Introdu��o Est� provado que o sedentarismo � um factor de risco de primeira import�ncia para as doen�as cardio-vasculares, bem como para a obesidade, a diabetes, e em menor grau para muitas outras situa��es como a osteoporose, certos cancros, etc. (Barata, 2003) Tendo em considera��o a pir�mide da actividade f�sica, verificamos que tanto a flexibilidade como a resist�ncia encontram-se no segundo patamar dessa representa��o, logo a seguir �s actividades di�rias (caminhar, subir e descer escadas�) e em estreita rela��o de depend�ncia com estas. Em teoria poder-se-� dizer que quanto maior for a actividade di�ria maior ser�o os n�veis de flexibilidade exibidos. Assim, com base nesta rela��o, avan��mos para um estudo (ao longo de 4 anos) dos n�veis de Flexibilidade evidenciados por alunos do 2� ciclo do ensino b�sico Portugu�s, com o intuito de verificar se os n�veis obtidos ajudam a constata��o infeliz e preocupante de que o n�vel de sedentarismo da popula��o portuguesa tem vindo a aumentar. 1. Enquadramento te�rico A Flexibilidade trata-se de uma capacidade coordenativo-condicional que tem uma enorme treinabilidade e que, tamb�m por isso, exemplifica subtilmente o verdadeiro significado da express�o de que �o que depressa se ganha, depressa se perde� . De facto, assim acontece com a esta capacidade, onde se perde rapidamente os ganhos obtidos com o treino se este for interrompido. Trata-se de uma capacidade fundamental para o nosso dia-a-dia e com influ�ncia directa na qualidade de vida. Marques (1990), referencia ainda que a flexibilidade � contrariamente ao que se passa com as restantes capacidades, �ptima quando a crian�a nasce, e que se vai perdendo com o crescimento, sobretudo se n�o for trabalhada de uma forma regular e sistematizada. Por isso esta � uma das capacidades que deve, desde muito cedo, ser traballhado visto que:
Contudo, a Flexibilidade, � como um dia Charles Corbin escreveu, a parte esquecida da aptid�o. E mais grave talvez do que o esquecimento, � a afirma��o at� no seio do treino das v�rias modalidades desportivas, de que a Flexibilidade como requisito para a execu��o dos elementos t�cnicos das v�rias modalidades desportivas, n�o aparece como factor decisivo. (Adelino, 1989) Sem querer encetar qualquer tipo de questionamos: como se pode fazer semelhante afirma��o? Como se pode chegar a tal conclus�o? Para n�s tal afirma��o n�o tem, qualquer fundamento, at� porque (sem nos afastarmos do tema desta reflex�o) sendo a for�a explosiva uma das capacidades que maior import�ncia tem na maior parte dos desportos, e sabendo n�s que a Flexibilidade contribui colossalmente para que o atleta consiga explanar toda a sua explosividade, estamos perfeitamente crentes de que a flexibilidade constitui efectivamente um pressuposto fundamental quer para o rendimento, quer para a aprendizagem (...) aquisi��o ou aperfei�oamento de determinadas pr�ticas motoras. (Hercher, 1983) Segundo Ara�jo, C. (1990), a Flexibilidade est� ainda nos dias de hoje (...) com um problema relativamente grave respeitante ao aspecto terminol�gico (...) sen�o vejamos:
Ainda segundo o mesmo autor, outro termo utilizado � o Stretching que se traduz literalmente por estiramento . N�o obstante, temos como defini��o de flexibilidade universalmente mais aceit�vel a seguinte:
Quanto aos tipos de flexibilidade, temos segundoCastelo, J.et al (1998):
Flexibilidade Est�tica. Verifica-se quando se mant�m uma posi��o um determinado espa�o de tempo. Flexibilidade Din�mica. Capacidade em utilizar a amplitude do movimento de uma articula��o durante a actividade que solicite movimentos normais ou r�pidos. Flexibilidade Activa. � produzida utilizando for�as internas,(...) ou seja pela ajuda exclusiva da musculatura agonista. � menor que a Flexibilidade activa. Flexibilidade Passiva. A Flexibilidade passiva � a amplitude m�xima a n�vel de uma articula��o obtida pela ac��o de for�as externas e � naturalmente maior que a Flexibilidade activa Flexibilidade Geral. Refere-se � amplitude normal da oscila��o das articula��es dos principais sistemas articulares (esc�pulo-umeral, coxo-femural e coluna vertebral). Flexibilidade espec�fica. est� relacionada com movimentos de uma determinada articula��o e espec�ficos de uma determinada modalidade desportiva. Factores que influenciam a flexibilidade
