Por quê as pernas incham após a cesariana

Além de muitas alegrias e satisfações, diversos serão os desafios que a recém mãe enfrentará no pós parto. Algumas mulheres poderão sofrer com as complicações do puerpério e, nesta etapa, contar com uma rede de apoio será muito importante. 

O período pós parto, tecnicamente chamado de puerpério, é um período muito importante na vida da mulher.

Por quê as pernas incham após a cesariana

Compreende as 6 primeiras semanas após o nascimento do bebê e oferece diversos desafios para a nova mãe.

Muitas vezes, os desafios desta etapa não são devidamente mostrados com clareza, o que faz muitas mulheres acreditarem que este deveria ser um período quase que perfeito, sem maiores problemas, preocupações ou tristezas. E, quando se deparam com as dificuldades, se sentem isoladas, sozinhas e até mesmo inadequadas.

De fato, o pós parto será um momento especial. Porém, será também uma fase cheia de novidades para a mulher, que deverá se adaptar à nova realidade enquanto seu corpo se recupera de todo o processo da gravidez, e na maioria das vezes ainda tem que cuidar dos afazeres de casa.

Em meio a tantas transformações, algumas condições que geram desconforto serão comuns, por exemplo o inchaço. Além disso, poderão ocorrer certas complicações e, nestes casos, contar com ajuda médica e de uma rede de apoio será essencial.

Hoje vamos abordar estas condições e complicações do puerpério de modo a esclarecê-las.

O inchaço no pós parto

Após o parto, será comum a mulher notar inchaço, que também chamamos de edema, em algumas partes do corpo, como os pés, pernas e mãos.

Por quê as pernas incham após a cesariana

Isso ocorre, pois durante a gestação o corpo eleva o volume de sangue em quase 50%, além de reter água extra para garantir todas as funções necessárias para o bebê.

Esses fatores geram um excesso de líquido no sistema circulatório. Após o nascimento do bebê, não precisamos deste excesso, então o líquido que “está sobrando” extravasa para a camada subcutânea, gerando os edemas.

Em linhas gerais, o inchaço “normal” permanecerá por cerca de uma semana a dez dias, deve ser semelhante entre os membros e depois costuma melhorar. Quem inchou mais durante a gestação tem maior tendência a inchar após o parto.

Algumas ações serão importantes para ajudar a eliminá-lo, como:

  • Manter os pés elevados sempre que possível;
  • Beber água para que o corpo não sinta uma privação e entenda que poderá expelir este líquido em excesso;
  • Fazer caminhadas para estimular a circulação, se possível;
  • Uso de meias elásticas de pequena ou média compressão durante o dia, especialmente se fazia uso durante a gestação;
  • Manter a ingestão de sal dentro do recomendado (5g de sal por dia) e aumentar o consumo de legumes e frutas.

As mulheres que tiveram um parto cesárea têm maior tendência ao  inchaço, já que precisarão manter maior grau de repouso após a cirurgia. Todavia, também aquelas que tiveram parto normal podem ter os edemas.

Caso o inchaço permaneça por mais de dez dias,  seja acompanhado de outros sintomas, como dor de cabeça, náusea, tontura e visão embaçada, ou seja assimétrico (um membro muito mais inchado que o outro), associado a dor, vermelhidão ou calor no membro, será importante consultar um médico o quanto antes.

A trombose acontece quando um coágulo sanguíneo se forma em uma ou mais veias ou artérias, geralmente das pernas ou das coxas. Desta forma, este coágulo bloqueará o fluxo de sangue, causando inchaço e dor na região.

O maior risco associado à trombose é do coágulo se desprender e se movimentar formando uma embolia, que pode afetar o cérebro, pulmões ou coração.

Durante a gestação e no período pós parto o risco do desenvolvimento de uma trombose é maior em comparação com mulheres não gestantes da mesma idade. Isso porque, é comum que as mulheres fiquem muitas horas deitadas, além do aumento de fatores de coagulação que acontece durante a gestação e puerpério, para evitar que a mulher morra de hemorragia no momento do parto (veja só como nosso corpo é sábio!).

Além disso, fatores hereditários, a compressão mecânica do útero e alterações hormonais podem também contribuir para o aumento destes riscos.

Caso a mulher tenha febre após o parto ou sinta uma das pernas dolorida, com sensibilidade ao toque, vermelha e quente, pode ser que tenha desenvolvido um trombo nesta região.

Já o desenvolvimento de um coágulo sanguíneo nos órgãos internos da  pelve pode não causar nenhuma das alterações citadas, além de uma febre sem explicação, que costuma aparecer depois de duas a três semanas do parto.

Ao sentir esses sintomas, será necessário procurar imediatamente o médico para avaliação.

Geralmente, é possível diagnosticar coágulos sanguíneos superficiais a partir de um exame físico e, para identificar uma trombose mais profunda, é feita uma ultrassonografia.

