Tem álbum da Copa em Portugal

Quem vai a um "quiosque" em Lisboa e pede "uma saqueta de cromos" paga 0,60 euro (cerca de R$ 1,80). É assim que se compra um pacote de figurinhas do álbum da Copa do Mundo, mania no Brasil e também parte da rotina de portugueses. Em Portugal, álbum se chama "caderneta" e os números de repetidas são compilados nas "listas de faltas". Time, por sua vez, é chamado de equipa.

A troca de figurinhas em espaços públicos foi constatada pelo G1 durante viagem à capital de Portugal para cobertura do festival Rock in Rio Lisboa. Além de vender pacotes, as bancas de jornal comercializam também figurinhas avulsas. Elas custam geralmente 0,25 euro cada (por volta de R$ 0,75).

Em lugares como na frente de uma cafeteria no bairro do Chiado, na região central de Lisboa, portugueses e alguns brasileiros que moram na cidade têm o costume de trocar figurinhas da Copa. No ponto de troca próximo da Praça de D. Pedro IV, há também vendedores de figurinhas. Eles cobram 0,25 euro por cromo. Aceitam, em dias de menor movimento, trocar uma por quatro repetidas. No Brasil, a prática também é comum em bancas.

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"Em Portugal, é mais complicado conseguir os cromos do Brasil e da Espanha", teoriza o vendedor João Andrade, de 48 anos. A editora Panini, responsável pelo álbum oficial da Copa, já informou em comunicado oficial que todas as figurinhas são impressas em quantidades iguais. O que pode fazer com que um cromo seja mais "difícil" do que outro é a vontade do colecionador em não incluir determinados jogadores entre suas repetidas. Quem coleciona pode preferir, por exemplo, colar a figurinha em algum outro lugar sem ser o álbum ou deixar o cromo considerado mais "precioso" guardado na gaveta.

Andrade diz que já é uma tradição dos portugueses trocar figurinhas nos arredores da Estação Ferroviária do Rossio. "Isso acontece há mais de 80 anos", diz ele. Assim como outros lusitanos, lamenta o fato de Cristiano Ronaldo estar com uma inflamação no joelho esquerdo. "Vocês brasileiros têm que torcer para que ele esteja na Copa. Se o Brasil ganhar, tem que ganhar estando lá os melhores", explica o vendedor, empolgado.

O designer brasileiro Edson Rosas, de 40 anos, estava em busca de figurinhas para completar o álbum do filho Tom, de 10. O garoto diz que gostaria de completá-lo antes do começo da Copa, marcado para 12 de junho. Mas se quiser fazer isso, o pai, que mora em Portugal há seis anos, terá provavelmente que enfiar a mão no bolso. "Aqui é mais comum comprar cromos do que trocar. Não é como no Brasil, que tem gente trocando em cada esquina, em praças e na frente de bancas", conta Edson.

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