Qual foi a contribuição da economia cafeeira para o Oeste Paulista?

O artigo traz algumas reflexões sobre as estratégias políticas engendradas pelos cafeicultores paulistas para arregimentar a força de trabalho necessária à expansão da economia cafeeira nas décadas finais do século XIX. Discute-se a presença de dois grupos que participaram desse processo: os imigrantes europeus e os nacionais livres, no caso, os retirantes fugidos das secas que assolaram o sertão cearense.

movimentos migratórios; cafeicultura; mão de obra; expropriação; mercado de trabalho


The article offers some thoughts on the political strategies devised by the São Paulo coffee producers to recruit the labor needed for the expansion of the coffee economy in the last decades of the nineteenth century. It discusses the presence of two groups that took part of that process: the European immigrants and the free citizens, in case, the escapes migrants of droughts which ravaged the hinterland Ceará.

migratory movements; coffee growing; labor; expropriation; labor market


ARTIGOS

Procuram-se braços para a lavoura: imigrantes e retirantes na economia cafeeira paulista no final do Oitocentos 1 1 Este artigo articula algumas ideias discutidas na Dissertação de Mestrado Migração e Mão de Obra: retirantes cearenses na economia cafeeira do Centro-Sul (1877-1901), e na Tese de Doutoramento Mercadores de Braços: riqueza e acumulação na organização da emigração europeia para o Novo Mundo, defendidas, respectivamente, em 2002 e 2008 junto ao Programa de Pós-Graduação em História Econômica da FFLCH/USP. As duas pesquisas contaram com apoio financeiro da Fapesp. 2 Contratos relativos á immigração. Boletim do Departamento Estadual do Trabalho. São Paulo, n.22, Ano VI, 1917. p.39; Dados para a História da Immigração e da Colonização em S. Paulo. Boletim do Departamento Estadual do Trabalho. São Paulo, n.19, Ano V, 1916, p.178. 3 Discurso com que o Ilmº. Sr. Dr. José Antonio Saraiva, Presidente da Província de São Paulo, abrio a Assembléa Legislativa Provincial, no dia 15 de fevereiro de 1855, p.20-21. 4 Contratos relativos á immigração, cit., p.39-40. 5 Discurso com que o Ilmº. Sr. Dr. José Antonio Saraiva..., cit., p.18. 6 Ibidem, p.23. 7 Relatorio apresentado á Assembléa Legislativa Provincial de S. Paulo pelo Exmº. Sr. Dr. João Theodoro Xavier, Presidente da Provincia, no dia 14 de fevereiro de 1875. 8 Em 1875 entraram em São Paulo 3.289 imigrantes, sendo 2.122 por conta da Agência Oficial de Colonização; 107 pela Associação Auxiliadora da Colonização e da Imigração; 43 pelo comendador Montenegro; 1.017 espontâneos. Relatorio apresentado á Assembléa Legislativa Provincial de São Paulo pelo Presidente da Província, Exmº. Sr. Dr. Sebastião José Pereira, em 2 de fevereiro de 1876, p.65. 9 Contratos relativos á immigração, cit., p.42-43. 10 Relatorio apresentado á Assembléa Legislativa Provincial de São Paulo pelo Presidente da Provincia Dr. Pedro Vicente de Azevedo, no dia 11 de janeiro de 1889. Anexos: Contratos. 11 Sociedade Promotora de Immigração de São Paulo – Relatorio da Directoria ao ilustre cidadão Dr. Jose Alves Cerqueira Cesar, Vice-Presidente do Estado de São Paulo em 16 de Janeiro de 1892. 12 GROSSELLI, 1991, p.113-114. Com escritórios no Rio de Janeiro, São Paulo e Santos, a sociedade A. Fiorita & C. representava os interesses de companhias de navegação italianas e francesas. Cf. GONÇALVES, 2012. 13 Contratos relativos á immigração, cit., p.44. 14 Relatorio da directoria da Sociedade Promotora de Imigração em 31 de dezembro de 1895. Apud HALL, 1969, p.95. 15 Escritura de constituição da Sociedade Promotora de Immigração. In Memoriam, Martinho Prado Júnior. São Paulo: Elvino Pocai, 1944. p.369. 16 Dados para a História da Immigração e da Colonização em S. Paulo, cit., p.187-189; MENDES, 1941, p.85-99. 17 Estimativas indicam que aproximadamente 1.300 retirantes cearenses chegaram à capital paulista no ano de 1878. As províncias do Norte do império, no entanto, receberam a grande maioria dos flagelados. Cf. GONÇALVES, 2006. 18 Arquivo Público do Estado de São Paulo (DAESP): Núcleos Coloniais, ordem 7215. 19 Informações prestadas pelo Chefe da 4ª Secção da Secretaria de Governo ao Excellentíssimo Sr. Presidente da Provincia Dr. Laurindo Abelardo de Brito sobre a Colonia Orphanologica São Paulo das Cachoeiras, propriedade dos Srs. Gomes & Moutt; sito no Município de Amparo. DAESP: Ofícios Diversos (Amparo), ordem 796. 20 Ofício, 20 de abril de 1878. DAESP: Núcleos Coloniais, ordem 7215. 21 Livro de Registro de Colonos, 1878 (RJ). Arquivo Nacional: Série Agricultura – Terras Públicas e Colonização. IA6. 22 DAESP: Núcleos Coloniais, ordem 7215. 23 Telegrama anexo ao ofício de 15 de maio de 1878. DAESP: Núcleos Coloniais, ordem 7215. 24 Ofício de 15 de dezembro de 1877, enviado ao presidente da província pelo agente da colonização. DAESP: Núcleos Coloniais, ordem 7214. 25 DAESP: Caixa 12, ordem 7860. 26 DAESP: Núcleos Coloniais, ordem 7215. 27 Livro de Registro de Colonos, 1878 (RJ), cit. 28 Fala do Major Manoel de Freitas Novaes. Congresso Agrícola, Rio de Janeiro, 1878. Rio de Janeiro: Fundação Casa de Rui Barbosa, 1988, p.160-161. 29 Ibidem. 30 Relatorio apresentado á Assembléa Legislativa Provincial de São Paulo pelo Presidente da Provincia de São Paulo Laurindo Abelardo de Brito no dia 05 de fevereiro de 1880. 31 Relatorio apresentado á Assembléa Legislativa Provincial de São Paulo pelo Presidente da Provincia Barão do Parnahyba no dia 17 de janeiro de 1887. 32 Livros da Companhia de Vapores. Arquivo Público do Ceará. Documentação microfilmada pelo projeto Levantamento do potencial do acervo do Arquivo Público Estadual do Ceará para o estudo da população do passado, idealizado por Eni de Mesquita Samara, Nelson H. Nozoe e Maria Silvia C. B. Bassanezi, com apoio da Fapesp. A professora Eni Samara gentilmente disponibilizou os microfilmes para consulta no Cedhal/FFLCH/USP. 33 Relatório do Ministro dos Negócios do Império, 1889. Os dados incluem os meses de setembro a novembro de 1888. Assim como na seca de 1877-1879, Amazonas e Pará continuavam como destino preferido dos retirantes da seca. 34 Acervo do Memorial do Imigrante de São Paulo. 35 Acervo do Memorial do Imigrante de São Paulo. Os números são similares aos do Relatório do Ministério da Indústria, Viação e Obras Públicas de 1901 e do Relatório do Ministério da Agricultura de 1901. 36 Acervo do Memorial do Imigrante de São Paulo. 37 MARTINS, 1996, p.82. O autor utiliza a descrição de Pierre Denis. Le Brésil au XXe Siècle (1908). 38 Assembleia Legislativa Provincial de São Paulo. Sessão de 17 de janeiro de 1888. In Memoriam, Martinho Prado Júnior, cit., p.235.

