Qual é a importância dos vírus para o ambiente e para os seres vivos e as bactérias?

A importância das bactérias é visível em diversos meios. Elas auxiliam: digestão de ruminantes, tratamento de esgoto, produção de antibióticos, fabricação de laticínios etc.

Qual é a importância dos vírus para o ambiente e para os seres vivos e as bactérias?
As bactérias são utilizadas para a produção de toxinas botulínicas

As bactérias não são somente organismos causadores de doenças! Elas contribuem, e muito, para melhorar a qualidade ambiental e de vida de diversas espécies. No sistema digestório de alguns organismos, como ruminantes e cupins, por exemplo, determinadas bactérias auxiliam na quebra de algumas substâncias, como a celulose.

O que diz respeito a cadeias alimentares, muitos destes indivíduos, juntamente com determinados tipos de fungos, são capazes de decompor a matéria orgânica oriunda de organismos mortos e seus resíduos, liberando para o ambiente diversos nutrientes de composição mais simples, sendo estes aproveitados por outros seres vivos.

Podem, também, disponibilizar compostos nitrogenados para as plantas ao morrer, liberando no solo nitrogênio na forma de amônia que, em seguida, pode formar íons amônio e ser aproveitado por alguns vegetais; ou, em vida, no caso das do Gênero Rhizobium, se unir simbioticamente a leguminosas, fornecendo nitrogênio às plantas enquanto recebe açúcares e outros compostos orgânicos.

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Estes organismos também são muito importantes em estações de tratamento de esgoto, onde bactérias convertem a matéria orgânica em produtos que podem ser empregados, posteriormente, como fertilizantes; e em aterros sanitários, situação na qual algumas bactérias anaeróbicas são capazes de degradar a matéria orgânica e liberar gás metano, este que pode ser aproveitado como combustível.

No que tange a biotecnologia, podem ser utilizadas:

- Em processos de biorremediação, como determinadas espécies do gênero Pseudomonas, capazes de oxidar compostos nocivos em substâncias inofensivas ao meio ambiente;

- Na fabricação de laticínios (Gêneros Lactobacillus e Streptococcus), vinagres (Acetobacter) e até mesmo do ácido glutâmico (Corynebacterium);

- Na produção de antibióticos, como a neomicina (Streptomyces);

- Na produção da toxina botulínica (Clostridium botulinum);

- No processo de modificação genética de organismos.


Aproveite para conferir a nossa videoaula sobre o assunto:

Por Mariana Araguaia

Em todos os noticiários o assunto é um só: coronavírus. Mas afinal, você sabe o que é um vírus?

Um primeiro ponto importante a ser considerado é que os vírus não são considerados seres vivos, uma vez que eles não possuem uma estrutura de célula. Eles são parasitas intracelulares obrigatórios, o que significa que são completamente dependentes de outras células para se reproduzir. Não possuem metabolismo próprio independente do hospedeiro.

Sua estrutura básica é composta de dois componentes apenas: algum tipo de ácido nucléico e um envoltório feito de proteínas, chamado de capsídeo. Ao conjunto dos ácidos nucleicos com o capsídeo chamamos de nucleocapsídeo. Alguns vírus, no entanto, principalmente os que infectam animais, possuem além do nucleocapsídeo um envoltório mais externo de natureza fosfolipídica chamado de envelope. O envelope é derivado da membrana celular do hospedeiro, quando da saída do vírus ao final do ciclo de replicação. Falamos, portanto, de vírus nus (sem envelope) e envelopados (Fig. 1). Existe uma distinção também quando nos referimos aos vírus no ambiente externo (fora do hospedeiro), quando são chamados de vírions.

Qual é a importância dos vírus para o ambiente e para os seres vivos e as bactérias?

Fig. 1 – Vírus nus e envelopados.

Fonte: adaptado de Madigan et al. Brock Biology of Microorganisms. 15ª ed. 2019.

