Qual o número de atletas da delegação brasileira nos Jogos Paralímpicos de Tóquio e qual percentual de mulheres?

Os Jogos Paralímpicos de Tóquio foi a melhor campanha de todos os tempos do Brasil, marcada por recordes de ouros e feitos inéditos. O país terminou na sétima colocação no quadro geral, com um total foram 72 medalhas conquistadas, sendo 22 de ouro, 20 de prata e 30 de bronze, cumprindo a meta do top 10 estabelecida no planejamento estratégico do CPB, em 2017.

A delegação brasileira foi composta por 259 atletas, incluindo atletas-guia, calheiros, goleiros e timoneiro, além de comissão técnica, médica e administrativa, totalizando 435 pessoas. Dos atletas com deficiência, 68 eram das chamadas “classes baixas”, com deficiência severa. Foram 42 homens e 26 mulheres. Trinta e nove participantes tinham menos de 23 anos, cerca de 17% do total da equipe nacional paralímpica.

As 22 medalhas de ouro superaram as 21 de Londres 2012. No número total de pódios, o Brasil igualou a marca alcançada no Rio 2016.

Qual o número de atletas da delegação brasileira nos Jogos Paralímpicos de Tóquio e qual percentual de mulheres?
Qual o número de atletas da delegação brasileira nos Jogos Paralímpicos de Tóquio e qual percentual de mulheres?

Das 72 medalhas conquistadas pelo Brasil, em Tóquio, 68 participam do programa Bolsa Atleta, totalizando um percentual de mais de 94% das conquistas. O Governo Federal investiu, através do Bolsa Atleta, R$ 117 milhões.

Além dos fatos já citados, podemos destacar ainda, a despedida do multimedalhista Daniel Dias, Carol Santiago, com a conquista de cinco medalhas, 3 ouros, uma prata e um bronze, cinco medalhas de ouro conquistadas em apenas um dia e quatro modalidades conquistando medalhas inéditas.

As atenções do Comitê Paralímpico do Brasil se voltam agora para Paris 2024.

Presença de brasileiras cresceu mais de 400% desde os Jogos de Atenas 2004

Os Jogos Paralímpicos de Tóquio começam no próximo dia 24 com uma participação feminina recorde. Serão 1782 atletas de 170 países competindo em 21 modalidades. Acompanhando uma tendência incentivada pelo Comitê Paralímpico Internacional (IPC), o número de mulheres na delegação brasileira cresceu mais de 400% desde os Jogos de Atenas 2004.

Qual o número de atletas da delegação brasileira nos Jogos Paralímpicos de Tóquio e qual percentual de mulheres?

Os jogos paralímpicos de Tóquio começam na próxima terça-feira.

- Tem sido nossa prioridade e a gente tem trabalhado muito para que a delegação, que hoje é de 60% homem e 40% mulher, amanhã seja metade-metade - disse Mizael Conrado, presidente do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB).

A nadadora Edênia Garcia é testemunha do crescimento da participação e representatividade feminina em Paralimpíadas. Tetracampeã mundial, ela embarca para a sua quinta participação no evento acompanhada por outras 92 mulheres. A estreia foi em Atenas, em 2004, quando a delegação nacional tinha apenas 23 mulheres.

Evolução da participação de brasileiras em Paralimpíadas

* Como país-sede, o Brasil teve direito a vaga em quase todas as modalidades

Fonte: CPB

- Depois de Atenas 2004, a gente teve mais competições sendo televisionadas, então a gente consegue trazer mais representatividade para o público feminino, né? Consequentemente, a gente ganha mais atletas, mais mulheres se inspirando em outras e você vê um aumento natural - comentou Edênia.

Carol Santiago é um exemplo dessa dinâmica. A nadadora só descobriu que era elegível para competir nas Paralimpíadas em 2018, aos 33 anos de idade. Nadando entre as atletas com baixa visão, Carol bateu dois recordes mundiais em menos de um ano de treino. Hoje, ela é a atual recordista dos 50m livre e campeã mundial dos 100m livre na classe S12.

