O que podemos entender como prática pedagógica?

O que podemos entender como prática pedagógica?
O que podemos entender como prática pedagógica?

A pr�tica pedag�gica da Educa��o F�sica escolar no ensino

fundamental: an�lise da realidade na cidade de Meleiro, SC

La pr�ctica pedag�gica de la Educaci�n F�sica escolar en la ense�anza 

b�sica: an�lisis de la realidad en la ciudad de Meleiro, SC

O que podemos entender como prática pedagógica?

 

*Professor do Curso de Educa��o F�sica/ UNESC

Pesquisador do Grupo de Estudos e Pesquisa em Educa��o F�sica (GEPEF/UFSM)

**Acad�mica do Curso de Licenciatura em Educa��o F�sica da

Universidade do Extremo Sul Catarinense

Bolsista do projeto de pesquisa: Educa��o F�sica no Ensino Fundamental

de Crici�ma: em busca de um diagn�stico

***Prof. Dr. do Programa de P�s Gradua��o em Educa��o da

Univerisidade Federal de Santa Maria

Professor do Curso de Educa��o F�sica da Universidade Federal de Santa Maria

Lider do Grupo de Estudos e Pesquisa em Educa��o F�sica

Victor Julierme Santos da Concei��o*

Renata Rocha Costa**

Hugo Norberto Krug***

(Brasil)

 

Resumo

          Este estudo objetivou verificar o perfil da pr�tica pedag�gica do professor de Educa��o F�sica de ensino fundamental da rede de e p�blica de ensino da cidade de Meleiro (SC), em rela��o ao planejamento, objetivos, conte�dos, procedimentos metodol�gicos, rela��o professor-aluno e avalia��o. A amostra constitu�da por seis professores de educa��o f�sica do ensino fundamental, totalizando 66,67% da popula��o. O instrumento de pesquisa foi um question�rio e o tratamento estat�stico a freq��ncia percentual. Concluiu-se que 66,67% dos professores realizam planejamento escolar, cujo objetivo � de evitar a rotina (100%), 83,33 realizam este planejamento junto com os demais professores, no entanto n�o buscam a participa��o dos alunos (83,33%). O planejamento realizado � cumprido por 100% dos sujeitos e 83,33% desenvolvem uma reavalia��o do planejamento sempre que necess�rio. Um dos problemas mais mostrados pelos sujeitos (50%), em rela��o � realiza��o do planejamento, est�o voltados �s causas naturais, ou seja, voltados � problemas inesperados e causas externas. As referencias utilizadas pelos sujeitos para o desenvolvimento do planejamento est�o voltadas aos valores ideais da legisla��o educacional, sendo os objetivos direcionados ao desenvolvimento de aspectos motores, afetivos e cognitivos (83,33%). Os conte�dos s�o traduzidos nas atividades recreativas (100%) e estes conte�dos s�o tra�ados a partir das sereis onde ministram as aulas, pela disponibilidade do espa�o f�sico e segundo os objetivos da disciplina (66,67%). Os m�todos de ensino utilizados s�o do tipo socializado (83,33%), experimental (66,67%) e global, parcial e misto (66,67%). A t�cnica de ensino utilizada � em grupo (66,67%). Quanto � rela��o professor-aluno, 83,33% dos sujeitos relatam que existe um bom relacionamento. A observa��o e assiduidade do aluno s�o os instrumentos avaliativos mais utilizados, pelos professores (100%), estas avalia��es apresentam uma periodicidade bimestral (83,33%) e a finalidade de avaliar o processo de ensino aprendizagem (66,67%). Esta investiga��o mostra um comprometimento com os aspectos organizacionais da pr�tica pedag�gica da disciplina de educa��o f�sica, pelos professores.

          Unitermos:

Educa��o F�sica escolar. Ensino fundamental. Pr�tica pedag�gica

Artigo decorrente do Projeto de pesquisa: Diagn�stico da Educa��o F�sica Escolar na Regi�o Sul da Santa Catarina. GEPEF/ UFSM-UNESC

 
O que podemos entender como prática pedagógica?
http://www.efdeportes.com/ Revista Digital - Buenos Aires - A�o 14 - N� 133 - Junio de 2009

O que podemos entender como prática pedagógica?

