Podemos afirmar que as seguintes respostas representam protocolos de roteamento dinâmico

Redes IP I: Protocolos de Roteamento

Protocolos de Roteamento Internos

Um protocolo de roteamento intra-AS é usado para determinar como é realizado o encaminhamento de pacotes dentro de um sistema autônomo (AS). Protocolos de roteamento intra-AS também são denominados como protocolos de roteadores internos IGP (KUROSE ; ROSS, 2009).

Antes que sejam detalhados os protocolos de roteamento dinâmicos internos, há a necessidade de esclarecer alguns conceitos referentes aos sistemas autônomos.

À medida que aumenta o número de roteadores, a sobrecarga relativa ao cálculo, armazenamento e à comunicação de informações para a tabela de roteamento (exemplo, atualização de estado de enlace ou alteração do caminho de menor custo) torna-se proibitiva. A internet pública dos dias atuais consiste em centenas de milhões de hospedeiros. Fazer com que cada hospedeiro armazenasse informações de roteamento, exigiria memória considerável. Com a sobrecarga de transmitir atualizações do estado de enlace entre todos esses roteadores, praticamente não sobraria largura de banda para transportar dados. Um algoritmo de vetor de distância, que realizasse interações com todos esses roteadores, seguramente jamais convergiria. Para que tal problema fosse resolvido, foram criadas as ASs

Um AS agrupa roteadores que estarão sobre o mesmo controle administrativo. Ou seja, operados pelo mesmo ISP ou pertencentes a uma mesma rede corporativa. Todos os roteadores dentro do mesmo AS rodam o mesmo algoritmo de roteamento, por exemplo, LS ou DV e, assim, trocam informações. Um protocolo que roda dentro de um AS é denominado de protocolo de roteamento intra-sistema autônomo. Certamente, surge a necessidade de interligar as ASs com isso. Um ou mais roteadores da AS terão a função de transmitir pacotes a destinos externos a AS. Estes são chamados de roteadores de borda. É necessário enfatizar que, neste trabalho, o escopo está nos protocolos intra-sistema autônomos. Entretanto, será dedicado um capítulo referente ao mais importante protocolo inter-AS.

RIP

O RIP foi um dos primeiros protocolos de roteamento intra-AS da Internet e seu uso é bem difundido até hoje. Sua origem e seu nome podem ser traçados até a arquitetura XNS (Xerox Network Systems). A ampla disponibilidade do RIP se deve, em grande parte, à sua inclusão, em 1982, na versão do UNIX do Berkely Sofware distribution (BSD), que suportava TCP/IP. A versão 1 do RIP está definida na RFC 1058 e a versão 2, compatível com a versão 1, no RFC 1723 (HEDRICK, 1988).

A principal diferença entre o RIP versão 1 e versão 2, é que um usa o modelo classfull e outro classless. Ou seja, a versão 1 não envia a máscara nas atualizações. Logo, tal método não pode ser usado em sub-redes, pois sem as máscaras, os roteadores vão classificar os endereços como classes de redes A, B e C. Já a versão 2 do RIP usa classless, ou seja, envia a máscara nas suas atualizações, com isso, sendo possível a utilização em sub-redes.

O RIP é um protocolo de vetor de distâncias. Dessa forma, a versão especificada na RFC 1058 usa contagem de saltos como métrica de custo, isto é, cada enlace tem custo 1. No RIP, os custos são definidos desde um roteador de origem até uma sub-rede de destino. O termo salto, que é o número de sub-redes percorridas ao longo do caminho mais curto entre o roteador de origem e uma sub-rede de destino, é utilizado no RIP. Na Figura 9 mostra-se um S com seis sub-redes.

A Tabela 2, ao lado, indica o número de saltos desde o roteador de origem A até todas as sub-redes (KUROSE ; ROSS, 2009).

