Qual a diferença da regeneração nos tecidos Lábeis estáveis e permanentes *?

 
Qual a diferença da regeneração nos tecidos Lábeis estáveis e permanentes *?
Patologia em Hipertexto
Qual a diferença da regeneração nos tecidos Lábeis estáveis e permanentes *?
.     .      
Qual a diferença da regeneração nos tecidos Lábeis estáveis e permanentes *?
    .

Universidade Federal de Minas Gerais. Belo Horizonte, Minas Gerais, 2000. 
Se você tiver alguma sugestão ou comentários, por favor envie-os para: Laboratório de Apoptose/ Departamento de Patologia Geral/ Instituto de Ciências Biológicas da Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, MG 31270 010, 
Fone: (0xx31) 499 28 87/ 499 28 81 / 9114 78 41 
FAX: (0xx31) 499 28 78, 
Web http://www.icb.ufmg.br/~pat/apopt.htm

    .e-mail:


ALTERAÇÕES INFLAMATÓRIAS  

    PROCESSOS DE REPARAÇÃO:

    Conceito

    Reposição de tecidos e células lesados ou necróticos , por novos elementos sadios, oriundos :

    • do epitélio adjacente: Reepitelização
    • do parênquima adjacente: Regeneração
    • do estroma : Cicatrização
     
    Fatores que influenciam na reparação:
    • Capacidade regenerativas das células:
      • Quanto mais especializado for um tecido, menor a capacidade regenerativa de suas células. Nesse contexto, as células podem ser classificadas em:
        • Lábeis ou intermitóticas ativas: Epitélios de revestimento, células mielóides e linfóides. Regeneração é comum.
        • Estáveis ou intermitóticas potenciais: Células parenquimatosas (fígado, túbulos renais, glândulas exócrinas e endócrinas, e células mesenquimais. Regeneração é possível.
        • Perenes ou permanentes ou ainda pós mitóticas: Neurônios, hemácias e fibras musculares[?]. Regeneração é impossível. Ocorre cicatrização.
     
    • Grau de destruição:
      • Quanto maior a histólise, menor a possibilidade de regeneração e maior a de cicatrização. A lise do estroma dificulta a regeneração, já que este funciona como guia e suporte.
     
    • Tipo de inflamação:
      • Quanto maior a duração do processo inflamatório menor a possibilidade de regeneração. A presença de infecção e/ou de corpo estranho diminui as chances de regeneração e inclusive complica a cicatrização (determina a mudança de 1a intenção para de 2a).
     
    • Fatores locais:
      • irrigação e inervação,
      • o tamanho e a localização da lesão,
      • aposição e imobilização.
     
    Mecanismo geral das reparações(fases):
    • Cessação da ação de agente agressivo;
    • Formação de coágulo (no caso de feridas) - horas;
    • Restituição epitelial - 1 a 3 dias;
    • Reação inflamatória, com invasão do coágulo e da área necrosada por PMN (principalmente Neutrófilos) em 1 a 5 dias, posteriormente por Macrófagos - Mo/ - com velocidade = 0,2 mm/dia -de 3 a 20 dias;
    • Dissolução e fluidificação de exsudatos e restos celulares (debris) e posteriormente reabsorção via linfática e/ou via fagocitose (PMN e Mo/);
    • Formação de tecido de Granulação com neovascularização (3 a 7 dias) e fibroplasia (do 3o ao 30o dias, com máximo no 14o dia);
    • Fusão dos tecidos de granulação (quando a cicatrização de feridas for por 1a intenção) - 3 a 4 dias;
    • Devascularização (colágeno espesso estrangula alguns vasos) - 15 a 20 dias;
    • Regressão do processo inflamatório, com desaparecimento dos PMN (3 a 8 dias) e dos Mo/(7 a 30 dias);
    • Cicatrização colagenosa (35 a 300 dias) ou proliferação parenquimatosa;
     
    Mediadores da Reparação:
    • Hormônios estimuladores: Progesterona, Estrógenos (útero), somatotrofina, eritropoetina (medula óssea), e tireoxina
    • Fatores do crescimento ("Fatores Séricos" ou "Hormônios das Feridas" ou ainda "Trefonas de Carrel"):
      • Polipeptídeos (macromoléculas): Insulina, somatomedinas, fatores do crescimento fibroblástico, fatores do crescimento epidérmico, fatores do crescimento plaquetário, fatores do crescimento de nervos, fatores de crescimento ovariano, fatores de crescimento mesenquimal, etc...
      • Fatores de baixo peso molecular: Nucleotídeos cíclicos, íons Ca e PO4, aminoácidos , glicose, etc...
      • Enzimas proteolíticas: Tripsina, Trombina, etc...
    • Fatores inibidores ("Chalones" - gr. = "folgar a vela para diminuir a velocidade do barco"):
      • São polipeptídeos (com especificidade celular mas não espécie-específico) e glicoproteínas que agem como mensageiros intercelulares controlando mitoses por inibição via feed back negativo. Já estão descritos os calonios epidérmico, granulocítico e linfocítico.
    • Gradiente de pressão (?): Células destruídas não inibiriam células sadias das proximidades...
     