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Introdu��o

    Hoje, apesar da realiza��o de in�meros estudos para proporcionar melhorias na metodologia aplic�vel nas aulas de Educa��o F�sica, ainda h� fatos marcantes ocorridos em momentos distintos da hist�ria que se manifestam nas aulas de Educa��o F�sica. Desta forma, o repensar da pr�tica docente requer um estudo sobre as quest�es do passado, pois o homem deve entender o seu passado para que possa entender a realidade dos fatos atuais. (FARIAS, SHIGUNOV & NASCIMENTO, 2001).

    Considerando o processo de ensino como uma a��o conjunta do professor e dos alunos, em que o professor estimula e dirige atividades em fun��o da aprendizagem dos alunos, pode-se dizer que a aula � a forma did�tica b�sica de organiza��o do processo de ensino. Cada aula � uma situa��o did�tica espec�fica, na qual objetivos e conte�dos se combinam com m�todos e formas did�ticas visando, fundamentalmente, propiciar a assimila��o ativa de conhecimentos e habilidades pelos alunos. (LIB�NEO, 1992).

    Na realiza��o do ensino da Educa��o F�sica, a aula constitui o elo decisivo do processo de educa��o e forma��o. A aula representa a unidade pedag�gica e organizativa b�sica essencial do processo de ensino. Constitui o verdadeiro ponto de rota��o do pensamento e da a��o do professor. (DREWS, FUHRMANN E BAESKAN apud BENTO, 1987).

    Para Carreiro da Costa (1988) a pr�tica pedag�gica � um problema central da a��o educativa, que n�o deve ser realizada em si, mas com a express�o de um longo processo que materializa as v�rias op��es tomadas pelo docente durante a organiza��o do ensino.

    De acordo com Cunha (apud Farias, Shigunov & Nascimento, 2001), a pr�tica pedag�gica � o cotidiano do professor na prepara��o e execu��o do ensino.

    Portanto, segundo Cunha (1992), estudar o que acontece na aula � tarefa primeira daqueles que se encontram envolvidos e comprometidos com um a pr�tica pedag�gica competente.

    Assim, a pr�tica pedag�gica do professor (o planejamento das aulas) pode ser analisada, identificando-se coer�ncia, consist�ncia, suas implica��es e rela��es, o que poder� contribuir para que sua a��o seja mais eficaz.

    A partir destas premissas acima disseminadas originou-se o seguinte questionamento: - Qual � o perfil da pr�tica pedag�gica do professor de Educa��o F�sica das escolas de ensino fundamental da cidade de Meleiro (SC), em rela��o ao planejamento, objetivos, conte�dos, procedimentos metodol�gicos, rela��o professor-alunos e avalia��o?

    Assim, este estudo objetivou verificar o perfil da pr�tica pedag�gica do professor de Educa��o F�sica das escolas de ensino fundamental da cidade de Meleiro (SC).

    Justificou-se o estudo, considerando que as informa��es obtidas poder�o contribuir para uma reflex�o sobre a pr�tica pedag�gica do professor.

Metodologia

    Este estudo caracterizou-se como uma pesquisa descritiva explorat�ria. A populacional constituiu-se pelos professores de Educa��o F�sica das escolas de ensino fundamental das redes de ensino p�blico da cidade de Meleiro (SC). A amostra foi selecionada de forma n�o probabil�stica intencional, compondo o trabalho por 6 professores de Educa��o F�sica, totalizando 66,67% do total da populacional de professores de educa��o f�sica. Na literatura sobre Metodologia Cient�fica, v�rios autores destacam que o tamanho da amostra deve ser de 10,0 a 30,0% da popula��o para se poder fazer uma boa generaliza��o dos resultados obtidos por um estudo. 50% destes sujeitos apresentam mais de 50 anos de idade, 66,67% s�o do sexo feminino, 66,67% trabalham em apenas uma escola e 50% apresentam um tempo de servi�o que varia de 20 a 35 anos. O instrumento de pesquisa foi um question�rio e o tratamento estat�stico a freq��ncia percentual.

