O que são rios voadores e como eles influenciam no clima de diferentes regiões do Brasil?

RESUMO

Pesquisadores “surfam” as correntezas aéreas para estudar o fenômeno dos rios voadores. Desde 2007, um projeto científico tenta conhecer melhor os rios voadores. O líder da pesquisa é Gerard Moss, engenheiro e explorador francês naturalizado brasileiro. O trabalho dele consiste em voar com um monomotor coletando vapor d’água. “Enquanto todos os pilotos evitam as nuvens, eu vou direto para elas”, diz. Em seu avião, Moss caça a umidade usando tubos de 40 centímetros resfriados a 70 graus negativos. Numa temperatura tão baixa, qualquer vapor que entra no tubo se transforma, imediatamente, em água. As gotas são então armazenadas para a análise em laboratório.

Por favor comentem e compartilhem.

SIGNIFICADO

EUTRÓFICO                                                                                     :

Corpos de Água com alta produtividade.

CENA                                                                                                :

Centro de Energia Nuclear na Agricultura.

CPTEC                                                                                  :

Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos.

EVAPOTRANSPIRAÇÃO                                                       :

Perda da água do solo por evaporação e perda de água da planta por transpiração.

HIPEREUTRÓFICO                                                               :

Corpos de água afetados significativamente.

IET                                                                                                   :

Índice do estado trófico para classificar corpos d’água.

IIE                                                                                                    :

Instituto Internacional de Ecologia

INPA                                                                                                 :

Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia.

INPE                                                                                                 :

Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais.

IMAZON                                                                                            :

Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia.

MESOTRÓFICO                                                                                :

Corpos de água e com produtividade intermediária.                                       

OLIGOTRÓFICO                                                                               :

Corpos de água limpos e de baixa produtividade.

PROGRAMA PETROBRAS SOCIOAMBIENTAL                      :

Oficinas para professores da rede pública de ensino.

PROJETO BRASIL DAS ÁGUAS                                            :

Coletando amostras de água em rios brasileiro entre 2003/2004.

PROJETO SETE RIOS                                                                      :

Objetivo de envolver os ribeirinhos na preservação de seus rios.

RIOS VOADORES                                                                             :

Cursos de água atmosféricos.

USP                                                                                                 :

Universidade de São Paulo.

1. INTRODUÇÃO

Os Rios Voadores são uma espécie de curso d’água invisível que circula pela atmosfera. Trata-se da umidade gerada pela Amazônia e que se dispersa por todo o continente sul-americano. As principais regiões de destino são o Centro-Oeste, Sudeste e o Sul do Brasil, de forma que alguns pesquisadores afirmam que, sem essa umidade, o ambiente dessas regiões transformar-se-ia em algo parecido com um deserto.

A origem dos rios voadores acontece da seguinte forma: as árvores da Floresta Amazônica “bombeiam” as águas das chuvas de volta para a atmosfera, através de um fenômeno denominado evapotranspiração, ou seja, a água das chuvas que fica retida nas copas das árvores evaporam e permanecem na atmosfera em forma de umidade. É exatamente essa umidade que formam os rios voadores.

Para se ter uma ideia da umidade gerada por esse processo, o INPA (Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia) estima que uma árvore de 10 metros de diâmetro possa produzir mais de 300 litros de água por dia, mais do que o dobro de água que uma pessoa utiliza diariamente para beber, cozer alimentos, tomar banho etc. Uma árvore de 20 metros, por sua vez, pode bombear mais de 1.000 litros de água por dia.

Considerando que na Amazônia existem mais de 600 milhões de árvores, é possível se ter uma ideia da grandeza desse fenômeno.

Alguns pesquisadores apuraram que os rios voadores contribuem diretamente na formação das nascentes dos cursos d’água que formam o grande Rio Amazonas. Isso porque toda essa umidade gerada pela floresta é transportada pelos ventos em direção à Cordilheira dos Andes, um imenso “paredão” de quase 4.000 metros de altitude que funciona como uma espécie de barreira para as frentes úmidas.

Ao barrar toda essa quantidade de vapor d’água, parte dela se precipita na forma de chuvas ou neve, que vão contribuir para a formação de rios e nascentes de importantes cursos d’água da região da costa do Peru, inclusive aqueles que dão origem ao Rio Amazonas.

Como já dissemos, os rios voadores interferem no clima da maior parte do território brasileiro. Isso porque a umidade do ar que é barrada pela Cordilheira dos Andes e que não se precipita é “rebatida” de volta para o continente, fornecendo umidade para as demais regiões do país.

É exatamente essa umidade, a qual se dá o nome de Rios Voadores, que dá origem às chuvas e contribui para amenizar o clima em algumas regiões com temperaturas mais elevadas.

Estima-se que a vazão dos rios voadores seja igual ou superior à vazão do Rio Amazonas, que é o maior do mundo e transporta 200.000m³ de água por segundo!

O que se observa, nesse processo, é a importância da preservação da Floresta Amazônica. Caso a fronteira agrícola do país continue se expandindo, as consequências poderão ser extremamente severas, inclusive, para a própria agricultura, que não contará mais com o mesmo regime de chuvas para o abastecimento da produção. Além disso, a tendência é que o ar que respiramos fique mais seco e as temperaturas se elevem, sobretudo nas regiões mais próximas à Linha do Equador. O que torna a Amazônia diferente de todas as grandes florestas equatoriais do planeta é a Cordilheira dos Andes conforme já citamos anteriormente e ainda citaremos outras, em razão da grande importância estratégica dessa formação de montanhas com grande altitude e que podemos considerar como um imenso paredão, que impede que as nuvens se percam no Pacífico. Elas esbarram na Cordilheira e desviam para o Sul.