Tabela 2: Saltos

DESTINO

SALTO

U

1

V

2

W

2

X

3

Y

3

Z

2

Podemos afirmar que as seguintes respostas representam protocolos de roteamento dinâmico

Figura 9: Número de saltos roteador A até todas sub-redes

Fonte: (KUROSE & ROSS, 2009, p.291, adaptado)

O máximo custo de um caminho é 15 saltos, dessa forma, limitando para apenas redes com, no máximo, 15 saltos. No RIP, as tabelas inteiras de roteamento são trocadas a cada 30 segundos, usando uma resposta RIP. A mensagem de resposta, enviada por um roteador ou um hospedeiro, contém uma lista de até 25 sub-redes de destino dentro do AS, bem como as distâncias entre o remetente a cada uma dessas sub-redes. Mensagens de resposta também são conhecidas como anúncios RIP (KUROSE ; ROSS, 2009).

Como o RIP é um protocolo que faz uso da contagem de saltos como métrica para realizar o roteamento, deve-se atentar para um valor chamado de distância administrativa (ADs), que é uma métrica utilizada para classificar a confiabilidade das informações roteadas, recebidas por um router, que chegam de outro router vizinho. A distância administrativa é representeada por um número inteiro compreendido entre 0 a 255, 0, sendo a rota mais confiável a 255 significando que determinada rota é inalcançável. A Tabela 3 mostra as distâncias administrativas que os roteadores usam para determinar qual rota utilizar para chegar a uma rede remota (FILIPPETTI, 2008).

Tabela 3: Distância administrava roteadores

ORIGEM DA ROTA

DISTÂNCIA ADMINISTRATIVA PADRÃO

Interface diretamente conectada

0

Rota estática

1

EIGRP summary route

5

External Border Gateway Protocol (BGP)

20

Internal EIGRP

90

IGRP

100

OSPF

110

IS-IS

115

Routing Information Protocol (RIP)

120

Exterior Gateway Protocol (EGP)

140

On Demand Routing (ODR)

160

External EIGRP

170

Internal BGP

200

Desconhecido

255

Fonte: (FILIPPETTI, 2008, p. 252)

Em uma rede diretamente conectada, a mesma sempre utilizará a interface conectada nela. Se um administrador configurar rotas estáticas, o router “acreditará” nelas e não nas dinâmicas. Os valores de ADs podem ser alterados, pois os valores mostrados são default. Se uma rota tiver o valor 255, esta não conseguirá atingir seu destino (FILIPPETTI, 2008).

Retornando ao assunto de mensagens RIP, como é mostrado na Figura 10, considere parte de um AS. Nessa imagem, as linhas que conectam os roteadores, representam sub-redes. As linhas sem conexão representam que a AS continua e essa AS possui muitos roteadores.

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Figura 10: Uma parte sistema autônomo

Fonte: (KUROSE & ROSS, 2009, p. 292, adaptado)

Como se tem conhecimento, cada roteador mantém uma tabela de roteamento RIP. Tal tabela inclui as distâncias e a tabela de repasse. Na Tabela 4 visualiza-se a tabela de roteamento do roteador B.

Tabela 4: Tabela de roteamento no roteador D antes do anuncio do roteador A

SUB-REDE DE DESTINO

ROTEADOR SEGUINTE

NÚMERO DE SALTOS ATÉ O DESTINO

W

A

2

Y

B

2

Z

B

7

X

-

1

Fonte: (KUROSE, ROSS, 2009, p. 252)

Neste exemplo, a tabela mostra que, para enviar um datagrama do roteador D até a sub-rede de destino w, o mesmo deve ser primeiro enviado ao roteador vizinho A. Com isso, a tabela mostra que a sub-rede de destino w está a dois saltos de distâncias ao longo do caminho mais curto. de modo semelhante, a tabela indica que a sub-rede z está a sete saltos de distância via o roteador B. Em princípio, uma tabela de roteamento terá apenas uma linha para cada sub-rede no AS, embora a versão 2 do RIP permita a agregação de registros de sub-redes, usando técnicas de adição de rotas semelhantes (KUROSE ; ROSS, 2009).

Algumas questões devem ser enfatizadas com relação ao RIP, no momento de pensar em sua implementação. O RIP envia anúncios a cada 30 segundos, se um roteador não “ouvir” nada de seu vizinho, ao menos uma vez a cada 180 segundos, esse vizinho será considerado impossível de ser alcançado dali em diante, isto é, o vizinho está inoperante ou o enlace teve algum problema. Quando é apresentando, o RIP altera a tabela de roteamento local e, em seguida, propaga tal informação, transmitindo anúncios aos seus vizinhos. Um roteador também pode solicitar informações com relação aos custos das rotas. O RIP usa a porta 520 e o protocolo UDP para o transporte de seus anúncios (KUROSE ; ROSS, 2009).

