Porque a República Oligarquica ficou conhecida como República dos coronéis?

Graduada em História (UVA-RJ, 2014)

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Ficou conhecido na historiografia brasileira como República Oligárquica o período que se estende do fim da República da Espada ao inicio da Era Vargas (1894-1930). A principal característica desse momento está na elite que domina o poder político e econômico nesse período, e também da nome ao momento – as oligarquias.

A elite oligárquica é composta principalmente por grandes proprietários de terras do sudeste brasileiro (Minas Gerais e São Paulo). Através de seu poderio econômico se mantém no poder político, um grande esquema nacional é responsável por garantir essa manutenção, esquema que envolve políticos e proprietários de terra de todo o Brasil.

O Governo de Prudente de Morais inaugura esse período que durará até a Revolução de 1930 quando Getúlio Vargas aplica um golpe de Estado e não permite a posse do Presidente eleito Julio Prestes.

Ao realizar a Revolução de 1930 Vargas e seus aliados se opuseram ao grande esquema nacional que vigorava e mantinha o sistema do Coronelismo atuante, dando liberdade e poder de mando aos Oligarcas. O poder político e econômico se acumulavam nas mãos dos grandes proprietários de terras que para manter seus privilégios atuavam em acordo conhecido com “Política Café com Leite”, onde havia uma alternância na presidência, hora nas mãos dos Paulistas hora nas mãos do mineiros. A política “café com leite” recebe esse nome pelas produções locais, café em São Paulo e leite em Minas Gerais.

Dentro desse sistema Oligárquico de manutenção de poderes outras estratégias foram comuns. A compra de votos ou “voto de cabresto”, as fraudes e uso de documentação falsa, assim como a adulteração de cédulas garantia a permanência de uma elite nas tramas do poder. O “voto de cabresto” está diretamente ligado à figura dos coronéis que através de violência e opressão garantiam que todos os funcionários e moradores da região de sua influência votassem nos candidatos indicados por eles.

Outra forma de estabelecimento do poder entre os mais abastados foi a Política dos Governadores, onde esquemas entre os governadores de Estados e os Presidentes da República vigoravam para o interesse mútuo. Enquanto os governadores fechavam acordo de garantir a governabilidade dos Presidentes, esses últimos davam apoio, primordialmente durante a campanha, aos governadores que fechassem acordo.

Em uma sociedade onde o poder estava exclusivamente nas mãos dos mais poderosos e em que esses não se excluíam de realizar acordos espúrios para a manutenção de seus status sociais e do poder político, a população insatisfeita se manifestava, única forma de transparecer suas críticas frente ao governo oligárquico.

Portanto, o período da República Oligárquica foi marcado por grandes revoltas e movimentos sociais que transpareciam a insatisfação popular ao sistema imposto por uma elite econômica e política aos demais brasileiros.

As principais revoltas desse período foram:

  • Guerra de Canudos (1896 a 1897)
  • Revolta da Chibata (1910)
  • Guerra do Contestado (1914)
  • Revolta da Vacina (1904)
  • Coluna Prestes (de 1925 a 1927)
  • Cangaço (do final do século XIX até o final da década de 1930).

Bibliografia:

FAUSTO, Boris. História do Brasil. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo. 1995.

LINHARES, Maria Yedda (ORG.). História Geral do Brasil. Rio de Janeiro: Elsevier, 2000.

ARAÚJO, Bernardo Goytacazes. A Instabilidade Política na Primeira República Brasileira. Juiz de Fora: Ibérica. 2009.

Texto originalmente publicado em https://www.infoescola.com/historia-do-brasil/republica-oligarquica/

Porque a República Oligarquica ficou conhecida como República dos coronéis?

Em 1889 iniciou-se um novo período na história política brasileira: a República. Inicialmente, os dois primeiros governos (1889-1894) corresponderam à chamada República da Espada, isto é, um período no qual o Brasil esteve sob comando de setores do exército. Durante o Governo Provisório (1889-1891) o Marechal Deodoro da Fonseca governou o país. Após sua saída, o Marechal Floriano Peixoto liderou a política brasileira até 1894. Pouco antes do fim de seu mandato, o Marechal já contava com o apoio de grupos oligárquicos, especialmente, das oligarquias cafeeiras de São Paulo. No entanto, articulações para assumir o poder e controlar a República emergiam entre cafeicultores paulistas, assim, em março de 1894, Prudente de Morais, filiado ao Partido Republicano Paulista (PRP), foi eleito, inaugurando um novo período político no Brasil: a República Oligárquica (1894-1930).

Neste período, o poder político brasileiro ficou concentrado com as oligarquias agrárias paulista e mineira, as quais alternavam no governo entre o Partido Republicano Paulista (PRP) e o Partido Republicano Mineiro (PRM). Essa política ficou conhecida como café-com-leite.

    • Mas o que são “oligarquias”?
    • Mas quem é o coronel?
    • Questão – Enem 2016
  • Por quê, Porquê, Porque e Por que: aprenda a diferença entre cada um para não errar no Enem!
  • O que é SiSU?
  • Leia mais:

Mas o que são “oligarquias”?

