Qual is a S dificuldade s do modo de transporte ferroviário no Brasil?

Graduado em Geografia (Centro Universitário Fundação Santo André, 2014)

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O transporte ferroviário é aquele em que o transporte é feito por vagões interligados a uma locomotiva que os carrega sobre trilhos de ferro (ferrovias), podendo trasportar produtos e pessoas, utilizando plataformas de embarque e desembarque.

Qual is a S dificuldade s do modo de transporte ferroviário no Brasil?

Foto: ehadder / Shutterstock.com

Esse modal de transporte é utilizado principalmente para longas distâncias e grandes quantidades de cargas, pois possui compartimentos para grandes cargas e com menor custo de frete e manutenção, maior segurança contra acidentes e roubos, pouco gasto de energia e rotas exclusivas. Geralmente os produtos transportados pelo transporte ferroviário são de baixo valor agregado (commodities).

Dentre as vantagens que o transporte ferroviário possui, estão o baixo custo de frete, o menor índice de roubos, a inexistência de pedágios, o baixo risco de acidentes, a baixa poluição do meio ambiente, possui baixo custo de manutenção, transporta grandes quantidades e a longas distâncias.

Assim como os outros modais o transporte ferroviário possui desvantagens, entre as quais estão o trafego limitado aos trilhos, a malha ferroviária insuficiente, a malha ferroviária sucateada, necessita de entrepostos especializados, sistema de bitolas inconsistente (distância interna da face interior dos trilhos por onde deslizam as rodas de ferro) podendo ser mais largas que outras, depende de outros modais pra finalizar o destino do produto, possui pouca flexibilidade dos equipamentos e exigência de embalagens mais seguras. Além de ter dificuldades em áreas de aclive e declive acentuado, necessitando de um investimento maior na sua infraestrutura e na manutenção, necessitando de transbordo ou reembarque das mercadorias para chegar ao seu destino.

Qual is a S dificuldade s do modo de transporte ferroviário no Brasil?

Trilhos de uma ferrovia. Foto: © Lucas Martins / InfoEscola

No Brasil a extensão da malha ferroviária é de 28,1 mil km, onde foram transportadas no ano de 2014 140.356.356 de toneladas de cargas, com 3.340 locomotivas e 103.141 vagões em circulação. Os principais produtos que são carregados pelo transporte ferroviário no Brasil são: o minério de ferro, a soja, o açúcar, o carvão mineral, os grãos, o milho, o farelo de soja, o óleo diesel, a celulose, os produtos siderúrgicos e o ferro-gusa. A malha ferroviária brasileira é a maior da América Latina em transporte de cargas. No país existem 3 tipos de bitolas: a larga com 1,6 metro, a métrica com 1 metro e a mista. A grande parte da malha ferroviária no Brasil se concentra entre as regiões sudeste e sul, sendo visadas principalmente para o transporte de cargas.

As locomotivas podem estar a frente puxando os vagões, mas também podem estar no meio, chamadas de locomotivas de distribuição, ou no fim onde são chamadas de locomotivas de auxílio. Podem ser movidas por eletricidade ou a óleo diesel.

No Brasil o órgão responsável pela seguridade do transporte ferroviário é a Agência Nacional de Transporte Terrestre (ANTT), que está filiada ao Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil. Para a construção e manutenção das ferrovias a responsável é a VALEC, uma empresa pública controlada pela União. A VALEC administra, coordena, controla, executa e fiscaliza as obras que envolvem a infraestrutura das ferrovias no país. É essa empresa que gera atualmente as ferrovias de transporte de cargas em âmbito federal.

Bibliografia:
http://logisticaparatodos-com-b.webnode.com.br/saiba-mais/os-05-cinco-modais-de-transporte-/
http://www.techoje.com.br/site/techoje/categoria/detalhe_artigo/670
http://www.transportes.gov.br/transporte-ferroviario.html

Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/geografia/transporte-ferroviario/

Transporte ferroviário de carga no Brasil

2009 . Ano 7 . Edição 55 - 17/11/2009

Josef Barat

Qual is a S dificuldade s do modo de transporte ferroviário no Brasil?
Apesar de não terem a agilidade e capilaridade do modal rodoviário, as ferrovias proveem transporte mais barato para grandes volumes de carga em percursos de longa distância, além da facilidade de uso de grandes terminais privativos. Sua vantagem competitiva é maior quando operam em corredores especializados, com trens unitários e carga homogênea. Trata-se do modal mais indicado para cargas a granel, como grãos e minérios, e mesmo quantidades expressivas de contêineres, nos corredores de longo percurso. Sendo o Brasil um País que, além da dimensão territorial, é grande produtor de commodities agrícolas e minerais, seria lógico o uso mais intensivo das ferrovias na movimentação de cargas.

Contudo, não é o que ocorre. As ferrovias, que tiveram papel primordial no ciclo de exportação de produtos primários (entre 1880 e 1930), entraram em decadência em meados do século XX. A rápida industrialização do País e a necessidade de consolidação do mercado interno induziram à opção pelo transporte das cargas industriais por caminhões, dada a incompatibilidade das malhas ferroviárias com essa nova função. O rápido deslocamento das fronteiras agrícolas, a maior diversidade de pontos de origem e destino, o maior fracionamento das cargas devido à industrialização, fizeram com que as rodoviias fossem mais aptas a responder rapidamente aos desafios da nova configuração econômica do País.

