O serviço social teve suas origens dentro da Igreja Católica e visava preparar a grande massa operária para a o capitalismo industrial, período este chamado de “conservador”. Dessa forma, o objetivo era preparar essa população para sistema sócio – econômico – político da época. Show
O nascimento do Serviço Social no BrasilNo Brasil, o Serviço
Social nasceu por volta de 1930, como afirma Olema Pellizzer: O momento brasileiro na terceira década do século XXNessa década, o Brasil vivia um processo incipiente de industrialização de importações, num contexto de capitalismo dependente e agroexportador. No período de 1930 a 1935, o governo brasileiro sofre pressões da classe trabalhadora, que é então controlada através da criação de organismos normatizadores e disciplinares das relações de trabalho, em especial através do Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio. Em meio a pressões populares, reassume o governo Getúlio Vargas em 1935, cuja opção pelo crescimento urbano – industrial fez emergir, na sua gênese capitalista, a Questão Social, que também decorre das pressões e dos questionamentos da sociedade da época, que passava por grandes transformações, no plano do conhecimento científico, sob a influência de Durkheim, Darwin, Marx, Freud e outros, na visão de Pellizzer, (2008, p. 15). A primeira escola de Serviço Social no Brasil é datada de 1936 em São Paulo é foi coordenada por Albertina Ferreira Ramos e Maria Kiehl. Ambas eram sócias do Centro de Estudos de Ação Social vinculado a Igreja Católica. Neste centro eram organizados cursos de qualificação para organizações leigas no catolicismo, adequando política e ideologicamente a classe operária. Nesta perspectiva surge então o Serviço Social como um departamento da Ação Social.Resumindo, o Serviço Social, nascido por influência direta da Igreja Católica, em âmbito de formação, prática e discurso de seus agentes, tinha como suporte filosófico o neotomismo. Em sua primeira fase, intervém no aparecimento da Questão Social, produzida pela relação de trabalho em moldes capitalistas, com o surgimento do trabalho livre profundamente marcado pela escravidão, seu passado recente. Na visão de Pellizzer (2008), o momento em que “a força do trabalho é tornada mercadoria”, e o proprietário do capital não mais é um senhor em particular, mas há mais a classe de capitalistas que capitalizam em torno da mais valia do trabalho operário, que o troca pelo salário para sustento de si e de sua família. A exploração a que é submetido o operariado aparece para o restante da sociedade burguesa como uma ameaça a seus mais sagrados valores (…). Impõe a partir daí, a “necessidade de controle social” da exploração da força de trabalho e o surgimento de uma regulação jurídica do mercado de trabalho através do Estado. O marco das leis sociaisDessa forma, as leis sociais marcam o deslocamento da questão social de ser apenas a contradição entre abençoados e desabençoados pela fortuna, pobres e ricos, ou entre dominantes e dominados, para constituir-se, essencialmente, na contradição antagônica entre burguesia e proletariado, independentemente do pleno amadurecimento das condições necessárias à sua superação. Então, segundo Iamamoto e Carvalho (1988, p. 129), se “as Leis Sociais são, em última instância, resultantes da pressão do proletariado pelo reconhecimento de sua cidadania social, o Serviço Social origina-se numa demanda diametralmente oposta.” No decorrer da história muitos fatos marcantes e significativos ocorreram e foram responsáveis por mudanças relevantes no Serviço Social. A partir dos anos 80 o Serviço Social continuo enfrentando lutas para quebrar paradigmas de compreensão da sociedade, discutindo questões políticas – teóricas. Nos anos 90 essas questões perderam força com o fim da Guerra Fria (dissolução da bipolarização do mundo) e como o enfraquecimento das forças progressistas e as críticas ao modelo neoliberal. Entretanto, em contrapartida, aumenta a luta pela defesa dos direitos humanos. Começa a tomar dimensões gigantescas no mundo e no Brasil especialmente questões sociais e que ferem os direitos da cidadania, moral e ética. “O objeto do Serviço Social, de uma perspectiva histórica, passa para a discussão das relações de poder e saber, aprofundando o olhar crítico do contexto em mudança” (PELLIZZER, 2008, p. 28). Gostou deste artigo? Inscreva-se e continue nos acompanhando. Conheça nossos cursos e siga aprofundando seus conhecimentos. Rótulo Serviço Social no Brasil O Serviço Social surge no Brasil na década de 30, estreitamente ligada a Igreja Católica. O país passava por uma fase turbulenta, onde a burguesia não estava dando conta das diversas manifestações da classe trabalhadora, que reivindicava por melhores condições de trabalho e justiça social. Preocupada