É uma palavra de origem grega referente a uma forma de governo que concentra o poder nas mãos de poucas pessoas, as quais não necessariamente são ricas, mas possuem um poder bem determinado de acordo com o contexto social ao qual estão inseridas. Esse grupo dominante se utiliza de seu poder político e social (seja oriundo da tradição ou do potencial aquisitivo) para concentrar e expandir seus privilégios e dominação sobre as classes dominadas. No caso da República Oligárquica, o grupo dominante era a aristocracia rural ou agrária, como os grandes latifundiários, os quais estabeleciam relações com os governadores dos estados para legitimar seus poderes locais e, estes estabeleciam relações com o Presidente da República. Essa forma de .

Porque a República Oligarquica ficou conhecida como República dos coronéis?

Fonte: https://www.acessepolitica.com.br/entenda-o-que-foi-o-voto-de-cabresto/

Coronelismo: é um sistema político nacional pautado na barganha e nos compromissos recíprocos entre o poder público e o poder de influência local do coronel. Nesse sistema o governo estadual garante o poder do coronel, permitindo que ele faça a gestão dos recursos públicos locais/municipais e nomeie aliados para diversos cargos públicos. Em troca, o coronel garante apoio a ele. Além disso, o governador estabelece um compromisso de apoiar o Presidente da República em troca da garantia de seu domínio estatal. Todas essas barganhas estão inseridas em uma lógica clientelista amplamente executada por políticos.

Mas quem é o coronel?

Ele não é, obrigatoriamente, um fazendeiro, pode ser uma pessoa que se formou como médico, advogado ou outro cargo, mas que possua origem na aristocracia de terras e mantenha vínculos com o poder municipal. O importante é seu poder de influência local, muitas vezes manifestado pelo mandonismo, e sua capacidade de controlar o voto de cabresto.

Mandonismo: é uma forma de liderança política local, relacionada com atributos pessoais do líder (que decorrem de uma estrutura social fundiária e não de sua personalidade). Ele é marcado por uma relação pessoal de dominação tradicional, no sentido Weberiano do termo, visto que é fundamentado por toda uma estrutura política e econômica.

Clientelismo: tipo de relação de trocas, na qual busca-se o acesso de recursos públicos- de maneira privilegiada, hierárquica e seletiva em troca de votos, que são controlados por uma liderança política. Um exemplo dessa prática são as relações estabelecidas entre o coronel, responsável por conceder os privilégios, e a população, que lhe garantia votos em troca da ajuda.

Questão – Enem 2016

O coronelismo era fruto de alteração na relação de forças entre os proprietários rurais e o governo, e significava o fortalecimento do poder do Estado antes que o predomínio do coronel. Nessa concepção, o coronelismo é, então, um sistema político nacional, com base em barganhas entre o governo e os coronéis. O coronel tem o controle dos cargos públicos, desde o delegado de polícia até a professora primária. O coronel hipoteca seu apoio ao governo, sobretudo na forma de voto.

CARVALHO, J. M. Pontos e bordados: escritos de história política. Belo Horizonte: Editora UFMG. 1998 (adaptado).

 No contexto da Primeira República no Brasil, as relações políticas descritas baseavam-se na 

a) Coação das milícias locais.

b)Estagnação da dinâmica urbana.

c) Valorização do proselitismo partidário.

d) Disseminação de práticas clientelistas.

e) Centralização de decisões administrativas.

A alternativa correta é a letra D.

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Por quê, Porquê, Porque e Por que: aprenda a diferença entre cada um para não errar no Enem!

A língua portuguesa é de fato muito rica e por isso traz um grande número de possibilidades para algumas palavras e isso, às vezes, pode causar dúvidas aos falantes de seu idioma. Uma dessas dúvidas mais comuns está ligada ao uso dos “porquês”. Na fala não há motivo nenhum para preocupação, mas na hora da escrita em norma padrão quase sempre é feita uma consulta para saber a diferença entre um e outro e não fazer feio no texto.
https://infoenem.com.br/por-que-porque-porque-e-por-que-aprenda-a-diferenca-entre-cada-um-para-nao-errar-no-enem/

O que é SiSU?

É o sistema informatizado do MEC por meio do qual instituições públicas de ensino superior (federais e estaduais) oferecem vagas a candidatos participantes do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio).
https://infoenem.com.br/como-funciona-o-sisu/

Porque a Primeira República ficou conhecida como república dos coronéis?

O coronelismo foi uma prática política, comum durante a Primeira República, baseada nos coronéis, que coagiam seus subalternos a votarem em seus candidatos nas eleições. O voto de cabresto foi o símbolo do coronelismo no Brasil porque o voto aberto facilitava a influência dos coronéis no voto dos seus trabalhadores.

Por que os políticos eram chamados de coronéis?

Os coronéis – como eram chamados os grandes proprietários de terra – dominavam a política local. Como se fossem “clientes” do poder público, usavam sua influência no governo para obter financiamentos políticos, que ofereciam aos eleitores em troca de votos.

Como ficou conhecida a política durante a República oligárquica?

A República Oligárquica ficou marcada pela chamada Política dos Governadores, que consistia na troca de favores do Governo Federal com as oligarquias locais.

O que a República oligárquica representou?

A República Oligárquica (1894-1930) se caracteriza pela alternância de poder entre as oligarquias cafeeiras dos estados de Minas Gerais e de São Paulo. Os presidentes desta época foram eleitos, na maioria das vezes, pelo Partido Republicano Paulista e o Partido Republicano Mineiro.