Apresenta��o e discuss�o dos resultados

Tabela 1. Raz�es para elabora��o do planejamento. n=6

Evita a rotina e a improvisa��o

6

100,00

Contribui para a realiza��o dos objetivos visados

4

66,67

Promove a efici�ncia do ensino

2

33,33

Garante maior seguran�a na dire��o do ensino;

1

16,67

Garante economia de tempo e energia

1

16,67

    De acordo com os dados da tabela 1, observa-se que 100% dos professores elaboram o planejamento evitando a rotina e a improvisa��o, enquanto 66,67% realizam esta a��o pedag�gica buscando contribuir para os objetivos visados pelo professor na disciplina, este fato prediz o dado que destaca que o planejamento promove a efici�ncia do ensino (33,33%). Estes dados mostram a maioria do pensamento dos sujeitos investigados.

Tabela 2. Tipos de planos de ensino elaborados pelos professores. n=6

f

%

Plano de ensino e de aula

3

50,00

Plano de ensino

2

33,33

Plano de aula

1

16,67

    Na tabela 2, verifica-se que 50,00% dos sujeitos pesquisados realizam plano de ensino e de aula, enquanto 33,33% dos professores manifestaram que o �plano de ensino� foi o �tipo de planejamento que elaboraram para a sua disciplina�. Este fato mostra que existe uma preocupa��o no processo de planejamento da aula e isto se manifesta no decorrer da unidade did�tica. Este resultado � retratado na literatura existente, pois, segundo Pereira (1999), os poucos professores de Educa��o F�sica que planificam sua disciplina efetuam normalmente tr�s tipos de planifica��o: anual, unidade did�tica e aula. Para Luckesi (1993) o planejamento � um modo de ordenar a a��o tendo em vista fins desejados, tendo por base conhecimentos que d�em suporte objetivo � a��o, e se assim n�o o for, o planejamento ser� um faz-de-conta de decis�o, porque n�o servir� em nada para direcionar a a��o.

Tabela 3. Forma de elabora��o do planejamento de ensino pelos professores. n=6

f

%

Com os demais professores

5

83,33

Sozinho

1

16,67

Participa��o de alunos

Sim

1

16,67

N�o

5

83,33

Consulta livros

Sim

6

100,00

N�o

0

0,00

Cumpre o planejamento

Sim

6

100,00

N�o

0

0,00

Reelabora��o do planejamento durante sua execu��o

Sim

5

83,33

N�o

1

16,67

Exist�ncia de objetivos

Sim

6

100,00

N�o

0

0,00

    Na tabela 3, constatou-se que a maioria (83,33%) dos professores declararam que �a forma de elabora��o do planejamento de ensino de sua disciplina� � em conjunto ou h� a participa��o de outros professores. Krug (1996) acredita que n�o se chega a um bom resultado, no sentido da Educa��o F�sica com os professores numa posi��o de individualismo. A partir deste ponto de vista, acredita-se na import�ncia dada pelos professores, no processo de planejamento da educa��o f�sica escolar. Nesta mesma an�lise, antecipa-se uma homogeneidade nos conte�dos trabalhados buscando uma organiza��o entre as s�ries de ensino. A tabela 04 ainda mostra que 100% dos sujeitos buscam a consulta de livros para organizar um planejamento com objetivos, que � cumprido por este mesmo percentual de professores. 83,33% destes reelaboram o planejamento, tendo em vista poss�veis mudan�as no andamento das aulas. O ponto que chama a aten��o nesta tabela, � que 83,33% dos professores, n�o buscam a participa��o dos alunos no processo de organiza��o do planejamento, este ponto vai de encontro com a literatura, pois de acordo com Siedentop (1983) para que a pr�tica do professor seja considerada pedag�gica, � necess�rio que este professor e seus alunos estejam ligados por um objetivo.

Tabela 4. Dificuldades encontradas para elaborar o planejamento de ensino pelos professores. n=6

f

%

Naturais

3

50,00

Metodol�gicas

2

33,33

Organizacionais

2

33,33

N�o respondeu

1

16,67

Humanas

0

0,00

    Na tabela 4, notou-se que a maior parcela (50,00%) dos professores disseram que a �principal dificuldade que enfrentaram para a elabora��o do planejamento de ensino de sua disciplina� foram as causas naturais. Piletti (1995) coloca que � o medo do inesperado, ou seja, das causas externas que podem atrapalhar o planejamento de ensino, � uma das maiores dificuldades na elabora��o do plano de trabalho. 33,33% dos sujeitos colocam que as causas metodol�gicas s�o as maiores dificuldades, enquanto o mesmo percentual acha que s�o fatores organizacionais que dificultam o planejamento escolar.