Para alguns autores, o RIP já não tem motivação alguma para sua implantação.

Ele funcionava bem em sistemas pequenos, no entanto, tudo mudava à medida que os SAs tornavam maiores. O protocolo sofria do problema de contagem até o infinito e, em geral, de uma convergência lenta (TANEMBAUM, 2003, p. 484).

OSPF

No ano de 1988, a Internet Enginnering Task Force iniciou o trabalho em um protocolo de roteamento denominado de OSPF - Open Shortest Path First, que se tornou padrão em 1990. Após isso, fornecedores começaram a implementar em seus equipamentos (TANEMBAUM, 2003).

O OSPF é classificado como um protocolo IGP. Isso significa que o mesmo distribui informações de roteamento entre roteadores pertencentes a um único sistema autônomo (MOY, 1998, p. 5).

O OSPF, nos dias atuais, encontra-se na versão 2, em ampla utilização. Tal versão é especificada na RFC 2328. Uma versão 3 do mesmo também foi concebida, para utilização em equipamentos com IPV6 .

O OSPF foi concebido como sucessor do RIP e como tal tem uma série de características avançadas. Em seu âmago, contudo, ele é um protocolo de estado de enlace que usa broadcasting de informação de estado de enlace e um algoritmo de menor custo dijkstra (KUROSE & ROSS, 2009, p. 294).

Quando o OSPF foi pensando, o mesmo teria que atender a alguns requisitos. Primeiramente, o novo protocolo deveria ser amplamente divulgado na literatura especializada, assim “O” de (Open – Aberto) da sigla OSPF. Já o segundo ponto era que o OSPF deveria ser capaz de analisar um número superior de métricas com relação ao RIP. Outro requisito era que este novo protocolo fosse dinâmico e capaz de realizar a convergência rapidamente, diferentemente do RIP. Já outra novidade do OSPF, era sua capacidade de admitir o roteamento baseado no tipo de serviço. Ou seja, o novo protocolo deveria rotear o tráfego em tempo real de uma determinada maneira e outro tipo e tráfego de maneira distinta. No protocolo IP existe um campo Type of service, entretanto, nenhum protocolo de roteamento fazia uso do referido. Logo, tal campo foi incluído no OSPF (TANEMBAUM, 2003).

Um quinto requisito, era que o OSPF deveria balancear a carga, dividindo- a por várias linhas, já que a maioria dos protocolos anteriores enviavam todos os pacotes apenas pela menor rota. Outro dado importante a se destacar foi que em 1988 o crescimento de tráfego foi tanto que nenhum roteador era capaz de conhecer a topologia da rede inteira. O novo protocolo deveria ser projetado de forma que nenhum roteador fosse obrigado a conhecer a topologia. Também foram levados em consideração alguns melhoramentos de segurança. E, por fim, era necessário tomar providências para conectar os roteadores ligados à internet por meio de um túnel, pois os protocolos anteriores não o faziam muito bem (TANEMBAUM, 2003).

O OSPF é compatível com três tipos de conexões de redes: links ponto a ponto, redes de multiacesso com difusão e redes de multiacesso sem difusão.

Uma rede de multiacesso possui vários roteadores e cada um deles pode se comunicar com todos os outros. Praticamente todas as LANs e WANs possuem tal propriedade (STALLINGS, 2003).

Na Figura 11 mostra-se um AS, conectando todos os tipos de redes.

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Figura 11: Um sistema autônomo

Fonte: (TANEMBAUM 2003, 485, adaptado)

O OSPF possui um funcionamento transformando o conjunto de redes, roteadores e linhas reais em um grafo orientado, ao qual se atribui um custo (distância, retardo etc.) a cada arco. Após, o protocolo realiza o cálculo do caminho mais curto com base nos pesos, como mostra a representação gráfica da Figura 12.

Uma conexão serial entre dois roteadores é representada por um par de arcos, um em cada sentido. Seus pesos podem ser diferentes. Uma rede de multiacesso é representada por um nó para a própria rede e por um nó para cada roteador.