O que contribuiu para expansão cafeeira para o Oeste Paulista?

A expansão cafeeira para o Oeste Paulista. A extinção do tráfico negreiro coincidiria com a alta do preço do café nos mercados externos. Deficitário durante o período que vai de 1840 a 1844, o comércio desse produto ganharia outro impulso a partir de 1845.

Qual foi a importância da cafeicultura no Oeste Paulista para a economia do Brasil?

o cultivo do café tornou-se o estabilizador da economia do império, reforçando o sistema de dominação dos senhores rurais. a decretação do Bill Aberdeen ampliou o mercado consumidor de café no Oeste Paulista e região do Vale do Paraíba, consolidando o escravismo.

Qual foi a importância da economia cafeeira?

Da economia cafeeira, resultam três processos que se complementam: a imigração intensiva de estrangeiros para o Brasil, a urbanização e a industrialização. Desde a segunda metade do século XIX, ainda na época do Segundo Império, a imigração de estrangeiros, sobretudo europeus, foi fomentada pelo governo brasileiro.

Como era a economia cafeeira paulista?

A Economia Cafeeira foi uma das principais características do Segundo Reinado. No século XVIII, a economia brasileira atravessava um período de dificuldades graças ao declínio da economia açucareira e da mineração. Foi a Economia Cafeeira que recuperou a economia brasileira e inseriu o Brasil no mercado mundial.