    Neste caso, pode-se dizer que o planejamento n�o assegura, por si s�, o andamento do processo de ensino. � preciso que os planos estejam continuamente ligados � pr�tica, de modo que sejam sempre revistos e refeitos. Segundo Lib�neo (1992: p. 225) "a a��o docente vai ganhando efic�cia na medida em que o professor vai acumulando e enriquecendo experi�ncias ao lidar com as situa��es concretas de ensino".

Tabela 5. As refer�ncias usadas pelos professores para a formula��o dos objetivos. n=6

f

%

Os valores e ideais da legisla��o educacional

5

83,33

As necessidades e expectativas de forma��o cultural

2

33,33

Os conte�dos b�sicos das ci�ncias

1

16,67

    Na tabela 5, notou-se que a maior parcela (83,33%) dos professores declararam que �os valores e ideais da legisla��o educacional� foram �s �refer�ncias usadas para a formula��o dos objetivos da Educa��o F�sica escolar�, enquanto que 33,33% se remetem �s necessidades e expectativas de forma��o cultural. Lib�neo (1992), destaca que as tr�s citadas como alternativas de respostas, n�o podem ser tomadas isoladamente, pois est�o interligadas e sujeitas a contradi��es. O mesmo autor ainda salienta que a elabora��o dos objetivos pressup�e, da parte do professor, uma avalia��o cr�tica das refer�ncias que utiliza, balizada pelas suas a��es em face dos determinantes s�cio-pol�ticos da pr�tica educativa. Assim, o professor precisa saber avaliar a pertin�ncia dos objetivos e conte�dos propostos pelo sistema escolar oficial, verificando em que medidas atendem as exig�ncias de democratiza��o pol�tica e social, deve, tamb�m, saber compatibilizar os conte�dos com as necessidades, aspira��es, expectativas da clientela escolar, bem como torn�-los exeq��veis �s condi��es s�cio-culturais e de aprendizagem dos alunos.

Tabela 6. Tipos de objetivos das aulas propostos pelos professores. n=6

f

%

Motores, afetivos e cognitivos

5

83,33

Motores, afetivos e sociais

4

66,67

Motores e socializa��o

1

16,67

Motores e atitudinais

1

16,67

Motores e cognitivos

1

16,67

Motores

0

0,00

    Na tabela 6, visualizou-se que 83,33% dos professores afirmaram que o �tipo de objetivos das aulas de Educa��o F�sica escolar� s�o embasados em aspectos motores, afetivos e cognitivos, j� 66,67% dos sujeitos desenvolvem seu objetivos a partir de aspectos motores, afetivos e sociais, enquanto que nenhum (0,0%) do questionados responderam que os objetivos seriam apenas motores. Estes fatos v�o contra o que Aguiar (2003) comenta, onde a Educa��o F�sica escolar ainda vive sob a influ�ncia da cultura de aptid�es f�sicas, inicia��o desportiva e forma��o de equipes representativas. Mostrando que neste aspecto hist�rico e filos�fico sobre a aptid�o f�sica ser o caminho maior no desenvolvimento da educa��o f�sica escolar est� come�ando � ser rediscutido.