O tratamento irá envolver, principalmente:

  • Uso de medicamentos específicos – anticoagulantes;
  • Compressas mornas;
  • Uso de meias de compressão.

Infecção puerperal

Chamamos de infecção puerperal qualquer infecção que ocorra nos órgãos genitais no período pós-parto.

  Após o parto, o útero e, principalmente, o local da inserção da placenta apresentam grande potencial para contaminação até que se cicatrizem completamente.

Outras portas de entrada para bactérias neste período são as lesões na vulva, vagina, períneo e também a incisão da cesárea, quando for o caso.

Na maioria das vezes, as suspeitas são para casos com corrimento amarelado ou sangue com odor, febre, mal estar e útero de tamanho maior que o esperado para a fase do puerpério. 

Pode haver também os casos de infecção da cicatriz cirúrgica, quando há presença de vermelhidão, dor, inchaço e saída de secreção com mau odor pela incisão da cesariana ou pontos da região perineal.

Como principais fatores de risco para o surgimento de de infecções, temos:

  • Cesariana;
  • Amniorrexe prematura de longa duração;
  • Diversos exames vaginais;
  • Parto vaginal traumático;
  • Parto prolongado;
  • Inserção baixa da placenta;
  • Perdas sanguíneas significativas no pós-parto;
  • Presença de infecção ativa no momento do parto;
  • Uso de Monitorização fetal interna no trabalho de parto – bem pouco comum no Brasil.

As infecções podem ser causadas pelas bactérias presentes no trato genital inferior ou por outras bactérias introduzidas por fontes externas.

O principal sintoma a infecção puerperal será a febre (temperatura igual ou maior a 37,8ºC). Outros sintomas podem estar associados, como dor na parte inferior do abdômen ou da pelve, corrimento com odor ruim, eventuais dores de cabeça e perda de apetite.

Devido a amamentação e a proximidade com as axilas, existe um aumento local da temperatura axilar, normal para esta fase. Então se houver suspeita de febre, deve-se aferir a temperatura em outras regiões.

Por quê as pernas incham após a cesariana

Neste caso, será importante procurar a sua Obstetra que realizará o exame físico e ginecológico e poderá pedir exames adicionais como hemogramas, marcadores de atividade inflamatória, exames de imagem da pelve e/ou análise do material coletado no útero.

O tratamento das infecções puerperais é feito com antibióticos intravenosos adequados para cada caso, e de modo geral, é necessária internação hospitalar.

Infecção puerperal pode evoluir para casos graves, com risco de vida para a puérpera. Não deixe de procurar avaliação médica se apresentar os sintomas descritos!

Complicações do puerpério: dificuldades na amamentação

A amamentação é um processo que oferece uma série de benefícios para mãe e o bebê. Entretanto, o início deste processo apresenta uma série de dificuldades e desafios.

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Os problemas mais comuns que poderão ocorrer:

  • Pega inadequada da criança no mamilo;
  • Fissuras nos mamilos;
  • Ingurgitamento das mamas (empedramento das mamas);
  • Mastites.

Apesar da possível ocorrência destas adversidades, todas poderão ser superadas com um pouco de paciência e persistência.

Escrevi um artigo completo sobre a amamentação onde cito todos seus benefícios, bem como medidas de tratamento e prevenção dos problemas associados. Você poderá mais sobre este assunto clicando aqui.

Baby Blues e Depressão Pós Parto

O pós parto é um momento de muitas alterações na vida da mulher. A necessidade de adaptação à nova rotina, as alterações físicas pelas quais o corpo está passando e as alterações bruscas nos hormônios são os principais fatores que marcam esta etapa.

Muitas mulheres, apesar de se sentirem felizes com a chegada do neném, podem sentir medos, angústias, tristeza e melancolia, além de cansaço extremo e privação de sono.

Junte tudo isso à expectativa frustrada, pois o bebê faz tudo diferente do que você imaginou que faria, ou mesmo porque seu caso não está sendo pleno e maravilhoso como as redes sociais fazem a gente pensar que as coisas são (não se engane, estamos todos na mesmo mar de dúvidas!). 

Por quê as pernas incham após a cesariana

E, BOOOOM!!! Explosão de sentimentos e pensamentos, que podem evoluir para reais alterações do humor que irão precisar de tratamento.

Estas sensações são bastante comuns e tendem a ser amenizadas com o passar dos dias. Porém, em alguns casos, a mulher poderá experimentá-los de forma mais intensa e mais longa, o que pode indicar o surgimento do Baby Blues ou da Depressão Pós-Parto .

Essencialmente, o que diferencia o Baby Blues da Depressão Pós-Parto será a quantidade de sintomas que a mulher apresenta e o período em que esses sintomas se desenvolvem e intensificam.