Os ácidos nucléicos podem ser do tipo ácido desoxirribonucleico (ADN ou DNA em inglês) ou ácido ribonucleico (ARN ou RNA em inglês). O padrão mais comum que encontramos na natureza em todos os organismos – de bactérias até baleias – é de duas fitas de DNA complementares (DNA dupla fita) e uma fita de RNA (RNA fita simples).  Os vírus, no entanto, fogem a essa regra e podem ter tanto RNA de fita dupla quanto DNA de fita simples.  Existem ainda vírus que podem ter DNA e RNA em momentos diferentes da fase de sua replicação, os chamados retrovírus (ex.: vírus HIV) e hepadnavírus (causador da hepatite B). Estes vírus precisam converter DNA →RNA → DNA (hepadnavírus) ou RNA → DNA → RNA (HIV) utilizando uma enzima muito especial chamada transcriptase reversa, codificada pelo próprio genoma viral. É importante ressaltar que um vírus sempre vai ter apenas um tipo de ácido nucléico em um dado momento e que o conjunto total de ácidos nucléicos de um vírus é chamado de genoma.

Os vírus parasitam todos os tipos de células conhecidos: procariotos, tais como arqueias e bactérias (estes recebem o nome de bacteriófagos) e eucariotos como fungos, microalgas, plantas e animais. Por isso eles são bastante pequenos, os menores sendo da ordem de 0,02 µm (micrômetros, ou seja, um milionésimo (10-6) do metro) até 0,3 µm, embora existam alguns vírus gigantes de até 750 µm que infectam amebas. Estes vírus são tão grandes que são vistos em microscópio comum e eram inclusive confundidos com bactérias logo que foram descobertos, ao passo que a maioria dos vírus só pode ser visto com auxílio de um microscópio eletrônico.

Qual é a importância dos vírus para o ambiente e para os seres vivos e as bactérias?

Fig. 2 – Comparação em escala do tamanho de vírus (um bacteriófago) e células procariontes (bactéria) e eucariontes (célula animal).

FONTE: https://amit1b.wordpress.com/the-molecules-of-life/10-the-living-cell-gallery

 Por terem um tamanho muito reduzido, o tamanho dos seus genomas também é bastante limitado e codifica apenas algumas poucas proteínas funcionais (ex.: enzimas importantes para a replicação do vírus) e estruturais (componentes do capsídeo e envelope), dependendo em grande parte das enzimas e do metabolismo do hospedeiro.

Ciclo de replicação

O processo de replicação dos vírus possui 5 etapas (Fig. 3):

  1. Adsorção
  2. Separação dos ácidos nucléicos do capsídeo
  3. Expressão e replicação de ácidos nucléicos
  4. Montagem
  5. Liberação e transmissão
Qual é a importância dos vírus para o ambiente e para os seres vivos e as bactérias?

Fig. 3: Esquema do ciclo de replicação dos vírus.

Fonte: adaptado de https://www.kinopharma.com/english/pipeline/

            Na etapa de adsorção, ocorre a ligação do vírion com a célula hospedeira, num processo bastante específico, o que significa que cada vírus infecta em geral um ou poucos hospedeiros. Mesmo dentro de um hospedeiro os vírus podem infectar alguns tecidos e outros não. Isso ocorre porque envolve o reconhecimento por parte do vírus de que ele encontrou uma célula adequada, que acontece por ligação entre moléculas do capsídeo ou envelope do vírion com moléculas da superfície da célula. Estas moléculas podem ser carboidratos, proteínas, glicoproteínas, lipídeos ou lipoproteínas, por exemplo.

Após o reconhecimento, ocorrem alterações na célula que permitem a penetração dos ácidos nucléicos (procariotos) ou mesmo o vírion inteiro (eucariotos) no interior da célula. No caso de vírus que infectam procariotos, por exemplo, isto pode envolver a ação de enzimas do vírus no rompimento da parece celular bacteriana (lisozimas) e injeção do genoma do vírion na célula. Em eucariotos (animais e plantas), o vírion entra inteiro na célula, o que ocorre pela fusão do envelope com a membrana celular da célula hospedeira ou endocitose do vírus. Seja por qual via for, ocorre então a separação dos ácidos nucléicos do capsídeo.

Uma vez dentro das células, o material genético do vírus pode seguir vários caminhos: pode codificar a expressão de proteínas do vírus ou ser replicado para formar novas partículas virais (expressão e replicação de ácidos nucléicos). Alguns vírus de DNA conseguem integrar seu genoma no genoma do hospedeiro, e seguir sendo multiplicado junto com as divisões celulares normais da célula, sem causar-lhe maiores danos. Isso é chamado de ciclo lisogênico. Vírus que iniciam de pronto sua replicação ou que saíram do ciclo lisogênico realizam o ciclo chamado de lítico, que envolvem a morte da célula hospedeira para a liberação dos vírus.

