A principal consequência da meiose, sem dúvida, é o surgimento da diversidade entre os indivíduos que são produzidos na reprodução sexuada da espécie. A relação existente entre meiose e variabilidade é baseada principalmente na ocorrência de crossing-over. O crossing é um fenômeno que envolve cromátides homólogas. Consiste na quebra dessas cromátides em certos pontos,
seguida de uma troca de pedaços correspondentes entre elas. As trocas provocam o surgimento de novas sequências de genes ao longo dos cromossomos. Assim, se em um cromossomo existem vários genes combinados segundo uma certa sequência, após a ocorrência do crossing a combinação pode não ser mais a mesma. Então, quando se pensa no crossing, é comum analisar o que aconteceria, por exemplo, quanto à combinação entre os genes alelos A e
a e B e b no par de homólogos ilustrados na figura. Nessa combinação o gene A e B encontram-se em um mesmo cromossomo, enquanto a e b estão no cromossomo homólogo. Se a distância de A e B for considerável, é grande a chance de ocorrer uma permuta. E, se tal acontecer, uma nova combinação gênica poderá surgir. As combinações Ab e aB são novas. São recombinações gênicas que contribuem para a geração de maior variabilidade nas células resultantes da meiose. Se pensarmos na existência de três genes ligados em um mesmo cromossomo (A, b e C, por exemplo), as possibilidades de ocorrência de crossings dependerão da distância em que os genes se encontram – caso estejam distantes, a variabilidade produzida será bem maior. Outro processo que conduz ao surgimento de variabilidade na meiose é a segregação independente dos cromossomos. Imaginando-se que uma célula com dois pares de cromossomos homólogos (A e a, B e b), se divida por meiose, as quatro células resultantes ao final da divisão poderão ter a seguinte constituição cromossômica: (a e b), (a e B), (A e b) e (A e B). A variabilidade genética existente entre os organismos das diferentes espécies é muito importante para a ocorrência da evolução biológica. Sobre essa variabilidade é que atua a seleção natural, favorecendo a sobrevivência de indivíduos dotados de características genéticas adaptadas ao meio. Quanto maior a variabilidade gerada na meiose, por meio de recombinação gênica permitida pelo crossing-over, maiores as chances para a ação seletiva do meio. Na meiose, a variação da quantidade de DNA pode ser representada como no gráfico, partindo-se, por exemplo, de uma célula que tenha uma quantidade 2C de DNA em G1. Como referenciar: "Crossing-over" em Só Biologia. Virtuous Tecnologia da Informação, 2008-2022. Consultado em 27/10/2022 às 01:56. Disponível na Internet em https://www.sobiologia.com.br/conteudos/Citologia2/nucleo14.php Referência : Moreira, C., (2015) Meiose, Rev. Ciência Elem., V3(4):202 A meiose é um dos principais factores de variabilidade genética, através da combinação da informação contida nos cromossomas homólogos existentes nas células que sofrem este processo, permitindo a produção de células geneticamente diferentes entre si e com metade do número de cromossomas da célula inicial. Este processo é essencial na formação gâmetas em todas as espécies com reprodução sexuada. A meiose (ao contrário da Mitose) desenrola-se em duas fases, correspondendo cada uma delas a uma divisão do núcleo. Na primeira divisão meiótica que se prolonga da profase até à metafase – meiose I – os cromossomas homólogos, previamente duplicados, condensam e emparelham. Durante este período, os cromatídeos dos cromossomas homólogos estabelecem contacto físico nos pontos de quiasma, onde poderá ocorrer troca de fragmentos entre os cromossomas do par – crossing over. O crossing over é o primeiro factor de variabilidade genética dado o carácter aleatório dos pontos de quiasma formados. O segundo factor de variabilidade – separação ou segregação dos homólogos – ocorre logo após a metafase, no início da anafase com a ascensão polar, de forma aleatória, dos cromossomas homólogos (constituídos ainda por dois cromatídeos). Os núcleos filhos resultantes são já haplóides, constituídos por apenas um cromossoma de cada par de homólogos inicial. A segunda divisão meiótica – meiose II – é semelhante à mitose. Os cromatídeos de cada cromossoma, alinham-se no plano equatorial de cada célula durante a metafase II e seguidamente separam-se ao nível do centrómero e migram aleatoriamente para pólos opostos na anafase II, sendo este um terceiro factor de variabilidade visto os cromatídeos não serem iguais devido ao crossing-over. No final da telofase II temos quatro células haplóides diferentes entre si.
Interfase – replicação do DNA (durante a fase S), resultando em cromossomas com dois cromatídeos idênticos – cromossomas homólogos. Meiose I – divisão reducional
Mitose versus Meiose São ambos processo de divisão nuclear que ocorrem ao longo do ciclo de vida dos organismos mas apresentam aspectos que os distinguem.
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Qual evento da meiose é responsável pelo aumento da variabilidade genética?03) O crossing-over (também chamado de permuta) é um importante evento que ocorre na prófase I da meiose, sendo um dos processos responsáveis pelo aumento da variabilidade genética nas populações.
Qual a maior fonte de variabilidade genética durante a meiose?Mutação: é a principal fonte para o surgimento de variabilidade genética. As mutações ocorrem ao acaso e permitem o surgimento de novos alelos nos indivíduos.
O que acontece na meiose 1 e 2?O processo de divisão celular da meiose acontece em três etapas: Interfase: duplicação do material genético; Meiose I (etapa reducional): redução ao meio no número de cromossomos; Meiose II (etapa equacional): o número de cromossomos das células que se dividem seguem iguais nas células que se formam.
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