“Esses ventos viram aqui e se contrapõem à tendência natural dessa região aqui de ser deserto. É uma região que produz 70% do PIB da América do Sul - região industrial, agrícola, onde está a maior parte da população da América do Sul”, explica Antônio Nobre, pesquisador do Inpa - Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia.

Mas de onde vem tanta água? Como funciona a fantástica máquina biológica que faz chover? Segundo os cientistas, o toque final cabe às árvores.

Fincadas a até 20 ou 30 metros de profundidade, as raízes sugam a água da terra. Os troncos funcionam como tubos. E, pela transpiração, as folhas se encarregam de espalhar a umidade na atmosfera.

2. PROJETO RIOS VOADORES DA AMAZÔNIA

O casal de cientistas Gérard e Margi Moss, juntamente com uma equipe de pesquisadores e cientistas brasileiros multifuncionais, elaboraram o projeto Rios Voadores, com o intuito de estudarem a questão: chuva. Este projeto foi iniciado em 2007, efetuando-se pesquisas dos ventos, colhendo-se amostras de vapor e sempre em busca de explicações e números. A partir de 2010, este projeto ganhou as salas de aula, através de oficinas sobre o tema, devidamente preparadas para a formação de professores da rede pública. O projeto foi finalizado em Junho de 2013. Além das inúmeras atividades aplicadas pelos cientistas e pesquisadores, relativo a coleta de amostras de vapor das nuvens e seus correspondentes números e explicações, os pesquisadores do CENA-USP - (Centro de Energia Nuclear na Agricultura -Universidade de São Paulo) localizado em Piracicaba - SP., também monitora as trajetórias dos "Rios Voadores", através de parceria com o CPTEC - Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos. Dessa forma, procuram conhecer os prováveis impactos ambientais provocados pelo desmatamento e queimadas da Amazônia sobre a escassez de chuvas e mudanças climáticas no país. O chão foi o destino de 20% das árvores da Floresta Amazônica original. Que isso vem acontecendo há anos, todos sabem. O que provavelmente não sabemos é que esse crime ambiental tem a ver com a falta d'água na maior cidade da América Latina. É que a Amazônia bombeia para a atmosfera a umidade que vai se transformar em chuva nas regiões Centro-Oeste, Sudeste e Sul do Brasil. Quanto maior o desmatamento, menos umidade e, portanto, menos chuva. E sem chuva, os reservatórios ficam vazios e as torneiras, secas.

É guerra contra a cobiça. No coração da Amazônia, o exército formado pelo Ibama, pela Funai e pela Polícia Federal atinge mais um alvo. Garimpeiros presos, madeireiros multados, equipamentos destruídos. E a prova do crime apreendida. Esse é o front de um conflito que já dura pelo menos quatro décadas no Brasil. Desde que as primeiras estradas rasgaram a floresta para permitir a colonização. Caminhos que acabaram facilitando também o acesso de exploradores gananciosos e sem escrúpulos. Um crime ambiental que ainda está longe do fim.

Uma árvore que leva mais de 100 anos para crescer. E que em menos de um minuto, já pode estar derrubada. E o pior é que a madeira nem é aproveitada. Nesse tipo de desmatamento, o objetivo é simplesmente derrubar tudo, tocar fogo e transformar a área em pastagem para a criação de gado. Um crime ambiental que geralmente só é notado pelos fiscais tarde demais, quando a floresta já virou carvão. É lamentável informar, mas as clareiras somam área maior que França e Alemanha juntas.

“Isso aqui é roubo de terras da União. Grileiros furtam a terra da União, praticam o desmate multiponto, vários pontos embaixo da floresta, dificultando o satélite de enxergá-lo.”, explica Luciano de Menezes Evaristo, diretor de proteção ambiental do Ibama.

O que os olhos poderosos dos satélites não veem, a floresta, lamentavelmente, sente: 20% das árvores da Amazônia original já foram para o chão. Restaram imensas clareiras que somam uma área maior que a França e a Alemanha juntas.

O Fantástico acompanhou, com exclusividade, a maior operação contra grileiros na Amazônia neste ano. Em uma conversa gravada pela Polícia Federal com autorização da Justiça, um dos presos admite que o interesse dos criminosos é apenas nas terras.

“Como a floresta lá é muito bruta, os troncos são muito grossos, então o custo é muito grande. São árvores antigas, árvores velhas”, ele diz.

As consequências da devastação estão próximas de todos sendo que as derrubadas e garimpos deixam uma cicatriz gigantesca na mata que pode parecer um problema exclusivo de árvores e bichos, distante da maioria das pessoas. Mas a ciência e as novas tecnologias comprovam que as consequências da devastação estão muito mais próximas de todos nós.

Nascentes que já não vertem mais água. Represas com menos de 10% de sua capacidade original de armazenagem. Uma delas, por exemplo, perto de Mogi das Cruzes, no interior de São Paulo, deveria ter em um ponto uma profundidade de pelo menos cinco metros. Está agonizando. Mas o que a falta de água nesta região do país tem a ver com a Amazônia que fica a mais de 2 mil quilômetros de distância? Certamente, absolutamente tudo, segundo cientistas que estudam as funções da floresta e as variações climáticas na América do Sul.

“Essas chuvas que ocorrem principalmente durante o verão, a umidade é oriunda da Amazônia. E essa chuva que fica vários dias é que recarrega os principais reservatórios da Região Sudeste.” explica Gilvan Sampaio, climatologista do Inpe - Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais.