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Figura 12: Representação gráfica

Fonte: (TANEMBAUM, 2003, p. 485)

O que o OSPF faz, fundamentalmente, é representar a rede real como um grafo e, em seguida, calcular o caminho mais curto de cada roteador para cada outro roteador.

Muitos ASs da Internet são grandes e difíceis de gerenciar. O OSPF permite que eles sejam divididos em áreas numeradas; uma área é uma rede ou um conjunto de redes Contíguas (TANEMBAUM, 2003, p. 486).

Cada área mencionada anteriormente possui seu próprio algoritmo de roteamento de estado de enlace OSPF, sendo que cada roteador, em uma área, transmite seu estado de enlace a todos os outros roteadores da área. Com isso, detalhes internos permanecem invisíveis para todos os outros roteadores externos (KUROSE ; ROSS, 2009).

O conceito de áreas traz alguns benefícios, em que o mais relevante destes seja a possibilidade de tornar a rede mais escalável. A rede pode ser dividida em áreas, de uma forma hierárquica, sendo possível a adição de novas redes e, consequentemente, áreas de uma forma facilitada.

Em cada área, um ou mais roteadores de borda são encarregados pelo encaminhamento de pacotes para fora desta área. Assim, uma área OSPF no AS é configurada para ser a área de backbone. A principal tarefa da área de backbone é rotear tráfego entre as outras AS (KUROSE ; ROSS, 2009).

Um diagrama de rede OSPF hierarquicamente estruturado é mostrado na Figura 13. Podem-se identificar quatro tipos de roteadores nesta figura.

Podemos afirmar que as seguintes respostas representam protocolos de roteamento dinâmico

Figura 13: Sistema autônomo OSPF estruturado hierarquicamente

Fonte: (KUROSE, ROSS, 2009, p. 296, adaptado)

  • Roteadores Internos, que ficam internamente em uma área;
  • Roteadores de borda de área, que conectam duas ou mais áreas;
  • Roteadores de backbone, que ficam no backbone;
  • Roteadores de fronteira de AS, que interagem com roteadores de outras SAs.

Quando um roteador é iniciado, o mesmo envia um mensagem HELLO por todas as suas linhas ponto a ponto, transmitindo-a por difusão nas LANs até o grupo que consiste em todos os outros roteadores. Já para as WANs, o roteador precisa de informações de configuração para saber quem contatar. Com isso, os roteadores descobrem quem são seus vizinhos (TANEMBAUM, 2003).

O OSPF troca informações entre roteadores adjacentes; tais informações não são as mesmas trocadas entre dispositivos vizinhos, pois não é útil fazer com que cada roteador de um LAN se comunique com todos os outros roteadores da mesma LAN. Dessa forma, um roteador é eleito o roteador designado. Ele é considerado adjacente a todos os outros roteadores em sua LAN e faz a troca de informações com eles. Já dispositivos de camada de rede que não são vizinhos, não realizam a troca de tais dados. O dispositivo designado de reserva é sempre mantido atualizado, com o objetivo de facilitar a transição, caso o roteador designado principal venha a ter algum problema e falhar (TANEMBAUM, 2003).

Durante o processo normal, cada roteador emite constantemente, por inundação, mensagens LINK STATE UPDATE para cada um de seus dispositivos adjacentes. Nessa mensagem estão contidas informações como estado e custo usados no banco de dados da topologia. As mensagens possuem um serviço confiável, ou seja, são confirmadas. As mensagens também possuem número de sequência, onde o roteador pode ver se uma mensagem LINK STATE UPDATE recebida é antiga ou recente. Outra situação de tais mensagens enviadas é se a linha é ativada ou desativada, ou quando os custos se alteram (TANEMBAUM, 2003).

Também são enviadas mensagens DATABASE DESCRIPTION, as quais fornecem os números de sequências de todas as entradas de estado de enlace mantidas no momento pelo transmissor. Assim, é realizada uma comparação com seus próprios valores do transmissor, em que o receptor pode determinar quem tem valores mais recentes. A usualidade dessas mensagens é quando o link é interrompido.

Cada parceiro pode solicitar informações de estado de enlace um ao outro, usando mensagens LINK STATE REQUEST. Assim, o roteador adjacente verifica quem têm dados mais recentes e as novas informações que estão sendo divulgadas. Todas as mensagens que foram citadas são envidas por pacotes IP (TANEMBAUM, 2003).

