O que você pode fazer para diminuir o aumento do efeito estufa é o aquecimento global

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Enfrentar a poluição ambiental e o aquecimento global são um dos maiores desafios atuais quando falamos em consumo responsável. Afinal, essas mudanças climáticas são consequência dos atuais padrões de produção e consumo e da intensa emissão de gases gerados por uma série de processos, como a queima de combustíveis fósseis e a produção agropecuária, que aceleram o efeito estufa, causando enorme prejuízo ao meio ambiente e afetando a qualidade de vida de bilhões de pessoas.

Além de cobrar governantes e pressionar empresas a adotarem políticas socioambientais responsáveis, saiba que você também pode contribuir no combate às mudanças climáticas revendo alguns hábitos de consumo que podem ser facilmente aplicados no seu dia a dia. Para inspirá-lo, selecionamos 5 atitudes sustentáveis que, de quebra, também contribuem para o seu bem-estar, sua saúde e para o seu bolso. Confira:

1 - Reduza a geração de resíduos

Comece adotando a coleta seletiva, que contribui para a preservação do meio ambiente e para práticas cotidianas mais sustentáveis. Já em casa, você pode criar alternativas eficazes para diminuir a geração de resíduos, como comprar produtos duráveis e resistentes e consertá-los em vez de descartá-los. Sobre embalagens, procure pelas reutilizáveis ou recicláveis e escolha produtos de empresas que desenvolvem programas socioambientais ou que sejam responsáveis pelo tratamento pós-consumo, em geral assinaladas com algum selo ambiental. Mas claro, fique de olho para não cair nas ciladas do greenwashing!

2 - Economize luz e água com novos hábitos

Economizar água e energia elétrica pode e deve ser uma preocupação constante no seu dia a dia. Reduzir o consumo contribui tanto para as suas finanças, quanto para o meio ambiente, já que reduz a demanda de recursos naturais para o fornecimento de água e de luz.  Para isso, você pode mudar seus hábitos com dicas simples que vão desde a utilização de lâmpadas, fluorescentes em vez de incandescentes até o reaproveitamento de água para lavar o quintal, por exemplo. Uma boa forma de começar a planejar a redução de gastos de energia é simulá-los com a calculadora de conta de luz do Idec. Assim ficará mais fácil tomar decisões, mudar hábitos e exigir seus direitos!

3 - Apoie os alimentos agroecológicos

Nossa alimentação cada vez mais preocupa nutricionistas e profissionais da saúde, mas o problema não está em comer, em si, mas no que se coloca no prato e é desperdiçado. Além de evitar o desperdício de comida, uma das grandes mudanças que você pode promover é trocar os supermercados pelas feiras e consumir mais alimentos agroecológicos, ou seja, produzidos sem agrotóxicos e pela agricultura familiar.  Os alimentos vendidos em feiras não vêm em embalagens e o trajeto que fazem do produtor até o varejo é muito mais curto que o dos comercializados em um supermercado. Com isso, a degradação do meio ambiente e a emissão de poluentes durante o transporte é menor. 

4 - Faça trechos menores a pé

Andar ainda é a forma mais eficiente de se locomover, pois é saudável, não poluente, econômico e ainda permite conhecer e interagir muito mais com a cidade. Por isso, sempre que possível, substitua o uso do carro por caminhadas para percursos de até 3 Km de distância. Segundo estudo publicado na revista The Lancet, durante a Assembleia Geral da ONU, aumentar este tipo de deslocamento pode se refletir em uma redução de cerca de 5% na emissão de material particulado fino na atmosfera. Para começar a andar mais a pé na cidade, planeje o caminho a percorrer, carregue o mínimo necessário e caso não consiga percorrer longas distâncias, intercale caminhada com um transporte coletivo.

5 - Invista no que você acredita

Pergunte e pesquise sobre a origem dos produtos que você consome e sempre confira se os fabricantes não estão envolvidos com desmatamento ilegal e mineração, por exemplo. Aliás, você já parou para pensar que o seu dinheiro no banco pode estar sendo utilizado nos mais diferentes tipos de atividades econômicas de organizações e governos, que podem contribuir tanto para poluir o meio ambiente quanto contribuir para a proteção da biodiversidade? Ou seja, use o seu dinheiro como moeda de troca para investir naquilo que você realmente acredita. Para você ficar por dentro do que o seu banco faz com o seu dinheiro, o Guia dos Bancos Responsáveis avalia em seu site as principais instituições financeiras do país em temas como Florestas, Mudanças Climáticas, Geração de Energia, entre outros. Lá, também é possível pressionar o seu banco a adotarem políticas mais sustentáveis.

Para mais dicas como essas, baixe o nosso Guia “Consumo sustentável: o que fazer por nós e pelo planeta”!

A meta do IPCC é limitar o alta da temperatura a 1,5°C: atualmente, esse número já subiu cerca de 1°C e eventos extremos do clima já afetam todo o globo. Embora governos e empresas tenham papéis fundamentais na mitigação da emissão de gases de efeito estufa, especialistas ouvidos pelos G1 apontam que a soma de ações individuais também pode efetivamente ajudar a diminuir o impacto do aquecimento global.

Isso porque todo ser humano está envolvido em atividades que emitem, direta ou indiretamente, gases do efeito estufa no seu dia a dia. Os pesquisadores deram para isso o nome de pegada de carbono: medida de cálculo equivalente à emissão na atmosfera por pessoa ou entidade.

Países mais ricos têm uma média maior de emissão: nos EUA, uma pessoa emite 16 toneladas de gases de efeito estufa, enquanto a média global é de cerca de quatro toneladas. Para evitar um aumento de 2ºC na temperatura, os cientistas dizem que é preciso diminuir essa média para duas toneladas, de acordo com organização Nature Conservancy.

