Com o tempo, Aristóteles começou a divergir de seu mestre, Platão (Foto: Reprodução TV) Show Discípulo de Platão, Aristóteles (384 a.C. – 322 a.C.) estudou e deu aula na Academia de Platão. À medida que foi se afastando fisicamente de seu mentor, Aristóteles foi, também, se distanciando no modo de pensar. Talvez, a principal divergência tenha sido a de que Platão era um idealista e Aristóteles, um realista, definições que podem ser contestadas. “Platão seria tido como um idealista e Aristóteles, um realista. Na verdade, ambos são realistas, só que o real é distinto para um e para outro. O real para Platão é a ideia; o real para Aristóteles é a realidade sensível. Para Aristóteles, a realidade teórica serviria para explicar, posteriormente, a realidade sensível”, diz a professora titular da Filosofia da Natureza da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), Elena Moraes Garcia. Os rótulos “idealista” e “realista” que acompanham o dois pensadores se fixaram porque, embora Platão dividisse o mundo em dois, aquele compreendido pelos sentidos (o mundo sensível, concreto) e o compreendido pelas ideias, abstrato, foi este segundo que ele privilegiou. Já o pensamento de Aristóteles parte da experiência sensível, do tangível. “No fundo, quando Platão fala que há duas realidades, a sensível e a inteligível, não é que exista essa separação, é que em cada coisa sensível está presente a ideia. O Aristóteles vai enfatizar a realidade sensível, mas não para ficar nela, é o ponto de partida, porque ele também vai chegar à ideia, que ele chama de forma”, explica Garcia. Deste modo, Aristóteles defendia que a ideia surgia em um momento posterior à observação do mundo, a partir da experiência de cada um. Por isso, é comumente chamado de empirista. Garcia, no entanto, afirma que há trabalhos que questionam Aristóteles como empirista. “No primeiro parágrafo do livro 1 da ‘Física’, ele diz que para se fazer uma ciência da natureza, precisamos de ‘princípios’, ‘causas’ e ‘elementos’. Isso modificaria a visão de um Aristóteles empirista, porque ele estaria partindo de princípios puramente teóricos, de princípios ontológicos que não estão fundamentados na experiência. É o que faz Platão quando diz que o mundo é obra da razão”, diz Garcia. Divergências à parte, tanto Platão quanto Aristóteles estavam pensando em ordenar o mundo, de acordo com a professora. Este ordenamento – que é obra da razão – serviria para dar sentido a ele. 1147 palavras 5 páginas Diferenças Platão Aristóteles Platão afirma que a pessoa vem ao mundo com as ideias formuladas, inatas e Aristóteles diz que as ideias não são assimiladas por todas as pessoas na mesma fonte, pois a fonte é a experiência e nem todos têm as mesmas experiências. Platão Relacionados
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Platão partia do princípio de que a realidade em sua essência não está presente nas experiências do cotidiano. Por outro lado, Aristóteles considerava que o mundo cotidiano era mais autêntico que o chamado mundo das ideias de seu professor.
Quais as diferenças entre os pensamentos de Platão e de Aristóteles em torno da estética?Note que Platão aponta para cima, para "o mundo das idéias", enquanto Aristóteles aponta para a Terra, a concretude. Para Platão, o Belo está pautado na noção de perfeição, de verdade. Para ele, a Beleza existe em si mesma, no mundo das ideias, separada do mundo sensível (que é o mundo concreto, no qual vivemos).
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