De quem é a obra os miseraveis

Em 3 de abril de 1862, durante exílio na ilha de Guernsey, Victor Hugo (1802-1885) publicou o livro Os Miseráveis, uma verdadeira epopeia popular que imortalizaria personagens como Jean Valjean, presidiário em liberdade condicional. O pano de fundo é a história recente de então, a partir da batalha de Waterloo até a insurreição republicana de 1832.

Filho de um general do Império constantemente ausente, Victor Hugo foi criado basicamente por sua mãe. Aluno ainda do Liceu Louis Le Grand, tornou-se conhecido ao publicar a sua primeira coletânea de poemas Odes, recebendo uma pensão de Luís XVIII.

Líder de um grupo de jovens escritores, Hugo publicou em 1827 sua primeira peça de teatro em verso, Cromwell, seguida por Orientales e Hernani.

Ao lado de Nerval e Gauthier, tornou-se o porta-voz do romantismo. Em 1831, publicou seu primeiro romance histórico, Notre-Dame de Paris (também conhecido pelo título O Corcunda de Notre-Dame), e sete anos depois, a obra-prima romântica Ruy Blas. Em 1841, foi eleito para a Academia Francesa.

Em 1843, a morte de sua filha Leopoldine o atormentou. Empreendeu então uma carreira política. Elegeu-se para a Assembleia Constituinte em 1848 e tomou posição contra o modelo de sociedade que o cercava: a pena de morte, a miséria, a ordem moral e religiosa. Ardoroso opositor do golpe de Estado de 2 de dezembro de 1851, teve de ir para o exílio em Jersey e Guernesey, lá permanecendo até 1870.

Os Miseráveis, que conheceu um imenso sucesso popular na época, expõe claramente a filosofia política de Hugo. É um mundo em que há cooperação – e não luta – de classes; em que o empreendedor desempenha uma função essencialmente benéfica para todos; em que o trabalho é o meio essencial do aprimoramento pessoal e social; em que a intervenção do Estado por motivos moralistas - seja do policial ou do revolucionário obcecado pela justiça terrena - é um dos principais riscos para o bem geral.

Enredo de Os Miseráveis

A obra narra a história de Jean Valjean, que, por ver os irmãos passarem fome, assalta uma padaria para roubar um pedaço de pão. Preso, é condenado a 5 anos. Acaba sendo condenado outras vezes por tentativas de fuga e mau comportamento na cadeia, tendo de cumprir 19 anos de reclusão.

Posto em liberdade condicional, tem de se apresentar regularmente às autoridades, condição que, apesar dos altos riscos, nunca cumpriu. Valjean se sente marginalizado por todos, pois carrega o "passaporte amarelo" que o identifica como ex-presidiário. Um bispo, Bienvenu, o ajuda, mas ao invés de se mostrar grato rouba sua prataria. É preso, pois as peças de prata ostentavam o brasão do bispo. No entanto, o bispo se recusa a denunciá-lo e diz que era um presente que tinha dado a Valjean.

O bispo é para ele um homem de Deus, que lhe deu lição de solidariedade e o trata como filho, fazendo com que volte a crer na humanidade. Após 9 anos sob nova identidade, Valjean prospera como negociante de vidrilhos, tornando-se um homem rico e respeitado como prefeito da pequena cidade de Vigau.

Desolado diante do drama de uma das suas operárias, Fantine, demitida de sua fábrica, e que tem de recorrer à prostituição para sustentar sua filha, Cosette, Valjean decide salvar a criança, adotando-a, mas não a tempo de impedir a morte da mãe.

Ocorre que o inspetor Javert é transferido para a mesma cidade. Javert era o homem que tratara o prisioneiro Valjean com crueldade. Quando Javert o reconhece, fica obcecado em desmascará-lo.

Contudo, um outro homem é acusado de ser Jean Valjean, mas o verdadeiro Jean Valjean, que estava no tribunal durante o julgamento, diz que o acusado é inocente, provando que ele é Jean Valjean. Isto fará com que Javert inicie uma caçada sem tréguas para prender Valjean, o que o faz passar toda a vida fugindo com Cosette por todos os cantos do mundo.

Até que retornam para a França e lá permanecem na casa de um velho amigo. Cosette se apaixona por Marius, um jovem aristocrata ligado aos meios revolucionários parisienses. Ao descobrir que o amor de Cosette não podia ser combatido, Valjean, apesar da presença de Javert, vai retirar Marius das barricadas, durante uma revolta, e o transporta ferido através dos esgotos de Paris.

