Qual foi uma das consequências da urbanização nas cidades industriais?

As consequências da Revolução Industrial foram a formação da classe operária, urbanização, produtos mais baratos, aumento dos danos ambientais, entre outros.

Esse processo concentrou a riqueza nas mãos de uma elite e com isso, a miséria e a insalubridade em que viviam as populações menos favorecidas aumentaram significativamente..

Na primeira fase da Revolução Industrial, os trabalhadores das fábricas viviam em condições precárias, com altas jornadas de trabalho e salários baixos. Mulheres e crianças também trabalhavam nas fábricas e recebiam menos que os homens.

Principais Consequências da Revolução Industrial: Resumo

  • Divisão e especialização do trabalho
  • Fortalecimento de duas classes: burguesia industrial e o proletariado fabril
  • Elevado crescimento econômico
  • Concentração de renda na mão dos donos das indústrias
  • Fortalecimento político e econômico da burguesia
  • Formação de uma elite industrial
  • Surgimento das linhas de montagem (Fordismo e Taylorismo)
  • Diminuição das corporações ligadas ao artesanato (manufaturas)
  • Substituição da manufatura para a maquinofatura
  • Criação de empresas e indústrias
  • Dinamização do processo industrial
  • Aumento do rendimento do trabalho
  • Redução do custo de produção
  • Aumento da concorrência
  • Expansão e consolidação do sistema capitalista
  • Surgimento do Socialismo
  • Progresso científico e tecnológico
  • Avanço dos sistemas de comunicações e transporte
  • Desenvolvimento industrial e urbano
  • Aumento do êxodo rural
  • Crescimento das cidades e da população
  • Crescimento desordenado das cidades
  • As cidades tornam-se grandes centros industriais
  • Expansão do comércio e das atividades industriais
  • Aumento da produtividade e do mercado consumidor
  • Surgimento de uma nova classe operária (proletariado)
  • Aumento das lutas operárias
  • Surgimento dos Trade Union (sindicatos)
  • Expansão do imperialismo
  • Aumento das desigualdades sociais
  • Avanço dos impactos ambientais

Causas da Revolução Industrial

A Revolução Industrial foi um movimento que teve início na Inglaterra no século XVIII, e que influencia diretamente o sistema social, econômico e político mundial até os dias de hoje.

Ela teve início por diversos motivos dos quais se destacam: fortalecimento da classe burguesa na Inglaterra, diversas invenções (máquina de fiar, tear mecânico, da máquina a vapor, etc.), o uso de fontes modernas de energia (carvão e o petróleo) e o aperfeiçoamento das técnicas de produção a partir do avanço tecnológico e científico.

Veja também as Causas da Revolução Industrial

Fases da Revolução Industrial

Vale lembrar que a expansão da industrialização esteve dividida em três períodos:

  • Primeira Revolução Industrial (1750 a 1850)
  • Segunda Revolução Industrial (1850 a 1950)
  • Terceira Revolução Industrial (1950-até a atualidade)

Quer entender melhor cada período da Revolução Industrial? Acesse o artigo: Fases da Revolução Industrial.

Saiba tudo sobre a Revolução Industrial neste texto: Revolução Industrial


Por Leonardo Delfim Gobbi

Graduado em Geografia pela UFF

Urbanização

O processo de urbanização no Brasil teve início no século XX, a partir do processo de industrialização, que funcionou como um dos principais fatores para o deslocamento da população da área rural em direção a área urbana. Esse deslocamento, também chamado de êxodo rural, provocou a mudança de um modelo agrário-exportador para um modelo urbano-industrial. Atualmente, mais de 80% da população brasileira vive em áreas urbanas, o que equivale aos níveis de urbanização dos países desenvolvidos.

Até 1950 o Brasil era um país de população, predominantemente, rural. As principais atividades econômicas estavam associadas à exportação de produtos agrícolas, dentre eles o café. A partir do início do processo industrial, em 1930, começou a se criar no país condições específicas para o aumento do êxodo rural. Além da industrialização, também esteve associado a esse deslocamento campo-cidade, dois outros fatores, como a concentração fundiária e a mecanização do campo.

Educação: Acompanhe todo o processo de industrialização no Brasil!

Em 1940, apenas 31% da população brasileira vivia em cidades. Foi a partir de 1950 que o processo de urbanização se intensificou, pois com a industrialização promovida por Getúlio Vargas e Juscelino Kubitschek houve a formação de um mercado interno integrado que atraiu milhares de pessoas para o Sudeste do país, região que possuía a maior infraestrutura e, consequentemente, a que concentrava o maior número de indústrias.

Qual foi uma das consequências da urbanização nas cidades industriais?
Gráfico com taxa de urbanização (Foto: IBGE)

A partir de 1970, mais da metade dos brasileiros já se encontrava em áreas urbanas, cuja oferta de emprego e de serviços, como saúde, educação e transporte, eram maiores. Em 60 anos, a população rural aumentou cerca de 12%, enquanto que a população urbana passou de 13 milhões de habitantes para 138 milhões, um aumento de mais de 1.000%.

