Quais são as estruturas responsáveis pelo movimento do nosso corpo?

Os músculos são a chave de todos os nossos movimentos. Nós precisamos dos ossos para dar resistência ao nosso corpo, mas sem os músculos nós não poderíamos nos mover.

Os músculos representam de um terço a metade do peso do nosso corpo, e os maiores músculos estão nas pernas, nádegas e braços. São os músculos chamados “esqueléticos”, “estriados” ou “voluntários”, mas há também outros tipos de músculos em nosso corpo, os “lisos” ou “involuntários”.

Os músculos lisos são encontrados em nossos órgãos internos e nas paredes das artérias. Geralmente não percebemos a sua movimentação, porque eles trabalham automaticamente para manter o bom funcionamento do corpo. Uma das importantes tarefas realizadas pelos músculos lisos é a movimentação dos alimentos nos intestinos.

O músculo cardíaco ou do coração é um tipo de músculo muito forte e incansável. Deve bater durante toda a vida, sem descanso.

Os músculos estriados são formados por massas de cordões minúsculos chamados fibras musculares (miofibrilas), que formam feixes envolvidos por uma fina pele flexível, chamada membrana. Em alguns músculos essas fibras chegam a mais de 30 cm de comprimento, e um músculo pode ter mais de 2000 fibras.

Nas extremidades do músculo há um tendão flexível e viscoso, que o prende ao osso.

O músculo cardíaco é bem diferente, suas fibras são cruzadas e ramificadas, formando uma rede desordenada em vez dos nítidos feixes dos músculos lisos e estriados.

Como os músculos trabalham

Os músculos têm uma finalidade muito simples. Eles se contraem quando instruídos pelo sistema nervoso. Um músculo se contrai quando os feixes de fibras que ele contém tornam-se menores e mais grossos. Então o mi todo encurta-se e aumenta a sua grossura. Você pode ver isso acontecer quando dobra seu braço e enrijece o músculo da parte superior do braço.

Minúsculas ramificações dos nervos estão enterradas em cada fibra muscular, terminando em uma pequena placa plana. Quando uma mensagem é enviada ao longo do nervo mandando a fibra se contrair, esta “placa motora” solta minúsculas quantidades de uma substância química que provoca o encurtamento da fibra muscular.

A fibra muscular contém feixes de filamentos microscópicos chamados miofibrilas, cobertas por pequenas estruturas dentadas e protuberâncias. Quando o mensageiro químico as alcança, dois tipos diferentes de miofibrilas deslizam uma sobre a outra. Elas se prendem parte devido às substâncias químicas da fibra e parte por causa de sua superfície áspera.

A mensagem que passa para a fibra muscular é simples – é uma instrução para se contrair. A fibra encurta, depois relaxa muito rapidamente até receber uma outra mensagem para “contrair-se” Quanto mais fibras receberem esta mensagem, mais curtos se tornarão os músculos; quando é necessário muito força muscular, quase todas as fibras recebem a mensagem “contraia-se” ao mesmo tempo.

Energia para os músculos

Como uma máquina, os músculos devem receber energia para funcionar. Esta energia é provida por uma substância química chamada ATP, que é encontrada em todas as células do corpo. Ela se transforma em uma substância chamada ADP e libera energia para ser usada pelos músculos. O ADP rapidamente volta a ser ATP, de modo que o corpo sempre tem energia em estoque.

Nos músculos esta energia é capaz de produzir a força para os movimentos de agarramento das miofibrilas, quando as fibras musculares se encurtam. O uso do ATP como fonte de energia produz vários tipos de resíduos: água, calor, um gás chamado dióxido de carbono e ácido láctico. O dióxido de carbono ou gás carbônico é removido do corpo durante a respiração, enquanto que o ácido láctico é transformado pelo oxigênio do ar.