Apesar do grande volume de recursos destinados às ferrovias a partir dos anos 1950, a redução dos investimentos na malha ferroviária foi drástica devido à crise fiscal dos anos 1980. Desde 1996, o sistema ferroviário - estatizado nos anos 1950 - foi objeto de concessões, por meio do arrendamento dos ativos operacionais. Na ocasião, as linhas e o parque de material rodante e de tração encontravam-se em estado precário. Antes do arrendamento, o sistema ferroviário gerava perdas diárias de US$ 1 milhão, e a transferência da operação das ferrovias para o setor privado foi fundamental para que passassem a operar com maior eficiência.

Entre 1996 e 2006, foram significativos os avanços ocorridos em função das concessões, podendo-se destacar: aumentos da produtividade em importantes segmentos do sistema; crescimento de mais de 130% nas toneladas-quilômetro úteis (TKUs) movimentadas; redução dos acidentes; crescimento das encomendas de locomotivas e de vagões para a indústria nacional; capacitação de uma nova geração de ferroviários para as mais avançadas tecnologias; lançamento de ações na Bolsa de Valores e contratos de longo prazo com clientes e operadores logísticos; reestruturação da Brasil Ferrovias, englobando a FERROBAN e FERRONORTE; e aumento do número de terminais intermodais, articulando-se com operadores logísticos, clientes e comunidades.

Dez anos após as concessões, em 2006, a extensão da malha ferroviária era de 29,3 mil quilômetros, operada por 11 concessionárias. Trata-se da 10ª maior malha ferroviária do mundo. O trabalho realizado pelas ferrovias foi de 238,1 bilhões de TKUs e 389,1 milhões de toneladas úteis anuais. Predominaram no transporte ferroviário o minério de ferro (66%) e o complexo de soja e farelo (10%), além de cimento, produtos siderúrgicos e carvão. O transporte de minério é realizado pelas duas ferrovias da Vale (Vitória-Minas e Carajás) e pela MRS Logística. As três concessionárias transportaram, em 2006, 83% da carga ferroviária, expressa em toneladas úteis.

As ferrovias da Vale e a MRS Logística operam com níveis elevados de produtividade, comparativamente a ferrovias norteamericanas e canadenses. Sem elas, são muito baixos os indicadores comparativos de produtividade das ferrovias brasileiras frente a países com grande extensão territorial e/ou forte tradição ferroviária.

Os grandes obstáculos para a competitividade e expansão do modal ferroviário, que contribuem para a redução dos seus níveis de produtividade, são: corredores principais com capacidade limitada e/ou descontinuidades de velocidade média para o transporte intensivo de cargas; limitações graves de capacidade nos acessos aos portos; invasões e construções irregulares às margens das ferrovias, especialmente nas periferias metropolitanas; excesso de passagens em nível e ausência de contornos ferroviários nas principais regiões metropolitanas; e deficiências nos mecanismos de regulação do trafego mútuo entre concessionárias.

Apesar do esforço de modernização e da introdução de novos padrões de gestão, as concessionárias herdaram pesadas deficiências estruturais. Uma questão ainda pendente é a de como conciliar o arrendamento de ativos operacionais com as necessidades de modernização e expansão futuras.

As ferrovias já tinham traçados obsoletos e condições físicas e operacionais superadas, dificultando a compatibilização do fluxo de caixa do arrendatário com vultosos investimentos para torná-las competitivas. O Brasil não dispõe de mecanismos de financiamento de longo prazo para investimentos do porte dos ferroviários, à exceção dos créditos do BNDES.

Outro aspecto importante é o da incipiente formação de consórcios diversificados. Não se tem uma ampla gama de interesses empresariais ligados às logísticas regionais, no sentido de consolidar a liderança das ferrovias no multimodal.


Josef Barat é doutor e livre docente em economia, administração e legislação urbanísticas pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal do Rio de Janeiro e pesquisador bolsista do Programa Nacional de Pesquisa em Desenvolvimento (PNPD) do Ipea

Qual is a S dificuldade s do modo de transporte ferroviário no Brasil?

É o caso da invasão de faixa de domínio, passagens em nível críticas e o próprio desenvolvimento das cidades em torno das ferrovias, enfim, fatores como falta de segurança para a população que vive nessas proximidades, vandalismo, redução de velocidade drástica dos vagões que prejudica o desempenho do nosso sistema ...

Quais são os principais problemas do transporte ferroviário no Brasil?

Segundo esse levantamento, 30% da extensão de trilhos ferroviários do país estão inutilizados e 23% estão sem condições operacionais. Para os especialistas que desenvolveram essa pesquisa, também possui grande parte nesse problema os contratos de concessão das malhas ferroviárias firmados na década de 1990.

Porque o transporte ferroviário é pouco utilizado no Brasil?

Manter e atualizar as ferrovias exigia dinheiro, coisa que o país não tinha sobrando. As empresas privadas não iam bem, e seus donos também não fizeram os investimentos necessários. O resultado é que as ferrovias foram ficando cada vez mais sucateadas.

Quais as desvantagens do transporte ferroviário no Brasil?

baixa capacidade de carga; alcance de pouca distância em comparação ao tempo gasto com o transporte; maiores chances de extravio de carga, devido a roubos e acidentes.