Quais o fatores que levaram ao agravamento da crise econômica na Alemanha da década de 1920?

Em 1929 uma crise económica estalou nos EUA, propagando-se rapidamente a todo o mundo. O impacto da crise variou consoante o grau de dependência em relação à economia norte-americana. As falências de empresas e de bancos multiplicaram-se, levando à redução brusca do Produto Interno Bruto e ao aumento do desemprego. O capitalismo liberal falira e a democracia, intrinsecamente ligada a ele, parecia desacreditada.

As causas da “Crise de 1929”

A crise eclodiu nos EUA, em 1929, numa altura em que o país apresentava níveis de crescimento elevados. A produção industrial norte-americana assentava na produção de bens de consumo, como automóveis e artigos elétricos, cujo escoamento era garantido pela expansão do crédito barato e pelas exportações, sobretudo para a Europa. No entanto, os mercados começavam a dar sinais de saturação. Também as importações por parte dos países europeus, que alimentaram o crescimento económico norte-americano durante a guerra e nos anos seguintes, retrocederam no final da década de 1920, à medida que os países recuperavam a sua capacidade produtiva.

O próprio investimento especulativo na banca parecia um negócio lucrativo, pelo menos até 24 de outubro de 1929. Nesse dia fatídico, cerca de 70 milhões de títulos foram postos à venda na bolsa de Wall Street, mas não encontraram compradores, provocando uma descida abrupta das cotações e a perda de milhões de dólares por parte dos especuladores. Era a “Quinta Feira Negra”.

O capitalismo liberal enfrentara diversas crises cíclicas ao longo do século XIX. Mas desta vez, ao contrário do que os especialistas esperavam, a crise não foi de curta duração. A depressão económica instalou-se, atingiu toda a economia norte-americana e propagou-se a outros países.

A pobreza generalizou-se nas cidades e no mundo rural e a instabilidade social instalou-se, com a ocupação de fábricas, de terras e greves.

As empresas reagiram diminuindo a produção e despedindo parte dos seus funcionários. O desemprego aumentou e fez reduzir o poder de compra e a procura. A diminuição da procura, por sua vez, levou à queda dos preços. O problema era cumulativo e parecia não ter solução. Também o setor agrícola foi atingido. As colheitas acumularam-se e os preços desceram, empobrecendo os agricultores.

Uma das mais graves consequências foi o aumento do desemprego, sem que os mecanismos de segurança social conseguissem dar resposta. Calcula-se que, em 1932, cerca de 30 milhões de pessoas estivessem desempregadas em todo o mundo. A pobreza generalizou-se nas cidades e no mundo rural e a instabilidade social instalou-se, com a ocupação de fábricas, de terras e greves.

A resposta à crise e a “Grande Depressão”

Perante a crise, os EUA cancelaram os empréstimos a países estrangeiros, nomeadamente à Alemanha. A economia europeia estava intrinsecamente ligada aos EUA desde o final da guerra. Por isso mesmo, os efeitos da crise rapidamente se alastraram e os problemas repetiam-se agora nos países europeus, onde as falências de bancos e empresas se acumularam e o desemprego aumentou. Os clientes dos bancos apressaram-se a levantar os seus depósitos, levando o sistema bancário ao colapso.

Na Grã-Bretanha e na Itália o PIB caiu 7%, na Bélgica 10%, na Alemanha 17% e na Polónia 25%. Os países responderam impondo mecanismos de proteção às economias nacionais e as importações diminuíram. Os governos reduziram as despesas, diminuindo os investimentos, o que agravou ainda mais a recessão.

A crise conduziu o sistema liberal à falência. A desconfiança face à incapacidade dos partidos tradicionais e da democracia foi uma das consequências imediatas. Os eleitores tornam-se permeáveis às mensagens populistas da extrema-direita, que prometiam estabilidade económica, unidade nacional e ordem.

A exceção soviética

Só a União Soviética parecia incólume à crise, o que se deveu às características próprias do regime comunista e às relações que mantinha com os outros países. Na década de 1930, era um país fechado sobre si próprio, sobretudo desde que Estaline chegara ao poder.

O ditador soviético optara pela construção do socialismo num só país, centrando-se na reconstrução da economia soviética. Estaline pretendia fazer da URSS uma grande potência e, para tal, conduziu a sua política de industrialização intensiva de forma autoritária, através da imposição de planos quinquenais. Por outro lado, os outros países procuraram distanciar-se daquele que parceria ser um foco de agitação, evitando o “contágio” da revolução.

A Crise de 1929, também conhecida como “A Grande Depressão”, foi a maior crise do capitalismo financeiro.

