O que acontece se tomar a pílula do dia seguinte e depois ter relação?

Para que serve?

A pílula do dia seguinte (contraceção de emergência) é o único método que pode ser utilizado após a relação sexual para prevenir a gravidez não desejada. Não é um método de planeamento familiar.

Quantas horas após a relação sexual a pílula do dia seguinte tem eficácia?

A pílula do dia seguinte deve ser tomada nas primeiras 48 horas após a relação sexual e apenas quando o método contracetivo habitual falha ou foi esquecido.
A eficácia é tanto maior quanto mais precocemente for tomada a pílula.

Com que recorrência posso tomar?

A pílula do dia seguinte não é um método contracetivo e só deve ser utilizado excecionalmente. Não previne a gravidez que possa resultar de uma relação sexual posterior à toma da contraceção de emergência (CE), mesmo que no dia a seguir.

Quais são os efeitos secundários?

A pílula do dia seguinte pode ter consequências como:

  • dor de cabeça
  • náuseas
  • vómitos
  • fadiga

Após alguns dias podem surgir dor nas mamas, uma pequena hemorragia vaginal e antecipação da menstruação.

É também possível que a menstruação fique desregulada por algum tempo.

Como funciona?

A contraceção de emergência atua pelos mesmos mecanismos que a “pílula de toma regular”. A pílula do dia seguinte atrasa ou impede a ovulação e previne a fertilização ou a implantação. Se já estiver grávida, a medicação não interrompe a gravidez.

Como se toma?

A pílula do dia seguinte deve ser tomada dentro das 72 horas após as relações desprotegidas e no máximo até ao 5º dia, sendo que quanto mais cedo for tomada, maior a sua eficácia.

Quando deve ser utilizada?

A contraceção de emergência deve ser utilizada depois da relação sexual sem proteção ou se houver falha do método habitual (por exemplo, rutura do preservativo ou esquecimento da pílula).

Onde posso adquirir gratuitamente?

Pode adquirir a pílula do dia seguinte de forma gratuita:

  • no centro de saúde (consulta de planeamento familiar)
  • no hospital (serviço de ginecologia e obstetrícia)

Pode ainda adquirir na farmácia, por venda livre.

É um método abortivo?

Não. A pílula do dia seguinte não é abortiva e não causa um desenvolvimento pré-natal alterado.

Fonte: Direção-Geral da Saúde (DGS)

Olha só, estou namorando há três meses, e já aconteceu de eu ter que tomar a pílula do dia seguinte duas vezes. Na primeira vez, a camisinha estourou, e, na segunda, a coisa começou a pegar fogo, mas não tínhamos preservativo e não conseguimos segurar. Eu tenho 17 anos, e a minha mãe queria me levar no médico dela. Mas fiquei com vergonha e medo de que ele falasse as minhas coisas para ela. Então, o que é essa pílula e até quanto tempo depois da transa a gente tem que tomar? O que vocês me aconselham a fazer como anticoncepção, meninas?

Querida leitora, em primeiro lugar, a pessoa que mantém relações sexuais com certa regularidade deve procurar um médico para receber a orientação necessária sobre o uso da pílula ou de outro método contraceptivo adequado às condições de seu organismo e à faixa de idade.

Aliás, a Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda a dupla proteção – pílula anticoncepcional e preservativo –, a fim de proteger também contra doenças sexualmente transmissíveis (DSTs). Mas a pílula do dia seguinte ou pós-coital tem altíssimas doses de progestogênio e só deve ser usada numa emergência, não como anticoncepcional rotineiro.

Seu uso é indicado em casos de ruptura do preservativo, de relação sexual em momento próximo à ovulação e em situações de estupro. Estas circunstâncias justificam a indicação da pílula do dia seguinte, que deve ser tomada desde o momento da transa até, no máximo, 72 horas após.

A maioria das mulheres responde com perda sanguínea no prazo de sete a dez dias. A eficácia de tomar essa dose nas primeiras 24 horas é de 95%, uma vez que cria condições para atrasar a ovulação e, com isso, impedir a gravidez.

Sigilo obrigatório

A recomendação é que as meninas busquem um ginecologista antes de dar início à vida sexual. Elas precisam ser informadas a respeito da importância da dupla proteção.
Muitas não querem ir ao ginecologista da mãe por medo de ele falar sobre a consulta delas. Mas lembrem-se de que a função do médico é ouvir suas dúvidas, mostrar as opções e nunca trair a sua confiança em hipótese alguma!

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A pílula do dia seguinte altera a menstruação? Quais os efeitos colaterais? Respondemos a essas e outras dúvidas comuns de quem usou o contraceptivo.

A pílula do dia seguinte é um contraceptivo de emergência que age bloqueando a ovulação e prevenindo uma possível gravidez depois de uma relação sexual desprotegida. Trata-se de um método com alta dose hormonal e que não deve ser usado com frequência.