Tabela 7. Determina��o dos objetivos gerais. n=6

f

%

Professor

4

66,67

Escola

3

50,00

Sistema educacional

3

50,00

    Na tabela 7, observou-se que a grande maioria (66,67%) dos professores afirmaram que a �determina��o dos objetivos gerais da Educa��o F�sica na escola� � feita �pelos pr�prios professores de Educa��o F�sica�. Este estudo coincide com o estudo de Bonone (2001) realizado com professores de Educa��o F�sica de Caxias do Sul (RS), o qual constatou que s�o os pr�prios professores de Educa��o F�sica que definem os objetivos a serem desenvolvidos. Segundo Canfield (1996) a prefer�ncia do professor � um dos aspectos considerados na hora de planejar, e � determinante nos objetivos de sua pr�tica pedag�gica. No entanto um percentual muito pr�ximo � este (50,00%), buscam contemplar o objetivo da educa��o f�sica com os da escola, e, um percentual igual (50,00%), desenvolve seus objetivos atrav�s do sistema educacional. Conforme Lib�neo (1992) os objetivos tra�ados pelo sistema escolar, expressam as finalidades educativas de acordo com as id�ias e valores dominantes na sociedade, enquanto aqueles que abordam os objetivos da escola, estabelecem princ�pios e diretrizes de orienta��o do trabalho escolar com base num plano pedag�gico-did�tico que represente o consenso do corpo docente em rela��o � filosofia da educa��o e � pr�tica escolar.

Tabela 8. Tipos de conte�dos utilizados nas aulas. n=6

f

%

Recrea��o

6

100,00

Atletismo

5

83,33

Voleibol

5

83,33

Futsal

5

83,33

Handebol

5

83,33

Basquetebol

4

66,67

Gin�stica geral

4

66,67

Dan�a

2

33,33

Capoeira

0

0,00

    Na tabela 8, verificou-se que 100% dos professores declararam que a recrea��o � oconte�do mais utilizado nas aulas de Educa��o F�sica escolar�, enquanto o atletismo, voleibol, futsal e handebol s�o citados com 83,33% da freq��ncia de respostas. Segundo Rech et al. (2001), os desportes coletivos s�o utilizados em larga escala como conte�dos did�ticos pela escola para um aprimoramento, tanto das qualidades f�sicas, como das rela��es sociais entre os indiv�duos. Os esportes coletivos mais praticados e difundidos em nosso pais s�o o futsal, o voleibol, o basquetebol e o handebol, onde cada um apresenta caracter�sticas pr�prias e desenvolve suas capacidades de forma diferente.

Tabela 9. Crit�rios utilizados pelos professores para sele��o dos conte�dos das aulas. n=6

f

%

Plano de ensino

2

33,33

Idade dos alunos

2

33,33

Infraestrutura da escola

1

16,67

Quantidade e idade dos alunos

1

16,67

    Na tabela 9, constatou-se que 33,33% dos professores afirmaram que o plano de ensino e a idade dos alunos s�o os principais �crit�rios utilizados para sele��o dos conte�dos� da sua disciplina. Esses dados mostram-se contradit�rios � Oliveira (1994), quando este afirma que existe uma subjetividade na escolha de conte�dos por parte de quem planeja, que por sua vez sobrep�e-se �s necessidades e possibilidades dos alunos. J� Lib�neo (1992) esclarece que na escolha dos conte�dos de ensino, deve-se levar em conta n�o s� a heran�a cultural manifestada nos conhecimentos e habilidades, mas tamb�m a experi�ncia da pr�tica social vivida no presente pelos alunos, isto �, nos problemas e desafios existentes no contexto em que vivem.

Tabela 10. Formas de organiza��o dos conte�dos pelos professores nas aulas. n=6

F

%

Por s�rie

4

66,67

Pela disponibilidade de espa�o f�sico

4

66,67

Segundo os objetivos da disciplina

4

66,67

Segundo interesses e necessidades dos alunos

2

33,33

Por bimestre

2

33,33

Por trimestre

0

0,00

    Na tabela 10, nota-se que 66,67% dos sujeitos organizam seus conte�dos seguindo os crit�rios referentes � s�rie de atua��o, disponibilidade de espa�o f�sico e objetivo da disciplina. Piletti (1995) salienta que existem dois tipos de crit�rios para a organiza��o dos conte�dos: (a) crit�rio l�gico � � baseado nas estrutura da pr�pria mat�ria, (b) crit�rio psicol�gico � � baseado no n�vel de desenvolvimento intelectual ou cognitivo do aluno. Representa a disposi��o da mat�ria na ordem em que se realiza a experi�ncia do aluno. 33,33% dos professores, sujeitos da pesquisa optam pelo interesse e necessidades dos alunos e dividem os conte�dos por bimestre. Lib�neo (1992) diz que na escolha dos conte�dos de ensino, leva-se em conta n�o s� a heran�a cultural manifestada nos conhecimentos e habilidades, mas tamb�m a experi�ncia da pr�tica social vivida no presente pelos alunos, isto �, nos problemas e desafios existentes no contexto em que vivem.

