Nível de PSA elevado não significa necessariamente ter câncer de próstata

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3 de novembro de 2015

Atire a primeira pedra quem nunca leu exames antes do médico. É natural querer saber o resultado do exame antes mesmo do médico. O problema é quando o paciente não entende o que está escrito, faz uma leitura errada das informações e começa a sofrer por antecedência, esperando pelo pior. É o caso do exame de PSA, obtido a partir da coleta sanguínea.
O PSA pode se mostrar elevado por diversos fatores sem nenhuma vinculação ao câncer de próstata. Entre eles estão a idade, processos infecciosos (prostatite), aumento benigno da próstata e infarto prostático (obstrução de algum vaso sanguíneo).
Da mesma forma como um PSA alterado pode ou não ser câncer, um PSA normal pode dar o falso diagnóstico de que tudo está em ordem. O urologista Mário Ronalsa, integrante da Sociedade Brasileira de Urologia, seccional Alagoas, explica que o PSA não consegue “enxergar” 20% dos tumores de próstata conhecidos, daí ele ser considerado um exame auxiliar do toque retal.
“Esse grupo de tumores que não possui expressão laboratorial do PSA é diagnosticado com mais frequência em pessoas mais jovens, abaixo dos 60 anos. São geralmente tumores agressivos e metastáticos, ou seja, se espalham por todo organismo”, esclareceu Mário Ronalsa.
A recomendação para os homens sem histórico de câncer de próstata na família é fazer o toque retal e exame de PSA a partir dos 50 anos, prosseguindo o rastreamento até 80 anos. Já quem tem histórico da doença na família (pai e irmãos) deve começar aos 45 anos.

Nível de PSA elevado não significa necessariamente ter câncer de próstata

13 de novembro de 2018 Câncer de Próstata, PSA

O antígeno prostático específico (PSA) é o marcador mais utilizado no auxílio ao diagnóstico de câncer de próstata. Isoladamente, o PSA elevado não significa necessariamente que o indivíduo tem câncer de próstata ou que tem um câncer que evoluiria de forma agressiva. Por isso, fazer ou não fazer o exame do PSA passa pelo questionamento de que poderia significar um excesso de diagnósticos em pacientes que não precisariam necessariamente ser tratados.

Por outro lado, é importante lembrar que o sucesso do tratamento do câncer está diretamente relacionado com a detecção precoce da doença e que aguardar por sintomas pode diminuir as chances de cura, uma vez que, especialmente no câncer de próstata, estes ocorrem APENAS quando a doença já se encontra em estágio avançado, não mais passível de cura, quando a janela de cura foi perdida.

Uma das principais vantagens do avanço tecnológico da humanidade é o de nos propiciar uma melhor qualidade de vida e uma vida mais longa do que nossos antepassados. De nada vale toda a tecnologia se ela não se voltar ao bem-estar da humanidade.

É reconhecido que o rastreio universal do câncer de próstata pelo exame de toque retal e pela medida do PSA no sangue é controverso e que a literatura traz dados conflitantes, especialmente com relação aos prejuízos potenciais provocados por um diagnóstico de câncer e efeitos colaterais do tratamento, comparados ao impacto na mortalidade de um diagnóstico precoce.

A suspensão do diagnóstico precoce nos Estados Unidos, que foi motivada pela recomendação da Força-Tarefa de Serviços Preventivos dos Estados Unidos (US Preventive Services Task Force – USPSTF) em 2012, trouxe preocupação pelo substancial aumento do número de casos de doença avançada e dos custos com quimioterapia e hormonioterapia, além daqueles decorrentes das complicações desses tratamentos.

Em maio de 2018, a própria USPSTF reconheceu que os programas de rastreamento baseados na medida do PSA em homens com idade entre 55 e 69 anos podem, a cada 1000 homens testados, evitar cerca de 2 mortes por câncer de próstata e prevenir cerca de 3 casos de câncer de próstata metastático. É importante ressaltar que o câncer metastático é uma condição clínica muito mais grave, exigindo cuidados específicos, mais custosos e reduzida chance de cura, perda de qualidade de vida e elevada taxa de mortalidade.

A partir destas informações, a USPSTF concluiu que, para homens com idade entre 55 e 69 anos, a decisão de se submeter à triagem periódica baseada na medida do PSA deve ser individual e deve incluir a discussão dos possíveis benefícios e danos da triagem com seu médico.

A SBU – Sociedade Brasileira de Urologia e a SBPC/ML – Sociedade Brasileira de Patologia Clínica / Medicina Laboratorial não recomendam o rastreamento universal, mas sim recomendam a consulta com urologista a partir dos 50 anos de idade, especialmente para homens saudáveis, com expectativa de vida maior que 10 anos. A partir da avaliação médica, o médico e o paciente podem discutir e decidir em conjunto sobre os riscos e benefícios de realizar a triagem pelo PSA. Duas exceções se aplicam: negros e seus descendentes e aqueles com histórico de câncer de próstata na família que devem começar a fazer exame de próstata aos 45 anos. A frequência do exame é bastante variável, podendo ser anual ou mesmo a cada 4 anos, e é o seu urologista quem irá determinar essa periodicidade.

Quando PSA indica câncer?

O exame de densidade de PSA combina o exame de sangue com um ultrassom transretal para calcular a relação de PSA pela massa prostática. Valores acima de 11% indicam um maior risco de câncer, isso porque células malignas produzem mais PSA do que células normais, e o paciente deverá se submeter a uma biópsia.

É possível ter câncer de próstata com PSA normal?

MITO: O câncer de próstata está presente em 15% dos homens com níveis normais de PSA, e o teste é útil para diagnóstico. Porém, para se ter uma análise completa do caso, é importante o exame de toque retal e biópsia da próstata.

Quando o resultado de PSA é preocupante?

Quando o PSA é preocupante? Quando o valor do PSA está acima de 4,0 ng/ml é um sinal de alerta, pois pode indicar a presença de um câncer de próstata ou de outra doença benigna, como a hiperplasia benigna. Nesses casos, devemos continuar a investigação para a identificação do diagnóstico.

Qual o PSA para câncer de próstata?

O valor de PSA Total superior a 4,0 nanogramas por mililitro (ng/ml) pode indicar a presença do câncer de próstata ou de outra doença.