- Eu fico muito feliz de ser mulher e estar figurando no top três do mundo. Eu posso servir de exemplo para quem está começando. Para uma menina que está começando poder dizer assim: "Nossa, ela consegue, ela conseguiu, eu também posso conseguir" - falou Carol.

Carol Santiago é recordista mundial — Foto: Ale Cabral/CPB

Apesar de os Jogos Paralímpicos terem origem em 1960, a primeira participação brasileira feminina aconteceu somente nos Jogos de Toronto, em 1976. As pioneira foram Beatriz Siqueira, que competiu na natação e no lawn bowls (modalidade semelhante à bocha e praticada na grama), e Maria Alvares, que disputou provas no atletismo e tênis de mesa.

Nas Paralimpíadas, mulheres também estarão em número recorde. No Brasil, presença das mulheres no Bolsa Atleta subiu de 38% em 2010 para quase 44% em 2019

Para os esportes olímpicos e paralímpicos, o ano de 2021 representa um marco no protagonismo feminino. Ao longo da história, gerações de mulheres foram, aos poucos, abrindo caminho para que, agora, os Jogos Olímpicos pudessem chegar mais perto do que nunca da igualdade de gênero. Ela ainda não é total, mas é inédita. Em Tóquio, a presença feminina será de quase 49% entre os participantes do maior evento esportivo do mundo.

Qual o número de atletas da delegação brasileira nos Jogos Paralímpicos de Tóquio e qual percentual de mulheres?
Seleção Feminina de Handebol. Título no Pan de 2019 e vaga assegurada em Tóquio. Foto: Abelardo Mendes Jr./rededoesporte.gov.br

Neste Dia Internacional da Mulher (08.03), o Comitê Organizador de Tóquio 2020 publicou dados sobre a participação das mulheres na competição, e reafirmou o compromisso, ao lado do Comitê Olímpico Internacional (COI) e do Comitê Paralímpico Internacional (IPC, na sigla em inglês), de construir a próxima edição como um marco na igualdade de gênero.

"O COI está comprometido com a igualdade de gênero em todas as áreas, desde os atletas que competem dentro e fora de campo até os papéis de liderança nas organizações esportivas”
Thomas Bach, presidente do Comitê Olímpico Internacional

Além da destinação de quase metade das vagas, a edição olímpica prevê a mesma visibilidade entre eventos masculinos e femininos, e a realização de 18 eventos mistos - nove a mais do que nos Jogos Rio 2016. Foi determinado também, pela primeira vez, que todos os 206 Comitês Olímpicos Nacionais tenham ao menos uma atleta mulher e um homem na equipe.

"O COI está comprometido com a igualdade de gênero em todas as áreas, desde os atletas que competem dentro e fora de campo até os papéis de liderança nas organizações esportivas”, disse o presidente da entidade, Thomas Bach. “Faltando quatro meses para os Jogos Olímpicos de Tóquio, o Movimento Olímpico está se preparando para um novo marco em seus esforços para criar um mundo esportivo com igualdade de gênero”, acrescentou.

Já nos Jogos Paralímpicos, a organização prevê ao menos 40,5% de participação feminina. Isso equivale a 1.782 atletas, um aumento em relação às 1.671 mulheres que competiram no Rio 2016, quando o percentual ficou em 38,6%. Tanto na Olimpíada quanto na Paralimpíada, os países serão incentivados a ter a bandeira carregada, na cerimônia de abertura, por uma mulher e um homem.

“Estamos constantemente nos esforçando para aumentar a participação feminina em todos os níveis do Movimento Paralímpico, de atletas a gestoras, de treinadoras a conselheiras", afirmou o presidente do IPC, Andrew Parsons. "Tóquio está em curso para ter mais atletas femininas competindo do que quaisquer Jogos Paralímpicos anteriores. Em menos de uma década, teremos aumentado o número de mulheres competindo nas Paralimpíadas em pelo menos 18,7% em comparação com Londres 2012. Mesmo assim, continuaremos trabalhando duro para aumentar a participação das mulheres em todos os Jogos futuros, até alcançarmos a igualdade de gênero”, completou.

