Qual os estudos da psicogênese da língua escrita de Emilia Ferreiro e Ana Teberosky conhecemos os níveis de desenvolvimento da escrita?

De acordo com Emilia Ferreiro e Ana Teberosky (1989), a criança passa por um processo de aquisição de escrita baseado em cinco níveis de hipóteses: pré-silábica, intermediário, hipótese silábica, hipótese silábico-alfabética e hipótese alfabética.

No nível da hipótese pré-silábica, a diferenciação entre a grafia de uma palavra e outra é inexistente, uma vez que os traços são muito semelhantes entre si. Somente o autor da escrita pré-silábica é capaz de identificar o que fez. Desta forma, a escrita nesta fase pode não funcionar como veículo de comunicação.

Outro dado interessante neste processo é o fato da criança diferenciar seus grafismos pelas características do objeto referido. Por exemplo, se a criança representa a escrita das palavras elefante e passarinho, os traços maiores representarão o elefante e os menores o passarinho.

O desenho se torna uma clara estratégia de remissão ao conteúdo registrado pela criança e a necessidade de explicitar o objeto requerido por meio de suas características garante o momento da leitura.

No nível de hipótese intermediário, a criança começa a ter consciência de que existe alguma relação entre a pronúncia e a escrita, além de começar a desvincular a escrita das imagens, dos números e das letras.

As produções da criança apresentam progressos gráficos e construtivos em relação ao nível anterior, embora só demonstre estabilidade ao escrever seu próprio nome ou palavras que teve oportunidade e interesse de gravar, pois ainda conserva as hipóteses da quantidade mínima e da variedade de caracteres.

Já no nível de hipótese silábica, as letras começam a serem usadas com valores silábicos fixos e o conflito entre a nova fase e a fase anterior provoca na criança um amadurecimento educacional.

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Assim, a criança percebe que a escrita representa a fala e tenta dar valores sonoros às letras, supondo que deve escrever tantos sinais quantas forem às vezes que mexe a boca - cada sílaba oral corresponderá uma letra ou um sinal. Nesta fase, as produções de frases da criança costumam aparecer com a representação de uma letra para cada palavra.

Quando a criança passa da hipótese silábica para a silábico-alfabética, ela inicia uma busca por símbolos para expressar a escrita dos objetos referidos, tentando aproximar o máximo à representação sonora da representação gráfica.

De tal modo, a criança pode combinar só vogais ou só consoantes, fazendo grafias equivalentes para palavras diferentes ou combinar vogais e consoantes numa mesma palavra, na tentativa de ajustar os sons, mas sem tornar ainda sua escrita socializável.

Na última hipótese do processo de aquisição da escrita, o nível de escrita da criança é classificado como alfabético. Nesta fase, a criança compreende que a escrita tem uma função social: a comunicação.

Embora na transição para esta fase a criança ainda possa omitir letras e não separar todas as palavras na frase, ela é capaz de demonstrar que conhece o modo de construção da escrita e sabe que cada um dos caracteres corresponde a valores menores que a sílaba, além de conhecer também o valor sonoro de todas ou quase todas as letras, sem haver problemas no que se refere ao conceito da escrita.

Eliane da Costa Bruini

Como incentivar o hábito da leitura?

