Como o conhecimento e a tecnologia influencia no desenvolvimento da inovação?

Análise e Desenvolvimento de Sistemas (Universidade Nove de Julho, 2008)
MBA em Gestão Empresarial (Universidade Nove de Julho, 2010)

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O surgimento de novas tecnologias de tempos em tempos, representam grandes oportunidades para muitas empresas quando estas priorizam tornar mais consistentes seus instrumentos negociais, dos quais são dependentes para gerenciar suas operações internas e manter a competitividade, subsidiando a tomada de decisão e impulsionando a produtividade.

Por sua vez, a inovação, basicamente o processo de transformação de velhos hábitos e costumes onerosos em práticas mais enxutas e fluidas que demandem menos recursos e ofereçam maiores e melhores resultados, não ocorre exclusivamente por meio de investimentos financeiros. Para que ela se estabeleça, sobretudo, é preciso a manutenção da capacidade inovadora – geralmente resultado da experiência organizacional – permeando todas as etapas dos processos de negócio, além de um ambiente favorável e políticas de incentivos específicos que aproximem ideias promissoras de realizações concretas.

Toda empresa precisa levar em conta que a atratividade, durabilidade e utilidade de seus produtos ou serviços é naturalmente limitada. A isto se atribui o fato de que tanto o mercado quanto seus consumidores, influenciados pelo surgimento de novas tendências e tecnologias, experimentam ajustes permanentes em seus padrões de exigências, preferências e necessidades.

Neste sentido, as inovações tecnológicas representam a adoção de técnicas, modelos ou ferramentas mais eficientes que impactam o fator de desenvolvimento de produtos e serviços em geral, normalmente em nível de processos, modificando, reorientando ou refinando seus scripts de criação.

Há quem defenda que o processo de inovação em si mesmo reflete uma clara distinção entre a busca por informação e a busca por conhecimento, embora algumas definições tratem ambos os termos como sinônimos.

A ideia se baseia na constatação lógica de que quanto maior for o volume de informação adquirido, maior será a necessidade de recursos que transformem estes insumos em elementos essenciais à geração de novos produtos, serviços e até mesmo novas tecnologias, incrementando o aprendizado e fortalecendo a competência, ou seja, gerando mais conhecimento.

Aliás, o próprio processo de inovação tecnológica, em seu exercício contínuo, significa o acumulo de conhecimento ao longo do tempo, além de ocasionar vantagem estratégica, pois saber torna mais fácil efetuar.

Por outro ângulo, podemos facilmente admitir o desafiador processo de inovação como um produto direto do sistema tecnológico.

Contudo, a questão que implica este desafio é complexa, visto que o processo de inovação tecnológica acontece não só por meio de intervenções internas, mas também mediante influencias externas, requerendo que qualquer proposta inovadora deva se ajustar a estas vertentes, ao passo que todas as concepções sejam conduzidas com neutralidade. Assim, encontrar uma forma de inovar harmonizando tais aspectos pode trazer muitos benefícios.

Do ponto de vista do saber, estimular a busca sistemática da inovação tecnológica é proporcionar também um processo de geração de conhecimento e capacitação organizacional, cada vez mais valioso em termos de tecnologia.

Por fim, podemos concluir que a inovação tecnológica adquiriu uma importância crucial como perspectiva de desenvolvimento e sustentabilidade na ótica empresarial. Com efeito, a competitividade de um negócio está cada vez mais subordinada à habilidade das organizações em desenvolver estratégias que assimilem novos conhecimentos e novas tecnologias, tanto em seus produtos quanto em seus processos de produção, gestão e comercialização.

O rápido desenvolvimento tecnológico e a crescente especialização do conhecimento impedem que uma empresa detenha todo o conhecimento relevante. Dessa forma, todas as organizações são forçadas a demonstrar suas capacidades produtivamente, movimentando o mercado e estabelecendo uma relação de dependência de conhecimentos complementares, nutrindo o processo de inovação.

Em resumo, a inovação tecnológica é o resultado de um processo que demanda um esforço coletivo constante, sistêmico e cumulativo. Por isso, uma política de inovação geralmente se dá pela disseminação de diretrizes que norteiam os objetivos organizacionais.

Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/administracao_/inovacao-tecnologica/

Como o conhecimento e a tecnologia influencia no desenvolvimento da inovação?
Como o conhecimento e a tecnologia influencia no desenvolvimento da inovação?
A ciência e a tecnologia alimentam-se uma à outra, impulsionando ambas para a frente. O conhecimento científico permite-nos desenvolver novas tecnologias, que muitas vezes nos permitem fazer novas observações sobre o mundo, que, por sua vez, nos permitem construir ainda mais conhecimento científico, que, em seguida, vai inspirar outra tecnologia … e assim por diante. Como exemplo, vamos começar com uma única ideia científica e seguir as suas aplicações e impactos através de vários campos diferentes da ciência e da tecnologia, desde a descoberta dos eletrões em 1800 até à análise forense moderna e à identificação de ADN …

De cátodos à cristalografia

Começamos a nossa história no final do século XIX com um pouco de tecnologia que ninguém compreendia bem na época, mas que estava prestes a mudar a face da ciência: o tubo de raios catódicos (nodo A no diagrama em baixo). Era um tubo de vidro selado, esvaziado de quase todo o ar — mas quando se fazia passar uma corrente elétrica através do tubo, já não parecia vazio. Misteriosos raios de luz atravessavam o tubo. Em 1897, os físicos descobriram que esses raios catódicos na verdade eram correntes de eletrões (B). A descoberta do eletrão, por sua vez, conduziu à descoberta dos núcleos atómicos em 1910 (C). No domínio da tecnologia, o tubo de raios catódicos aos poucos evoluiu, até levar à televisão (que é construída a partir de um tubo de raios catódicos em que o feixe de eletrões é defletido de modo a produzir uma imagem numa tela) e, eventualmente, a vários tipos de monitores de imagem (D e E). Mas isso não é tudo …

Em 1895, o físico alemão Wilhelm Roentgen percebeu que o seu tubo de raios catódicos parecia estar a produzir algum outro tipo de raio, além das luzes no interior do tubo. Estes novos raios eram invisíveis, mas faziam com que uma tela no seu laboratório se iluminasse. Ele tentou bloquear os raios, mas eles atravessavam papel, cobre e alumínio, mas não chumbo. E não atravessavam osso. Roentgen percebeu que os raios revelavam a tênue sombra dos ossos na sua mão! Roentgen descobriu os raios-X, uma forma de radiação eletromagnética (F). Esta descoberta iria, naturalmente, levar pouco depois à invenção da máquina de raios-X (G), que, por sua vez, iria evoluir para o aparelho de tomografia computadorizada (H) - ambos os quais se tornariam essenciais para diagnósticos médicos não-invasivos. E a máquina de TAC seria adotada pouco depois por outros ramos da ciência — investigação neurológica, arqueologia e paleontologia, em que a tomografia computadorizada é usada para estudar o interior de fósseis (I). Além disso, a descoberta dos raios-X, eventualmente, levaria ao desenvolvimento de telescópios de raios X para detetar a radiação emitida por objetos no espaço profundo (J). E estes telescópios, por sua vez, foram lançar luz sobre os buracos negros, supernovas e as origens do universo (K). Mas isso não é tudo …

A descoberta dos raios-X também levou William e William Bragg (uma equipa de pai e filho), em 1913 e 1914, à ideia que os raios X poderiam ser usados para descobrir a disposição de átomos num cristal (L). Isso funciona um pouco como tentar descobrir o tamanho e a forma de um edifício com base na sua sombra: pode-se, a partir da forma da sombra, fazer uma suposição sobre as dimensões do edifício. Quando os raios-X atravessam um cristal, alguns raios-X são desviados ou dispersos (isto é, difratam) pelos átomos no cristal. Pode-se então extrapolar, a partir dos locais em que se observam os raios-X difratados, quais as posições relativas dos átomos do cristal. Esta técnica é conhecida como cristalografia de raios-X, e influenciou profundamente o curso da ciência, fornecendo imagens de estruturas moleculares.

Talvez a consequência mais notável tenha sido que Rosalind Franklin usou cristalografia de raios-X para ajudar a descobrir a estrutura da molécula-chave da vida: o ADN. Em 1952, Franklin, tal como James Watson e Francis Crick, estava a trabalhar na estrutura do ADN — mas a partir de uma perspetiva diferente. Franklin foi laboriosamente produzindo imagens difratadas de ADN, enquanto que Watson e Crick estavam a experimentar diferentes estruturas com modelos das moléculas que o compõem. Na verdade, Franklin já havia proposto uma forma de hélice dupla para a molécula, quando, em 1953, um colega mostrou a imagem mais reveladora de Franklin a Watson. Essa imagem convenceu Watson e Crick que a molécula era uma hélice dupla, e indicou o arranjo dos átomos dentro dessa hélice. Ao longo das semanas seguintes, a famosa parelha usaria os seus modelos para identificar corretamente os detalhes químicos do ADN (M).