O colapso econômico teve início em meados de 1929, nos Estados Unidos, e se espalhou por todo o mundo capitalista.

Seus efeitos duraram por uma década, com desdobramentos sociais e políticos.

Causas da Crise de 29

Quais o fatores que levaram ao agravamento da crise econômica na Alemanha da década de 1920?
Um investidor oferece seu carro por 100 dólares em dinheiro, pois perdeu tudo na Bolsa de Valores

As principais causas da Crise de 1929 estão ligadas à falta de regulamentação da economia e à oferta de créditos baratos.

Igualmente, a produção industrial seguia um ritmo acelerado, mas a capacidade de consumo da população não absorvia esse crescimento, gerando grandes estoques de produtos a fim de esperar melhores preços.

A Europa, que tinha se recuperado da destruição da Primeira Guerra, não precisava mais dos créditos e produtos americanos.

Com os juros baixos, os investidores passaram a colocar seu dinheiro na Bolsa de Valores e não nos setores produtivos.

Ao perceber a diminuição do consumo, o setor produtivo passou a investir e produzir menos, compensando seus déficits com a demissão de funcionários.

Um filme que se passa nessa época é Tempos modernos, de Charles Chaplin.

Crash da Bolsa de Nova York

Com tanta especulação, as ações começam a se desvalorizar, o que gera o "crash" ou o "crack" da Bolsa de Nova York, no dia 24 de outubro de 1929. Este dia seria conhecido como a "Quinta-feira Negra".

O resultado óbvio foi o desemprego (generalizado) ou a redução salarial. O ciclo vicioso se completou quando, devido à falta de renda, o consumo caiu ainda mais, forçando uma diminuição nos preços.

Muitos bancos que emprestaram dinheiro faliram por não serem pagos, diminuindo assim a oferta de crédito. Com isso, muitos empresários fecharam as portas agravando ainda mais o desemprego.

Os países mais atingidos pela Quebra da Bolsa de Nova York foram as economias capitalistas mais desenvolvidas, dentre elas os Estados Unidos, Canadá, Alemanha, França, Itália e o Reino Unido. Em alguns destes países, os efeitos da crise econômica fomentaram a ascensão de regimes totalitários.

Na União Soviética, onde a economia em vigor era socialista, pouco foi afetada.

Crise de 1929 na América Latina

O crack da Bolsa de Valores de Nova York repercutiu em todo mundo.

Nos países em processo de industrialização, como os da América Latina, a economia agroexportadora foi a mais prejudicada pela redução das exportações de matérias-primas.

Ao longo da década de 30, contudo, estas nações puderam assistir um incremento em suas indústrias, devido à diversificação de investimentos neste setor.

Crise de 1929 no Brasil

A crise econômica nos Estados Unidos atingiu em cheio o Brasil.

Neste momento, o país exportava praticamente apenas um produto, o café, e as boas colheitas já tinham feito que o preço do produto tivesse uma queda.

Além do mais, como não era um produto de primeira necessidade, vários importadores diminuíram as compras significativamente.

Para se ter uma ideia da dimensão do problema econômico, a saca de café era cotada a 200 mil réis, em janeiro de 1929. Um ano depois, seu preço era 21 mil réis.

A Crise de 1929, no Brasil, enfraqueceu as oligarquias rurais que dominavam o cenário político e abriu caminho para a chegada de Getúlio Vargas ao poder, em 1930.

Contexto Histórico da Crise de 1929

Após a Primeira Guerra, o mundo viveu um momento de euforia, conhecido como os "Loucos Anos Vinte" (também chamado de Era do Jazz).

No Estados Unidos, principalmente, o otimismo é palpável e se consolida o chamado American Way of Life, onde o consumo é o principal fator de felicidade.

Quais o fatores que levaram ao agravamento da crise econômica na Alemanha da década de 1920?
O jazz é um dos símbolos dos anos de prosperidade americana

Terminada a Primeira Guerra Mundial, em 1918, os parques industriais e a agricultura na Europa estavam destruídos, permitindo aos EUA exportarem em larga escala para o mercado europeu.

Os Estados Unidos também se transformaram no principal credor dos países europeus. Essa relação gerou interdependência comercial, que foi se alterando na medida em que a economia europeia se recuperava e passava a importar menos.

Somado a isso, o Banco Central americano autoriza aos bancos a emprestarem dinheiro a juros baixos. O objetivo era fomentar ainda mais o consumo, mas este dinheiro acabou indo parar na Bolsa de Valores.

Desta maneira, em meados da década de 1920, os investimentos em ações da bolsa de valores também aumentam, uma vez que estas ações eram artificialmente valorizadas para parecerem vantajosas. Contudo, como se tratava de especulação, as ações não possuíam cobertura financeira.