Tabela 11. Tipos de m�todos de ensino utilizados pelos professores nas aulas. n=6

f

%

Quanto � atitude

Socializado

5

83,33

Individual

1

16,67

Quanto � comunica��o do resultado

Experimental

4

66,67

Verbalizado

3

50,00

Quanto aos m�todos da educa��o f�sica

Demonstra��o

2

33,33

Resolu��o de problema

1

16,67

Global, parcial e misto

4

66,67

Dialogado

2

33,33

    Na tabela 11, visualizou-se que os �tipos de m�todos mais utilizados� pelos professores em suas aulas foram: (a) Quanto � atitude � Socializado (83,33%); (b) Quanto � comunica��o do resultado � Experimental (66,67%); e (c) Quanto aos m�todos da Educa��o F�sica � Global, parcial e misto (66,67%). Segundo Zorzan et al (2001) atualmente diversos s�o os m�todos de ensino-aprendizagem utilizados por professores para desenvolver os conte�dos da Educa��o F�sica. J� de acordo com Oliveira (1998) s�o quatro os m�todos de ensino mais utilizados na Educa��o F�sica na escola: 1) m�todo da demonstra��o, 2) m�todo de resolu��o de problemas, 3) m�todo global e m�todo parcial.

Tabela 12. Tipos de t�cnicas de ensino utilizadas pelos professores nas aulas. n=6

F

%

Em grupo

4

66,67

Expositiva

2

33,33

Interrogativa

2

33,33

Experimenta��o

2

33,33

Individualizada

2

33,33

    Na tabela 12, observou-se que a maior parcela dos professores afirmaram que os �tipos de t�cnicas de ensino utilizadas nas aulas de Educa��o F�sica escolar� s�o em grupo (66,67%), enquanto 33,33% optam por utilizar outras t�cnicas de ensino (expositiva, interrogativa, experimenta��o, individualizada). Schmitz (1993: p.133), conceitua o m�todo de ensino como �um conjunto de circunst�ncias a serem consideradas, para que a atividade possa ser realizada de acordo com os objetivos e os conte�dos propostos�. De acordo com Lib�neo (1992) as t�cnicas, assim como os m�todos, n�o s�o empregados isoladamente e sim, existem como uma rela��o entre objetivos, conte�dos, m�todos e t�cnicas de cada disciplina, peculiaridades dos alunos e trabalho criativo do professor. Para sintetizar essa complexidade do ato pedag�gico, utiliza-se o termo procedimento metodol�gico.

Tabela 13. N�veis de rela��o professor-aluno nas aulas. n=6

f

%

Boa

5

83,33

�tima

1

16,67

P�ssima

0

0,00

Ruim

0

0,00

    Na tabela 13, verificou-se que a maioria (83,33%) dos professores consideraram �bom� o seu �n�vel de rela��o com os alunos� nas aulas de Educa��o F�sica escolar. Conforme Pinto (1998) o relacionamento entre professor e alunos � a condi��o de toda a aprendizagem significativa. J� segundo Xavier e Santos (1998) o papel do professor na disciplina de Educa��o F�sica se confunde com a rela��o afetiva que desenvolve o professor. Desta forma, � preciso deixar claro que o papel do professor vai al�m da amizade que este pode ter com os alunos, pois o professor tem um papel social de ensinar, de desenvolver autonomia com rela��o aos movimentos, de fazer com que o aluno incorpore no seu dia-a-dia � pr�tica de uma atividade f�sica em busca de uma melhor qualidade de vida, com aulas variadas, bem organizadas, bem planejadas, em busca de objetivos a curto e longo prazo, com um professor presente, que observe seus alunos, que oriente e que principalmente ensine Educa��o F�sica.