O Fantástico teve acesso exclusivo ao relatório sobre o futuro climático da Amazônia que só vai ser divulgado oficialmente na Conferência Sobre o Clima em Lima, no Peru, no fim deste ano. O trabalho desenvolvido em parceria por cientistas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais e do Inpa - Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia, que investiga a Amazônia, reúne mais de 200 estudos e traça um minucioso roteiro das chuvas no continente sul-americano.

“Está mudando o clima. A gente vê isso acontecendo na Amazônia. Tem muitos trabalhos mostrando que a extensão da estação seca está se prolongando”, diz Antônio Nobre, pesquisador do Inpa - Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia.

De acordo com esse relatório, nos últimos 400 milhões de anos, a umidade que evapora dos oceanos é empurrada naturalmente pelos ventos para dentro dos continentes. Uma parte desse vapor vira chuva e cai, principalmente, sobre as grandes florestas na altura do Equador. O excesso de umidade segue empurrado pelos ventos, atravessa os continentes e acaba indo para o mar. Um ciclo que ao redor da Terra só tem uma exceção: a Amazônia.

3. OBJETIVOS DO PROJETO RIOS VOADORES DA AMAZÔNIA

3.1 Origem

Estudos abrangentes para caracterizar a origem do vapor d'água, das chuvas e dos rios nas regiões por onde passam os Rios Voadores. “Se você tivesse uma chaleira gigante ligada na tomada, você precisaria de eletricidade da Usina de Itaipu, que é a maior do mundo em potência, funcionando por 145 anos para evaporar um dia de água na Amazônia. Quantas Itaipus precisaria para fazer o mesmo trabalho que as árvores estão fazendo silenciosamente lá? 50 mil usinas Itaipu”, explica Antônio Nobre - pesquisador do Inpa - Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia.

3.2 Ensinamentos

Apresentar para toda população dos grandes centros urbanos, uma verdadeira nascente para os recursos hídricos brasileiros. Esse imenso fluxo de água pelos ares é chamado de "rios voadores". O Fantástico chamou a atenção para a importância desses rios já em 2007. Imagens feitas de um avião do projeto "rios voadores" revelam nuvens densas, carregadas de água, cruzando todo o Brasil.

Testes feitos em laboratório comprovaram: mais da metade da água das chuvas nas regiões Centro-Oeste, Sudeste e Sul do Brasil e também na Bolívia, no Paraguai, na Argentina, no Uruguai e até no extremo sul do Chile vem da Amazônia.

Para os cientistas, uma prova irrefutável do papel dos Andes e da Floresta Amazônica no ecossistema do cone-sul é a inexistência de um deserto nessa região. Basta olhar o globo para constatar que na mesma latitude em volta do planeta tudo é deserto. Menos na América do Sul.

Os pesquisadores não têm dúvida: sem a Amazônia, os estados de Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná e Rio Grande do Sul fatalmente seriam desertos também.

“Para quem está no Brasil, seja Porto Alegre ou Manaus ou São Paulo tem que saber que a água que consome em sua residência, uma parte dela vem da Amazônia e que por isso temos que preservar”, alerta Gilvan Sampaio.

3.3 Conscientização

Conscientizar e valorizar a preservação de forma sustentável da Amazônia como solução para as atividades econômicas do país, desde a agricultura até a indústria, como também para a qualidade de vida da população. As imagens dos satélites que acompanham a movimentação das nuvens de chuva comprovam que a grande seca que assola as regiões Sudeste e Centro-Oeste do Brasil, em parte, está relacionada aos desmatamentos. No estado de São Paulo, por exemplo, a devastação da Mata Atlântica permite a formação de uma massa de ar quente na atmosfera. Tão densa que chega a bloquear os “rios voadores”, já enfraquecidos por conta do desmatamento na Amazônia. Represados no céu, eles acabam desaguando no Acre e em Rondônia, onde, este ano, foram registradas as maiores enchentes da história.

3.4 Divulgação

Divulgar para os brasileiros em geral, a valiosa contribuição da Floresta Amazônica no abastecimento dos recursos hídricos brasileiros. Na luta contra o desmatamento, o Ibama, a Funai e a Polícia Federal acabam de ganhar mais um aliado: o Ministério Público, que passou a juntar dados da Receita Federal para poder enquadrar as quadrilhas também por lavagem de dinheiro e sonegação fiscal, falcatruas que podem levar a mais de 10 anos de cadeia.

Pelas contas da Procuradoria da República no Pará, só a quadrilha presa na última operação desviou dos cofres públicos R$ 67 milhões em impostos. Um crime que mistura ganância e ignorância.

Repórter: Quando você mete a motosserra em uma árvore que levou 100 anos para chegar daquele tamanho, não dá dó?

Madeireiro: Não tem como a gente ter dó das coisas. Ninguém tem dó da gente também, né? Tem que desmatar para viver, né?

“Eu não sei se tá errado, não. Pra mim, está certo porque eu estou trabalhando. Enquanto os vagabundos ficam soltos na cidade, a gente tem que trabalhar escondido. Aí é difícil”, diz uma mulher.

3.5 Preparação e conhecimentos científicos

Preparar professores das redes públicas em vários estados do Brasil com oficinas e material didático para a divulgação do tema em sala de aula.

Compartilhar os conhecimentos científicos e meteorológicos em linguagem acessível a todos, a fim de agregar valores e sabedoria sobre as origens da água que sai nas torneiras de casa, visando a proteção dos recursos hídricos. Precisamos reflorestar áreas desmatadas antes que seja tarde, porque certamente não temos outra opção de ação.