Qual o número de atletas da delegação brasileira nos Jogos Paralímpicos de Tóquio e qual percentual de mulheres?

Dados históricos

A primeira edição dos Jogos Olímpicos da Era Moderna, em Atenas 1896, contou apenas com a participação de homens. Foi em Paris, quatro anos depois, que elas puderam competir pela primeira vez. Entre 997 atletas, somente 22 eram mulheres (2,2%). Uma realidade que foi se transformando ao longo dos anos, até que o Rio 2016 tivesse 45,2% de participação feminina.

Na divulgação do programa para os Jogos de Paris 2024, o COI previu a igualdade de gênero com 50% de vagas distribuídas para cada lado. Para isso, as provas mistas passarão de 18 para 22, com 329 eventos em 38 modalidades. Já na versão juvenil das Olimpíadas, a igualdade já chegou: os Jogos Olímpicos da Juventude de Buenos Aires, em 2018, contaram com a participação de 2.006 homens e 2.006 mulheres.

No Brasil, algumas iniciativas também têm sido adotadas no sentido de incentivar o espaço feminino. De acordo com o Comitê Olímpico do Brasil (COB), o país enviou para os Jogos Sul-Americanos de Praia em Rosário, em 2019, a primeira missão na história inteiramente feminina a liderar a delegação brasileira, com nove mulheres responsáveis por todas as áreas da operação. Neste ano, a entidade lançou o curso Curso Abuso e Assédio Fora de Jogo, voltado para os jovens, como um desdobramento da Política de Prevenção e Enfrentamento ao Abuso e Assédio Sexual e Moral no Esporte, lançada em 2018 em parceria com a ONU Mulheres.

Na última edição dos Jogos Olímpicos, em 2016, a delegação brasileira contou com cerca de 45% de presença feminina entre os 465 atletas participantes. Agora para Tóquio, das 181 vagas já confirmadas para o Brasil, 83 são de mulheres. Elas já garantiram presença, por exemplo, com as seleções de futebol, handebol, vôlei e rúgbi de 7.

"Gratidão às mulheres que lutaram pelos nossos direitos, nosso espaço, por respeito! Seguimos nessa luta! Feliz dia internacional da mulher", escreveu Mayra Aguiar em uma rede social. Bicampeã mundial, a atleta é a única judoca brasileira a subir duas vezes ao pódio olímpico, com os bronzes em Londres 2012 e no Rio 2016.

Qual o número de atletas da delegação brasileira nos Jogos Paralímpicos de Tóquio e qual percentual de mulheres?
Edênia Garcia: crescimento feminino no esporte também tem o desafio da projeção em cargos de gestão. Foto: Ale Cabral/CPB

Investimentos

Em termos de investimento do Governo Federal, a evolução também tem sido gradativa ao longo dos anos. Em 2010, o Programa Bolsa Atleta contemplava 38,7% de mulheres e 61,2% de homens. Já em 2019, os percentuais mudaram para 43,6% e 56,4%, respectivamente. Nesse período, os recursos destinados às bolsistas saltaram de R$ 21,2 milhões para quase R$ 54 milhões.

"Eu acredito muito que esse aumento se deva bastante à divulgação do esporte feminino, dos benefícios, da possibilidade que nós, mulheres, temos de ocupar mais espaços. Isso também nos chama a pensar sobre as mulheres além das arenas esportivas. Precisamos aumentar também o número de mulheres na parte de gestão, na parte técnica e de governança"
Edênia Garcia, medalhista paralímpica e presidente do Conselho Fiscal do Comitê Paralímpico Brasileiro

Entre os 7.428 inscritos no último edital do programa, 3.180 (42,8%) são mulheres. Um estudo promovido pelo Projeto Inteligência Esportiva (IE), da Universidade Federal do Paraná, com dados de 2005 a 2016, e publicado em 2018, também já tinha sugerido um avanço na distribuição do Bolsa Atleta entre homens e mulheres.