Como agravante, o governo dos EUA inicia uma política monetária para reduzir a inflação (aumento de preços), quando deveria combater uma crise econômica provocada pela deflação econômica (queda nos preços).

Primeiramente, a economia norte-americana, principal credora internacional, passa a reivindicar a repatriação de seus bens, emprestados às economias europeias durante a guerra e reconstrução.

Este fator, somado à retração nas importações dos EUA (principalmente de produtos europeus), torna difícil o pagamento das dívidas, levando assim a crise aos outros continentes.

Esta crise já era perceptível em 1928 quando houve uma queda brusca e generalizada nos preços dos produtos agrícolas no mercado internacional.

Quebra da Bolsa de Nova York

Quais o fatores que levaram ao agravamento da crise econômica na Alemanha da década de 1920?
Dezenas de clientes fazem fila para tirar seus depósitos em julho de 1930

Em 24 outubro de 1929, uma quinta-feira, havia mais ações que compradores e o preço baixou vertiginosamente. Por isso, milhões de investidores norte-americanos que puseram seu dinheiro na Bolsa de Valores de Nova York faliram quando a “bolha de crédito” estourou.

Isso provocou um efeito em cadeia, derrubando as bolsas de Tóquio, Londres e Berlim na sequência. O prejuízo foi milionário e sem precedentes históricos.

Na sequência, estoura a crise financeira, visto que as pessoas, em pânico, sacaram todos seus valores depositados nos bancos, o que provocou seu colapso imediato. Assim, de 1929 até 1933, a crise só se agravou.

Todavia, em 1932, o democrata Franklin Delano Roosevelt foi eleito presidente dos EUA. Imediatamente, Roosevelt incia um plano econômico denominado (propositalmente) "New Deal" ou seja, o “Novo Acordo”, caracterizado pela intervenção do Estado na economia.

Como legado, a Crise de 1929 deixou-nos a lição da necessidade do intervencionismo e do planejamento estatal da economia. Da mesma forma, a obrigação do Estado em prover assistência social e econômica aos mais afetados pelo decrescimento do capitalismo.

Consequências da Crise de 1929: New Deal

O plano econômico do New Deal foi o principal responsável pela recuperação econômica dos EUA, sendo adotado como modelo por outras economias em crise.

Na prática, este programa do governo previa a intervenção do Estado na economia, controlando a produção industrial e agrícola.

Concomitantemente, projetos federais de obras públicas foram realizados com foco na construção de estradas, ferrovias, praças, escolas, aeroportos, portos, hidroelétricas, casas populares. Assim, foram criados milhões de empregos, fomentando a economia pelo consumo.

Mesmo assim, em 1940 a taxa de desempregados estadunidenses era de 15%. Esta situação foi finalmente resolvida com a Segunda Guerra Mundial, quando a economia capitalista mundial se recupera.

Ao fim da guerra, apenas 1% dos norte-americanos produtivos estavam desempregados e a economia estava a pleno vapor.

Quais o fatores que levaram ao agravamento da crise econômica na Alemanha da década de 1920?

Bacharelada e Licenciada em História, pela PUC-RJ. Especialista em Relações Internacionais, pelo Unilasalle-RJ. Mestre em História da América Latina e União Europeia pela Universidade de Alcalá, Espanha.

Como estava a economia da Alemanha nos anos 1920?

A hiperinflação levou os preços a um patamar exponencial e intolerável sob todas as perspectivas em muitos países europeus. Na Alemanha, o caso mais clássico da hiperinflação no período, os preços haviam crescido um trilhão de vezes em 1923 em relação ao valor que tinham antes da guerra.

Quais foram as principais consequências da economia abalada na Alemanha no início do século XX?

Consequências da Crise de 1929 diminuição dos empréstimos internacionais; decrescimento da produção industrial; falência de empresas e bancos.

O que aconteceu com a Alemanha na década de 1920?

A década de 1920 foi uma das mais difíceis para a Alemanha, como a derrota causada pela Tríplice Entente na 1ª Guerra Mundial. A Tríplice buscou amplas indenizações da 1ª Guerra Mundial, por parte do povo alemão. Os valores arrecadados seriam convertidos em dólares americanos, chegando à casa dos trilhões, digamos.

O que causou a crise econômica na Alemanha na década de 20?

A economia da Alemanha Oriental entrou em colapso devido a uma taxa de câmbio supervalorizada, quando de sua adoção do marco da Alemanha Ocidental, a um rápido aumento dos salários acima da produtividade e à ruptura dos fluxos tradicionais de comércio.