Quando trabalhamos muito, os resíduos não podem ser expelidos tão facilmente. Nós sentimos calor, devido ao calor extra produzido. Nós ofegamos, para expulsar o dióxido de carbono do corpo. A respiração profunda proporciona mais oxigênio do ar para eliminar o ácido láctico. Eventualmente, pode haver muito ácido láctico, então o resultado é cansaço e dor, que desaparecem quando descansamos. Então o oxigênio liquida com o resto do ácido láctico.

O sistema muscular

Os músculos variam enormemente em tamanho. Os menores provavelmente são os minúsculos músculos que ligam os ossículos do ouvido, constituídos de poucas e finas fibras musculares. Os maiores são os músculos glúteos, que formam as nádegas.

A maioria dos músculos são pares, isto é, há músculos idênticos nos lados opostos do corpo.

Os músculos estriados têm várias funções diferentes, embora as principais sejam o movimento, e permitir ficarmos em pé. Alguns são fusiformes, de secção oval e afilados em cada extremidade, onde se ligam aos tendões, que por sua vez se ligam aos ossos. Outros músculos estão ligados à pele, onde as suas contrações produzem as expressões faciais, levanta e encolhe os Alguns tipos de músculos estão ligados a outros músculos para lhes dar força extra quando eles puxa o braço para o se contraem.

Os músculos do peito e da parte superior das costas são usados na respiração e para a movimentação dos braços. Aqueles que se situam ao longo da espinha e na parte mais baixa das costas nos ajudam a ficar em pé. Cruzando o estômago estão finas faixas de músculos que protegem os órgãos delicados do abdômen.

Dependendo do trabalho que eles têm que fazer, os músculos podem ser triangulares, fusiformes, em espiral, ou de outras formas.

Músculos como alavancas

Os músculos movem os ossos pelo sistema simples das alavancas. Um pequeno movimento de um músculo preso perto da extremidade de um osso pode causar um movimento maior na outra extremidade do osso. A força muscular é transferida aos ossos pelos tendões, alguns dos quais bem compridos. Alguns dos músculos que movem os dedos estão no antebraço, e estão ligados aos dedos por tendões de 20 a 25 cm de comprimento.

A ação da maioria dos músculos recebe a oposição de algum outro músculo. Para dobrar ou erguer o antebraço, o bíceps, na parte da frente do braço, se contrai, erguendo o braço como se fosse uma alavanca. Para esticar o braço, o músculo tríceps, na parte de trás do braço, se contrai e baixa o antebraço.

ando um músculo está completamente relaxado, ele é muito mole, mas alguma tensão, ou tono, é necessária para manter o músculo sadio. Alguns sinais nervosos estão sempre passando para cada par de músculos opostos, mantendo-os em suave contração.

Sem o uso constante, eles se tornam flácidos e fracos, e se atrofiam. Isto acontece freqüentemente quando um braço ou perna quebrada é mantida rígida pelo gesso enquanto o osso se recompõe. O músculo perde a sua massa, mas logo recupera o tamanho original através de exercícios.

A coluna vertebral e o tronco

A coluna vertebral é um complicado sistema de ossos (vértebras), músculos, ligamentos, tendões e cartilagens. Todos esses tecidos atuam junto para fazer uma estrutura suficientemente forte e rígida e ao mesmo tempo, capaz de movimentos de torsão e dobradura.

A espinha, e todo o tronco, pode dobrar-se para a frente, para trás, para os lados e ainda torcer-se a partir dos quadris. Este movimento é possível devido a um grande número de músculos, alguns dos quais correm por toda a extensão das costas.

Alguns músculos estão ligados aos quadris, e estes agem como um apoio seguro quando a espinha é esticada por tensão muscular.

A torção é produzida pelos músculos do abdômen. Você pode sentir que partes do abdômen tornam-se tensas e duras quando você torce a parte superior do corpo.

Embora as vértebras estejam seguramente presas por ligamentos, são possíveis os movimentos de curvatura. Isto é possível porque há um grosso disco de cartilagem entre cada par de vértebras. Esses discos intervertebrais permitem que a espinha se curve. Algumas das projeções ósseas nas vértebras unem-se e escorregam juntas quando a espinha se curva, permitindo movimentos restritos em apenas certas direções.

