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Pré-visualização | Página 1 de 3Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2016 ● FARMACOLOGIA 1 www.medresumos.com.br FARMACODINÂMICA A farmacodinâmica (em estrito senso: dinâmica que o fármaco realiza no organismo) é o ramo da farmacologia que demonstra a infinidade de modos pelos quais os fármacos interagem com seus sítios alvo (o que depende do seu mecanismo de ação). Depois de terem sido administrados e absorvidos nos compartimentos orgânicos, quase todos os medicamentos alcançam a corrente sanguínea, circulam pelo corpo e interagem com diversos sítios específicos de ação. Porém, dependendo de suas propriedades ou da via de administração, um medicamento pode atuar apenas em uma área específica do corpo (por exemplo, a ação dos antiácidos fica em grande parte confinada ao estômago). A interação com o sítio-alvo comumente produz o efeito terapêutico desejado, enquanto a interação com outras células, tecidos ou órgãos pode resultar nos chamados efeitos colaterais (reações medicamentosas adversas). MECANISMO DE AÇÃO Podemos definir o termo mecanismo de ação como a atividade pela qual o fármaco desencadeia eventos que culminam com um efeito biológico. Este pode ser classificado em dois tipos: Mecanismo de ação específico: o fármaco interage, de forma específica, com macromoléculas, como por exemplo: Proteínas transportadoras (Ex: carreadores de colina-hemicolina: esta proteína é responsável por fazer a captação da colina e do acetato na fenda sináptica, oriundos da quebra da acetilcolina pela acetilcolinesterase, depois que a acetilcolina realizou o seu efeito de neurotransmissor, sendo recaptada por proteínas transportadoras de membrana da fibra pré-sináptica para uma nova reutilização). Ácidos nucleicos (Ex: antimicrobianos bacteriostáticos ou bactericidas com ação de inibir o crescimento ou o desenvolvimento das bactérias, respectivamente, interferindo no DNA ou RNA desses microrganismos) Enzimas (Ex: cicloxigenase: participa da cascata do ácido araquidônico na formação das prostaglandinas) Receptores farmacológicos acoplados à proteína G (α e β receptores; receptores Muscarínicos): nesse caso, o fármaco reage com proteínas que são responsáveis por desencadear uma atividade em cascata. Mecanismo de ação inespecífico: o fármaco exerce ação sobre moléculas muito pequenas ou até mesmo íons. Suas propriedades são as seguintes: Caracterizados por interagir com moléculas simples ou íons (Ex: antiácidos). Realizam alteração da pressão osmótica (Ex: sulfato de Mg). Realizam alteração da tensão superficial (Ex: dimeticoma: utilizado para diminuir a tensão nas vísceras causada por gazes) Apresentam um alto grau de lipossolubilidade (Ex: anestésicos gerais: clorofórmio e éter etílico). INTENSIDADE DO EFEITO Depois de estabelecida a ligação do fármaco e seu receptor, a intensidade do efeito é dada de maneira proporcional ao complexo fármaco- receptor atendendo a certas exigências. Isto quer dizer que, quanto maior for o número de moléculas ligadas aos seus receptores (atendendo a propriedades como afinidade, efetividade e eficácia), mais intenso será o efeito gerado por esta interação. OBS 1 : Note os seguintes conceitos: A potência refere-se à quantidade de medicamento (comumente expressa em miligramas) necessária para produzir um efeito, como o alívio da dor ou a redução da pressão sanguínea, por exemplo. Exemplificando, se 5 miligramas da droga B alivia a dor com a mesma eficiência que 10 miligramas da droga A, diz-se, então, que a Arlindo Ugulino Netto. FARMACOLOGIA 2016 Arlindo Ugulino Netto ● MEDRESUMOS 2016 ● FARMACOLOGIA 2 www.medresumos.com.br droga B é duas vezes mais potente que a droga A. Contudo, maior potência não significa necessariamente que uma droga é melhor que a outra. Os médicos levam em consideração muitos fatores ao julgar os méritos relativos dos medicamentos, como seu perfil de efeitos colaterais, toxicidade potencial, duração da eficácia (e, consequentemente, número de doses necessárias a cada dia) e custo. A Eficácia avalia a situação ideal do uso da droga (a droga é “boa na teoria”). Exemplificando, o diurético furosemida elimina muito mais sal e água por meio da urina, quando comparado ao diurético hidroclorotiazida. Assim, a furosemida tem maior eficiência, ou eficácia terapêutica, que este segundo diurético. Da mesma forma que no caso da potência, a eficácia é apenas um dos fatores considerados pelos médicos ao selecionar o medicamento mais apropriado para determinado