"O comportamento desses números é bem natural porque o esporte cada vez mais se torna um ambiente isonômico. A mulher ocupa seu espaço, tem resultados cada vez melhores, eleva cada vez mais o nome do país em competições internacionais e, naturalmente, isso se reflete no programa. Por isso também vemos esse crescimento do número de mulheres atendidas como um espelho do resultado esportivo do mundo feminino no esporte", afirma Mosiah Rodrigues, coordenador geral do Bolsa Atleta. "Espero que os números continuem nesse mesmo ritmo para, cada vez mais, chegarmos à igualdade", acrescenta.

"Eu acredito muito que esse aumento se deva bastante à divulgação do esporte feminino, dos benefícios, da possibilidade que nós, mulheres, temos de ocupar mais espaços", opina a nadadora paralímpica Edênia Garcia. "Nessa última década, falamos muito mais sobre isso, da igualdade de gênero e da mulher no ambiente esportivo", destaca a dona de três medalhas em Jogos Paralímpicos: prata nos 50m costas em Atenas 2004, bronze nos 50m livre em Pequim 2008 e prata nos 50m costas em Londres 2012.

"Isso também nos chama a pensar sobre as mulheres além das arenas esportivas", lembra. "Precisamos aumentar também o número de mulheres na parte de gestão, na parte técnica e de governança. Não adianta somente ampliar o número de competidoras, temos que aumentar também dentro desse ambiente de comissão técnica, que ainda é muito injusto", pondera a nadadora, que foi eleita presidente do Conselho Fiscal do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB).

Natural de Crato (CE), Edênia nasceu com a doença de Charcot-Marie-Tooth, também conhecida como atrofia fibular muscular e atualmente compete na classe S3. Além das medalhas paralímpicas, é tetracampeã mundial nos 50m costas (Mar del Plata 2002, Durban 2006, Eindhoven 2010 e Londres 2019) e pentacampeã parapan-americana (Mar del Plata 2003, Rio 2007, Guadalajara 2011, Toronto 2015 e Lima 2019) na mesma prova.

Rededoesporte.gov.br, com informações do Comitê Organizador de Tóquio e do Comitê Olímpico do Brasil (COB)

Quantos atletas estão na delegação do Brasil nos Jogos Paralímpicos de Tóquio 2020?

A delegação brasileira contou com 259 atletas (incluindo guias, calheiros, goleiros e timoneiro), sendo 163 homens e 96 mulheres, além de comissão técnica, médica e administrativa, totalizando 435 pessoas. Jamais uma missão brasileira em Jogos Paralímpicos no exterior teve tamanha proporção.

Qual o número de atletas da delegação brasileira nos Jogos Olímpicos e paralímpicos?

São ainda 69 medalhistas paralímpicos e 86 estreantes. O tamanho total da delegação brasileira na Paralimpíada de Tóquio, somando comissão técnica, médica e administrativa, é de 422 pessoas. O atletismo segue como principal esperança de pódio para o Brasil em Tóquio.

Quantos atletas brasileiro vão participar das Paralimpíadas 2021?

A Paralimpíada de Inverno está oficialmente iniciada. Com a abertura realizada nesta sexta-feira, o evento, que ocorre na China entre os dias 4 e 13 deste mês, terá representantes do Brasil, que é considerado uma nação referência nos esportes adaptados. São seis atletas em duas modalidades.

Quantos atletas brasileiros participaram das Paralimpíadas?

Os Jogos Paralímpicos de Inverno de Pequim 2022 serão a terceira participação brasileira no evento e contará com o maior número de atletas da história: seis – Aline Rocha, Cristian Ribera, Guilherme Cruz Rocha, Robelson Moreira Lula e Wesley dos Santos, pelo esqui cross-country, e André Barbieri, pelo snowboard.