Quando devemos empregar a linguagem formal é a linguagem informal?

O Pré-Enem é o preparatório do Brasil Escola para a reta final do Enem. Nele nós separamos os principais temas que devem ser estudados a menos de dois meses do exame. Nesta aula revisaremos "Razão e Proporção" com o professor Manim!

Para ficar ainda mais fácil de assimilar esse tipo de linguagem, veja a seguir a lista de particularidades:

  • É espontânea
  • Usada em situações informais
  • Não se prende à norma culta da língua portuguesa
  • Permite expressões próprias da fala, como “se toca” e “pega leve”
  • Aceita as gírias
  • Emprega as formas contraídas, como “pra” e “cê”
  • Faz uso de palavras para articular ideias, como “aí” e “então”.

Importância da linguagem coloquial

Não é porque a linguagem coloquial está distante da norma culta que ela não é relevante.

Pelo contrário.

O coloquialismo, na verdade, é mais usado do que o estilo formal.

Por ter mais oralidade, a linguagem coloquial facilita a comunicação entre os indivíduos.

Ela torna o diálogo mais próximo e, muitas vezes, até mais compreensível.

Por isso, a linguagem coloquial é muito importante no sentido de transmitir as mensagens de modo que ela sejam entendidas.

Exemplos de frases com linguagem informal

Até aqui, tudo bem?

Conseguiu entender o que é a linguagem coloquial e a importância dela?

Para o assunto ficar ainda mais compreensível, listamos alguns exemplos de frases e a explicação de como elas são construídas.

Acompanhe:

“Você nem se tocou que eu tava te olhando”

A palavra “se tocou” nessa forma se refere à falta de atenção do interlocutor.

Na frase, também está presente o termo “tava”, que é a abreviatura de “estava”.

Fomos em um passeio na city”

O uso da palavra city, tradução de “cidade” para o inglês, é um exemplo de estrangeirismo. 

Esta frase de exemplo é mais usada comumente entre os jovens.

Cê tá louco ?”

Este é um exemplo clássico de linguagem coloquial.

“Cê” é a abreviação de “você”, enquanto “tá” é a abreviação de “está”. 

Perceba que, além de reduzir o tamanho da pronúncia, essa aplicação dá uma certa fluidez e intimidade à conversa.

Tá rolando uma festa, bora?”

Esta sentença está repleta de exemplos de linguagem coloquial.

A começar pelo “tá”, que é a abreviação de “está”.

Já o verbo “rolar” tem o sentido de “acontecer”. 

E “bora” é uma espécie de convite, que serve tanto para ir a algum lugar ou para se retirar de um evento. 

Nessa frase, portanto, o emissor comunica ao receptor que uma festa será realizada e o convida para participar. 

“Pô, amigo, assim não vira”

O “pô” é uma expressão muito usada no Brasil que exprime espanto ou desagrado.

Além dela, na frase, você pode perceber o “vira”, cujo objetivo é manifestar que algo não dá certo ou não pode ser feito.

“Demorô, vâmo sim!”

Palavras com final “ou”, na linguagem coloquial, costumam ter a pronúncia da vogal “u” suprimida.

No exemplo acima, vemos que “demorou” se torna “demorô”.

O “vâmo” também segue a mesma linha e é um termo usado no lugar de “vamos”.

Linguagem coloquial e culta: qual a diferença?

Na língua portuguesa, existem dois tipos de linguagem: a culta e a coloquial.

A coloquial, como já mencionamos, é a variante linguística popular.

Já a culta, também chamada de formal, é uma linguagem pautada nas regras gramaticais.

Ela é mais séria e se acomoda melhor a situações mais convencionais, como reuniões de trabalho e apresentações acadêmicas.

Veja alguns exemplos de frase com linguagem culta e, ao lado, com linguagem coloquial:

Linguagem culta

Linguagem coloquial

Nós estamos estudando para a prova.

A gente tá estudando pra prova.

Você aceita ir ao cinema comigo?

Cê aceita ir no cinema comigo?

Nós passamos em frente à escola.

A gente passô na frente da escola.

Ela pegou o seu vestido emprestado.

Ela pegô o seu vestido emprestado.

Vamos fazer um passeio hoje?

Vâmo dá um rolê hoje?

Quando usar a linguagem coloquial?

Vendo os exemplos acima, fica clara a diferença entre a linguagem culta e a coloquial, não é mesmo?

A coloquial é desprendida das regras gramaticais e por isso não pode ser usada em qualquer lugar.