A face e a garganta

As expressões faciais são uma parte importante da nossa linguagem diária. Nós usamos as expressões para mostrar nosso humor ou sentimentos sem o uso de palavras. Um sorriso, uma carranca, um nariz enrugado ou uma pálpebra erguida podem significar uma mensagem sem palavras ou podem fazer parte de uma conversação normal. Estamos continuamente enviando esses sinais e lendo-os na face de outras pessoas, geralmente sem qualquer pensamento consciente.

Todos esses exemplos da “linguagem corporal” são controlados pelos músculos da face. Há mais de trinta músculos faciais, a maioria deles ligados ao crânio e à pele.

Alguns têm finalidades específicas, como a do músculo que corre do lado da face ao canto da boca, que levanta o canto da boca e nos faz sorrir.

Um outro músculo forma um anel plano ao redor dos olhos, permitindo que esse se estreite protegendo-se de uma luz brilhante.

Através da testa há uma cinta de músculos que enrugam a testa em uma carranca, e também ajuda a erguer as pálpebras.

Os lábios são controlados por uma série de músculos que produzem os meticulosos movimentos necessários para a fala. Os lábios são as partes da face que possuem maior movimento, podendo mover-se em várias direções diferentes. A boca e os órgãos ao seu redor são capazes de uma grande variedade de movimentos.

Os músculos da face e do lado da cabeça movem o maxilar nas ações de morder, trituras e esmagar enquanto comemos. Um conjunto de músculos que se estendem ao lado da cabeça até as têmporas dão uma força extra quando cerramos os dentes. Outros músculos movem o maxilar de um lado para outro e para a frente e para trás.

Os músculos labiais juntamente com os das faces, também são usados para comer. Eles posicionam a comida com a ajuda da língua, que é por si só quase toda constituída de músculos. A língua é extremamente ágil e capaz de delicados movimentos. Além de sua função de dirigir a comida para os dentes durante a mastigação, ela é um importante órgão da fala. Os músculos do teto e do assoalho da boca e da garganta são usados para engolir.

Bem abaixo do maxilar, na parte superior da garganta, há uma estrutura comumente chamada de o pomo-de-adão, ou laringe, que produz os sons que usamos na fala, juntamente com os lábios e a língua. O ar que respiramos passa através da laringe, e é usado para vibrar duas faixas de tecido elástico – as cordas vocais.

As cordas são mantidas separadas durante a respiração normal, mas quando falamos, os músculos juntam as cordas vocais de maneira que a passagem de ar as faz vibrar e produzem sons. Os músculos variam as distâncias entre elas para produzir sons mais altos ou mais baixos.

As mãos e os pulsos

Nossas mãos são os mais úteis de nossos órgãos de movimento, e são ferramentas muito desenvolvidas. As máquinas podem ser construídas para copiar alguns dos movimentos das mãos, mas não é possível copiar a enorme variedade de suas habilidades.

As mãos podem mover-se delicada e vagarosamente, ou rapidamente com força considerável. Com nossos dedos e polegares, podemos segurar objetos de qualquer forma, e, por causa de nossos braços comparativamente compridos, temos um longo alcance.

A importância das mãos é tanta que uma grande parte do cérebro é usada para controlá-las. Um grande número de pequenos músculos têm que ser controlados e estão ligados ao cérebro por muitos nervos. Vários tipos de articulações são encontradas na mão e braço, para permitir movimentos livres mas vigorosos. Articulações simples do tipo dobradiça permitem aos dedos se movimentarem para cima e para baixo, mas o polegar é articulado mais livremente, de modo que ele pode mover-se diretamente sobre a palma da mão. Este polegar “oposto” é que faz nossas mãos tão ágeis em pegar os objetos. Tente pegar uma moeda sem usar o polegar e você se certificará.

No pulso, há muitos ossos pequenos e quase quadrados que permitem a mão girar. O pulso também pode rodar quando os dois longos ossos do antebraço giram na articulação do cotovelo.