Quais atividades humanas podem contribuir para as mudanças climáticas?

Quais atividades humanas podem contribuir para as mudanças climáticas?

Comentário Akatu: Como confirma o novo levantamento do Ipcc, órgão criado pelo Pnuma-ONU para estudar as mudanças climáticas, a atividade humana é uma das principais responsáveis pelo crescente aquecimento global. Mas não é somente a poluição industrial que gera esse tipo de alteração climática: desmatamento, exploração pecuária em larga escala, utilização de meios de transportes movidos a combustíveis fósseis e energias geradas de forma poluente também entram nessa lista. Se os consumidores são parte da origem do problema, também são parte de sua solução. Por meio de mudanças em suas práticas cotidianas, os consumidores se percebem como cidadãos e se empoderam, forçando as empresas a produzirem de forma mais limpa. Este novo comportamento e esta nova consciência são primordiais para reduzir o aquecimento global e suas consequências ruins ao clima do planeta.

O Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática, Ipcc, confirmou no último dia 27 de setembro que a influência humana é a causa dominante do aquecimento global observado desde 1950.

As atividades humanas contribuem com 95% a 100% do aumento da temperatura do planeta. Da cidade de Xian, na China, o professor e membro do IPCC, Filipe Duarte Santos, explicou à Rádio ONU quais são essas ações.

“As atividades são essencialmente duas. A utilização dos combustíveis fósseis, do carvão, do petróleo e do gás natural. Esses combustíveis fósseis representam cerca de 80% das fontes primárias de energia a nível global, 80% é um valor muito elevado. E a outra causa das emissões de dióxido de carbono na atmosfera são as alterações do uso dos solos e em particular, o desmatamento.”

O professor Filipe Duarte Santos ressalta que a agricultura e a pecuária também causam o aquecimento global. Segundo ele, a produção de arroz, por exemplo, lança na atmosfera grandes quantidades do gás metano.

Níveis Históricos 

O relatório do Ipcc informa ainda que a concentração na atmosfera de gases como metano, dióxido de carbono, CO2, e óxido nitroso, é a maior já observada em 800 mil anos. Só as concentrações de CO2 aumentaram 40% desde os níveis da era pré-industrial. O oceano absorve 30% desses gases, o que causa a acidificação dos mares.

O Ipcc destaca que a mudança climática é sem precedentes, com aquecimento da atmosfera e dos oceanos; diminuição da neve e do gelo; aumento do nível do mar e maior concentração de gases que causam o efeito estufa.

A previsão do painel é que a temperatura média global irá aumentar entre 0,3° C e 0,7° C no período 2016-2035. Com a mudança do clima, a população enfrenta menos dias frios e mais dias e noites quentes. Outra estimativa do Ipcc é de que até 2100, o volume glacial pode ser entre 35% e 85% menor.

O painel recomenda uma redução sustentada e substancial das emissões dos gases que causam o efeito estufa, como maneira para limitar a mudança climática. Mas o Ipcc acredita que os efeitos irão persistir por “muitos séculos, mesmo se houvesse um fim das emissões de dióxido de carbono”.

Clique aqui para ler a notícia original publicada pela Radio ONU.

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Quais atividades humanas podem contribuir para as mudanças climáticas?

Ações humanas têm intensificado as mudanças climáticas, artigo de Augusto Lima da Silveira

Definitivamente vivemos um clima tenso. Especialmente sob o ponto de vista das condições ambientais em nosso planeta. Basta assistirmos ao noticiário para percebermos o poder de destruição dos fenômenos climáticos extremos.

Desde aquela percepção de que o clima na sua cidade já não é mais o mesmo até as grandes tragédias, como a que ocorreu recentemente em Petrópolis (RJ), trazem evidências de que as mudanças climáticas podem influenciar a nossa vida de uma forma mais intensa do que imaginávamos há poucas décadas.

Ao longo da história das civilizações, os fenômenos climáticos foram fatores de preocupação e moldaram a organização dos agrupamentos humanos. Proteger-se de grandes tempestades, do frio ou calor extremos foi decisivo para prosperarmos enquanto espécie. Esse desafio ainda persiste e, atualmente, enfrentamos as consequências da intensificação do efeito estufa. Talvez, em seus pensamentos, você seja contra ele e possa até saber sobre os danos resultantes, mas é preciso lembrar que, sem esse fenômeno, seria difícil a vida se desenvolver em nosso planeta. O efeito estufa ocorre, pois uma camada de gases que envolve o planeta é responsável por reter e distribuir parte da radiação solar que incide, resultando em um importante controle nas variações de temperatura ao longo do dia. Sem esse mecanismo, enfrentaríamos temperaturas escaldantes de dia e um frio congelante à noite, que inviabilizariam a sobrevivência das espécies.