Como foi mencionado, o OSPF fica constantemente enviado mensagens para manter a rede atualizada com relação ao seu status. O tempo que as mensagens HELLO são enviadas é a cada 10 segundos. Isso pode parecer que esse protocolo usa muita largura de banda, ao passo que o RIP envia a cada 30 segundos. Entretanto, no OSPF estes pacotes, que são enviados no tempo citado, são muito reduzidos com relação aos do RIP, pois o mesmo envia sua tabela de roteamento inteira a cada 30 segundos. Logo, o OSPF só enviará todas as informações se tiver alguma alteração de topologia na rede, ou seja, alguma queda em algum link ou adição de um novo link ou roteador (FILIPPETTI, 2008).

Outra vantagem do OSPF com relação ao RIP é seu método de envio. O RIP usa broadcasting, ou seja, envia para o que estiver conectado. Já o OSPF usa o método de multicast, envia só para um grupo, diminuindo assim a utilização de largura de banda (STALLINGS, 2003).

EIGRP

O EIGRP é um protocolo do tipo classless, de vetor de distância porém, com algumas características também de estado de enlace. O EIGRP é uma versão melhorada do antigo IGRP. da mesma forma como o OSPF, o EIGRP usa o conceito de sistema autônomo para descrever um grupo de roteadores que rodam um mesmo tipo de protocolo de roteamento, com isso, compartilhando informações referentes à rede. Quem definiu esse protocolo foi a Cisco, ou seja, o mesmo só roda em equipamentos de tal fabricante (FILIPPETTI, 2008).

O EIGRP é capaz de lidar com máscaras de rede, diferentemente do seu antecessor, o IGRP. Com isso, é possível aplicar práticas como VLSM, CIDR e sumarização de rotas. Também possui funções como autenticação, tornando-o mais seguro.

Devido ao fato de o EIGRP manter tanto qualidades de um protocolo de estado de enlace, quanto de um vetor de distância, algumas literaturas o tratam como híbrido, erroneamente. Como o EIGRP tenta trazer o melhor de cada algoritmo, o mesmo é recomendando para redes de grande porte. As principais vantagens que estão na utilização do EIGRP são: é um protocolo classless, suporte VLSM, CIDR, também consegue realizar a sumarização em redes não-contíguas. É eficiente em sua operação, possuindo uma convergência rápida, comparando-se com o RIP. E faz uso do algoritmo DUAL (diffusion update algorithm), que inibe a criação de loops. Entretanto, é um protocolo proprietário Cisco, ou seja, só funciona em equipamentos deste fabricante. E na atualidade, com a diversidade de fabricantes, torna-se muito particular sua utilização (FILIPPETTI, 2008).

Para que o EIGRP troque informações entre vizinhos, primeiramente os mesmos devem se tornar vizinhos. Assim, três condições devem ser executadas.

  • Pacotes Hello ou ack são recebidos;
  • Ambos os roteadores encontram-se dentro do mesmo sistema autônomo;
  • Ambos possuem os parâmetros usados para cálculo de métricas idênticas.

Protocolos que se encaixam dentro da classificação de estado de enlace, tendem a enviar datagramas hello para estabelecer a relação de vizinhança, já que normalmente não enviam atualizações periódicas, a não ser quando acontece alguma alteração de topologia na rede. Também há um envio da tabela de roteamento completa quando um novo roteador é adicionado à topologia (CISCO, 2011).

Na Tabela 5 seguem alguns temos intrínsecos ao EIGRP.

Tabela 5: Termologias principais EIGRP

TERMO

DESCRIÇÃO

Feasible distance (FD)

Esta seria a melhor distância métrica para uma rede remota, incluindo a métrica até o vizinho que a está propagando.

Reported distance ou advertised distance (AD)

Métrica de uma rede remota, de modo como o router vizinho a enxerga. Trata-se da métrica para a rede remota existente na tabela de roteamento do router vizinho.

Neighbor table

Uma lista de todos os roteadores vizinhos, incluindo o endereço IP dos mesmos, interface de saída, valores dos timers e tempo que o vizinho encontra-se na tabela.