Apesar de conhecido, o medicamento ainda gera muitas dúvidas, e aqui buscamos esclarecer os principais pontos sobre o que acontece após o uso da pílula. Confira.

A pílula pode alterar a menstruação e causar sangramentos?

Sim, a pílula do dia seguinte pode causar alterações no ciclo menstrual, mas isso não é uma regra. Quando ela é usada próxima ao fim do ciclo (na segunda metade), o mais comum é a menstruação adiantar, em média, em uma semana. 

Caso a pílula seja usada no início do ciclo (primeira metade), pode ocorrer um sangramento persistente e escurecido, como uma borra de café, durante todo o mês. Esse efeito não é motivo para preocupação e tende a se resolver espontaneamente.

Se não houver nenhum sangramento e a menstruação atrasar, a recomendação é fazer um teste para descartar a possibilidade de gravidez. 

Quais efeitos colaterais a pílula do dia seguinte pode causar?

Os principais efeitos colaterais da pílula do dia seguinte são dor de cabeça, náuseas, vômitos, dor abdominal, cólicas menstruais, cansaço, tontura, irritabilidade e maior sensibilidade nas mamas. Esses sintomas também podem durar ao longo do mês em que o contraceptivo foi usado.

Sintomas emocionais podem ocorrer principalmente se o medicamento for usado de forma contínua – o que não é recomendado –, mas o mais comum são os sintomas físicos. Muitas vezes, as pessoas se sentem mais ansiosas pelo medo de uma possível gravidez indesejada, e não por causa da pílula em si. 

Veja também: Coisas que acontecem no corpo durante a menstruação: o que é normal?

Como saber se a pílula funcionou?

Não há como ter essa certeza imediatamente. A pílula deve ser tomada até 72 horas depois da relação desprotegida, mas quanto mais rápido ela for usada, melhor. Porém, como todo método contraceptivo, não existe 100% de eficácia. 

A recomendação é realizar um teste de gravidez em caso de atraso menstrual, da mesma forma que seria feito sem a utilização da pílula. 

O que pode “cortar” o efeito da pílula?

O principal problema é quando ocorre um episódio de vômito até 2 horas após a ingestão da pílula. Nesses casos, a medicação não é absorvida pelo organismo, e pode-se repetir a dose.

Outra situação é o uso de medicações que aceleram o funcionamento do fígado e podem levar a uma metabolização muito rápida da pílula, como efavirenz e rifampicina, e medicamentos anticonvulsivantes como carbamazepina e fenitoína. Quem usa esses remédios deve consultar o médico para avaliar a necessidade de ajuste da dose da pílula do dia seguinte ou mesmo recorrer ao DIU de cobre, que também pode ser usado como um método de emergência para evitar gravidez.

A pílula do dia seguinte previne gravidez pelo resto do mês?

Não! A pílula do dia seguinte não tem efeito cumulativo – ela serve para bloquear a ovulação após a relação desprotegida. Para continuar tendo relações de forma segura, é necessário utilizar outro método contraceptivo habitual, como a camisinha, por exemplo, que também protege contra as infecções sexualmente transmissíveis (ISTs). 

Se você precisa recorrer ao contraceptivo de emergência com frequência, é importante conversar com um médico sobre os métodos contraceptivos disponíveis, como DIU ou implante, que não precisam ser trocados por um longo período, e avaliar o que se adéqua melhor ao seu momento de vida. 

Posso engravidar mesmo tomando a pílula do dia seguinte?

Como mencionamos acima, nenhum método contraceptivo, de emergência ou não, tem zero índice de falha. Portanto, apesar de pequeno, o risco de gravidez ainda existe. 

Consultoria: Dra. Daniele Duarte, ginecologista e mastologista pela Universidade de São Paulo (USP); dra. Cecília Pereira, ginecologista e mastologista do Grupo Ifé Medicina.

Veja também: Pílula do dia seguinte em 5 perguntas | Patrícia de Rossi

Pode fazer relações sexuais depois de tomar a pílula do dia seguinte?

8. O que acontece se após o uso da pílula do dia seguinte houver relação sexual desprotegida? Se a pessoa tiver tomado a pílula do dia seguinte como método contraceptivo de emergência e no dia seguinte ter voltado a ter relação sexual desprotegida, há risco de engravidar.

Quantas relações a pílula do dia seguinte protege?

A pílula do dia seguinte protege até por 3 dias. Se as duas relações tiverem sido neste espaço de tempo, uma pílula só serve.

Quanto tempo dura o efeito da pílula do dia seguinte no corpo?

O hormônio da pílula fica no corpo por cerca de 24 horas, mas o impacto no nosso ciclo pode ser um pouco mais longo, até 15-20 dias.