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Pré-visualização | Página 2 de 4aula, como por exemplo, comparando mapas antigos do bairro com mapas atuais, ou, mapas do mundo de 100 anos atrás e atuais. Para que essa comparação seja completa devemos colocar algumas questões para reflexão, as quais levarão o aluno a desenvolver a curiosidade sobre os porquês das transformações ocorrerem. Este tipo de exercício com caráter histórico pode ser associado ao desenvolvimento da lógica dialética, na qual, questionamos a organização do espaço, constatamos que tudo se transforma, contribuindo assim para a formação de uma consciência crítica e de um espírito questionados em nosso aluno. Vejamos o exemplo a seguir. Mapa da Europa no século XVI 9 Mapa da Europa Atual Observe com atenção os dois mapas apresentados acima. Percebemos que a quantidade de países mudou e, além disso, hoje não há mais reinos e impérios. Os territórios que se chamavam reinos e impérios passaram a se chamar países. Um primeiro exercício que pode ser feito é o questionamento do porquê de tais mudanças: Por que havia reinos no século XVI e hoje não tem mais? Por que territórios que tinham dimensões grandes foram fragmentados? Podemos afirmar que o mapa do século XIX é definitivo? Por quê? Mesmo que não respondamos a estas questões, o importante é criarmos a possibilidade para o questionamento e a reflexão. Desde há muitos séculos, a ideia de Geografia se associa diretamente à de identificação dos lugares (ao associarem-se as ideias de forma e de significado, isto é, como é o lugar e o que ele significa para cada um de nós) e, como decorrência, dos caminhos necessários ao deslocamento de um lugar para outro. Vários autores consideram que, no processo de construção do espaço, devem ser considerados os estágios operatórios e as relações espaciais, tendo as topológicas (de lugares e significados) como básicas. A cognição dos mapas insere-se em uma concepção construtivista, na qual o conceito de espaço deve ser construído pouco a pouco pelo aluno, a partir de suas próprias experiências. Desta forma, as habilidades mentais desenvolvidas pelo aluno lhe permitirão entender o espaço e, dessa forma, interagir com o mapa. O Ensino de Geografia e a Leitura do Mundo 10 Unidade: A Cartografia e o Ensino de História e Geografia O mapa pode ser entendido, então, como uma reprodução interativa do real a que se refere. O mapa pode ser em princípio, o espaço vivido e é importante que seja destacado que este mapa representa somente um momento, um tempo – um momento histórico com uma organização geográfica espacial específicas -, pois ele pode ser transformado em seguida, uma vez que a paisagem, como a sociedade é dinâmica. Os mapas auxiliam no ensino de Geografia na medida em que representam realidades distintas relacionadas à diferentes tempos e sociedades. É uma ferramenta indispensável, pois possibilita a visualização de diferentes espaços, em diferentes escalas. Sendo assim, o trabalho do professor, ao estimular no aluno a percepção das diferentes visões de mundo de acordo com a sua realidade e valores, contribui para o entendimento da dinâmica do espaço geográfico. Saber ler e escrever cartograficamente é uma das condições básicas para que possamos compreender a geograficidade dos fenômenos que observamos no mundo, pela simples razão de que a cartografia nos permite identificar em diferentes escalas e recortes temáticos (com temas, assuntos variados) a ordenação territorial dos fenômenos, que é a base de toda análise geográfica do espaço. Olhar o mundo e o mapa. Olhar o mundo no mapa. Olhar o mapa do mundo. Seja para nós (os professores), seja para nossos alunos, o desvendamento das paisagens mais imediatas ou das formas representadas nos mapas é, sempre, importante realizar o exercício de entendimento das diversas dimensões da realidade do mundo a ser observado. Os mapas cumprem esta tarefa de mostrar a organização do espaço em diferentes lugares e escalas (tamanho dos lugares representados). Para que a interação entre o leitor do mapa e este seja cada vez mais profunda, é necessário que se conheça, sempre, um pouco mais sobre a cartografia (os mapas) do ponto de vista de sua história, da evolução das técnicas de construção e da ideologia que está embutida em cada representação do espaço. A História da Cartografia e a Evolução dos Mapas A história dos mapas é muito antiga. Antes de saber escrever, o homem já fazia desenhos para representar o espaço em que vivia. Um dos mapas mais antigos que se conhece foi construído por volta do ano 2.500 a.C. Tratava-se de uma placa de barro cozido, representando o vale de um rio, com montanhas de um lado e de outro, indicadas em forma de escamas. A placa que cabe na palma da mão foi descoberta nas escavações das ruínas da cidade de Ga-Sur, próxima a antiga Babilônia, em território que hoje pertence a um país chamado Iraque. 