Síntese e Degradação do GlicogênioOs principais sítios de armazenamento de glicogênio são o músculo e o fígado. Nestes tecidos o glicogênio é armazenado na forma de grânulos, aonde estão presentes também as enzimas responsáveis pela sua metabolização. A fisiologia do músculo esquelético é diferente daquela do fígado, pois somente estoca glicogênio para satisfazer suas necessidades próprias, enquanto que o glicogênio armazenado pelo fígado é utilizado principalmente para manutenção dos níveis de glicose sanguíneos. A síntese e a degradação do glicogênio estão diretamente relacionadas à ação de duas enzimas, a glicogênio sintetase (síntese) e a glicogênio fosforilase (degradação), as quais estão sob a regulação dos hormônios insulina e glucagon. Show
Ação da insulina e do glucagon na ativação e inativação das enzimas glicogênio sintetase e glicogênio fosforilase. Clique aqui para ampliar. SínteseApós uma refeição rica em carboidratos e com a elevação da concentração da glicose sanguínea ocorre a liberação de insulina pelo pâncreas. No fígado e músculo, a insulina tem um efeito imediato, que é caracterizado pela ativação da enzima glicogênio sintetase, a qual converte o excesso de glicose livre em uma cadeia de glicose denominada glicogênio.
A glicose circulante entra nas células hepáticas e musculares através do transportador de alta capacidade do tipo GLUT, sendo que a concentração elevada de glicose intracelular provoca a dissociação da hexoquinase da sua proteína nuclear reguladora. Uma vez ativa, a hexoquinase fosforila a glicose, formando glicose 6-fosfato, o que estimula a glicólise (nas células musculares) e fornece o material para a síntese do glicogênio. Essa síntese pode chegar até 10% do peso total do fígado. O glicogênio hepático serve como reservatório de glicose para os tecidos, quando a glicose da alimentação não está disponível (particularmente para o sistema nervoso central). DegradaçãoQuando os níveis de glicose sanguínea diminuem, ocorre um aumento na secreção do hormônio glucagon, que tem a função principal de sinalizar a liberação de glicose para a circulação, proveniente da degradação do glicogênio hepático. O glucagon liga-se ao seu receptor de membrana nos hepatócitos e acarreta na ativação de uma enzima denominada PKA (Proteína Quinase A). Video
Glucagon
Essa enzima, por sua vez, inativará por fosforilação a enzima glicogênio sintetase, bloqueando a síntese de glicogênio. A PKA também inativa a PFK-1 (fosfofruto quinase) reduzindo desta forma a glicólise. Nessa condição, o fígado produz glicose 6-fosfato pela quebra do glicogênio e por gliconeogênese, e cessa o emprego da glicose tanto para alimentar a via glicolítica como para a síntese do glicogênio, maximizando desta forma a quantidade de glicose que ele pode lançar na corrente sanguínea.
Etapas da degradação do glicogênio (A) e destinos da glicose 6-fosfato gerada no músculo e no fígado (B).
Clique aqui para ampliar. A quebra do glicogênio requer uma reação de desramificação para fosforolisar as ligações glicosídicas dos resíduos de glicose, nos pontos ramificados da estrutura de glicogênio. A primeira reação é catalisada pela enzima glicogênio-fosforilase, a qual cliva as ligações (alfa 1-4) do glicogênio. Neste instante, moléculas de glicose 1-fosfato são liberadas. A enzima fosfoglicomutase pode converter a glicose 1-fosfato em glicose 6-fosfato (reação reversível). Assim, a glicose 6-fosfato pode ser disposta para a glicólise no músculo (Video glicólise), ou para elevar a glicemia pelo fígado. REFERÊNCIASCAMPBELL, Mary K. Bioquímica, 3 ed. Porto Alegre: Artmed, 2000. NELSON, David L;Cox, Michael M.; Lehninger-Princípios de Bioquímica, 4 ed. São Paulo: Savier, 2006. ROBERGS, Roberto A; ROBERTS, Scott O. Princípios Fundamentais de Fisiologia do Exercício para Aptidão, Desempenho e Saúde. 1 ed. São Paulo: Phorte, 2002. Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre. Glicogenólise é a degradação de glicogênio realizada através da retirada sucessiva de moléculas de glicose. Etapas do processo[editar | editar código-fonte]Primeira parte[editar | editar código-fonte]A glicogênio fosforilase catalisa a reação em que uma ligação glicosídica, reunindo dois resíduos de glicose no glicogênio, sofre o ataque por fosfato inorgânico (Pi), removendo o resíduo terminal não-redutor de glucose como glicose 1-fosfato. Na fosforólise, parte da energia da ligação glicosídica é preservada na forma de éster fosfórico glicose 1-fosfato. A fosforilase age repetitivamente nas extremidades não-redutoras das ramificações do glicogênio, até que seja atingido num ponto distante quatro resíduos de uma ramificação. Aqui cessa a ação da fosforilase. A continuação da degradação pode ocorrer apenas depois da ação da α(1→6)glicosidase, que catalisa as duas reações sucessivas que removem as ramificações. Segunda parte[editar | editar código-fonte]A glicose 1-fosfato é convertida em glicose 6-fosfato pela ação da enzima fosfoglicomutase. Terceira parte[editar | editar código-fonte]
Nota: A enzima glicose 6-fosfatase está presente principalmente no fígado, no entanto não existe no músculo, que apresenta como produto da glicogenólise a glicose 6-fosfato. Ver também[editar | editar código-fonte]
Quando a glicogenólise é ativada?Isto acontece em momentos em que o corpo carece por energia (geralmente no jejum).
Em que situação a gliconeogênese é ativada?A gliconeogênese ocorre durante o jejum, é também estimulada durante exercício prolongado, por uma dieta altamente protéica, e sob condições de stress.
Como a glicogenólise é estimulada?Os hormônios glucagon e a adrenalina (epinefrina) são os hormônios contra-regulatórios responsáveis pelo estímulo da glicogenólise. Após o período absortivo, há redução da glicose circulante e o organismo tem a necessidade de fornecer esse substrato para a produção de energia.
Em quais circunstâncias ocorre a glicogênese e glicogenólise?A regulação da glicogênese ocorre essencialmente pelo glicogênio sintase. A glicogenólise é o processo em que ocorre a degradação do glicogênio e acontece quando os níveis de energia e suprimentos de glicose estão baixos. O processo consiste na remoção dos resíduos de glicose terminal.
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