paciente. A Efetividade avalia a situação real do seu uso (a droga é “boa na prática”), levando em consideração os resultados de todos os pacientes em que se teve a intenção de tratar. A Eficiência: intervenção em condições habituais, levando em consideração custos e riscos (isto é, se a droga é “boa, barata e segura”). CLASSIFICAÇÃO DOS FÁRMACOS QUANTO AO EFEITO A atividade intrínseca consiste no conjunto de efeitos que foram desencadeados a partir da interação do fármaco com o seu sítio de ação. Duas propriedades importantes para a ação de uma droga são a afinidade e a própria atividade intrínseca. A afinidade é a atração mútua ou a força da ligação entre uma droga e seu alvo, seja um receptor ou enzima. A atividade intrínseca é uma medida da capacidade da droga em produzir um efeito farmacológico quando ligada ao seu receptor. Medicamentos que ativam receptores (agonistas) possuem as duas propriedades: devem ligar-se efetivamente (ter afinidade) aos seus receptores; e o complexo droga-receptor deve ser capaz de produzir uma resposta no sistema- alvo (ter atividade intrínseca). Por outro lado, drogas que bloqueiam receptores (antagonistas) ligam-se efetivamente (têm afinidade com os receptores), mas têm pouca ou nenhuma atividade intrínseca – sua função consiste em impedir a interação das moléculas agonistas com seus receptores. Agonistas: possuem grande afinidade ao seu receptor e, ao se ligar a este, exercem uma consequência: desencadeia uma cascata de eventos (atividade intrínseca) que promove uma determinada ação. Existem três tipos diferentes de agonistas: o Agonista pleno (ou total): desencadeia um efeito máximo, ocupando o número máximo de receptores ativos (e apenas estes) para desencadear o seu efeito. Este tipo de agonista impede também que os receptores ativos tornem-se inativos. o Agonista parcial: desencadeia um efeito parcial, uma vez que tem afinidade tanto por receptores ativos (que realizam efeito biológico) quanto por receptores inativos (que não realizam efeito), diferentemente dos receptores agonistas plenos, que só se ligam a receptores ativos. o Agonista inverso: tem afinidade apenas por receptores inativos, sem desencadear, portanto, um efeito biológico (atividade intrínseca). Este tipo de agonista pode ser confundido com fármacos antagonistas. Porém, a diferença básica entre ambos está no fato de que um fármaco antagonista é empregado no objetivo de bloquear uma atividade intrínseca (que geralmente, nos casos da administração desses fármacos, é uma atividade exacerbada); já o agonista inverso não realiza o efeito por uma falta de competência ou afinidade deste por seus receptores. Antagonistas: apesar de apresentarem afinidade ao seu receptor, estes fármacos não têm a capacidade de desencadear uma resposta intrínseca a partir do seu sítio de ação. O seu objetivo, na realidade, é justamente impedir a própria atividade intrínseca. Muitas drogas aderem (se ligam) às células por meio de receptores existentes na superfície celular. A maioria das células possui muitos receptores de superfície, o que permite que a atividade celular seja influenciada por substâncias químicas como os medicamentos ou hormônios localizados fora da célula. O receptor tem uma configuração específica, permitindo que somente uma droga que se encaixe perfeitamente possa ligar-se a ele – como uma chave que se encaixa em uma fechadura. Frequentemente Página123 Quais são as propriedades da droga?As drogas ativam ou desativam certos neurotransmissores do sistema nervoso central e podem atuar de três formas: como depressoras, estimulantes ou perturbadoras.
Quais são os dois tipos de mecanismo de ação dos medicamentos?Contudo, a ação farmacológica pode ser classificada em dois grandes grupos, quanto ao seu mecanismo de ação, sendo estes os mecanismos inespecíficos e os específicos.
Quais os fatores que influenciam na ação e efeito das drogas?Fatores como Idade; Gênero; Características físicas (ex: altura, peso); Dieta nutricional; Fatores genéticos; Uso concomitante de outras substâncias psicoativas; Influência de doenças preexistentes; Estado de saúde e padrão de vida; Padrão de uso afetam o organismo e propiciam efeitos distintos das substâncias ...
Quais são os principais alvos de ação dos fármacos?ALVOS PARA A AÇÃO DE FÁRMACOS
receptores; • canais iônicos; • enzimas; • transportadores (moléculas carregadoras). A maioria dos fármacos importantes age sobre um ou outro desses tipos de proteína, mas existem exceções.
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