesus teve?

Os evangelistas falam de alguns deles, como a compaixão, o perdão, a misericórdia, e a ira divina por ver que tantos dos problemas existentes então dependiam apenas da capacidade humana de promover as pessoas para que elas pudessem viver com dignidade.

O que é sentimentos na Bíblia?

Modo de entender, sentir, reagir e opinar (#Fp 2.5; Tg 3.14).

O que é felicidade Jesús?

Ao contrário, a verdadeira felicidade vem por seguirmos o exemplo de Cristo e desenvolvermos os atributos cristãos como bondade, amor, justiça e misericórdia. Vem por servirmos aos outros e ajudá-los a seguir o exemplo e os ensinamentos de Jesus Cristo.

Qual o livro que revela o sentimento e emoção dos ouvintes de Jesus?

As Emoções de Jesus na Bíblia – O Evangelho de Marcos.