Um comportamento que bate de frente com os interesses de quem depende da Amazônia para produzir alimentos de forma legal.

“É do interesse do próprio agricultor ou produtor de gado ou de quem está querendo produzir energia que a floresta seja mantida. Porque ela é o que garante que tenha água necessária para essas atividades econômicas poderem existir”, diz o engenheiro florestal Tasso Azevedo.

Os gráficos do Inpe - Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais revelam que os desmatamentos na Amazônia já caíram aos níveis mais baixos das últimas duas décadas, mas ainda que tivessem sido completamente zerados, os cientistas não estariam tranquilos. Eles alertam que é preciso também reflorestar as áreas desmatadas antes que seja tarde.

“Existe um fato simples: se você tira floresta, você tira fonte de umidade, muda o clima. E nós tiramos floresta. Isso foi o que a gente fez nos últimos 40 anos. O clima é um juiz que sabe contar árvores, que não esquece e não perdoa”, afirma Antônio Nomes.

4. FENÔMENO DOS RIOS VOADORES

Esse fenômeno, conhecido por "Rios Voadores", podem ser considerados cursos de água atmosféricos, os quais são constituídos por grandes volumes de ar carregados de vapor de água, constantemente acompanhados por nuvens, e que são impulsionados pelos ventos. Essas correntes de ar invisíveis, passam despercebidas, carregando umidade da Bacia Amazônica em direção ao Sul do país. Essa umidade, encontrando condições propícias vindas do Sul do país em seu contra fluxo, tal como uma frente fria, por exemplo, se transforma em chuva. Podemos considerar que a Floresta Amazônica, seria o mesmo que uma bomba d'água, porque ela puxa para dentro do continente a umidade evaporada pelo oceano Atlântico e carregada pelos ventos alíseos. Em seguida cai como chuva sobre a floresta e logo em seguida, através da evapotranspiração das grandes árvores, sob o calor do sol tropical, as mesmas devolvem a água da chuva em forma de vapor de água, provocando dessa forma, um constante recarregamento de umidade que seguirá o seu curso em direção ao Sul do país, para cair novamente como chuva em inúmeras regiões brasileiras.

4.1 Barreira Natural da Cordilheira dos Andes

Toda essa massa de ar, totalmente recarregadas de umidade, boa parte dela proveniente da evapotranspiração da floresta, encontram a barreira natural formada pela Cordilheira dos Andes. Os rios voadores se direcionam para as encostas leste da cadeia de montanhas, formando as cabeceiras dos rios amazônicos, onde são barrados pelo paredão de 4.000 metros de altura, quando os rios voadores fazem uma curva e se direcionam em direção ao Sul, rumo as regiões do Centro-Oeste, Sudeste e Sul do país, além de vários países vizinhos.

4.1.1 Acidente Geográfico

Podemos considerar que por um acidente geográfico localizado fora do Brasil, a Cordilheira dos Andes, o nosso regime de chuvas e também o nosso clima tem total ligação ao mesmo. Através das chuvas, as quais são de suma importância para o ser humano, para nossas vidas, nosso bem estar e para o bem da economia do país, pois ela irriga lavouras, enche os rios terrestres e as represas que fornecem energia. "O Peru recebe um pouco desta água, mas se não houvesse a cordilheira, certamente receberia tudo", explica Moss

5. DIFICULDADES PARA OS RIOS VOADORES

Ironicamente desde o início do ano a grande mídia nos inunda com uma enxurrada de manchetes sobre a seca paulista em abordagens superficiais explicando para a população apenas como "falta de chuvas", mas a queda nas precipitações do último verão está longe de ser a regra para o clima desta região. O que pode ter 'quebrado' o grande corredor de rios voadores em formato de bumerangue que costuma existir nos verões da América do Sul? A expressão 'rios voadores' foi criada pelo pesquisador José Marengo (Inpe - Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) ao se referir à grande quantidade de água na forma de vapor carregada ao centro-sul do Brasil com uma massa de ar quente (Massa Equatorial Continental - mEc) proveniente da floresta amazônica. Neste começo de ano, a umidade que se desloca com a mEc não chegou a São Paulo e as chuvas ficaram bem abaixo das médias mensais esperadas para o período. Imagens de satélite do Cptec/Inpe das precipitações mensais, mostram claramente que o bimestre janeiro/fevereiro de 2014 os habituais rios voadores não conseguiram chegar se comparados aos cinco anos anteriores. As explicações para anormalidades climáticas como essa são diversas, enquanto para alguns se trata apenas de eventos cíclicos dentro de grandes intervalos de tempo, para outros as razões parecem convergir para possíveis desdobramentos do aquecimento global e da perda de cobertura florestal. O aumento das temperaturas médias da superfície do planeta poderia alterar a dinâmica das correntes marítimas e das massas de ar, já o desmatamento reduz a umidade no ar devido ao fato de que, ao transpirarem, as florestas funcionam como verdadeiras 'bombas d´água' que liberam na atmosfera bilhões de litros na forma de vapor. Sendo assim, ambos os fenômenos parecem influenciar nos padrões climáticos. Segue um pequeno esboço com algumas hipóteses para este caso da seca paulista:

1- O aquecimento global; nos últimos 15 anos foram batidos quase todos os recordes históricos de maiores médias de temperaturas anuais medidos desde 1850; a amazônica enfrentou nos últimos anos a maior seca (2010) e as duas maiores cheias (2009 e 2012) desde o início das medições nos rios em 1902; estaria provocando alterações na dinâmica das massas de ar que atuam na América do Sul; neste contexto de temperaturas médias mais altas, a zona de influência da Massa Tropical Continental - mTc vinda do Paraguai pode ter se redimensionado estacionando o ar quente/seco e impedindo a chegada da umidade da Amazônia, bem como aumentado as temperaturas médias nesta região provocando maior evaporação dos rios/reservatórios e aprofundando lençóis freáticos;

2- O desmatamento de 22% da floresta Amazônica brasileira (IBGE/Prodes), 47% do Cerrado (MMA) e 91,5% da Mata Atlântica (SOS Mata Atlântica) fez com que essas coberturas vegetais deixassem de prestar importantes serviços ambientais como a regulação das temperaturas médias e o 'bombeamento' de imensa quantidade de vapor d´água para atmosfera resultando nos rios voadores e nas chuvas em São Paulo durante o verão.

3- O aumento da urbanização do Centro-Sul brasileiro provocaria uma somatória de ilhas de calor aumentando as temperaturas médias e a taxa de evaporação dos rios e reservatórios.

4. O aumento da população e do consumo de água - a população do estado de São Paulo cresceu 4,2 milhões de 2000 a 2010 (IBGE);

5. Outros eventos não elencados (o professor Lucivânio Jatobá de Oliveira, do departamento de Ciências Geográficas da UFPE, sinalizou que houve um avanço mais intenso do anticiclone do atlântico sul que teria influenciado para a estiagem: "Ele ficou mais enérgico e agiu intensamente sobre o Centro-Oeste e partes do Sudeste. Isso gerou bloqueios de frentes e inibição da convecção. Some-se a isso, mesmo que discretamente, a subsidência do ar decorrente do El Niño , que já dava marcas de seu início em março e abril") ou desconhecidos;

Em janeiro de 2008 houve um padrão de distribuição de chuvas um pouco semelhante ao que ocorreu este ano, os rios voadores não chegaram a São Paulo, no entanto nos verões seguintes (2009-2013) a umidade vinda da Amazônia se restabeleceu. Nos últimos anos, os pesquisadores Philip Fearnside (Inpa - Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia) e Antonio Nobre (Inpe - Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) vêm atentando para evidências de relações bilaterais entre a floresta amazônica e as mudanças climáticas, porém sem grande atenção da mídia. A estiagem virou até motivo de disputa política, mas com um reducionismo da questão. O fato é que os meios de comunicação não se preocuparam em iniciar uma reflexão e discussão com a população sobre as possíveis causas, a maior parte da informação é passada de maneira reduzida e incompleta, o que compromete a conscientização para mudanças nas matrizes energéticas dos países, nas estratégias de conservação/valorização dos serviços ambientais de grandes biomas e na atitude de cada pessoa diante do novo panorama socioambiental."

5.1 Preocupação

Com as frequentes derrubadas de árvores na floresta Amazônica, as previsões indicam alterações importantes no clima da América do Sul em decorrência da substituição de florestas por agricultura ou pastos. Ao avançar cada vez mais por dentro da floresta, o agronegócio pode prejudicar fortemente as ocorrências naturais dos rios voadores, devido a derrubada das árvores que são elementos insubstituíveis para alimentação dos rios voadores, através da sua transpiração e consequente formação das chuvas por várias regiões do Brasil e países da América do Sul.

5.2 Situação do Brasil

O Brasil tem uma posição privilegiada no que diz respeito aos recursos hídricos. Porém, com o aquecimento global e as mudanças climáticas que ameaçam alterar regimes de chuva em escala mundial, é hora de analisarmos melhor os serviços ambientais prestados pela floresta amazônica antes que seja tarde demais.

6. RIOS VOADORES E O CLIMA NO BRASIL

6.1 Território Brasileiro

De acordo com o que já foi explanado, os rios voadores interferem no clima da maior parte do território brasileiro. Toda umidade do ar que é barrada pela Cordilheira dos Andes e que não se precipita é “rebatida” de volta para o continente, fornecendo umidade para as demais regiões do país.

É exatamente essa umidade, a qual se dá o nome de Rios Voadores, que dá origem às chuvas e contribui para amenizar o clima em algumas regiões com temperaturas mais elevadas.

Estima-se que a vazão dos rios voadores seja igual ou superior à vazão do Rio Amazonas, que é o maior do mundo e transporta 200.000m³ de água por segundo.

6.2 Importância da floresta

Precisamos ficar atentos nesse processo, a importância da preservação da Floresta Amazônica. Precisamos lutar arduamente para que as fronteiras agrícolas do país não continue se expandindo, porque as consequências poderão ser extremamente severas, inclusive, para a própria agricultura, que não contará mais com o mesmo regime de chuvas para o abastecimento da produção. Além disso, a tendência é que o ar que respiramos fique mais seco e as temperaturas se elevem, sobretudo nas regiões mais próximas à Linha do Equador.

6.3 Cursos naturais das águas

Alguns pesquisadores apuraram que os rios voadores contribuem diretamente na formação das nascentes dos cursos d’água que formam o grande Rio Amazonas. Isso porque toda essa umidade gerada pela floresta é transportada pelos ventos em direção à Cordilheira dos Andes, um imenso “paredão” de quase 4.000 metros de altitude que funciona como uma espécie de barreira para as frentes úmidas.

Ao barrar toda essa quantidade de vapor d’água, parte dela se precipita na forma de chuvas ou neve, que vão contribuir para a formação de rios e nascentes de importantes cursos d’água da região da costa do Peru, inclusive aqueles que dão origem ao Rio Amazonas.