Topology table

Tabela contendo todos os caminhos propagados pelos roteadores vizinhos para todas as redes conhecidas. Nessa tabela encontram-se o FD e o AD.

Sucessor

Roteador de próximo ponto que satisfaz a FC. Ele é escolhido entre os FSs como tendo a menor métrica para a rede remota.

Feasible sucessor FS

Um roteador vizinho que reporte uma AD menor que a FD do router, torna-se um FS

Feasible condition FC

Quando um vizinho reporta um caminho AD com uma métrica menor que a FD do router em questão, a condição FC é alcançada.

Reliable trasport protocol (RTP)

Requerimento de que todos os datagramas devem ser entregues com garantia e sequência.

Fonte: (FILIPPETTI, 2008, p. 282, adaptado)

O EIGRP usa um protocolo, também proprietário da CISCO, denominado de RTP para gerenciar o fluxo de informações entre roteadores. O RTP garante a integridade das informações. Quando o EIGRP envia tráfego multicast, ele usa um endereço 224.0.0.10. Quando um vizinho não responder ao envio multicast, é trocado para unicast para o vizinho especifico que não respondeu. Isso é feito 16 vezes, se não houver resposta, o roteador é tido como morto (FILIPPETTI, 2008).

Algoritmo Dual - Diffusing Upadate Algorithm

O EIGRP faz uso do algoritmo dual para selecionar e manter em sua tabela de roteamento a melhor rota para uma rede. As principais ações que tal algoritmo faz são:

  • Determinação de uma rota alternativa, se possível;
  • Suporte a VLSM e CIDR;
  • Identificação dinâmica das rotas;
  • Procurar identificar uma rota alternativa, caso nenhuma seja encontrada.

O algoritmo dual provê ao EIGRP um dos tempos mais rápidos para realizar a convergência dos protocolos existentes. O que faz com que seja possível este tempo rápido de convergência são basicamente dois pontos:

Os roteadores que estão rodando o EIGRP mantêm uma cópia de todas as rotas conhecidas por outros vizinhos que, assim, são usados para o cálculo do melhor custo para cada uma das redes. Se por algum motivo uma rota se tornar inativa, basta fazer uma consulta à tabela topológica, em busca da melhor rota alternativa.

Outro ponto é que se não houver uma rota alternativa na tabela topológica local, o EIGRP contatará seus vizinhos, perguntando se algum deles possui uma rota alternativa para a rede em questão.

Métricas do EIGRP

Diferentemente do RIP, o EIGRP leva em consideração mais que um parâmetro para fazer a escolha da melhor rota. Dessa forma, tal protocolo traz as seguintes métricas:

  • Largura de banda;
  • Carga;
  • Atraso;
  • Confiança.

Entretanto, por configuração padrão, usam-se apenas duas métricas na configuração do EIGRP, largura de banda e atraso. A utilização dos outros parâmetros só é necessária em casos específicos e muito particulares. É importante mencionar que as métricas largura de banda e atraso possuem valores fixos, de acordo com as interfaces e tipos de meios (CISCO, 2011)

Comparação entre Protocolos de Roteamento Dinâmicos

A fim de se realizar uma comparação clara, foi criada uma tabela com as principais características dos protocolos de roteamento internos. Tais particularidades foram selecionadas de acordo com a necessidade do trabalho. Assim,

Tabela 6: Comparação protocolos de roteamento internos

PROTOCOLO

OSPF

RIP1

RIP2

EIGRP

Classless/Classful

Classless

Classfull

Classless

Classless

Convergência

Rápida

Lenta

Lenta

Rápida

Escalável

Sim

Não

Não

Sim

Atualização

Associada

Constante

Constante

Associada

Loops

Não

Sim

Sim

Não

Interoperável

Sim

Sim

Sim

Não

Métricas

Largura de banda/

Confiabilidade

Nº saltos

Nº saltos

Largura de banda/atraso/

confiabilidade/

carga

Protocolos de Roteamento Externos

Apesar de não ser o escopo deste trabalho, mas com o objetivo de distinguir o funcionamento e aplicabilidade, será mostrado superficialmente o protocolo de roteamento externo, mais conhecido e usado. Tal protocolo denomina-se de BGP – Border Gateway Protocol (Protocolo de roteador de borda).