11 Desde então, a confecção de mapas teve uma longa evolução, através da qual os meios de representação do espaço foram sendo aos poucos aperfeiçoados. Entre os povos mais antigos, os gregos foram os que mais se destacaram na Cartografia, ou seja, na confecção de cartas ou mapas. Claudio Ptolomeu, que viveu entre os anos de 90 a 168 d.C., foi uma figura muito importante na história da Cartografia em função de suas grandes contribuições para a evolução dos mapas. Ele escreveu uma extensa obre, intitulada Geografia, em oito volumes e acompanhada de uma coleção de 27 mapas. Um dos mapas representava o mundo conhecido na época, os outros 26 detalhavam diferentes regiões. Assim, Ptolomeu foi o autor de primeiro atlas universal. Seus mapas apresentavam uma grande riqueza de detalhes em termos de forma dos lugares e outras informações importantes para a época. Podemos observar na figura abaixo (mapa mundi de Ptolomeu) a representação de terras elevadas (montanhas) em diversas áreas e a direção dos ventos em cada estação do ano (representadas pelas figuras ao redor do mapa). 12 Unidade: A Cartografia e o Ensino de História e Geografia Durante a Idade Média, o forte sentimento religioso cristão levou os europeus a conceberem o mundo como se fosse um disco. No centro do disco ficava Jerusalém, a Terra Santa. Por causa disso, os mapas do mundo tinham forma circular, semelhantes a uma roda. Observe este mapa a seguir. Estão colocados somente três continentes: Europa, Ásia e África. Nesta época, os europeus ainda não sabiam da existência da parte do mundo que se chamou América. O oriente ficava na parte superior do mapa (orientação, como os pontos cardeais que utilizamos – norte, sul, leste e oeste), no centro Jerusalém e na parte superior, ou seja, em cima de tudo, o paraíso. Havia corpos de água representados e o circulo ao redor de tudo era a representação do oceano. Esta representação do mundo ficou conhecida como Mapa T-O. No século XVI, a confecção de mapas passou por um grande desenvolvimento. Além da confirmação de que a Terra era redonda (a partir da viagem de circunavegação realizada por Fernão de Magalhães, navegador português), diversos fatores contribuíram para o desenvolvimento da Cartografia. Em primeiro lugar, as grandes navegações exigiam mapas mais rigorosos e corretos quanto aos contornos das costas. Os grandes descobrimentos – consequência das navegações – alargaram o horizonte geográfico e ampliaram o espaço conhecido, tornando possível a representação do mundo de maneira mais próxima da realidade. Observe na imagem a seguir que o contorno dos continentes já era bem próximo do que conhecemos hoje, embora a Terra não tivesse ainda sido vista do espaço (a partir de quando se pôde ter uma ideia ampla dos contornos dos continentes, algo que só aconteceria muitos séculos depois). 13 Em segundo lugar, a invenção da imprensa e da técnica de gravação permitiu que os mapas pudessem ser reproduzidos em grande número. Que diferenças vc percebe entre os mapas atuais e este mapa do século XVI?RESPOSTA: Diferentemente deste mapa do século XVI, atualmente os mapas não são mais desenhados nem tão ornamentados. São elaborados em computadores, possuem ricos e precisos detalhes e, geralmente, apresentam as informações separadas para melhor visualização (mapas hidrográfico, climático, de relevo, entre outros).
Qual e a diferença entre os mapas antigos e os atuais?Resposta verificada por especialistas. A principal diferença é a tecnologia aplicada em cada um deles. Os primeiros mapas foram criados apenas com base na observação e cálculos simples, quando as tecnologias ainda não eram boas o suficiente para fazer com que fosse possível uma precisão exata.
Que diferenças existem entre a forma de apresentar um território em mapas do século 16 como este e a maneira de fazer nos mapas atuais?Embora a imagem esteja ausente, de modo geral os mapas do Século XVI eram diferentes dos mapas atuais por serem menos precisos (eram produzidos mais de maneira artesanal, sem acesso a ferramentas de altíssima precisão, como os modernos satélites) e por representarem outra realidade política.
Quais são as principais diferenças entre os mapas produzidos atualmente e aqueles produzidos nos primórdios?3) Atualmente, os mapas são elaborados pelos cartógrafos com base em informações obtidas por meio de fotografias aéreas e imagens de satélites, já nos primórdios da cartografia, os mapas eram elaborados por meio da observação da paisagem, sendo confeccionado em cerâmica, em pergaminho e, mais tarde, em papel.
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