Finalmente, Javert acaba por se convencer que toda a perseguição de décadas não passava de crime contra “um homem de Deus” e se suicida. Jean Valjean morre tendo ao lado Marius e Cosette.

“Tenho a convicção de que este livro será um dos pontos mais altos de minha obra, se não o mais alto de todos” – Victor Hugo

Tesouro assinado pelo autor francês Victor Hugo, ‘Os Miseráveis’ é a maior obra literária do século XIX e, hoje, completa 156 anos. Desde o primeiro lançamento, ela é considerada o romance mais expressivo do escritor – com 1511 páginas, a propósito. Por isso, reunimos 9 curiosidades para quem quer ficar por dentro dos bastidores deste clássico que até hoje faz muito sucesso e nos emociona. Segundo @naomistange, uma de nossas seguidoras do Instagram, o enredo tão envolvente “é sobre a essência humana e, enquanto houver pessoas, ele vai fazer sentido. Não porque define a essência humana, mas porque trata sobre o desenvolvimento dela. E enquanto os significados são passageiros, a busca por eles é eterna”.


1- A frase mais longa de um livro vem da obra ‘Os Miseráveis’ com 823 palavras.


2- Victor Hugo começou o livro em 1846, mas precisou interromper em 1848. Em 1851, o escritor retomou a escrita do romance e trabalhou em novos capítulos, diálogos e divagações até um ano antes da sua publicação, em 1862.


De quem é a obra os miseraveis


3- Em 24 horas, foram vendidos mais de 7 mil exemplares só na França.


4- No dia 3 de abril de 1862, a obra foi publicada em 8 cidades simultaneamente: Leipzig, Bruxelas, Budapeste, Milão, Roterdã, Varsóvia, Rio de Janeiro e Paris. O lançamento era aguardado ansiosamente em toda sociedade europeia da época.


5- Jean Valjean é o personagem que consolida os principais ideais do autor, pautando as temáticas de pobreza, desigualdade social e injustiça em um mundo cheio de perversidades e grosserias. A obra narra a emocionante história do homem que, por ter roubado um pão, é condenado a dezenove anos de prisão.

De quem é a obra os miseraveis


6- O contexto da obra é ambientado com a França do século XIX como pano de fundo, que vivia grandes batalhas – entre elas, a Batalha de Waterloo e os motins de junho de 1832.


7- O livro é dividido em cinco volumes, sendo nomeados da seguinte forma:
Volume 1 – Fantine
Volume 2 – Cosette
Volume 3 – Marius
Volume 4 – Idílio da Rua Plumet e epopeia da Rua Saint-Denis
e Volume 5 – Jean Valjean
Cada um deles é voltado para os acontecimentos e aventuras da vida dos personagens do romance.


A questão sobre igualdade é que todos são iguais quando morrem!”


8- O clássico de Victor Hugo foi adaptado para o cinema mais de 50 vezes e, em 2013, conquistou três estatuetas do Oscar.


9- A adaptação teatral também é um fenômeno muito potente. Tanto que, desde 1985, ela é apresentada de forma ininterrupta no teatro Barbican Centre, em Londres.


Chega sempre a hora em que não basta apenas protestar: após a filosofia, a ação é indispensável”

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Quem é o autor do livro Os Miseráveis?

Victor Hugo

O que retrata a obra Os Miseráveis?

“Os Miseráveis” conta a história de um homem que sofre durante toda sua vida por causa de um erro cometido na juventude. A saga de Jean Valjean se passa na França revolucionária do final do século XVIII e início do XIX quando monarquistas e republicanos lutavam pelas ruas.

Porque Victor Hugo escreveu Os Miseráveis?

Victor Hugo escreveu um longo prefácio metafísico a Os Miseráveis, que acabou nunca usando. Nele, Hugo afirma q a intenção do romance era fazer com que Deus penetrasse na sociedade humana. Hugo era anticlerical mas não era ateu. Os Miseráveis é um livro profundamente religioso.

Qual a história de Os Miseráveis?

Enredo de Os Miseráveis A obra narra a história de Jean Valjean, que, por ver os irmãos passarem fome, assalta uma padaria para roubar um pedaço de pão. Preso, é condenado a 5 anos. Acaba sendo condenado outras vezes por tentativas de fuga e mau comportamento na cadeia, tendo de cumprir 19 anos de reclusão.