O impacto da descoberta da estrutura do ADN na investigação científica, medicina, agricultura, conservação, e outras questões sociais tem sido de grande alcance — tanto assim, que é difícil escolher quais linhas de influência seguir. Para escolher apenas uma, a compreensão da estrutura do ADN (juntamente com muitos outros dados) finalmente permitiu aos biólogos desenvolver um método rápido e fácil de copiar pequenas quantidades de ADN, conhecidos como RCP - reação em cadeia da polimerase (N). Esta técnica (desenvolvida na década de 1980), por sua vez, permitiu o desenvolvimento de tecnologias de identificação por impressão digital de ADN, que se tornaram uma parte importante das investigações criminais modernas (O).

Tal como mostrado pelo fluxograma acima, o conhecimento científico (como a descoberta dos raios-X) e tecnologias (como a invenção da RCP) estão profundamente interligados e alimentam-se um ao outro. Neste caso, seguindo a influência de uma única tecnologia, o tubo de raios catódicos, ao longo de um século, levou-nos numa viagem que abrange fósseis antigos, supernovas, a invenção da televisão, o núcleo atómico, e a identificação com ADN. E mesmo esta complexa rede está incompleta. Compreender a estrutura do ADN, por exemplo, levou a muitos avanços para além do desenvolvimento de RCP. E da mesma forma, a invenção do aparelho de tomografia computadorizada dependeu de muito mais conhecimento científico do que apenas uma compreensão de como as máquinas de raios-X funcionam. O conhecimento científico e a tecnologia formam um labirinto de conexões em que cada ideia está ligada a todas as outras ideias através de um caminho sinuoso.

Como o conhecimento e a tecnologia influencia no desenvolvimento da inovação?
Como o conhecimento e a tecnologia influencia no desenvolvimento da inovação?
Como o conhecimento e a tecnologia influencia no desenvolvimento da inovação?
Como o conhecimento e a tecnologia influencia no desenvolvimento da inovação?
O progresso científico frequentemente conduz a inovações tecnológicas, que podem, por sua vez, contribuir para novas descobertas científicas.
Como o conhecimento e a tecnologia influencia no desenvolvimento da inovação?
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Como o conhecimento e a tecnologia influencia no desenvolvimento da inovação?
Como o conhecimento e a tecnologia influencia no desenvolvimento da inovação?
Através de muitas etapas intermédias, o tubo de raios catódicos está ligado aos avanços modernos no ADN. Para saber mais sobre as etapas que antecederam a descoberta do arranjo dos átomos de ADN, visite A estrutura do ADN: Cooperação e competição.
Como o conhecimento e a tecnologia influencia no desenvolvimento da inovação?
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Como o conhecimento e a tecnologia influencia no desenvolvimento da inovação?
Como o conhecimento e a tecnologia influencia no desenvolvimento da inovação?
Aqui, examinámos as ligações feitas por uma única tecnologia com muitos avanços científicos e tecnológicos diferentes. Para ver o outro lado — um caso em que diferentes áreas do conhecimento científico convergem numa única tecnologia — confira Ciência na palma da mão.
Como o conhecimento e a tecnologia influencia no desenvolvimento da inovação?
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Como a tecnologia influencia no desenvolvimento da inovação?

A tecnologia auxilia os colaboradores a se manterem atentos ao surgimento de novas oportunidades e nichos de mercado e o investimento em infraestrutura tecnológica também contribui com a melhoria da forma como a organização é percebida pelos clientes e pelo público em geral.

Qual é a relação entre tecnologia e inovação?

Qual é a diferença entre inovação e tecnologia? Apenas o investimento em novas tecnologias não representa uma inovação propriamente dita. É necessário incentivar uma mudança na cultura da empresa. A inovação deve ser implementada com propósito, estratégia e um mindset de renovação e aperfeiçoamento.

Qual a importância da tecnologia e do desenvolvimento tecnológico?

Além de tornar mais fácil a rotina da sociedade, toda essa evolução também contribuiu na redução de gastos, principalmente para as empresas. Já que é possível usar a tecnologia para diminuir a mão de obra, agilizar os processos de vendas, melhorar o atendimento ao cliente, entre inúmeras outras possibilidades.

Quais são os principais fatores que influenciam o processo de inovação?

Dez Fatores de Sucesso da Inovação – 10 FSI.
Tecnologia. ... .
Stakeholders. ... .
Qualidade. ... .
Vantagem competitiva. ... .
Entrega de valor. ... .
Custo-benefício. ... .
Experiência do cliente. ... .
Criatividade..