O que acontece se não tratar ferida no útero?

Saiba mais sobre a ectopia cervical

Oi, gente! A expressão “feridinha no colo do útero” é uma tradução grosseira de uma entidade clínica conhecida como ectopia cervical, ou ectrópio, resultante da eversão do epitélio endocervical (camadinha interna do canal do colo do útero) que se exterioriza, principalmente em mulheres jovens, que usam hormônios ou que estão grávidas. Esta “ferida” no colo do útero é BENIGNA na maioria das vezes e NÃO necessita tratamento.
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Atenção! O conceito “ferida”, portanto, é incorreto e gera muita confusão nas mulheres...
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Só tem indicação de tratamento mulheres expostas ao HPV, outras DSTs, com corrimento excessivo e recorrente e sangramento fora do período menstrual, principalmente após relação sexual. Geralmente é feita com energia de alta frequência ou laser.

GRAVIDEZ E RISCO DE CÂNCER

A ectopia não impede que ocorra a gravidez. Na verdade, a maioria das mulheres nem sabe que possui ectopia. Elas costumam aumentar de tamanho durante a gestação. Se houver sintomas e necessitar de tratamento, convém esperar o parto para reavaliação e, aí sim o tratamento, se necessário.
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Na maioria dos casos, a ectopia cervical não é grave e, repito, trata-se de lesão BENIGNA, portanto não apresenta grandes riscos. Porém, quando há HPV associado, pode ser porta de entrada para o vírus, que pode provocar outras lesões e levar até o câncer, principalmente naquelas que possuem um crescimento rápido. Seu diagnóstico é feito com o exame papanicolau e/ou colposcopia, onde é possível avaliar alterações que sugerem lesões pelo HPV.

Não deixe de se consultar com seu Gineco!
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Dr. Fabiano Elisei Serra
CRM SP 154450 / RQE nº 52259
Consultório: 11 - 35157707
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A ginecologista e obstetra Ligia Santos, colunista do Papo de Mãe, tira dúvidas sobre ferida no colo do útero

A ferida no colo do útero é algo bem comum. A Dra. Ligia Santos, ginecologista e obstetra, explica que o termo em si é errado, pois não se trata exatamente de um machucado. O termo científico é ectopia cervical: "É como se fosse uma alteração do colo, podendo a parte de dentro ser visualizada de fora", explica a Dra. Ligia.

Veja a explicação completa da médica no vídeo e se inscreva no Canal Papo de Mãe:

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O colo do útero precisa ter uma superfície lisinha normalmente. Quando ele tem um aspecto rugoso, é que popularmente chamam de "ferida". É deste local que os médicos colhem o tecido para o exame de papa nicolau.

Este tecido do colo do útero acaba "atraindo" infecções - e até o câncer de colo de útero.

Esta alteração é mais comum em mulheres jovens e em adolescentes por causa do perfil hormonal. Mulheres que estão na menopausa não têm ectopia, diz a Dra.Ligia.

E esta condição não apresenta sintomas, isso só aparece em exames de rotina. E não é preciso fazer nenhum tratamento. Antigamente era comum fazer uma cauterização, mas hoje em dia é feito um acompanhamento para avaliar se precisa tratar, o que pode ser feito até com medicamentos (ácido). Neste caso o tempo de recuperação é de dois meses.

Para saber se o tratamento é necessário, a Dra Ligia explica que um dos fatores de avaliação é quando a mulher tem alguma secreção ou se ela apresenta sangramento após a relação sexual.

"Ectopia não significa câncer nem predisposição a ter câncer", ressalta a médica.

Lembrando que toda mulher deve fazer exames de rotina pelo menos uma vez ao ano.

Ectrópio tem mais chance de contaminação na presença de HPV ou secreção excessiva

 O colo do útero é a parte do útero que vemos na vagina quando realizamos a coleta de Papanicolau. A parte externa do colo, que é a que vemos quando introduzimos o aparelho espéculo (bico de pato) é revestida por um tipo de tecido mais resistente. A parte interna, que reveste o canal endocervical, vai da vagina até a cavidade do útero (é por esse canal que transitam os espermatozoides) e é coberta por um tecido mais delicado.

 Quando uma parte da pele que reveste o canal endocervical se expõe ao meio vaginal - como se essa pele se invertesse - ocorre o que nós médicos chamamos de ectopia ou ectrópio e alguns ainda insistem em chamar de "feridinha", o que acaba por confundir as mulheres. O ectrópio é saudável, mas tem uma aparência avermelhada. Isso pode acontecer por diversas razões, como a exposição aos próprios hormônios femininos, ou o tecido do canal pode avançar e recobrir parte da porção externa do colo do útero.

