Quem é o atual proprietário da Casas Bahia?

Dez anos depois de vender o controle da varejista Casas Bahia para o Grupo Pão de Açúcar, a família Klein retomou o controle da companhia. Em um leilão ontem, 14, que movimentou 2,3 bilhões de reais, o empresário Michael Klein, ao lado de fundos de investimento, adquiriu a participação da rede de varejo GPA na Via Varejo, dona da Casas Bahia, Ponto Frio e Extra.com.br.

Para o Casino, controlador do GPA, a venda à família Klein representa o fim de uma saga que começou há dois anos e concretiza o objetivo da companhia de sair do setor de eletrodomésticos, segmento em que não tem tradição.

A Via Varejo foi criada em 2009 com a fusão da Casas Bahia com o Grupo Pão de Açúcar, que já havia comprado o Ponto Frio seis meses antes. Na época, Abilio Diniz e Michael Klein estavam à frente das duas companhias. O acordo inicial previa que a família Klein assumiria 49% da nova empresa. Abilio e o Pão de Açúcar ficariam com 51%.

Ainda que o casamento das duas empresas tenha criado o maior grupo varejista do país, então com faturamento de 40 bilhões de reais, a relação foi conflituosa desde o começo.

Meses depois da assinatura da venda, a família Klein pediu a revisão do contrato, questionando o valor dos ativos das Casas Bahia e o cronograma de integração.

Em sigilo, os dois lados passaram a defender interesses distintos logo após o anúncio do negócio. Em entrevista a Exame na época das disputas, Michael Klein afirmou que "o contrato não reflete tudo o que foi negociado pelos controladores dos dois grupos”.

A briga esquentou depois que Samuel Klein, patriarca e fundador da Casas Bahia, tomou a frente das negociações com Abilio, ao lado do filho Michael. A família Klein chegou a ameaçar desfazer o negócio e acionar o Pão de Açúcar em uma câmara de arbitragem.

Em julho de 2010 os empresários anunciaram um novo acordo. O Pão de Açúcar fez uma capitalização adicional de cerca de 700 milhões de reais na Nova Casas Bahia e o poder passou a ser mais compartilhado entre os sócios. Os Klein passaram a ter direito a veto nas decisões estratégicas.

Mas a briga estava longe do fim. O GPA questionou a gestão da Via Varejo feita pelo neto de Samuel, Raphael Klein, então presidente da companhia, e ele foi substituído por um executivo de mercado em novembro de 2012.

A família tentou recomprar o controle, mas acabou optando pela solução oposta. Vendeu metade de suas ações na Bolsa de Valores e teve sua participação na empresa reduzida.

Nova fase

Os herdeiros de Klein, que faleceu em 2014 partiram para outros negócios. Investiram em imóveis, transporte aéreo e venda de automóveis. É Michael quem administra os negócios da família, reunidos em torno do grupo CB (sigla para Capital Brasileiro, apesar da coincidência com Casas Bahia).

Se a Casas Bahia foi criada para atender a classe C, a CB busca um público totalmente diferente. É dona de uma empresa de táxi aéreo e de uma concessionária de carros de luxo da Mercedes-Benz, além de alugar terrenos, galpões e imóveis.

Uma das empresas do grupo, a Icon Aviation nasceu da união de dois dos maiores players no mercado brasileiro: CB Air e Global Aviation. Inspirada na NetJets, do investidor americano Warren Buffett, a empresa de táxi aéreo de Michael também quer compartilhar e cuidar de naves para uso de terceiros. Tem três jatos executivos e quatro helicópteros, dois hangares (Campo de Marte, região Norte de São Paulo e em Sorocaba, SP) e dois helipontos (Alphaville e São Caetano do Sul, SP).

A divisão imobiliária é a maior e mais antiga. Foi criada nos anos 1960 para viabilizar aquisições de imóveis para instalação das lojas de Casas Bahia e de Centros de Distribuição da rede como suporte de sua logística própria. E, 2011 passou a ser uma unidade independente. São mais de 440 propriedades. É dono, inclusive, de imóveis ocupados pela Via Varejo.

Agora, o grupo tem uma nova velha empresa nas mãos. A Via Varejo precisa implementar mudanças rápidas para melhorar os resultados de sua operação online. Também precisa correr atrás da concorrente gigante Magazine Luiza, que acaba de adquirir a Netshoes.