Em uma entrevista de emprego, por exemplo, você deve optar pela formal.

Mas, então, quando usar a linguagem coloquial?

Bem, em qualquer outra situação que dispense o uso da norma culta.

Você pode usar a linguagem informal em momentos íntimos e descontraídos, como para falar com amigos e familiares.

Linguagem coloquial na literatura

Ainda que a linguagem coloquial seja apropriada a conversas pessoais, ela também pode ser aplicada na literatura.

Mas não vá fazer isso na sua redação, ok?

Ela serve apenas quando o objetivo é representar a realidade da fala no cotidiano.

Por isso, é muito comum em poemas.

Confira a seguir três bons exemplos:

Exemplo 1: O bicho, de Manuel Bandeira

Neste poema de Manuel Bandeira, o uso da forma coloquial é visto na frase “Quando achava alguma coisa”, referindo-se de forma informal a um objeto achado.

Veja:

“Vi ontem um bicho

Na imundície do pátio

Catando comida entre os detritos.

Quando achava alguma coisa,

Não examinava nem cheirava:

Engolia com voracidade.

 

O bicho não era um cão,

Não era um gato,

Não era um rato.

O bicho, meu Deus, era um homem.”

Exemplo 2 :  Último acorde do violino solitário, de Ulisses Tavares

Neste curto poema, Ulisses Tavares, destaca a inferioridade da vida do pernilongo ao descrevê-la como “vidinha”.

Confira:

“Nada sei sobre a vidinha 

do pernilongo

que mato indiferente

na parede.

Mas desconfio que era a única

que ele tinha.”

Exemplo 3: Poeminha dodói, de Millôr Fernandes

Neste último poema, vemos claros exemplos de informalidade.

Como quando o autor se refere às pessoas como “os caras”, a abreviação da palavra “estão” e o uso de “qué” e ‘queu”. 

Acompanhe:

“Quando os caras tão doente,

Vêm a mim;

Eu olho eles, espeto eles,

Corto eles.

Eles curam ou não curam,

Vivem ou vão pro além.

Qué queu acho?

Eu cobro,

E tudo bem.”

Conclusão

Neste artigo, vimos o que é linguagem coloquial e como usá-la.

Também chamada de informal ou popular, essa linguagem é mais comum no nosso dia a dia.

Ela pode ser usada, portanto, em conversas particulares com amigos e familiares ou com qualquer outra pessoa e grupo que você tenha proximidade.

A linguagem coloquial também é aceita na literatura desde que o gênero textual permita a informalidade.

No caso de redações para exames vestibulares, ENEM e concursos públicos, geralmente, a proposta de texto não aceita a linguagem coloquial.

Afinal, nessas ocasiões, as redações têm o objetivo, entre outras finalidades, de avaliar a aplicação da norma culta por parte do candidato. 

Por isso, é preciso usar a linguagem formal.

Essa linguagem também é indicada em situações profissionais ou outras circunstâncias que exigem seriedade.

Bem, agora que você já sabe tudo sobre linguagem coloquial, podemos encerrar este artigo com a recomendação de outros conteúdos para leitura.

Aqui, no blog da UNISC, você encontra os seguintes artigos:

  • O que é advérbio? Saiba o conceito, importância e tipos
  • O Que é Síntese: Como Fazer, Exemplo e Passo a Passo
  • Como Fazer Uma Boa Redação: Passo a Passo Completo!
  • Havia ou Haviam: Como e Quando Usar [Guia com Regras]
  • Dicas de Memorização: Técnicas Para Estudar Melhor.

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Quando devemos usar a linguagem formal e informal?

A linguagem formal e informal são variações da língua. A linguagem informal é usada em momentos com a família e amigos. Já com superiores hierárquicos devemos usar a linguagem formal. Dessa forma, concluímos que a linguagem formal e informal é aplicada em diferentes contextos.

Quando podemos utilizar a linguagem informal?

A linguagem informal é aquela utilizada em situações corriqueiras e descontraídas, quando há intimidade entre os falantes. Não é necessário o uso da norma culta, sendo comum o uso de gírias e coloquialismos.

Como usar a linguagem formal?

Linguagem formal: 9 dicas práticas para melhorar a sua!.
Considere para quem está escrevendo. ... .
Revise, revise e revise. ... .
Não exagere. ... .
Evite siglas e abreviações. ... .
Dê preferência a frases curtas. ... .
Sinônimos são amigos da linguagem formal. ... .
Evite clichês. ... .
Dê suporte visual ao destinatário..