7. ESTRATÉGIAS DO PROJETO RIOS VOADORES DA AMAZÔNIA

O Brasil representa a maior reserva de água doce da Terra, em torno de 12% do total mundial. Entre outubro de 2003 e dezembro de 2004, o aviador Gérard Moss, junto com a esposa Margi, coletaram 1.160 amostras de água doce de rios e lagos espalhados pelo vasto território brasileiro, utilizando um método inédito: um avião anfíbio. Antes do início do projeto Rios Voadores da Amazônia em 2007, ocorreu o Projeto Brasil das Águas, o qual foi uma proposta inovadora, inédita no mundo. O avião anfíbio Talha-mar, equipado com sonda multiparamétrica, coletou amostras da superfície de corpos de água doce, cujas amostras foram tiradas por todo o Brasil. Fotografias aéreas tiradas em cada localidade de coleta permitiam aos pesquisadores visualizar as características do terreno (ex: relevo), o tipo de cobertura vegetal e uso (ex: floresta, pastagem ou centro urbano).

7.1 Premio Ambiental

Em 2004, o projeto Brasil das Águas ganhou o Prêmio Ambiental Von Martius, na categoria Natureza, um belo reconhecimento da abrangência do empreendimento e o desafio de realizar tantos voos ousados. Os resultados das análises das amostras coletadas com tanta complexidade ajudaram a desenhar um abrangente panorama da qualidade das águas do país para fins de alerta e conscientização.

7.2 Reconhecimento

Apoiado por instituições de ensino, pesquisa e empresas comprometidas com as questões ambientais brasileiras, Gérard e Margi Moss voaram 120.000 km – o equivalente a mais de duas voltas em torno da Terra – no avião anfíbio Talha-mar, transformado em laboratório aéreo, para coletar amostras em todas as regiões hidrográficas do país. As 1.160 amostras foram coletadas de 524 rios, lagos e reservatórios diferentes, sendo que mais do que uma amostra foi coletada de um número significante dos rios, devido à sua grande extensão (Amazonas, Paraná, Grande, Tocantins, Araguaia e São Francisco, por exemplo). O laboratório interno foi totalmente desenhado e montado pela própria equipe Brasil das Águas, com tecnologia 100% brasileira.

7.3 Saúde das águas doces brasileiras

Em conformidade com os resultados obtidos pelas análises realizados por pesquisadores em várias instituições em São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerias, foi possível desenhar um mapa mostrando a saúde das águas doces no momento da coleta e identificar ambientes não contaminados para que possam ser preservados e conservados. Utilizando a mesma metodologia em todo o país, a comparação dos resultados ajuda a entender a situação atual dos recursos hídricos e contribuir para um extenso banco de dados sobre um dos maiores bens do nosso povo: a água.

7.4 Metodologia aplicada nas pesquisas

A água coletada em voo rasante passava pela sonda, fornecida pela Hexis, que em questão de segundos analisava certos parâmetros (pH, turbidez, condutividade, oxigênio dissolvido, temperatura, clorofila e salinidade). O computador de bordo, fornecido pela Atos, guardava esses dados, que serviriam de referência para as análises complementares realizadas mais tarde em laboratório. No toque na superfície da água com o avião, uns 5 litros da água entravam no coletor, sendo que a maior parte era usada para limpar o sistema, evitando que uma amostra ficasse “contaminada” pela anterior. Apenas uma pequena alíquota da água (cerca de 160ml) recolhida pelo sistema era armazenada numa garrafa durante o vôo. Pouco tempo depois, a amostra era subdividida em outros recipientes menores, de acordo com os requisitos de cada pesquisador. Embora as amostras terem sido pontuais, ou seja coletadas uma única vez, num momento específico, em cada ponto de amostragem, a ideia do projeto era criar um panorama das águas doces do Brasil, mesmo que retratasse somente um dado momento em 2003-2004. O objetivo era chamar a atenção de toda a sociedade para a situação crítica desse bem tão precioso. A aventura aérea e ambiental prosseguiu em 2006, com o projeto Rios Voadores, no qual embarcaram importantes cientistas que já tinham advertido para o fenômeno e agora utilizam os dados para confirmá-lo. Eles criaram equipamentos adaptados ao monomotor e a um balão aerostático, com o qual Moss percorreu o país para condensar e analisar gotas do vapor atmosférico originadas na Amazônia.

8. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

8.1 Breve Histórico

A desmatamento da Floresta Amazônica é um dos principais problemas ambientais do mundo atual, em função de sua grande importância para o meio ambiente. Este desmatamento causa extinção de espécies vegetais e animais, trazendo danos irreparáveis para o ecossistema amazônico. 

Principais causas:

- Degradação provocada pelo corte ilegal de árvores, destinadas ao comércio ilegal de madeira;

- Queimadas ilegais para abertura de pastagens para o gado ou áreas agrícolas (principalmente para a cultura de soja);

- Assentamentos humanos em função do crescimento populacional na região.

 Principais consequências:

- Extinção de espécies vegetais e animais;

- Desequilíbrio no ecossistema da região;

- Aumento da poluição do ar nos casos de queimadas;

- Aumento de casos de erosão do solo.

Problemas de fiscalização:

Em função da gigantesca extensão territorial da Floresta Amazônica, a fiscalização é extremamente complicada. Além disso, o governo brasileiro coloca poucos fiscais atuando na região, fato que dificulta ainda mais a fiscalização.