Tabela 14. Instrumentos de avalia��o utilizados pelos professores nas aulas. n=6

f

%

Observa��o di�ria

6

100,00

Assiduidade do aluno

6

100,00

Prova pr�tica

3

50,00

Auto-avalia��o

2

33,33

Prova te�rica

1

16,67

Prova oral

1

16,67

Outra

1

16,67

N�o faz avalia��o

0

0,00

    Na tabela 14, notou-se todos os professores investigados desenvolvem algum tipo de avalia��o. Sendo assim, 100% destes utilizam a observa��o di�ria e a assiduidade do aluno como crit�rios avaliativos, 50,00% realizam prova pr�tica e 33,33% desenvolvem a auto-avalia��o. Ainda 16,67% dos professores utilizam a prova te�rica, proca oral ou outra forma para avaliar o aluno. Os dados concordam com Rombaldi (1996), onde este menciona que, no caso espec�fico da Educa��o F�sica, a observa��o � a t�cnica mais utilizada para realizar a avalia��o e que atrav�s da t�cnica da observa��o � poss�vel coletar dados em todos os aspectos, mas especialmente no afetivo e psicomotor.

Tabela 15. Per�odos de realiza��o da avalia��o pelos professores. n=6

F

%

Bimestral

5

83,33

Mensal

0

0,00

Trimestral

0

0,00

Semestral

0

0,00

N�o realiza avalia��o

1

16,67

    Na tabela 15, o primeiro momento mostra um dado bastante satisfat�rio, pois visualizou-se que 83,33% dos professores afirmaram que realizam �avalia��es nas aulas de Educa��o F�sica escolar� e estas realizadas bimestralmente. Segundo Haydt (1994), a avalia��o � um processo cont�nuo e sistem�tico, devendo assim ser constante e planejada, ocorrendo normalmente ao longo de todo o processo ensino-aprendizagem, para reorient�-lo e aperfei�o�-lo.

Tabela 16. Finalidade da avalia��o realizada pelos professores. n=6

f

%

Avaliar o processo de ensino-aprendizagem

4

66,67

Cumprir as formalidades legais

3

50,00

Verifica��o da aprendizagem do aluno

2

33,33

    Na tabela 16, quanto a �finalidade da avalia��o realizada na Educa��o F�sica escolar�, observou-se que 66,67% dos professores declararam que � de �avaliar o processo de ensino-aprendizagem�, enquanto 50,00% definem como finalidade da avalia��o �cumprir as formalidades legais� e 33,33% acham que a finalidade � a �verifica��o da aprendizagem do aluno�. Segundo Lib�neo (1992) � importante a realiza��o da avalia��o para verificar o progresso alcan�ado pelos alunos, que reflete a efic�cia do ensino. Ainda Haydt (1994) destaca que a avalia��o � importante e necess�ria para: (a) conhecer os alunos; (b) determinar se os objetivos previstos para o processo ensino-aprendizagem foram ou n�o atingidos; (c) aperfei�oar o processo ensino-aprendizagem; (d) diagnosticar as dificuldades de aprendizagem; e (e) promover os alunos de acordo com o aproveitamento e o n�vel de adiantamento alcan�ado nas mat�rias estudadas.

Conclus�o

    O prop�sito deste estudo foi tentar chegar ao encontro de dados sobre a pr�tica pedag�gica dos professores de Educa��o F�sica escolar. Entretanto, � for�oso reconhecer, por�m, que este estudo se circunscreveu com uma amostra representativa de 66,67% das escolas da rede p�blica da cidade de Meleiro (SC). Desta forma as conclus�es abaixo s�o apresentadas de acordo com os objetivos da pesquisa.

    Quanto ao perfil da pr�tica pedag�gica os professores ressaltam que existe planejamento escolar e estes buscam a usa realiza��o para evitar a rotina e improvisa��o e contribuem para a realiza��o para contribuir para a realiza��o dos objetivos visados, sendo o plano de aula a forma mais utilizada. O planejamento � desenvolvido com os demais professores, no entanto na sua maioria n�o buscam a contribui��o dos alunos para a organiza��o dos objetivos e conte�dos. Cabe ressaltar que os professores buscam uma reorganiza��o constante deste planejamento, sempre utilizando livros como forma de consulta e embasamento para tal ato pedag�gico. As dificuldades mais apresentadas voltam-se �s causas naturais, sendo quest�es relacionadas ao tempo e motivos externos, os mais apontados.