BGP

A versão 4 do protocolo de rotador de borda é especificado na RFC 1771 (vide também RFC 1772; RFC 1773). Nos dias atuais é padrão de fato para o roteamento entre sistemas autônomos na internet. Tal protocolo encontra-se na versão 4.

Com o BGP é possível que cada sub-rede anuncie sua existência na grande rede mundial. Uma sub-rede identifica-se e o protocolo de roteador de borda satisfaz as condições para que todos os ASs da internet saibam da existência desta sub-rede e, também, como chegar a mesma. Sem o BGP não seria possível interligar as ASs (KUROSE ; ROSS, 2009).

O BGP é um protocolo complexo. Livros inteiros foram dedicados a ele. Logo, não é demais mencionar que neste trabalho o que será tratado é apenas em nível de introdução.

“O BGP é um protocolo absolutamente crítico para a internet – em essência, é o protocolo que agrega tudo (KUROSE & ROSS, 2009,p. 297)”.

Os pares de rotadores trocam informações de roteamento por conexões TCP, usando a porta 179. Esse tipo de operação possibilita uma comunicação confiável e oculta todos os detalhes da rede que está sendo usada (TANEMBAUM, 2003).

O protocolo de rotador de borda é fundamentalmente um protocolo de vetor de distância mas, é bem diferente da maioria dos outros, como o RIP. Em vez de apenas manter o custo para cada destino, cada roteador BGP tem controle de qual caminho está sendo usado. O mesmo não utiliza as atualizações periódicas para informar o custo estimado aos seus vizinhos. O BGP informa o caminho exato que está sendo utilizado (TANEMBAUM, 2003).

Na Figura 14, consideram-se os roteadores BGP. Especificamente observa-se a tabela de roteamento de F. Neste exemplo é usado o caminho FGCD para chegar a D. Quando são fornecidas informações de roteamento, os vizinhos de F transmitem seus caminhos completos, como se mostra ao lado. Por motivos de simplificação, somente o destino de D é demonstrado.

Podemos afirmar que as seguintes respostas representam protocolos de roteamento dinâmico

Figura 14: Um conjunto de rotadores BGP

Fonte: (TANEMBAUM, 2003, p. 490, adaptado).

Após o envio dos caminhos pelos vizinhos, F examina os mesmos para verificar qual é o melhor. Assim, F já descarta os caminhos com origem em I e E, pois eles passam pelo mesmo F. Dessa forma, opta-se por B e G. Cada roteador BGP contém um módulo que examina e conta as rotas para um caminho determinado, retornando um número que identifica a “distância” até esse destino a cada rota. Após, o roteador adota a rota com a distância mais curta (TANEMBAUM, 2003).

Outra diferença relevante do BGP com relação aos outros protocolos de vetor de distância é que o problema de contagem até o infinito inexiste nesse protocolo assim, o BGP obtém uma convergência muito mais rápida (STALLINGS, 2003). Demais considerações sobre o BGP não serão detalhadas, pois não constam do escopo do trabalho.

Quais são os protocolos de roteamento dinâmico?

Roteamento Dinâmico (cont.) A maioria dos protocolos de roteamento dinâmico caem em uma das duas categorias: distance vector ou link state. Os endereços das interfaces de rede nos roteadores são os pontos de origem de informações de alcançabilidade.

Quais são as duas funções dos protocolos de roteamento dinâmico?

O objetivo dos protocolos de roteamento dinâmico inclui o seguinte: Descoberta de redes remotas. Manter informações de roteamento atualizadas. Escolha do melhor caminho para as redes de destino.

São características do roteamento dinâmico?

Roteamento dinâmico Os protocolos são desenvolvidos para distribuir informações que ajustam rotas dinamicamente para refletir alterações nas condições da rede. Protocolos de roteamento podem resolver situações complexas de roteamento mais rápida e eficientemente que o administrador do sistema.

Quais protocolos de roteamento?

O protocolos de roteamento IGP são utilizados dentro da Rede do provedor de serviço ou Rede corporativa. São exemplos de IGP: RIP, OSPF, IS-IS, IGRP e EIGRP. Já o EGP é utilizado na Internet, ou seja, entre Sistemas Autônomos. Atualmente o protocolo BGP é utilizado como EGP na Internet.