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O marco histórico do Brasil em direção à Atenção Primária à Saúde (APSAtenção Primária à Saúde) remonta à década de 1980 com a criação do Sistema Único de Saúde (SUSSistema Único de Saúde), fundamentado na universalização, equidade e integralidade, sendo organizado em rede regionalizada e hierarquizada, contando com participação e controle popular, entre outros.1 Nesse sentido, a atenção à saúde no País é centrada em níveis de complexidade dos serviços; de maneira que a APSAtenção Primária à Saúde é a porta de entrada ao SUSSistema Único de Saúde, com base na Estratégia Saúde da Família (ESFEstratégia Saúde da Família) e no agente comunitário de saúde (ACSagente comunitário de saúde). Show O desenvolvimento APSAtenção Primária à Saúde passou por diversas fases e aproximações, com uma variedade ampla entre as unidades da federação (UFunidade da federaçãos) e entre os municípios, de modo que a nomenclatura — ESFEstratégia Saúde da Família, Programa Saúde da Família (PSF), unidade básica de saúde (UBSunidade básica de saúde), centro de saúde, posto de saúde, posto ESFEstratégia Saúde da Família, etc. — e a organização física — unidade própria, unidade alugada, unidade mista, etc. — podem variar de um lugar para outro. A organização geográfica se dá a partir das UFunidade da federaçãos, as quais agrupam municípios próximos de forma a constituir as regiões administrativas da saúde (RAS), visando a garantir acesso regional aos diferentes níveis de atenção (primária ou básica, secundária ou média complexidade e terciária ou alta complexidade), conforme a Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990, que dispõe sobre as condições para promoção, prevenção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes e dá outras providências. A ESFEstratégia Saúde da Família aborda o processo saúde-doença no contexto familiar e ambiental, tendo como ação básica a prevenção dos agravos mais frequentes à saúde, além da promoção da saúde, de modo a possibilitar o acesso universal e contínuo a serviços de saúde de qualidade, conforme os princípios do SUSSistema Único de Saúde, mediante o cadastramento e a vinculação dos usuários. A ESFEstratégia Saúde da Família se caracteriza por equipe mínima (um médico, um enfermeiro, dois auxiliares ou técnicos em enfermagem e seis ACSagente comunitário de saúde) responsável pelo acompanhamento de até quatro mil famílias de uma determinada área geográfica.2 Do ponto de vista da saúde do homem, o princípio é o mesmo dos demais indivíduos, independentemente de gênero, idade, estado de saúde, religião, raça/cor ou qualquer outra característica. A saúde do homem (20 a 59 anos de idade) é concebida à luz da Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem (PNAISH).3 Nessa abordagem, entre outros aspectos, destaca-se a integralidade, que é entendida a partir de duas perspectivas nessa política, a saber:3
Considerando que a porta de entrada no SUSSistema Único de Saúde se dá nas unidades básicas de APSAtenção Primária à Saúde e que tradicionalmente a atenção à saúde do homem tem sido relegada a favor de outros grupos considerados historicamente prioritários (crianças, mulheres e idosos), é necessário o desenvolvimento de processos específicos direcionados à atenção dessa população — tanto aos homens quanto aos profissionais de saúde. Este artigo foca na saúde do homem a partir de dados epidemiológicos, considerando-se a perspectiva relacional de gênero, a ótica do gestor e a linha de cuidados na APSAtenção Primária à Saúde. Destacam-se como principais problemas de saúde na APSAtenção Primária à Saúde:
As taxas de mortalidade e de internação hospitalar aumentam com a idade, e o principal agravo são as causas externas. As doenças do aparelho circulatório ocupam o segundo lugar entre os óbitos e o terceiro entre as internações. As doenças do aparelho digestivo ocupam o segundo entre as internações. Os principais fatores de risco comportamental entre os homens, na ordem de importância, são
Todos os fatores de risco comportamental entre os homens são passíveis de cuidados na APSAtenção Primária à Saúde, seja na promoção ou na prevenção. O objetivo principal deste artigo é ilustrar e discutir a saúde do homem a partir de dados primários de inquérito de base populacional direcionado à APSAtenção Primária à Saúde, de dados secundários do sistema nacional de informações de saúde (mortalidade, morbidade e fatores de risco) e de diálogo com a literatura específica na perspectiva relacional de gênero, na ótica do gestor e da linha de cuidados na atenção básica, principalmente da área de enfermagem, que ocupa a gestão da maioria dos serviços de APSAtenção Primária à Saúde no Brasil.
Ao final da leitura deste artigo, o leitor será capaz de
Qual o papel da Atenção Primária na Saúde do Homem?A Atenção Primária à Saúde (APS) tem como papel, trazer o homem para as Unidades Básicas de Saúde (UBS), com o objetivo de estimular a participação em ações de promoção e educação em saúde, recebendo orientações específicas e também fazendo um atendimento preventivo nesta população, visando à prevenção de doenças que ...
Qual o papel da equipe de saúde com a Saúde do Homem?A atuação do enfermeiro na saúde do homem assume um caráter amplo, visto que esse profissional tem seu campo de atuação em ações de promoção, prevenção, recuperação e reabilitação em saúde.
Qual a importância da Atenção Primária para a população?A Atenção Primária é um dos pilares do atendimento médico brasileiro. Com ela, é possível oferecer mais acesso aos níveis de atenção complexos e, assim, prevenir e tratar inúmeras doenças, promovendo mais bem-estar para toda a população.
O que a Política de atenção Integral à Saúde do Homem aponta?A Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem, portanto, além de evidenciar os principais fatores de morbimortalidade explicita o reconhecimento de determinantes sociais que resultam na vulnerabilidade da população masculina aos agravos à saúde, considerando que representações sociais sobre a masculinidade ...
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