Desigualdades

As desigualdades econômicas e a dificuldade de determinadas regiões em se inserirem na economia nacional, possibilitou a ocorrência de uma urbanização diferenciada em cada uma das regiões brasileiras.

A região Sudeste, por concentrar a maior parte das indústrias do país, foi a que recebeu grandes fluxos migratórios vindos da área rural, principalmente da região nordeste. Ao analisarmos a tabela abaixo, observamos que o Sudeste é a região que apresenta as maiores taxas de urbanização dos últimos 70 anos. A partir de 1960, com 57%, foi a primeira região a registrar uma superioridade de habitantes vivendo na área urbana em relação à população rural.

Na região Centro-Oeste, o processo de urbanização teve como principal fator a construção de Brasília, em 1960, que atraiu milhares de trabalhadores, a maior parte deles vindos das regiões Norte e Nordeste. Desde o final da década de 1960 e início da década de 1970, o Centro-Oeste tornou-se a segunda região mais urbanizada do país.

Taxa de Urbanização das Regiões Brasileiras (IBGE)

Região 1940 1950 1960 1970 1980 1991 2000 2007 2010
Brasil 31,24 36,16 44,67 55,92 67,59 75,59 81,23 83,48 84,36
Norte 27,75 31,49 37,38 45,13 51,65 59,05 69,83 76,43 73,53
Nordeste 23,42 26,4 33,89 41,81 50,46 60,65 69,04 71,76 73,13
Sudeste 39,42 47,55 57 72,68 82,81 88,02 90,52 92,03 92,95
Sul 27,73 29,5 37,1 44,27 62,41 74,12 80,94 82,9 84,93
Centro Oeste 21,52 24,38 34,22 48,04 67,79 81,28 86,73 86,81 88,8

A urbanização na região Sul foi lenta até a década de 1970, em razão de suas características econômicas de predomínio da propriedade familiar e da policultura, pois um número reduzido de trabalhadores rurais acabava migrando para as áreas urbanas.

A região Nordeste é a que apresenta hoje a menor taxa de urbanização no Brasil. Essa fraca urbanização está apoiada no fato de que dessa região partiram várias correntes migratórias para o restante do país e, além disso, o pequeno desenvolvimento econômico das cidades nordestinas não era capaz de atrair a sua própria população rural.

Até a década de 60 a Região Norte era a segunda mais urbanizada do país, porém a concentração da economia do país no Sudeste e o fluxo de migrantes dessa para outras regiões, fez com que o crescimento relativo da população urbana regional diminuísse.

Qual foi uma das consequências da urbanização nas cidades industriais?
Mapa com grau de urbanização. (Foto: IBGE)

Problemas urbanos

O rápido e desordenado processo de urbanização ocorrido no Brasil irá trazer uma série de consequências, e em sua maior parte negativas. A falta de planejamento urbano e de uma política econômica menos concentradora irá contribuir para a ocorrência dos seguintes problemas:

Favelização – Ocupações irregulares nas principais capitais brasileiras, como Rio de Janeiro e São Paulo, serão fruto do grande fluxo migratório em direção às áreas de maior oferta de emprego do país. A falta de uma política habitacional acabou contribuindo para o aumento acelerado das favelas no Brasil.

Violência Urbana – Mesmo com o crescimento industrial do país e com a grande oferta de emprego nas cidades do sudeste, não havia oportunidades de emprego o bastante para o grande fluxo populacional que havia se deslocado em um curto espaço de tempo. Por essa razão, o número de desempregados também era grande, o que passou a gerar um aumento dos roubos, furtos, e demais tipos de violência relacionadas às áreas urbanas.

Poluição – O grande número de indústrias, automóveis e de habitantes vai impactar o aumento das emissões de gases poluentes, assim como com a contaminação dos lençóis freáticos e rios dos principais centros urbanos.

Enchentes – A impermeabilização do solo pelo asfaltamento e edificações, associado ao desmatamento e ao lixo industrial e residencial, fazem com que o problemas das enchentes seja algo comum nas grandes cidades brasileiras.

Exercícios


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Quais foram as consequências da industrialização e urbanização?

Portanto, em resumo, podemos dizer que os efeitos da industrialização na urbanização são: intensificação do crescimento das cidades; concentração populacional; crescimento do setor terciário e a inversão da relação de subordinação entre campo e cidade.

Quais as consequências da urbanização nas cidades?

Favelização e outros problemas da urbanização Dentre eles destacam-se o desemprego, a criminalidade, a favelização e a poluição do ar e da água.

Qual o impacto da revolução industrial no processo de urbanização das cidades?

Revolução Industrial fez com que ocorresse a urbanização das cidades brasileiras de forma acelerada e desordenada. O período do crescimento se deu entre a década de 1940 a 2010, com a influência do êxodo rural, fator de relevância para a migração do campo-cidade, mas também da mecanização do campo.

Quais são as principais causas do processo de urbanização?

A urbanização é marcada pela mecanização do campo e pelo processo de industrialização das cidades, que gera mais empregos na área urbana. Diante desse contexto, a principal causa da urbanização é a saída da população rural do campo rumo às cidades em busca de melhores condições de vida.