Por Maria Carolina 21 jan., 2020

A leitura é um dos pilares mais importantes da construção do conhecimento e do desenvolvimento infantil. No entanto, o hábito deve acompanhar (e respeitar) o desenvolvimento psíquico e intelectual dos pequenos. Para isso, é importante compreender os estágios que caracterizam o desenvolvimento dos pequenos com a leitura. Até os dois anos, por exemplo, a criança não interage tão ativamente com as palavras. O ponto de interesse está, direcionado às imagens e texturas que os livros oferecem. Entre os dois e três anos, os livros podem apresentar um contexto e se relacionar à rotina da criança. É a hora de fazer a ligação entre as tarefas e hábitos do dia a dia, com o que é contato, como o desfralde ou ainda para ensinar pequenas tarefas. Dos três até os seis anos de vida, a criança já pode encontrar no livro uma forma de lazer. No entanto, as imagens ainda são de grande importância, apesar de que, as histórias passam a carregar sua importância despertando interesse das crianças. Nesta fase também, é importante explorar os momentos em família para ler histórias, para exemplificar e conversar sobre o que contado. Mas, a partir de qual momento os pais podem começar a incentivar esse hábito? A partir de quando se deve incentivar a leitura? Para responder a estas perguntas vamos pensar sobre o seguinte: Pesquisas recentes indicaram que o brasileiro lê, em média, somente 2,43 livros inteiros por ano e que o gosto pela leitura está diretamente relacionado à uma escolaridade mais elevada. Em outras palavras, pessoas que leem mais têm, geralmente, acesso mais amplo ao conhecimento. Ao descrever sobre o incentivo ao hábito da leitura, a figura da mãe é apontada como alicerce para o desenvolvimento do gosto por livros. Podemos afirmar então, que apesar de as crianças aprenderem a ler por volta dos cinco anos de idade, é indicado que o costume seja explorado antes de tal idade para despertar, de fato, o interesse deles. Em outras palavras, a criança pode observar e replicar o comportamento dos pais e cuidadores e, assim, pegar gosto pelos livros. Por isso, é fundamental explorarmos oportunidades lúdicas para incorporar a leitura na rotina da criança e darmos o exemplo. Além disso, quanto mais tarde o hábito de leitura for implementado, menos eficientemente os benefícios serão incorporados. Assim, a verdade é que nunca é cedo demais para incentivar a imaginação das crianças. Os pais podem contar histórias para seus filhos desde o nascimento! É importante gradativamente, aumentar a intensidade das emoções e o tamanho das narrativas que serão contadas. Quando menos esperar, as crianças irão querer ler sempre mais e mais livros inteiros! Mas existem alguns cuidados para que a criança se interesse pela leitura? Claro que sim, acompanhe algumas dicas: • apresente livros que estão de acordo com a faixa etária, com histórias adequadas e que eles vão compreender; • deixe a criança explorar o livro, virar as páginas e viver um momento de descoberta; • não empurre ou force a leitura, porque pode surtir o efeito contrário. Por isso, deixe livros espalhados por lugares estratégicos, para que o interesse surja naturalmente; • ao ler para as crianças, interprete frases e história, dando vida aos personagens ao descrever as imagens que decoram as páginas. Falaremos melhor a seguir sobre cada uma dessas questões. No mais, como a criança pequena está em fase de imitação, é positivo quando os pais também gostam de ler e dedicam um tempo para tal. Assim, esse pode ser um ponto a ser trabalhado em família. Já pensou? Existem algumas dicas que você pode adotar para que a técnica de leitura seja aprimorada. Por isso, tenha em mente que, para a leitura ser mais eficiente, você pode: • optar por histórias que aguçarão a curiosidade da criança, buscando temas de seu interesse e compatíveis à sua realidade; • levar a criança à uma livraria ou biblioteca para que ela possa escolher os livros que considerar mais estimulantes e atraentes; • estar presente no momento da leitura, pois essa interação será preenchida por maior atenção, carinho e melhores lembranças; • ajudar o pequeno a desenvolver uma entonação mais adequada, contribuindo ainda mais para seu desenvolvimento linguístico; • criar um ambiente propício para aumentar a imaginação e melhorar a atmosfera literária, promovendo maior interesse pela leitura. Montar um cantinho aconchegante, com luz um pouco mais baixa e menos estímulos que possam distrair a criança já é um bom começo. Também é possível estimular a leitura a partir de uma abordagem ativa para a evolução do hábito literário. Peça para o pequeno representar em desenhos o que viu ou compreendeu das histórias compartilhadas em livros. É possível também conversar sobre as obras, levantando dúvidas e questões que podem potencializar o interesse por novas histórias. Nessa hora, é fundamental permitir que a criança explore sua mente e sua criatividade. Viu só como criar o hábito de ler é importante para o desenvolvimento das crianças em vários aspectos? Por si só, a leitura aumenta a imaginação, desenvolve a capacidade criativa, promove melhorias na habilidade linguística, trabalha as emoções das crianças e as ajuda a aprimorarem suas habilidades comunicativas. Todos esses benefícios terão um significativo efeito a longo prazo, podendo contribuir para o maior sucesso pessoal e profissional da criança. De modo geral, não são muitos os pais que se dedicam adequadamente a promover a motivação de que os filhos precisam para lerem mais e melhor. Comece a incentivar essa poderosa prática ainda dentro de casa, deixando que os profissionais da educação apenas a aperfeiçoem! Lembre-se de que os pais possuem um papel crucial no desenvolvimento da rotina literária dos filhos. E você, já incentiva esse hábito pra lá de benéfico da leitura em sua casa, com seus filhos?

Qual os estudos da Psicogênese da Língua Escrita de Emilia Ferreiro e Ana Teberosky?

A psicogênese da língua escrita é baseada nos conceitos piagetianos e tem como base o processo de construção da escrita, focando na criança como protagonista do seu próprio aprendizado. A teoria da psicogênese da língua escrita foi formulada e comprovada por duas psicolinguistas argentinas, Ferreiro e Teberosky.

Quais são os estudos de Emilia Ferreiro e Ana Teberosky?

Emilia Ferreiro e Ana Teberosky partiram do pressuposto da teoria piagetiana – de que todo conhecimento possui uma origem – e, pelo método clínico de Piaget, observaram 108 crianças e seu funcionamento do sistema de escrita.

Quais são os níveis de escrita de acordo com Emilia Ferreiro?

Ferreiro e Teberosky definiram em quatro níveis de aprendizagem, são eles: pré-silábico; silábico; silábico alfabético; alfabético até o alcance no nível ortográfico. A partir de uma pesquisa desenvolvida no decorrer de dois anos e de um trabalho experimental com crianças entre quatro e seis anos de idade.

Quais são os níveis da psicogênese da escrita?

Os quatro mais importantes são: nível pré-silábico, silábico sem valor sonoro e com valor sonoro, silábico-alfabético e silábico. No entanto, alguns teóricos incluem também a fase icônica e a garatuja.