TRÂNSITO Show WILLIAM FRANÇA
O Conselho Nacional de Trânsito vai rever algumas regulamentações do Código de Trânsito Brasileiro sobre o uso de equipamentos obrigatórios. Crianças na frente Próximo Texto | Índice Empresário reconhece a importância do cinto e pensa que além de salvar vidas, dispositivo livra de multas (Foto: Marcos Ermínio)O uso do cinto de segurança é obrigatório em todo o território nacional desde 1997. Determinada pelo artigo 65 do CTB (Código de Trânsito Brasileiro), instituído pela Lei nº 9.503, a regra provoca multa se for descumprida. Mesmo assim, na maioria das vezes, a lei só é respeitada pelo motorista. Para os passageiros dos veículos, parece não significar nada. Em enquete realizada pelo Campo Grande News, 69% dos leitores admitiram não ter a prática do uso do cinto quando estão sentados na parte traseira do carro. Fora da internet, nas ruas, é possível verificar o mau comportamento de usuários que, em sua maioria, só utilizam o dispositivo de segurança no banco da frente. Na teoria, a avaliação de que o cinto de segurança salva vidas é unânime. Contudo, na prática, a situação é diferente. Como é mais fácil passar pela fiscalização sem ser visto no banco de passageiros, o dispositivo é deixado de lado. “Eu não gosto de usar cinto porque incomoda. Às vezes me esqueço. Quando viajo, coloco com mais frequência”, disse a motorista Cristiane de Morais, 28 anos, lembrando que não orienta seus passageiros a utilizarem o cinto. Já o empresário Ricardo Souza Lima, 37, reconhece a importância do uso do dispositivo no banco traseiro, mas confessa que só manda seus passageiros usarem por temor das multas. “Só falo para usarem porque senão leva multa. É difícil, mas é só por isso. Não tenho medo de acidentes”, revela. O pastor Paulo Silva, 39, lembra que usar o cinto traz mais segurança não só para o motorista, mas também para o passageiro. Mesmo assim, os três ocupantes da parte detrás do veículo não usavam o dispositivo. “É responsabilidade nossa”, defendeu uma das jovens que estava sentada. Acostumado a ir e vir pela cidade várias vezes durante o dia, o taxista Eduardo da Silva, 40, afirma que “às vezes” se lembra de pedir para que o passageiro utilize o cinto. “Quando os passageiros estão com pressa eu cobro”, afirma lembrando que o risco de uma batida pode ser maior. Em alguns minutos de abordagens no cruzamento da Avenida Fernando Corrêa da Costa com a Rua 13 de Maio, a aposentada Maria Xavier, 63, foi a única passageira encontrada que utilizava o cinto de segurança no banco traseiro. “Me dá mais segurança”, contou rapidamente. Já o vendedor Douglas Lincoln, 29, diz que determina que seus passageiros utilizem o dispositivo de segurança “tanto na cidade quanto na estrada”. “Tem gente que só usa na rodovia, mas acho que é importante em todos os lugares, até para segurança de quem está conduzindo”, opina. Aposentada não abre mão do uso do cinto e afirma: "é mais seguro" (Foto: Marcos Ermínio)Legislação – Deixar o condutor ou passageiro de usar o cinto de segurança do veículo, conforme previsto no artigo 65 do CTB, é infração considerada grave e passível de multa, além de medida administrativa. De acordo com cabo Canale, da assessoria de comunicação da PRE (Polícia Rodoviária Estadual), o motorista é responsável pelos passageiros. “Se o motorista usar o freio repentinamente, o cinto evita que o corpo do passageiro seja arremessado para frente ou jogado para fora do carro”, exemplifica. A conscientização deve ser do condutor do veículo, que “orienta os passageiros a utilizar o cinto de segurança”. O cabo ainda lembra que as chances de se evitar uma lesão grave ou fatal, em um acidente, são maiores quando se usa o dispositivo. Quando começou o uso do cinto de segurança no Brasil?Em 1994 o cinto de dois pontos passou a ser obrigatório no Brasil. Três anos após, 1997, adotou-se o cinto de três pontos no banco dianteiro.
Quem criou a lei do cinto de segurança?Gilberto Lehfeld, diretor do DSV (Departamento de Operação do Sistema Viário), classificou como ``brilhante" a idéia de se obrigar o cinto na cidade. O diretor do DSV lembra que em 1985 o Contran (Conselho de Trânsito) baixou uma resolução obrigando o cinto na cidade.
Quando e por quem o cinto de segurança foi inventado?Em 1903, um francês chamado Gustave Désiré Liebau patenteou a invenção, e apenas na década de 1950 o cinto começou a ser fabricado com os veículos, mas o modelo ainda era simples, de duas pontas. Foi o engenheiro da Volvo Nils Bohlin quem criou o cinto de três pontas em 1959.
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