As alterações climáticas estão provocando um ambiente mais quente e mais seco para a Amazônia, é o prognóstico de estudos de modelagem que se debruçam sobre os efeitos das mudanças climáticas.

Se bem ajustado, o mecanismo hidrológico da Amazônia desempenha um papel primordial na manutenção do clima mundial e regional.

A água que as plantas liberam na atmosfera por meio da evapotranspiração e que os rios despejam no oceano influencia o clima do planeta e a circulação das correntes oceânicas. É um mecanismo de retroalimentação, pois esse processo também sustenta o clima regional do qual depende.

A região Amazônica encontra-se sob pressão de duas forças impactantes: o desmatamento e as mudanças climáticas globais, que afetarão não apenas a região local, mas poderão comprometer o clima de outras regiões do país. O principal objetivo da Expedição Rios Voadores foi o de aprofundar os estudos sobre o transporte de vapor d’água da Amazônia para outras regiões, buscando entender de que forma o desmatamento e as queimadas podem afetar as precipitações, especialmente nas regiões de maior produção agrícola e geração de energia hidroelétrica, e onde se concentra o maior PIB do Brasil. Na palestra, Gérard mostra como o projeto Rios Voadores colocou uma lupa nestes processos, voando junto com os ventos, amostrando o vapor, coletando a chuva e água de rios, visando aumentar o conhecimento geral sobre esse tema tão crítico para a população e a economia brasileiras.

9. METODOLOGIA

O presente trabalho descreve parcialmente, os passos realizados para o projeto preliminar que antecedeu o Projeto Rios Voadores da Amazônia, cujo projeto antecessor ocorreu nos anos 2003/2004 com a retirada de 1.160 amostras que foram coletadas de 524 rios, lagos e reservatórios diferentes.

É importante salientar que esta citação torna-se importante, pois foi a partir deste projeto e através observações do cientista Gérard, que o mesmo percebeu a existência da evapotranspiração que ocorre na região da floresta Amazônica, onde originou-se um novo projeto em 2007 com o título de Rios Voadores da Amazônia.

A escolha de estudo sobre este campo de projeto, deu-se por motivos relacionados à admiração por esse campo de pesquisas, de encontrar dados específicos e mais profundos para elaboração do presente trabalho e também pela demonstração da necessidade de preservação sustentável da Floresta Amazônica.

9.1 Sobre o casal de cientistas

Nascidos na Inglaterra e criado na Suíça, entre Montreux e Vevey, o apaixonado piloto de 57 anos chegou ao Brasil nos anos 1980 para trabalhar na exportação de soja, e uma década depois mudou radicalmente de trabalho para se dedicar ao meio ambiente, ao lado da esposa Margi Moss, fotógrafa nascida no Quênia.

Ele ganhou fama em 2001, quando fez a primeira volta ao mundo em planador motorizado, uma aventura que duraram 100 dias, durante os quais fazia transmissões ao vivo, todos os domingos, para a televisão brasileira.

O cientista piloto chegou a viajar oito dias na trajetória de um rio voador, da cidade amazônica de Belém ao Pantanal (centro-oeste) e a São Paulo (sudeste). "Era uma massa enorme de vapor d'água, equivalente ao que São Paulo consome em 115 dias, foi muito bom para divulgar os nossos resultados", explica.

10. CONCLUSÃO

Após as constatações efetuadas pelo casal de cientistas, o trabalho passou a ser direcionado para a educação ambientalista e sustentabilidade, preservação da floresta e conscientização dos moradores da região, principalmente os moradores da Amazônia. Atualmente o Projeto Rios Voadores que tem o patrocínio da Petrobras atua com educação ambiental, trabalhando em parceria com as Secretarias de Educação em várias cidades do país.

“É notório observar-se após as palestras, declarações do tipo: podemos perceber uma importância ainda maior para preservar nossa Amazônia e o quanto pode servir para outras regiões onde existe escassez de água. Eu não sabia disso e chamou muito a minha atenção”, comentou uma estudante de 17 anos, Andressa Freitas Uchôa.

O cientista e aviador Moss vive no Brasil há 30 anos e conta que a ideia de pesquisar melhor o fenômeno surgiu durante sobrevoos na Amazônia. Ele diz que estava em um hidroavião recolhendo amostras para avaliar a qualidade da água quando começou a perceber água evaporando da floresta e partir desse momento iniciaram-se as pesquisas, as quais tiveram o apoio e ajuda multifuncional de outros cientistas e pesquisadores brasileiros. Conforme suas declarações baseadas em pesquisas de muitos anos no Brasil:

Constatamos que 85% das águas são limpas, o que demonstra que o Brasil tem uma grande riqueza, mas também nas regiões habitadas a qualidade é péssima, não se investe para preservar esta riqueza", lamenta Moss.

Estudos recentes têm mostrado uma ligação significativa entre o sistema climático amazônico e aquele sobre a bacia do Prata. Poucas pessoas conhecem a existência do transporte do vapor de água amazônico por essas massas de ar denominados de rios voadores ou rios aéreos. Muito menos podem imaginar que o volume de vapor de água lançado para a atmosfera pelas árvores da floresta amazônica pode ter a mesma ordem de grandeza da vazão do rio Amazonas (200.000 m3/s).

O projeto foi idealizado em decorrência de longas conversas que começaram em Manaus em 2006 entre o aviador Gérard Moss e o Prof. Antonio Donato Nobre, e contou com a subsequente colaboração do Prof. Salati e outros cientistas envolvidos no tema como José Marengo, Pedro Dias e Reinaldo Victoria. O prof. Marcelo Moreira, do CENA, projetou um equipamento para coletar amostras de vapor de água em pleno voo.

