Quais as principais diferenças entre as regionalizações do IBGE é geoeconômica?

O que é

A Divisão Regional do Brasil consiste no agrupamento de Estados e Municípios em regiões com a finalidade de atualizar o conhecimento regional do País e viabilizar a definição de uma base territorial para fins de levantamento e divulgação de dados estatísticos. Ademais, visa contribuir com uma perspectiva para a compreensão da organização do território nacional e assistir o governo federal, bem como Estados e Municípios, na implantação e gestão de políticas públicas e investimentos.

A Divisão Regional do Brasil faz parte da missão institucional do IBGE desde os primórdios do Instituto. A necessidade de um conhecimento aprofundado do Território Nacional, visando, na década de 1940, mais diretamente à sua integração e, nas divisões posteriores, à própria noção de planejamento como suporte à ideia de desenvolvimento, passou a demandar a elaboração de divisões regionais mais detalhadas do País, isto é, baseadas no agrupamento de municípios, diferentemente das divisões até então realizadas pelo agrupamento dos estados federados.

No século XX, foram elaboradas pelo IBGE divisões regionais contemplando os conceitos de Zonas Fisiográficas (década de 1940 e 1960), Microrregiões e Mesorregiões Homogêneas (1968 e 1976, respectivamente) e Mesorregiões e Microrregiões Geográficas (1990). Além disso, diversos artigos foram publicados na Revista Brasileira de Geografia tratando da regionalização do país. No IBGE, as divisões regionais se estabeleceram em diversas escalas de abrangência ao longo do tempo, conduzindo, em 1942, à agregação de Unidades da Federação em Grandes Regiões definidas pelas características físicas do território brasileiro e institucionalizadas com as denominações de: Região Norte, Região Meio- Norte, Região Nordeste Ocidental, Região Nordeste Oriental, Região Leste Setentrional, Região Leste Meridional, Região Sul e Região Centro-Oeste. Em consequência das transformações ocorridas no espaço geográfico brasileiro, nas décadas de 1950 e 1960, uma nova divisão em Macrorregiões foi elaborada em 1970, introduzindo conceitos e métodos reveladores da importância crescente da articulação econômica e da estrutura urbana na compreensão do processo de organização do espaço brasileiro, do que resultaram as seguintes denominações: Região Norte, Região Nordeste, Região Sudeste, Região Sul e Região Centro-Oeste, que permanecem em vigor até o momento atual.

A divisão regional constitui uma tarefa de caráter científico e, desse modo, está sujeita às mudanças ocorridas no campo teórico-metodológico da Geografia, que afetam o próprio conceito de região. Assim, as revisões periódicas dos diversos modelos de divisão regional adotados pelo IBGE foram estabelecidas com base em diferentes abordagens conceituais, visando traduzir, ainda que de maneira sintética, a diversidade natural, cultural, econômica, social e política coexistente no Território Nacional.

O Brasil possui 3 regiões geoeconômicas, também chamadas de macrorregiões econômicas ou complexos regionais. São elas: a Amazônia, o Nordeste e o Centro-Sul.

Essa classificação foi elaborada em 1967 pelo geógrafo Pedro Pinchas Geiger, considerando que essas regiões possuem aspectos naturais, históricos, humanos, sociais e econômicos bem distintos.

Para compreender melhor a localização de cada uma delas, veja o mapa abaixo:

Quais as principais diferenças entre as regionalizações do IBGE é geoeconômica?
Mapa das regiões geoeconômicas do Brasil: Amazônia (1), Centro-Sul (2) e Nordeste (3)

1. Região geoeconômica da Amazônia

Estados abrangidos: Amazonas, Acre, Rondônia, Roraima, Pará, Amapá, Tocantins, parte oeste do Maranhão e grande parte do Mato Grosso.

Informações gerais: maior região macroeconômica e que abrange cerca de 60% do território nacional. Possui baixa densidade populacional abrigando menos de 10% da população do país, sendo a região menos desenvolvida de todas. Nesse complexo regional está localizada a Floresta Amazônia, a maior floresta tropical do mundo.

Problemas Sociais e econômicos: má distribuição de renda e falta de acesso à saúde e a educação.

