Nariz seco e garganta seca pode ser Covid

  • Gripe e Covid-19: são vários os sintomas que estas infeções partilham entre si, contudo, além dos testes realizados, há nuances que nos permitem perceber que tipo de infeção é que estamos a falar;
  • A Covid-19 não é a única que causa dúvidas quando estamos a falar de infeções durante o inverno. A constipação, infeção das vias respiratórias superiores, também dá os seus sinais de vida durante este período;
  • Gripe e Covid-19 em simultâneo pode ser uma realidade? Será motivo de preocupação em caso de infeção?

Nariz seco e garganta seca pode ser Covid

A chegada do tempo frio e das chuvas traz sempre consigo um aumento dos casos de gripe e constipações. Mas, a principal dúvida continua a ser como saber como os distinguir da COVID-19. A distinção não é fácil, como nos explica Margarida Dias, especialista em medicina geral e familiar.

Desde que a pandemia da COVID-19 teve início que a situação se repete... Quando alguém tosse ou espirra, imediatamente surge a dúvida: será que está infetado? Para complicar mais, estamos agora a chegar à altura do ano em que as gripes e as constipações são normais. Então, como é que se dissipam as dúvidas perante sintomas semelhantes?

Gripe ou Covid-19? As dúvidas!

A verdade é que a distinção não é simples, como explica Margarida Dias, especialista em medicina geral e familiar, que explica que “a infeção pela COVID-19 acontece mais frequentemente com sintomas ligeiros, semelhantes aos de uma infeção respiratória causada por outros agentes – febre, tosse e cansaço – e não permitem por isso estabelecer o diagnóstico”. Assim, salienta que “quando há uma suspeita de infeção por COVID-19, deve contactar-se a linha de saúde SNS24 ou o médico assistente”.

Com efeito, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), os sintomas da Covid-19 não são específicos e a apresentação da doença pode variar desde a ausência de sintomas (assintomática) até à pneumonia grave e, nos casos extremos, morte. Partindo da análise de quase 56 mil casos, aquela entidade concluiu que, em cerca de 88% das situações, a infeção manifesta-se por febre, mas também por tosse seca (68%), fadiga (38%), expetoração (33,4%) e falta de ar (18,6%), entre outros sinais. Uma pessoa infetada com o vírus SARS-CoV-2 demora em média cinco a seis dias até manifestar sintomas, mas esse prazo pode estender-se até 14 dias ou reduzir para 3 dias, mediante as novas variantes existentes. A OMS estipula que a procura de cuidados médicos deve ser imediata sempre que alguém, de qualquer idade, apresente febre e/ou tosse associada a dificuldade de respirar ou falta de ar, dor ou pressão no peito ou perda da fala ou do movimento.

COVID-19 sintomas

Sintomas mais comuns

  • Febre
  • Tosse seca
  • Fadiga

Outros sintomas

  • Perda total de paladar ou olfato 
  • Congestão nasal 
  • Conjuntivite
  • Dor de garganta
  • Dor de cabeça
  • Dores nos músculos ou articulações
  • Irritação cutânea 
  • Náuseas/vómitos
  • Diarreia
  • Calafrios/tonturas

Sintomas graves

  • Dificuldade respiratória ou falta de ar 
  • Pressão ou dor no peito 
  • Perda da fala ou capacidade motora

Infeções comuns no inverno

Embora se possam verificar ao longo de todo o ano, é durante os meses em que as temperaturas descem e a chuva se instala que as gripes e as constipações se manifestam mais frequentemente. A gripe é a doença que mais se confunde com a COVID-19 no momento do diagnóstico e trata-se também de uma infeção, mas esta causada pelo vírus influenza. À semelhança da COVID-19, este microrganismo transmite-se facilmente através de secreções expelidas ao tossir ou falar ou pelo toque em superfícies contaminadas.

Os sintomas gripais costumam aparecer de forma repentina, sendo que o mais habitual e relevante é a febre, normalmente com uma duração de cerca de três dias. É precisamente o estado febril que mais dúvidas levanta no momento de se perceber se estamos a falar de gripe ou COVID-19, pois é um sintoma comum e determinante nos dois casos. A gripe sem complicações resolve-se ao fim de cinco dias, com a maioria dos doentes a recuperar após uma ou duas semanas, mas podendo os sintomas de fadiga persistir ainda mais algum tempo.

Também a constipação é um infeção das vias respiratórias superiores, que pode ser causada por inúmeros vírus (o grupo mais comum é o rinovírus), com uma forma de transmissão em tudo idêntica aos vírus da gripe e da COVID-19. Em regra, a constipação é uma situação benigna que não inspira cuidados de maior, dura apenas alguns dias e desaparece espontaneamente. De salientar que os espirros, comuns nas constipações, não são sintoma da COVID-19. Já a perda de olfato e paladar pode ocorrer nas duas situações, mas enquanto na infeção pelo SARS-CoV-2 esta perda é total, no caso da constipação continua a ser possível distinguir o sabor doce do amargo.

Note-se que as três infeções – COVID-19, gripe e constipação – podem evoluir para situações complexas e de maior gravidade, sobretudo em pessoas com algumas doenças prévias ou com o sistema imunitário vulnerável.

Gripe e constipação – sintomas frequentes

Gripe

Constipação

Febre

Espirros 

Rubor nas faces

Corrimento/congestão nasal

Arrepios de frio

Olhos lacrimejantes

Dor de cabeça 

Perda de olfato ou paladar (mas permitindo distinguir o doce do amargo 

Dores musculares 

Dor de garganta/rouquidão 

Garganta inflamada

Mal-estar geral

Nariz entupido  

Dor de cabeça 

Tosse seca 

Febre 

 Cansaço

Dores musculares ligeiras

Gripe e COVID-19 em simultâneo?

Com a aproximação da época da gripe surgem também questões relacionadas com os efeitos de uma eventual sobreposição de vírus no organismo, mas a informação disponível ainda é escassa para responder a todas as dúvidas. Segundo Margarida Dias, “o próximo inverno será a primeira vez em que iremos ter na comunidade simultaneamente o vírus da gripe e da COVID-19, ambos responsáveis por quadros de infeção respiratória”. Mas se, por um lado, os casos disponíveis são ainda poucos para saber com exatidão o que vai acontecer, também é verdade que as circunstâncias nos permitem algum otimismo. “Não sabemos como os vírus se comportarão, mas atuando preventivamente sobre o vírus da gripe poderemos ter um menor número de pessoas infetadas – e consequentemente menos idas ao serviço de urgência e internamentos – e, porventura, uma melhor condição imunitária que confira proteção contra outras infeções respiratórias”, realça a médica. 

Ciente das dificuldades que a semelhança de sintomas suscita em termos de diagnóstico, o Centers for Disease Control and Prevention (CDC), o instituto norte-americano de saúde pública, destaca três diferenças que considera fundamentais. Em primeiro lugar, a COVID-19 propaga-se mais facilmente do que a gripe e causa doença mais grave nalgumas pessoas. Por outro lado, pode demorar mais tempo até que os primeiros sintomas se revelem e o contágio pode acontecer durante mais tempo. 

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