Após a produção de todos os componentes necessários para os novos vírus, ocorre a fase da montagem. Nesta fase as proteínas do capsídeo são agrupadas e o material genético é empacotado dentro do capsídeo.

Na fase final, ocorre o rompimento da célula e liberação e transmissão dos vírus.  No caso de vírus envelopados, o envelope forma-se a partir da saída através da membrana celular do hospedeiro. Uma vez fora do hospedeiro, são chamados novamente de vírions e estão aptos a infectar novos hospedeiros. Dependendo do vírus, podem ser liberados de poucos a milhares de partículas virais no exterior.

E o coronavírus?

O coronavírus que causa a doença COVID-19 é apenas um tipo de coronavírus dentre os vários existentes. Os coronavírus recebem este nome porque o seu envelope possui proteínas (proteína S) em formato de bastão dando o aspecto de coroa ao vírus (Fig. 4).

Qual é a importância dos vírus para o ambiente e para os seres vivos e as bactérias?

Fig. 4 – O coronavírus SARS-CoV-2. Um vírus de RNA fita simples envelopado com proteínas no envelope que dão o aspecto de coroa ao vírus.

FONTE: Pathogens 2020, 9, 231; doi:10.3390/pathogens9030231

O fato de o vírus ser envelopado é o motivo pelo qual as medidas de profilaxia incluem o uso do sabão e do álcool 70%. Como o envelope viral é composto de uma bicamada de fosfolipídios (o que chamamos popularmente de gordura), a ação destes agentes químicos remove o envelope e também desnatura os ácidos nucléicos, inativando o vírus. Note que não é correto o uso da expressão “matar o vírus”, pois os vírus não são considerados seres vivos.

O vírus possui como ácido nucléico RNA de fita simples do tipo (+), o que significa que este pode ser ou replicado ou usado diretamente para a produção de proteínas através do processo de tradução. 

O nome oficial do coronavírus é Severe Acute Respiratory Syndrome Coronavirus 2, ou mais simplificadamente SARS-CoV-2. Este vírus invade células do trato respiratório através da interação das proteínas dos espinhos (proteína S) com um receptor para a angiotensina 2 (ACE2) nas células humanas, com auxílio de uma proteína da membrana com ação protease (Fig. 5). Uma vez dentro da célula, o vírus inicia seu processo de replicação e termina por causar a morte da célula.

Qual é a importância dos vírus para o ambiente e para os seres vivos e as bactérias?

Fig. 5: Etapa de adsorção e reconhecimento do vírus SARS-CoV-2 em uma célula hospedeira.

Contribuição do Dr. Ng Haig They

Professor Adjunto do Departamento Interdisciplinar do Campus Litoral da UFRGS

Qual importância dos vírus para o ambiente e para os seres vivos e das bactérias?

Os vírus são agentes simbióticos cruciais para a evolução e plasticidade dos genomas, são importantes para organizar a cromatina e permitir o empacotamento do DNA, têm relevância no desenvolvimento de órgãos em organismos multicelulares e são importantíssimos para o equilíbrio dos ecossistemas.

Qual a importância do vírus para a nossa vida?

Ou seja, eles ajudam no controle biológico de seres nocivos ou não, evitando, assim, um crescimento descontrolado das populações dentro dos seus hospedeiros.

Qual é a importância das bactérias para os seres vivos?

Elas auxiliam: digestão de ruminantes, tratamento de esgoto, produção de antibióticos, fabricação de laticínios etc. As bactérias não são somente organismos causadores de doenças! Elas contribuem, e muito, para melhorar a qualidade ambiental e de vida de diversas espécies.

Qual é a principal diferença entre os vírus e as bactérias?

As bactérias nem sempre são prejudiciais: algumas são vitais para a saúde humana, como as que compõem a flora intestinal e auxiliam na digestão. Já os vírus não são células, são partículas infecciosas. Para muitos cientistas, os vírus nem são considerados seres vivos.