Cidades de maior destaque: Manaus e Belém.

Principais atividades econômicas: agropecuária, extrativismo vegetal, mineração, indústria (com destaque para a zona franca de Manaus).

2. Região geoeconômica do Centro-sul

Estados abrangidos: pequena parte do sul do Mato Grosso e do sul de Tocantins, Mato Grosso do Sul, Goiás, grande parte de Minas Gerais, Espírito Santo, São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

Informações gerais: segunda maior região macroeconômica que abrange cerca de 25% do território nacional. É a região mais urbanizada e populosa de todas, abrigando cerca de 70% da população brasileira. Dos complexos regionais é o mais desenvolvido, apresentando altos índices de desenvolvimento social e econômico com bons acessos à saúde e a educação.

Problemas sociais e econômicos: má distribuição de renda, altos índices de desemprego, favelização e desigualdade social.

Cidades de maior destaque: São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Curitiba e Belo Horizonte.

Principais atividades econômicas: agropecuária, mineração, exploração petrolífera e indústria.

3. Região geoeconômica do Nordeste

Estados abrangidos: parte leste do Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Bahia e uma parcela do norte de Minas Gerais.

Informações gerais: menor região macroeconômica que abrange cerca de 15% do território nacional e abriga 20% da população brasileira. Dos três complexos regionais é o único que está dividido em 4 sub-regiões devido aos contrastes existentes em cada uma delas. São elas: Meio norte, Sertão, Agreste e Zona da Mata.

Quais as principais diferenças entre as regionalizações do IBGE é geoeconômica?
Mapa das sub-regiões nordestinas: Meio norte (1), Sertão (2), Agreste (3) e Zona da Mata (4)

Problemas sociais e econômicos: má distribuição de renda, que gera diversos problemas sociais, tais como a pobreza, o analfabetismo, a favelização e a violência.

Cidades de maior destaque: Fortaleza, Salvador, Recife e São Luís.

Principais atividades econômicas de cada sub-região:

  • Meio norte: agricultura, pecuária e extrativismo vegetal.
  • Sertão: agricultura e pecuária.
  • Agreste: agricultura, pecuária e indústria.
  • Zona da Mata: agricultura, exploração de petróleo e indústria.

Regiões geoeconômicas e Divisão regional do Brasil

Diferente da classificação das regiões geoeconômicas, que desconsidera os limites estaduais, a oficial divisão regional do Brasil engloba 5 regiões: norte, nordeste, centro-oeste, sudeste e sul. Estas são determinadas pelos limites políticos-administrativos das unidades da federação.

Quais as principais diferenças entre as regionalizações do IBGE é geoeconômica?
Mapa das regiões do Brasil: norte, nordeste, centro-oeste, sudeste e sul

Leia também:

  • Regiões Brasileiras
  • Estados do Brasil
  • Mapa do Brasil

Referências Bibliográficas

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Atlas geográfico escolar. Rio de Janeiro: IBGE, 2002.

Quais as principais diferenças entre as regionalizações do IBGE e as regiões geoeconômicas?

Diferentemente da divisão proposta pelo IBGE, os complexos regionais não se limitam apenas às fronteiras entre os Estados. Nessa regionalização, o norte de Minas Gerais, por exemplo, encontra-se no Nordeste, enquanto o restante do território mineiro está localizado no Centro-Sul.

O que é a regionalização geoeconômica?

Uma das várias regionalizações existentes sobre o território brasileiro é a regionalização geoeconômica, que divide o país em três grandes complexos regionais: o Centro-Sul, o Nordeste e a Amazônia.

Quais são os principais critérios de regionalização das regiões geoeconômicas?

A divisão regional geoeconômica do Brasil utilizou como critérios os aspectos naturais, sociais e, principalmente, os econômicos. Essa divisão proporciona uma melhor análise do desenvolvimento econômico do Brasil, além de permitir um estudo mais aprofundado das causas da desigualdade social no país.

Quais são as regiões geoeconômicas do Brasil?

Um das regionalizações do Brasil mais adequadas para a compreensão do território é a que divide o nosso país em três regiões geoeconômicas: o Centro-Sul, o Nordeste e a Amazônia (como está ilustrado no mapa presente no início deste texto).