com essa situação a fim de manter os seus interesses de exploração da força de trabalho, a classe dominante, juntamente com o Estado somaram forças para conter a classe operária, mantendo a harmonia social. A Igreja passou então a oferecer formação específica para moças de famílias tradicionais com intuito de exercer ações sociais. Criou-se então o Curso Intensivo de Formação Social para Moças.Nas décadas de 40 e 50, o Serviço Social do nosso país recebeu uma grande influência norte-americana e
da corrente positivista. As influências de Mary Richmond com o ?Serviço Social de caso?, ?Serviço Social de Grupo? e ?Serviço Social de Comunidade? marcaram o Brasil durante essas décadas. Essas práticas deram início a ?Organização e Desenvolvimento de Comunidade?, onde eram feitas abordagens individuais e com grupos buscando o desenvolvimento da comunidade. Entre os anos 60 e 70 iniciou-se um movimento de renovação da profissão, que buscou-se alterar o modo tradicionalista do Serviço Social. Em
1979 em São Paulo ocorreu o Congresso da Virada, um marco para o Serviço Social no Brasil. Nesse evento houve a ruptura com o conservadorismo, a profissão se laicizou e passou a se incorporar nos setores subalternos da sociedade e nos movimentos sindicalistas. Passou a fazer parte das Ciências Sociais e ganhou uma característica mais ?de esquerda?. O profissional passou a gestar e executar as políticas públicas, além do aumento das áreas de pesquisa. Nos anos 80 passou-se a debater sobre a Ética
no Serviço Social, buscou-se acabar com a ética do tradicionalismo e da neutralidade, tomando um lado mais democrático. Em relação à formação profissional, no ano de 1982 houve a revisão curricular que pretendia ir além do teórico-metodológico e ético-político, buscava a união do técnico e do político. Em 1986 foi aprovado o Código de Ética Profissional, firmando um compromisso com a classe trabalhadora. O Código trouxe também o poder da denúncia profissional, inclusive por parte dos usuários.
Na década de 90 o Serviço Social sentiu os efeitos da política Neoliberal, da acumulação flexível no mundo do trabalho e da compressão dos direitos sociais. Os profissionais passaram a atuar no terceiro setor onde a demanda de trabalho aumentou, como resultado da minimização do Estado. Nos anos 2000 cresceu a discussão em torno da eficiência das políticas sociais e do agravo da questão social. Aumentou o número de cursos de graduação e de graduação à distância, No sentido de se garantir uma
ampliação da categoria do Serviço Social, nos mais diversos setores da sociedade. Não há dados estatísticos. Como Citar PEREIRA CASALI, J.; CRUZ DOS REIS, B.; TRILHA, C.; PINTO DE OLIVEIRA, D.; MENDES SOARES, L.; RIGHI FONSECA, L.; COSTA CÔRREA, M.; MIRANDA DO AMARAL, R.; CAMARGO GRUENDEMANN, V. L.; BARROS DE OLIVEIRA, S. Serviço social no Brasil: das décadas de 30 a atualidade. Anais do Salão Internacional de Ensino, Pesquisa e Extensão, v. 3, n. 1, 3 fev. 2013. Seção Ciências Sociais Aplicadas O que aconteceu no Serviço Social em 1960?Nos anos 1960 e 1970, há um movimento de renovação na profissão, que se expressa em termos tanto da reatualização do tradicionalismo profissional, quanto de uma busca de ruptura com o conservadorismo. O Serviço Social se laiciza e passa a incorporar nos seus quadros segmentos dos setores subalternizados da sociedade.
Como se dava a intervenção do assistente social até a década de 1960?Até meados da década de 1960, o Serviço Social esteve, de forma geral, harmonicamente vinculado à manutenção do sistema capitalista, tendo suas ações voltadas à reprodução da força de trabalho e à contenção das tensões sociais.
Qual a principal ação profissional no surgimento da profissão de Serviço Social no Brasil na década de 30?O Serviço Social surge no Brasil na década de 30, estreitamente ligada a Igreja Católica. O país passava por uma fase turbulenta, onde a burguesia não estava dando conta das diversas manifestações da classe trabalhadora, que reivindicava por melhores condições de trabalho e justiça social.
Quais são as fases históricas do Serviço Social?Partindo desses contributos, mas de uma forma mais genérica, a análise aqui apresentada irá focar duas fases: Serviço Social clássico/ tradicional e Serviço Social em tempos de reconceptualização.
|