O Grupo Pão de Açúcar aprovou nesta quarta-feira (12) a venda da Via Varejo, empresa que tem o controle de marcas como Ponto Frio e Casas Bahia. As redes varejistas, agora, retornarão ao controle de Michael Klein, filho de Samuel Klein, que fundou o negócio, por meio de uma compra de ações com valor mínimo de R$ 4,75 cada uma.

A aquisição será feita em um leilão na B3 e traz de volta as marcas que foram vendidas ao GPA em 2009. A oferta de Klein, que será feita junto com fundos de investimentos, deve ter um valor total de cerca de R$ 2,23 bilhões. Os detalhes sobre o negócio, entretanto, não foram confirmados.

A confirmação do negócio vem depois de o Grupo Pão de Açúcar receber uma carta de Klein, afirmando que estaria disposto, juntamente com outros acionistas, a pagar no máximo R$ 4,75 por ação da Via Varejo. Após negociação, esse foi fechado como o valor mínimo, devolvendo, então, o controle da Casas Bahia e do Ponto Frio a seus administradores originais, que venderam a empresa em 2009.

O movimento também vem como uma tentativa de recuperação das marcas, que no primeiro trimestre deste ano teve prejuízo de R$ 49 milhões e já perdeu mais de 22% de seu valor de mercado ao longo dos últimos 12 meses. Elas fecharam o pregão desta quarta-feira (12), o último antes do anúncio do negócio, em leve baixa e valendo R$ 4,85 cada.

De acordo com especialistas ouvidos pela imprensa nacional, o principal motivo para essa baixa é a dificuldade do Grupo Pão de Açúcar em fazer investimentos, o que levou a Via Varejo e suas marcas a ficarem para trás, principalmente no varejo eletrônico. A chegada de um conselho de administração com novas ideias e, principalmente, independente e focado nas marcas da empresa foi vista como uma ótima notícia, que deve aumentar o nível de governança corporativa e, também, o fluxo de aportes financeiros.

A vontade de Klein de ampliar sua presença no conselho da empresa também era antiga. Antes do negócio, ele detinha 25,43% da Via Varejo. Outros acionistas minoritários possuíam parcela de 38,27%, mas, no começo do ano, para o fundador, aumentar sua carteira de papéis da companhia não estava no radar, segundo declarações do próprio à imprensa na época.

Hoje, Michael Klein é um dos responsáveis pelo grupo CB, que administra imóveis, aviação executiva e também investimentos em outras companhias. Ele não falou publicamente sobre o retorno à velha casa, que o traz de volta à empresa fundada pelo pai, um empresário polonês falecido em 2014. Com a primeira loja aberta em 1952, a Casas Bahia acabaria se tornando uma das principais empresas do varejo brasileiro, com liderança, principalmente, nos setores de móveis e eletrodomésticos.

Fonte: Yahoo! Finanças

Quem são os donos das Casas Bahia hoje?

Michael Klein, principal acionista e filho do fundador da Via, dona de empresas como Casas Bahia e Ponto, teceu duras críticas ao novo programa de remuneração da diretoria da empresa. Segundo o empresário, houve um aumento de 64% na remuneração da diretoria num momento em que as ações da companhia derretem na bolsa.

Quem comprou as Casas Bahia?

No dia 4 de dezembro de 2009, o GPA anunciou a compra das Casas Bahia, tornando-se uma parte integrante do atualmente maior grupo varejista brasileiro.

O que aconteceu com o dono das Casas Bahias?

O empresário Saul Klein, de 68 anos - filho do fundador das Casas Bahia, Samuel Klein, foi indiciado pelos crimes de organização criminosa; tráfico de pessoas, estupro, estupro de vulnerável, por favorecer a prostituição e manter casa de prostituição e por reduzir mulheres à condição análoga à escravidão.

O que aconteceu com Samuel Klein?

Vítimas de Saul Klein decidiram depor após suicídio de amiga Seu pai, Samuel Klein, fundador das Casas Bahia que esteve à frente da empresa por quase 60 anos e morreu em 2014, também teve o nome envolvido em relatos que vieram à tona em 2021.