O estado emocional influ�ncia de forma significativa a performance do atleta e a flexibilidade n�o � excep��o. As situa��es de competi��o, a audi�ncia, o clima, o ambiente do envolvimento, a motiva��o, o n�vel de concentra��o, s�o alguns dos factores que condicionam a mobilidade. Figura 1. Factores influenciadores da Flexibilidade (Baseado em Castelo, J . et al, 1998)Segundo Viana (2008), Sanchez et al. (2001), Di Cesare (2000) e Annicchiarico (2002), indicam que uma boa flexibilidade permite:
2. M�todos e procedimentos
O teste realizado foi o denominado senta e alcan�a que consiste em:
Figura 2. Senta e alcan�a (Mart�nez, 2003).Existem algumas adapta��es deste teste. A utilizada nesta investiga��o tem uma escala com valores positivos e negativos sendo que o zero coincide com a base do instrumento onde se apoiam os p�s. Segundo Pinheiro, Costa, Cipriano e Sequeira (2008) citando Viana et al (2008) este � um teste muito utilizado para avaliar a flexibilidade da parte posterior inferior do tronco, embora a sua capacidade como um instrumento de avalia��o levante controv�rsia, uma vez que apesar de terem sido concebidos para determinar o grau de flexibilidade nesta regi�o corpo, envolve tamb�m outros grupos musculares. 2.2. Amostra Serviram de amostra para este estudo 280 alunos com idades compreendidas entre os 10 e os 11 anos (alunos do 2� ciclo de escolaridade Portuguesa), nos anos de 2005, 2006, 2007 e 2008. 3. Apresenta��o e discuss�o de resultados Os resultados que de seguida apresentaremos referem-se � primeira medi��o efectuada no respectivo ano de escolaridade no �mbito da Avalia��o Inicial de diagn�stico. Tratando-se os dados de marcas positivas e negativas, os gr�ficos que se apresentam emergem da soma desses valores (positivos e negativos) que possibilitam a obten��o de um valor que permite uma compara��o precisa entre os v�rios anos.
Figura 3. Tabela resumo dos resultados obtidos Analisando os valores m�ximos e m�nimos obtidos (presentes na figura 1) constata-se que apesar de os valores m�nimos evolu�rem positivamente de 2005 (-25cm) para 2008 (-16cm), n�o deixam de representar valores negativos. J� em termos de valores m�ximos, existe uma altern�ncia de valores, n�o deixando de ser sintom�tico o facto de o valor mais baixo referir-se ao ano de 2008 (15cm). Figura 4. Total de valores obtidos nos 4 anos Figura 5. M�dia dos valores obtidos nos 4 anos Quer a figura 2 (total de valores obtidos) quer a figura 3 (m�dia dos valores obtidos), mostram que os n�veis de flexibilidade dos alunos que constitu�ram a amostra foram diminuindo ano ap�s ano, atingindo e todos eles marcas de flexibilidade negativa. Inclusivamente ocorreu uma descida brusca entre os anos de 2006 e 2007. Conclus�es Ao longo dos quatros anos deste estudo, podemos concluir que os �ndices de flexibilidade, medidos pelo teste: senta e alcan�a, foram descendo.Tratando-se a flexibilidade de apenas um dos �par�metros� pelos quais podemos medir o sedentarismo parece-nos presun��o afirmar, s� por si, que as crian�as Portuguesas est�o cada vez mais sedent�rias. No entanto os valores obtidos n�o podem deixar de ser preocupantes e indiciadores de que deve haver uma pol�tica s�ria de promo��o da actividade f�sica, que deve come�ar pela escola, mas criar �tent�culos� no Sistema Desportivo Portugu�s. Bibliografia
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Qual é a capacidade que permite executar movimentos com grande amplitude?Flexibilidade: É a capacidade de realizar os movimentos articulares na maior amplitude possível sem que ocorram danos as articulações. Ela é específica para cada exercício, um exemplo são os movimentos das danças.
E a capacidade de executar movimentos com grande amplitude de oscilação em determinada articulação?FLEXIBILIDADE: "Capacidade de realizar movimentos em certas articulações com amplitude de movimento apropriada." FLEXIBILIDADE Page 4 FORÇA: "Capacidade de exercer tensão contra uma resistência, que ocorre por meio de ações musculares."
Qual é a capacidade de amplitude das articulações?Flexibilidade - (Sinônimos - Extensibilidade ou Mobilidade Articular): "É a capacidade de realizar movimentos em certas articulações com apropriada amplitude de movimento"(BARBANTI,1994, p. 129).
E a capacidade de executar ao longo de toda a amplitude articular movimentos de grande amplitude por si mesmo ou por influência auxiliar de forças externas?– Flexibilidade é a capacidade de executar, ao longo de toda a amplitude articular, movimentos de grande amplitude por si mesmo ou por influência auxiliar de forças externas. O desenvolvimento da flexibilidade pode ser Geral e Específica.
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