  A ectopia é mais susceptível a se contaminar com doenças, caso a mulher se exponha, por ser um tecido mais delicado. Por isso, devemos reforçar orientações como uso de preservativo para essas mulheres e vacinação para HPV.

O ectrópio é comum em adolescentes. Após a adolescência, podem ser observados em mulheres que usam pílula, mulheres grávidas ou as que tiveram uma laceração do colo do útero durante o trabalho de parto.

O ectrópio não deve ser tratado de rotina, exceto na ocorrência de secreção excessiva ou lesões causadas por infecções como HPV. Nesses casos, a doença maligna deve ser excluída antes de iniciar qualquer tratamento através de colposcopia e biópsia. Se a mulher apresentar sintomas como sangramento durante ou após as relações sexuais, sangramentos anormais fora do período menstrual e corrimentos recorrentes o risco é maior. Além de alterações nos exames de rotina, como o Papanicolau e colposcopia, talvez haja indicação de cauterização.

A ectopia é um tecido saudável, porém mais delicado e, portanto, tem mais chances de adoecer. Uma indicação precisa de cauterização do colo uterino de acordo com a Sociedade Americana de Colposcopia e Patologia Cervical são os casos em que há a chamada lesão de baixo grau causada por HPV ou NIC 1, que persiste após dois anos de acompanhamento.

Existem diversas técnicas de cauterização do colo do útero. A cauterização é uma queimadura desse tecido com o objetivo de estimular a regeneração deste para melhora dos sintomas. Há diversas técnicas que podem ser utilizadas. Um procedimento usando eletrocautério ou criocauterização é eficaz, mas não deixa de ser invasivo e pode resultar em corrimento vaginal abundante até que a cura seja concluída, o que pode levar semanas.  Também pode resultar em fechamento do canal cervical, o que pode afetar negativamente a fertilidade futura e, se a gravidez for alcançada, o trabalho tem mais chances de ser difícil, uma vez que o colo pode não se dilatar corretamente por conta da cicatrização.

 A cauterização a laser parece menos agressiva, por apresentar um melhor controle da quantidade de tecido agredido. Também é possível utilizar a cauterização química ou mesmo tentar tratamento com medicações pela vagina.  Mas a escolha da técnica dependerá de diversos fatores e deve ser individualizada de acordo com a avaliação médica. A maioria das vezes poderá ser feita sem anestesia em caráter ambulatorial.

 No geral, as taxas de complicações citadas acima são baixas, cerca de 1 a 2% após terapia de cauterização.
Enquanto a mulher estiver em idade fértil existe risco de o problema voltar e haver a necessidade de nova cauterização. Mulheres com ectopia extensa devem ser orientadas sobre opções de métodos anticoncepcionais não hormonais, já que a pílula piora o quadro.

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  A recuperação após uma cauterização se dá em algumas semanas, pode haver sangramento, corrimento, cólica. A mulher deve se manter sem relações sexuais até a liberação médica. Evitar também banhos de mar e piscina nesse período.

 O mais importante é manter visitas regulares a ginecologista e esclarecer dúvidas.

Qual o perigo da ferida no útero?

A ferida no útero geralmente geralmente não causa câncer, sendo facilmente resolvida com o tratamento indicado pelo ginecologista. Entretanto, em casos de feridas que têm um crescimento rápido, e quando o tratamento não é realizado adequadamente, o risco de virar câncer é aumentado.

O que acontece se não cauterizar ferida no útero?

Quando é indicada a cauterização do útero Em mulheres infectadas pelo HPV — cerca de um quarto de todas as mulheres sexualmente ativas —, fazer a cauterização pode impedir que as lesões uterinas progridam e possam ocasionar câncer de colo do útero.

Quais são os sintomas de quem tem ferida no útero?

Na maioria das vezes é assintomática, mas em alguns casos podem surgir sintomas, como secreção vaginal, corrimento de cor amarelada, branco ou esverdeado, cólicas e sangramento durante ou após a relação sexual.

Como curar ferida no útero de forma natural?

Um excelente remédio para auxiliar no tratamento da inflamação do útero, a metrite é o chá das folhas de tanchagem, Plantago maior. Esta erva tem propriedades anti-inflamatórias, antibacteriana e cicatrizante muito potentes, tendo indicação medicinal também em casos de amigdalite ou outras inflamações.