Ocorre que, a partir do século XVIII, o ser humano passa a utilizar a queima de combustíveis fósseis para a geração de energia, lançando toneladas de gases de efeito estufa (GEEs) na atmosfera. Desde então, o desmatamento, as queimadas e o descarte incorreto de resíduos sólidos contribuem para agravar a situação pela liberação desses gases (principalmente o dióxido de carbono e o metano). O problema dessas modificações no ambiente está na intensificação do fenômeno natural do efeito estufa, pois, com a geração dos GEEs, a camada de gases que envolve o planeta se torna continuamente mais espessa. Consequentemente, o nível de retenção da energia solar se eleva e observamos o aumento médio da temperatura global.

Além de todas as consequências para espécies que não possuem a capacidade de se adaptar às mudanças de clima, nessas condições de aquecimento, os eventos climáticos extremos ocorrem com maior frequência e intensidade.

Enfrentamos uma realidade que, segundo o Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC – sigla da nomenclatura em inglês), é resultante da ação humana. Em seu relatório mais recente, publicado em fevereiro de 2022, o IPCC indica que há riscos para quase metade da população mundial decorrentes de secas, incêndios florestais, inundações, tempestades acima da média, declínio na produção de alimentos — fatores responsáveis por afetar a saúde física e mental da população.

Esse contexto preocupante, aliado às evidências diárias dos eventos climáticos extremos, demanda ações urgentes dos países para a redução dos GEEs. Cada região deve avaliar quais os caminhos mais adequados para frear as mudanças climáticas. No Brasil, por exemplo, a ocorrência de queimadas e o desmatamento contribuem para 58% das emissões, segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), demandando ações específicas para reduzir essas práticas danosas. No contexto dos países desenvolvidos, a atividade industrial responde pela maior parcela nas emissões gasosas.

Os esforços internacionais existem, a exemplo do Protocolo de Kyoto e mais recentemente do Acordo de Paris, porém as ações ainda estão distantes da efetividade para a resolução do problema. A urgência pela redução dos GEEs demanda engajamento de todos os setores da sociedade, na busca por soluções mais sustentáveis de produzir, consumir e descartar. Mais do que nunca, é preciso um esforço coletivo em busca de um ambiente que permita condições saudáveis de existência.

Quer ajudar nesse desafio? Cobrar as autoridades por políticas efetivas na redução dos GEEs, consumir de forma responsável, reduzir o desperdício e descartar corretamente os resíduos são os primeiros passos da jornada.

* Augusto Lima da Silveira idealizador do projeto @verboambiental no Instagram, doutorando em Ecologia e Conservação (UFPR) e coordenador dos cursos Saneamento Ambiental e Gestão em Vigilância em Saúde do Centro Universitário Internacional Uninter.

in EcoDebate, ISSN 2446-9394

Nota da Redação: Em relação ao último relatório do IPCC recomendamos que leia, também:

Resumo do Sexto Relatório de Avaliação do IPCC

Principais destaques e alertas do novo relatório do IPCC

Alerta do IPCC – Limitar o aquecimento global a 1,5°C pode ficar fora de alcance

6º Relatório de Avaliação do IPCC – Impactos, Adaptação e Vulnerabilidade

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Quais ações humanas contribuem para as mudanças climáticas?

Entre as principais atividades humanas que causam o aquecimento global e consequentemente as mudanças climáticas, a queima de combustíveis fósseis (derivados do petróleo, carvão mineral e gás natural) para geração de energia, atividades industriais e transportes; conversão do uso do solo; agropecuária; descarte de ...

Como as mudanças climáticas afetam as atividades humanas?

Não podemos esquecer-nos também de que a saúde humana pode ser afetada gravemente com as alterações climáticas. Problemas tais como insolação, alergias, doenças transmitidas por mosquitos (como a dengue e a malária), desnutrição e fome podem ser intensificados devido ao aumento da temperatura global.

Quais são as atividades humanas que intensificam o efeito estufa?

As atividades humanas ligadas à indústria, as atividades agrícolas, o desmatamento e o aumento do uso dos transportes são os principais responsáveis pela emissão desses gases.

Quais são as principais causas das mudanças climáticas Brainly?

As principais causas do aquecimento global O aquecimento global pode se originar de inúmeras causas. Todas elas aumentam a concentração de gases de efeito estufa na atmosfera, principalmente devido a atividades humanas, como queima de combustíveis fósseis, desmatamento e agricultura.