O Baby Blues é mais curto, menos intenso e costuma ser auto limitado (diferente da Depressão), mas ambos demandam ajuda de uma rede de apoio familiar e de profissionais capacitados.

Importância da rede de apoio nas complicações do puerpério

A rede de apoio consiste em um grupo de pessoas que consigam entender e auxiliar as necessidades da mãe. Poderá ser formada por membros da família, amigos, vizinhos, outras mães que estão passando ou acabaram de passar pelas mesmas situações terapeutas, enfermeiros, médicos, dentre outros.

As pessoas da rede de apoio servem não só para dar conselhos, mas também para ouvir nos momentos difíceis e até mesmo desempenhar alguma tarefa, como ajudar com algum afazer doméstico, ficar de olho no bebê enquanto você tira uma soneca relaxante ou faz algo para o seu próprio autocuidado ou bem estar, como uma massagem por exemplo..

Por quê as pernas incham após a cesariana

Contar com este auxílio será fundamental para a saúde física e mental da mãe e ajudará muito o desenvolvimento da criança em um ambiente saudável. Afinal, se a mãe está bem e equilibrada, isso refletirá diretamente no bebê.

É importante entender que contar com ajuda de outras pessoas não significa que a mãe deverá acatar todas as opiniões e sugestões que receber. Inclusive, não é indicado que membros da rede de apoio queiram interferir nos hábitos da mãe. Cada mulher é única e terá sua maneira de interagir e criar seus filhos.

Membros da rede de apoio devem respeitar e auxiliar as novas mães e não criar situações desconfortáveis e depreciativas. Caso você, como mãe, note qualquer tipo de relação que não lhe agrade, se posicione. Neste momento, você precisa de ajuda e de um ambiente positivo. De nada irá adiantar se precisar engolir um sapo por dia para não desagradar quem está te “ajudando”.

É importante que as novas mães entendam que assumir suas dificuldades não é nenhum demérito. Pelo contrário, mostra maturidade e auxilia a desempenhar de maneira ainda mais completa sua função.

Por fim, podemos dizer que ter uma rede de apoio será importante não só no momento pós parto. Mulheres que contam com essa ajuda mesmo depois que a criança já está maior tendem a ter uma vida mais leve e costumam cultivar melhores relações pessoais.

Se você consegue dar conta de tudo e sente que não precisa de nenhuma ajuda, tudo bem. Mas se você está tendo dificuldades, peça ajuda! Tudo bem também ser diferente da vizinha que dá conta de 2 filhos, 3 cachorros e da casa sozinha… ( Mas cá entre nós, eu aposto que ela faz terapia rsrs )

Em resumo…

O período pós parto é, de longe, a maior transformação que uma mulher pode passar em sua vida. É, quase que literalmente, um desabrochar para uma nova realidade, para uma versão completamente diferente de si mesma.

A imensa maioria das mulheres irá passar por tudo isso sem maiores intercorrências. 

Veja que as complicações citadas são a exceção, e não a regra. Por isso é importante ficar de olho, e saber que elas existem.

Situações mais sérias, como infecções, tromboses e depressão pós parto poderão ocorrer e demandarão muita atenção e acompanhamento.

No momento das consultas médicas, principalmente naquelas que antecedem o parto,será importante a mulher se informar de todas as condições consideradas normais e aquelas que devem gerar sinal de alerta para que procurem um médico.

E, se eu puder dar uma dica, construa sua rede de apoio antes do nascimento do bebê. Junte na sua cabeça (ou na agenda), quem serão as pessoas para quem você vai ligar se precisar de ajuda com afazeres de casa, se precisar de uma soneca ou uma ida rápida e recuperadora de dignidade ao cabeleireiro, ou para desabafar quando necessário. 

E desejo que quando essas seis semanas passarem, você se sinta uma mulher mais forte do que quando o puerpério começou.

É normal a perna inchar depois da Cesária?

É normal a mulher ficar com as pernas, pés ou tornozelos inchados depois do parto, durante cerca de 3 a 8 dias. Esse inchaço acontece principalmente nas mulheres que passam pela cesárea, porque ficam mais tempo deitadas e precisam se recuperar da anestesia, mas também pode afetar as mulheres após o parto vaginal.

Quanto tempo dura o inchaço da cesárea?

É normal a área da cicatriz da cesárea ficar inchada? É comum que a área fique inchada, sim, por, pelo menos, 15 dias.

Como saber se estou com trombose Pós

Inchaço em uma das pernas, dor e enrijecimento da musculatura da panturrilha, que podem levar à dificuldade de andar, são os principais sintomas da trombose, que as mães precisam observar.

O que provoca inchaço nas pernas?

O sangue que não circula normalmente fica aprisionado nas pernas, causando inchaço. Outras causas de inchaço nas pernas são problemas nos rins, problemas no fígado, doenças do coração, medicações, problemas nos hormônios entre outros. Para saber qual a causa do inchaço, é necessário uma consulta médica.