Na primeira fase do projeto, entre 2007-2009, Gérard Moss realizou inúmeros voos para coletar as amostras, em altitudes diferentes, acima de várias regiões do Brasil, mas principalmente da Amazônia. A análise das amostras foi feita no CENA (Centro de Energia Nuclear na Agricultura) da USP-Piracicaba e buscou avançar os conhecimentos sobre a origem do vapor de água transportado pelas massas de ar vindos da Amazônia, além de quantificar o papel da evapotranspiração da floresta amazônica no regime das chuvas nas regiões mais ao sul.

Na segunda fase do projeto (2010-2012), que contou com o patrocínio do Programa Petrobras Ambiental na época, uma novidade foi a interligação dos resultados das análises com as condições meteorológicas regentes na hora da coleta. Foi um trabalho complexo, uma união de forças que gerou um novo ângulo: a análise das amostras de vapor de água no CENA com a forte colaboração da equipe no CPTec.

A segunda fase também deu ênfase à educação e à conscientização. Foram escolhidas inicialmente seis cidades-chave ao longo da rota dos rios voadores: Brasília (DF), Chapecó (SC), Cuiabá (MT), Londrina (PR), Ribeirão Preto (SP) e Uberlândia (MG). Nestas cidades, a iniciativa do projeto, reforçado por parcerias com as secretarias de educação locais, conseguiu inserir uma aula sobre os rios voadores em escolas municipais e estaduais da rede pública, através de oficinas de capacitação de professores e o fornecimento de material didático.

A partir de julho de 2012, com uma nova extensão de um ano da parte educacional do projeto, cinco novas cidades – das quais quatro capitais de estado - receberam as oficinas para professores e material educacional: Campo Grande (MS), Goiânia (GO), Porto Velho (RO), Rio Branco (AC) e Santa Maria (RS).

O Projeto Rios Voadores faz parte do Brasil das Águas, projeto que, desde 2003, busca chamar a atenção do público para a preservação das nossas águas doces.

11. REFERENCIAS

http://brasildasaguas.com.br/projetos/rios-voadores-2007-2013/

http://g1.globo.com/ac/acre/noticia/2014/09/desmatamento-pode-alterar-clima-diz-idealizador-do-projeto-rios-voadores.html

file:///C:/Users/Usuario/Desktop/EST%C3%81CIO%20-%20TCC/Material%20para%20pesquisa/Fant%C3%A1stico%20-%20Falta%20d'%C3%A1gua%20em%20cidades%20tem%20a%20ver%20com%20devasta%C3%A7%C3%A3o%20desenfreada%20da%20Amaz%C3%B4nia.html

file:///C:/Users/Usuario/Desktop/EST%C3%81CIO%20-%20TCC/Material%20para%20pesquisa/Por%20que%20os%20_rios%20voadores_%20da%20Amaz%C3%B4nia%20n%C3%A3o%20chegaram%20a%20S%C3%A3o%20Paulo%20este%20ano_.html

https://www.google.com.br/search?q=rios+voadores+da+amaz%C3%B4nia&biw=1366&bih=667&tbm=isch&tbo=u&source=univ&sa=X&ei=0WmAVLnEMIOcgwSZgIMg&ved=0CEAQsAQ

http://www.mundoeducacao.com/geografia/rios-voadores.htm

http://planetasustentavel.abril.com.br/noticia/ambiente/sao-rios-voadores-imensas-massas-vapor-d-agua-levadas-correntes-ar-534365.shtml

http://riosvoadores.com.br/o-projeto/fenomeno-dos-rios-voadores/

http://www.mundoeducacao.com/geografia/rios-voadores.htm

http://www.suapesquisa.com/geografia/desmatamento_floresta_amazonica.htmhttp://www.wwf.org.br/natureza_brasileira/areas_prioritarias/amazonia1/ameacas_riscos_amazonia/mudancas_climaticas_na_amazonia/

http://riosvoadores.com.br/o-projeto/

O que são rios voadores como se formam e qual a influência deles no Brasil?

Rios voadores são volumes de vapor de água que vêm do oceano Atlântico (próximo à linha do Equador), caem sob a forma de chuva na Amazônia e seguem até a cordilheira dos Andes, que os faz desviar e flutuar sobre a Bolívia, o Paraguai e os estados brasileiros de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e São Paulo.

O que são rios voadores e qual a sua importância para o clima do Brasil?

Os rios voadores e o clima no Brasil Como já dissemos, os rios voadores interferem no clima da maior parte do território brasileiro. Isso porque a umidade do ar que é barrada pela Cordilheira dos Andes e que não se precipita é “rebatida” de volta para o continente, fornecendo umidade para as demais regiões do país.

O que são os rios voadores e como ocorrem?

Os rios voadores levam umidade para extensas regiões da América do Sul. Este fenômeno, estudado por Gerard Moss e Tiago Iatesta, é ocasionado por grandes fluxos aéreos de água sob a forma de vapor que vêm de áreas tropicais do Oceano Atlântico e são alimentados pela umidade que se evapora da Amazônia.

O que são os chamados rios voadores e qual é sua importância para o clima da região Sudeste?

Rios voadores são imensos volumes de vapor de água que vêm do oceano Atlântico, precipita sob a forma de chuva na Amazônia – onde ganham corpo – e seguem até os Andes, encontrando a muralha rochosa presente nessa região, que os faz desviar e flutuar sobre a Bolívia, o Paraguai e os estados brasileiros de Mato Grosso, ...