Com a ressalva de que não é possível sugerir as mesmas posturas para pessoas de diferentes classes de renda, especialistas alertam que a maioria das oportunidades para diminuir nossa pegada de carbono estão nas boas escolhas no uso dos meios de transporte (evitar o uso do automóvel e de viagens de avião) e na mudança da alimentação (diminuir o consumo de carne).

"As ações de empresas e governos dependem das ações das pessoas. As pessoas têm poder por meio de suas escolhas, seja para se deslocar para as suas casas, seja para cozinhar ou para a produção de alimentos. É claro que uma pessoa só não faz a diferença, mas o conjunto faz", explica Sérgio Margulis, doutor em economia ambiental e autor do livro “Mudanças do clima: tudo que você queria e não queria saber".

Suely Araújo, especialista sênior em políticas públicas do Observatório do Clima, defende que "ações individuais podem impactar positivamente" na crise climática.

Além da necessidade de novas políticas públicas que reorientem as emissões, especialistas defendem a mudança nos padrões de consumo porque o primeiro grande impacto do homem na emissões de gases surgiu com a Revolução Industrial, que ocorreu na segunda metade do século 18 e ainda molda nosso modo de vida responsável por extrair da natureza mais recursos do que a Terra tem a oferecer.

Reduzir o consumo de carne vermelha

A atividade rural é responsável por uma grande fatia das emissões de carbono no Brasil. Somando mudança de uso da terra (desmatamento) e o setor da agropecuária, o Sistema de Estimativas de Emissões e Remoções de Gases de Efeito Estufa (SEEG) concluiu que a atividade rural, direta ou indiretamente, responde por cerca de 70% das emissões brasileiras de gases de efeito estufa.

A agropecuária sozinha responde por 28% das emissões, sendo que parcela importante vem da fermentação entérica nos bovinos, processo que emite metano.

Para chegar a esse percentual, os pesquisadores levaram em conta as emissões realizadas para promover o desmatamento para pastagem, a adubação, o metano emitido pelo gado e o transporte dos produtos.

De acordo com os especialistas, a recomendação de reduzir o consumo de carne vermelha é um modo do cidadão, como consumidor, não incentivar ou gerar demanda para o setor.

Menos carros, mais ônibus e bicicletas

"O transporte coletivo é a melhor opção para reduzir emissões e poluição do ar nas cidades, quando se computa a relação passageiro/quilômetro", explica Araújo.

Isso acontece porque um ônibus, por exemplo, pode transportar até 48 pessoas sentadas, enquanto que um carro particular leva, no máximo, até cinco passageiros. Desse modo, as emissões de carbono se tornam menores quando as pessoas utilizam transporte público ou compartilhado.

Há ainda outros meios transporte que não emitem gases na atmosfera, como o uso de bicicleta, patins, skate ou mesmo a caminhada.

Consumir produtos locais e certificados

Além de estimular a economia local, o consumo de produtos locais reduz as emissões de carbono gastas no transporte dos produtos. Outra dica é dar preferência para o consumo de produtos com certificação de que a empresa produtora respeita às questões ambientais nos processos de geração de seus produtos, desde a matéria-prima até a disposição de seus resíduos.

Reciclar produtos e materiais

Não subestime a reciclagem. Segundo Araújo, a lógica da economia circular reduz muito a pressão sobre os recursos ambientais e também os processos que emitem gases de efeito estufa, uma vez que não há a necessidade de extração de recursos naturais para a fabricação de novos produtos.

Participação política

Segundo Araújo, as ações individuais são importantes, mas devem estar focadas não só na prática individual, mas também na cobrança e fiscalização para que as empresas e o poder público sigam a mesma agenda.

"Há vários caminhos com impacto relevante. Mas os maiores efeitos virão dos cidadãos exigindo mudanças, ações efetivas, de seus governos. No Brasil, por exemplo, o governo gerou a explosão do desmatamento, erra na política energética, nega a contribuição humana para as mudanças climáticas. Os cidadãos precisam entender a gravidade disso tudo e cobrar com vigor a reversão desse quadro", afirma Araújo.

O que você pode fazer para diminuir o aumento do efeito estufa é o aquecimento global

Relatório da ONU aponta ação humana no aquecimento global

A questão da pobreza

Margulis explica que é preciso cautela no discurso quanto à redução de consumo.

"Quando a gente fala que cabem às pessoas a conscientização e a redução das emissões, nós estamos falando, evidentemente, de pessoas que têm acesso a produtos, alimentos e serviços em um nível adequado e isso difere para pessoas de diferentes classes de renda", explica.

O pedido, segundo ele, é endereçado especialmente às pessoas de renda alta.

"Não tem como pedir para que pessoas pobres diminuam seu consumo. Muitas vezes, inclusive, elas estão abaixo da linha de consumo necessária. Não é para esse grupo que estamos pedindo a diminuição das emissões", esclarece Margulis.

O que fazer para diminuir o efeito estufa e o aquecimento global?

6 coisas que você pode fazer para combater o aquecimento global.
1) Evite usar o carro sempre que possível. ... .
2) Prefira consumir produtos comprovadamente carbono zero. ... .
3) Desligue a luz ao sair de um ambiente. ... .
4) Evite o lixo digital. ... .
5) Não desperdice alimentos. ... .
6) Monitore e reduza sua pegada de carbono..

O que pode ser feito para reduzir o efeito estufa?

3 Atitudes importantes que podem reduzir o efeito estufa.
Faça a reciclagem do lixo, e se possível, a reutilização de insumos. ... .
Quando possível, evite utilizar o carro, e prefira a caminhada ou os passeios de bicicleta. ... .
Cultive plantas e vegetações, seja dentro de casa ou no próprio quintal..