    Os professores destacaram que os objetivos destinados � Educa��o F�sica no ensino fundamental s�o direcionados aos valores ideais da legisla��o educacional, escolhendo aqueles que desenvolvem os aspectos motores, afetivos e cognitivos.

    Os sujeitos da pesquisa escolhem como conte�dos a recrea��o e os esportes ditos hegem�nicos (atletismo, voleibol, futsal, handebol e basquetebol) para serem trabalhados na disciplina de educa��o f�sica. Acredita-se que estes conte�dos s�o trabalhados devido ao ciclo de ensino (2�, 3� e 4� ciclos), j� que os objetivos s�o escolhidos pela legisla��o educacional e estes destacam como recomend�vel o aprendizado destes esportes no ensino fundamental. N�o podemos afirmar quais as propostas pedag�gicas utilizadas, at� o momento, no aspecto abaixo podemos extrair algumas conclus�o sobre este ponto.

    Em rela��o aos procedimentos metodol�gicos os professores de Educa��o F�sica afirmam utilizar quanto � atitude o m�todo socializado, quanto � comunica��o do resultado, o m�todo experimental e quanto aos m�todos da educa��o f�sica, o Global, parcial e misto, a t�cnica de ensino � em grupo. Estas respostas mostram n�o haver uma forma �nica de ensino, pois as respostas s�o bastante heterog�neas, mostrando percentuais semelhantes entre as op��es de respostas. Isto tamb�m mostra uma falta de �rumo� te�rico, onde os professores possam abordar de forma an�loga as abordagens de ensino. N�o mostrando uma preocupa��o sobre as propostas pedag�gicas que embasam a educa��o f�sica escolar.

    Os professores mencionam que a rela��o � boa, por�m os sujeitos da investiga��o afirmam que existe pouca participa��o dos alunos na organiza��o pedag�gica da aula. Este aspecto reflete uma certa diretividade das aulas indo de encontro com as caracter�sticas de um bom relacionamento.

    O principal �instrumento de avalia��o� utilizado pelos professores de Educa��o F�sica escolar � a observa��o di�ria e a assiduidade dos alunos. Tamb�m apresentaram como forma de avalia��o a prova pr�tica e a auto-avalia��o. Estas avalia��es s�o realizadas bimestralmente e apresentam como finalidade avaliar o processo de ensino aprendizagem.

    Surge a necessidade de desenvolver esta investiga��o com outras realidades escolares em diferentes regi�es do estado de Santa Catarina, pois somente assim poderemos destacar a��es que podem ser utilizadas como referencias, abordando uma discuss�o mais fidedigna sobre a realidade da educa��o f�sica escolar.

Refer�ncias bibliogr�ficas

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Outros artigos em Portugu�s

 
O que podemos entender como prática pedagógica?

revista digital � A�o 14 � N� 133 | Buenos Aires,Junio de 2009  
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O que seria a prática pedagógica?

A Prática Pedagógica é entendida como uma prática social complexa, acontece em diferentes espaço/tempos da escola, no cotidiano de professores e alunos nela envolvidos e, de modo especial, na sala de aula, mediada pela interação professor-aluno-conhecimento.

Qual o papel da prática pedagógica?

As práticas pedagógicas são instrumentos que podem ajudar as escolas a concretizarem seus objetivos de aprendizagem. Por exemplo, por meio delas, é possível manter alunos nativos digitais engajados com a escola ou para estabelecer uma dinâmica de sala de aula mais participativa e inclusiva.

Quais são as principais práticas pedagógicas?

Uma das práticas pedagógicas mais interessantes para os alunos é o professor fazer uso dos recursos que a Era Digital tem a oferecer, que é uma maneira de estimular e engajar o estudante durante a aula.

Como deve ser a prática pedagógica?

2 - A prática pedagógica deve ser condizente com a turma: é necessário pensar nos alunos e tentar imaginar o que lhes chamaria a atenção, o que seria prazeroso de se realizar, como eles se sentiriam. Esse é o caminho. Empatia. Neste instante, as trocas de experiências são muito válidas.