Qual é a importância da Primeira Guerra Mundial para o desenvolvimento da indústria química?

Química
Qual é a importância da Primeira Guerra Mundial para o desenvolvimento da indústria química?

O processo de síntese da amônia, criado por Fritz Haber e transportado para escala industrial por Carl Bosch (1874-1940), permitiu à Alemanha resistir ao cerco dos aliados, durante a Primeira Guerra Mundial (1914-1918). Como uma substância química pode ter atuação assim tão relevante? Isso se liga à facilidade com que pode ser submetida a uma grande variedade de transformações.

A amônia é matéria-prima para muitas outras substâncias. A sua reação com oxigênio, por exemplo, catalisada por platina, leva ao ácido nítrico. A neutralização do ácido nítrico com a amônia origina o nitrato de amônio. Esse é um material estratégico, porque pode ser empregado como adubo, na agricultura, ou como explosivo, para fins militares.

A Alemanha sitiada não podia trazer do exterior o salitre, fonte natural de nitrato para fertilizantes e munição. Mas, qualquer que fosse o cerco imposto, os aliados jamais conseguiriam cortar os suprimentos de água e ar do país e, menos ainda, impedir que as pessoas usassem seu conhecimento tecnocientífico.

O ar fornece o nitrogênio, e o hidrogênio é obtido da água (por eletrólise ou decomposição catalisada). Dispondo dos reagentes de partida do processo Haber, o resto é química.

Os aliados sofreram bem mais as conseqüências do cerco imposto do que os próprios alemães. Isto porque os aliados não tinham acesso a corantes, remédios, vidros especiais, reveladores e materiais fotográficos, produzidos e exportados pela diversificada indústria química germânica.

Isso deu chance a casos pitorescos, como o do submarino alemão Deutschland, que, em 1916, por duas vezes, furou o cerco para transportar corantes da Alemanha para a indústria têxtil dos Estados Unidos.

Todas essas circunstâncias mudaram as atitudes do resto da Europa e da América do Norte para com a ciência e, em particular, para com a química. Após a Primeira Guerra Mundial, passaram a dar mais destaque à investigação química, nas universidades e nas indústrias.

Quando da Segunda Guerra Mundial (1939-1945), os centros de pesquisa e as indústrias químicas européias e norte-americanas atenderam não só à demanda de explosivos e de reagentes especiais, mas também à de isótopos puros para as novas armas nucleares, metais leves, borrachas sintéticas, combustíveis de aviação, óleos e gorduras sintéticos.

As competitivas associações industriais alemãs ─ nos ramos metalúrgico, mecânico e químico ─ terminaram seus dias com o fim da Segunda Guerra Mundial. Por decisão dos aliados vitoriosos, foram desmanteladas com o objetivo de “tornar impossível qualquer ameaça futura aos vizinhos da Alemanha ou à paz mundial”.

A proeminente IG Farben foi dividida em três empresas menores; a Bayer, a Basf e a Hoechst. Herdeiras das sólidas infra-estruturas e do saber-fazer, elas passaram a ter papéis de destaque entre as transnacionais do ramo químico e, hoje, exercem liderança em escala global.

postado em 06/07/2014 07:00

Qual é a importância da Primeira Guerra Mundial para o desenvolvimento da indústria química?

O mundo tinha acabado de passar por uma série de transformações dramáticas ; os efeitos da Segunda Revolução Industrial ainda se expandiam pela Europa e serviram de munição para um dos conflitos mais sanguinários da história. Em caráter inédito, aviões foram utilizados em duelos aéreos, armas químicas acabaram empregadas como fator de dissuasão e tanques apoiaram os exércitos nas grandes batalhas. Em 28 de junho de 1914, o assassinato do arquiduque Francisco Fernando, herdeiro do Império Austro-Húngaro, deflagrou a Primeira Guerra Mundial, que se estendeu até as 11h de 11 de novembro de 1918, com a assinatura do armistício. De um lado, potências como a Rússia, o Império Britânico, a França, a Itália, os Estados Unidos e o Japão. De outro, a Alemanha, o Império Austro-Húngaro, o Império Turco-Otomano e a Bulgária. A herança foi maldita: 8,5 milhões de mortos; 21,1 milhões de feridos; 7,7 milhões de prisioneiros e de desaparecidos; impérios em ruínas. Em entrevista ao Correio, especialistas renomados afirmaram que o poderio da indústria potencializou a destruição e as baixas no front.

;Baseada no aço e no ferro, nas comunicações e nos transportes, a Segunda Revolução Industrial, na década de 1880, criou um poder de fogo nunca antes visto;, explicou Jay Winter, professor de história pela Universidade de Yale (EUA). De acordo com ele, a Primeira Guerra Mundial foi dominada pela artilharia. ;As mudanças econômicas forneceram aos combatentes mais munições do que jamais se teve notícia. Cerca de 80% dos mortos na guerra foram vítimas de disparos de artilharia. Entre aqueles que morreram, metade não teve túmulo, pois a artilharia os sepultou em cemitérios improvisados;, acrescentou Winter. Muitos corpos nunca foram encontrados. ;O genocídio armênio de 1915, conduzido pelos turco-otomanos contra uma minoria supostamente desleal, mostrou a face da guerra total em toda a sua crueldade;, acrescentou Winter, referindo-se ao episódio que começou em 24 de abril e resultou em 1,5 milhão de mortos.

Margaret MacMillan, historiadora canadense e professora da Universidade de Oxford, admite que a Primeira Guerra Mundial mostrou como as novas tecnologias podem ser adaptadas para a guerra. ;Antes dela, havia balões, zepelins e aeronaves civis. Os militares logo ficaram interessados no poderio aéreo;, disse. Segundo ela, as armas químicas também se revelaram muito importantes. ;Além de refletirem o estado avançado da ciência e da tecnologia, elas representaram uma tentativa de romper o impasse no front ocidental. Havia duas forças imensas lutando, que não podiam avançar, por causa do poder das linhas de defesa. Os atores bélicos usaram vários tipos de recursos para acabar com esse impasse. Pela primeira vez, empregaram tanques e armas químicas;, disse MacMillan. Granadas de 26mm recheadas de gases venenosos foram lançadas pela França contra os alemães, em agosto de 1914. Oito meses depois, a Alemanha despejou gás cloro contra a Frente Ocidental, em Ypres, no oeste da Bélgica.

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Qual a importância da Química nas guerras?

Muitos são os exemplos da aplicação da Química na guerra: de armas, bombas e toxinas até em situações de sobrevivência como: purificação de água e gases, aquecedores de rações operacionais, materiais de proteção balística, entre outros.

Qual a relação entre a Primeira Guerra Mundial e a industrialização?

Com a Guerra dificultam-se as importações de produtos, incentivando-se o surgimento de novos ramos industriais. Por ser este um processo de transformação das estruturas de certas zonas geográficas é um processo lento. Esta expansão é liderada pelas regiões Sul e Leste, por serem ricas e variadas climaticamente.

Como a Primeira Guerra Mundial contribuiu para o desenvolvimento industrial brasileiro?

Também a Primeira Guerra Mundial (1914-1918) impulsou a industrialização no Brasil. Com o conflito era inviável importar produtos manufaturados da Europa e dos Estados Unidos e muitos artigos foram substituídos pela fabricação local.

Como a indústria e o desenvolvimento tecnológico marcaram a Primeira Guerra?

Foi feito um uso massivo da metralhadora e a artilharia pesada ganhou especial importância. Além disso, no conflito foram usados pela primeira vez os gases tóxicos, a aviação, os tanques e os submarinos.