    Classificação das reparações/cura:

    • Regeneração: ou Reconstituição da integridade anatômica e funcional ("Curatio cum restutio ad integrum") sem modificação na relação Parênquima/Estroma - Comum em órgãos com células lábeis e estáveis, portadoras de inflamações agudas exsudativas ( com rápida reabsorção). Exemplos: Pneumonia lobar, hepatite, gastroenterocolites e linfadenites.
      • A regeneração pode ocorrer de maneira descontrolada ["Regeneração Patológica"] quando o arcabouço de orientação e sustentação das células parenquimatosas - o Estroma - foi também seriamente agredido e não se organiza em tempo hábil para orientar o processo de regeneração. Nesses casos, a regeneração pode ocorrer desordenadamente, resultando numa proliferação de células parenquimatosas sem a preservação da arquitetura tissular do órgão em questão. Exemplo clássico: Proliferação pseudo - regenerativa dos hepatócitos na Cirrose [forma-se nódulos e não traves de hepatócitos].
     
    • Cicatrização: Tipo mais freqüente de reparação, caracterizado pela neoformação de tecido conjuntivo fibroso (cicatriz), substituindo as células parenquimatosas perdidas; ie com ß na relação Parênquima/Estroma.
      • A cicatrização pode ocorrer de maneira excessiva, formando o "Queloide", comum nas cicatrizações por 2a intenção [ver abaixo] e nos eqüinos e suínos. Quando ocorre em órgão parenquimatoso, se a massa fibrótica na víscera exceder a reserva funcional do parênquima ["Fibrose ou Carnificação do órgão"] pode-se ter como consequência uma insuficiência.
      • A cicatrização pode ocorrer de duas maneiras:
        • por 1a intenção
        • por 2a intenção
      QUADRO COMPARATIVO - CICATRIZAÇÕES
    Característica diferencial  Por primeira intenção  Por segunda intenção
    Tipo de Ferida  Linear, coaptante, Pouco traumatizada com perda mínima de substância Irregular, anfractuosa, Nao coaptante, traumatizada, com perda de substância (comum em úlceras)
    Contaminação  não contaminada  Contaminada ou não
    Intensidade da reação inflamatória Menor  Maior
    Formação de tecido de granulação  Menor  Maior, as vezes exuberante
    Volume da cicatriz final  Menor  Maior, as vezes com formação de queloide 
    Retração cicatricial  Menor  Maior
    Perda de células especializadas  Menor  Maior
    Tempo de Resolução  Menor  Maior
     
      INFLAMAÇÃO - VISÃO INTEGRADA DO PROCESSO    

    A Velocidade e a duração dos eventos dependem da gravidade da agressão

    A inflamação é um processo muito dinâmico e as reações complexas que a formam podem desenrolar-se simultânea ou sucessivamente.


Qual a diferença da regeneração nos tecidos Lábeis estáveis e permanentes *?
De volta ao Laboratório de Apoptose                De volta à Patologia Geral

Qual a diferença da regeneração nos tecidos Lábeis estáveis e permanentes *?
Qual a diferença da regeneração nos tecidos Lábeis estáveis e permanentes *?
Para referenciar o material desta publicação: Anilton Cesar Vasconcelos. Patologia Geral em Hipertexto. Universidade Federal de Minas Gerais. Belo Horizonte, Minas Gerais, 2000. Se você tiver alguma sugestão ou comentários, por favor envie-os para: Laboratório de Apoptose/ Departamento de Patologia Geral/ Instituto de Ciências Biológicas da Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, MG 31270 010

Qual a diferença entre as células lábeis estáveis e permanentes exemplifique?

Podemos afirmar que nas células lábeis ocorre rápida divisão do núcleo, ao passo que nas células estáveis a divisão do núcleo ocorre mediante estímulos e nas permanentes, não existe essa capacidade.

Quais são as características das células estáveis no processo de regeneração?

A regeneração tecidual ocorre em órgãos parenquimatosos que apresentam população de células estáveis, ou seja, células que possuem somente uma atividade replicativa mínima no seu estado normal, como o pâncreas, o fígado, as supra-renais, a tireoide e os tecidos pulmonares.

Como se faz a regeneração hepática em lesões agudas e crônicas?

3) Como se faz a regeneração hepática em lesões agudas e crônicas? Processo pelo qual o tecido lesado é substituído por tecido conjuntivo vascularizado. Primeiro passo: instalação de reação inflamatória – células do exsudato de células fagocitárias reabsorvem restos celulares e sangue extravasado.

O que são tecidos estáveis?

Tecidos estáveis As células estáveis constituem o parênquima da maioria dos tecidos sólidos, como fígado, rim e pâncreas. Nesse grupo, estão também as células endoteliais, os fibroblastos e as células musculares lisas, sendo que a proliferação dessas células é particularmente importante na cura de feridas.